Após ser incitado a escrever redações, algo evidente em minha vida foi que eu prefiro escrever a ler. Nada contra os livros, mas sei que eu não me dou bem com eles. Mas sei também que eu não escrevo bem (como disse antes, minha redação é 7.5), e também sei que isso não me impede de continuar escrevendo (este blog, por exemplo).
Enfim, o ponto em que quero tocar é sobre qual seria o melhor jeito de escrever uma redação. Ou um essay, um artigo, uma notícia, o que for. Quero conversar sobre como escrever o melhor texto possível para uma outra pessoa que o ler.
Separarei os textos em dois tipos: textos pessoais e textos impessoais. Sei que podem existir mais formatos de texto, mas estes são os mais comuns: ou você fala sobre si mesmo, ou você fala sobre outra coisa. As dicas, no entanto, podem valer para ambos.
Para um texto impessoal, é muito útil que você saiba sobre o que estiver para escrever. Parece óbvio, eu sei, mas há quem não tenha a mínima noção sobre aquilo que escreve. Não só isso: é útil também que você tenha todo o seu pensamento voltado para o texto que estiver escrevendo. No caso da maioria dos posts que faço, tento escrever com o mínimo de barulho ou de interrupções (vlogs, questões, procrastinações em geral), para ter certeza sobre o que estou escrevendo.
Se for escrever sobre uma mosca na Tasmânia, saiba mais sobre ela (nome científico, hábitos e habitat, etc). Se for escrever sobre o analfabetismo no Brasil, veja causas e soluções eficientes para este problema, baseados no seu estudo diário e no que você costuma ouvir em mídias e conversas. Se for escrever sobre você, todo autoconhecimento ajuda.
Para um texto pessoal, saiba se envolver de positividade. Já vi textos escritos por pessoas que não estavam se sentindo bem com elas mesmas naquele momento, e eles foram coisas muito depressivas de se ver. Se precisar escrever sobre sua história, tente se lembrar das vitórias mais importantes que teve, mesmo aquelas que não pareçam tão grandiosas. Isso é útil até para os dias em que estiver para baixo, ou que tiver recebido uma notícia não muito legal.
Aproveite o tempo que tiver para se lembrar de tudo que puder ajudar o seu texto a ficar bom. Você pode descobrir que a tal mosca produz uma substância muito útil para fabricar remédios, uma ONG que conseguiu mudar os paradigmas da educação numa comunidade ou um dia que foi salvo graças a coisas que só você sabia fazer. Se tiver apenas alguns minutos para isso (como num SAT ou num vestibular), pense na mensagem central que irá passar, e estruture as coisas enquanto escreve.
Lembre sempre do centro das atenções do seu texto. Mesmo num texto sobre você, dificilmente será algo superficial demais. Num texto sobre sua história, dê foco àquelas que melhor valorizarão sua imagem ao leitor-alvo. Se for escrever sobre temas mais polêmicos, cuidado com os exemplos que usar, para não fugir do tema central.
No mais, escreva da forma mais sincera possível. Lembre de exemplos que você já viu ou vivenciou, pois será algo muito mais tranquilo sobre o qual escrever. E lembre sempre que, por mais que você acabe olhando para o seu texto e desejando que certos parágrafos nunca tivessem sido escritos, aquele texto foi escrito com muita sinceridade, e você de fato quis passar aquela mensagem.
Lembro do texto que escrevi sobre a WoPhO pouco meses depois de seu estatuto ser criado. Eu já me prometi reescrevê-lo, pois ele ficou desatualizado (ele não ficou atemporal). Vejam que ele é o texto mais entusiasmado que já escrevi, e também um daqueles que eu imagino mais “vergonha alheia” ever. Mas não me arrependo dele, pois sei que os leitores do OC acessam o texto para entender a competição, sei que é um dos primeiros links ao pesquisar “WoPhO” no Google, e sei que o escrevi de coração (*snif*).
No mais, você só aprenderá a escrever bem escrevendo. Quer treinar redações sem rascunho? Faça isso. Um blog ou um tumblr pode tirar um pouco as falhas da primeira redação. Quer escrever textos mais embasados? Leia mais sobre o que lhe interessar.
Ah, escrevo isso em nome da redação que pretendo escrever como a melhor dentre todas que já fiz, e para a qual quero olhar daqui a algumas décadas e chorar enquanto leio. Sim. E prometo colocá-la aqui para vocês também lerem.
Ah, começou fevereiro, YAY! Dizem que mês de carnaval ainda não é o início do ano de fato. Balela. O que pretendem fazer de interessante? Deixe um comentário lá em cima.