Passado

Um pouco do passado: IYPT

Posted in Olimpíadas, Passado on setembro 24th, 2013 by Cassio dos Santos Sousa – Be the first to comment

Foto da final do IYPT 2010

Uma olimpíada que certamente marca a vida de uma pessoa é certamente o IYPT. Ela não é a minha olimpíada favorita (se tivesse de escolher uma, provavelmente morreria sem escolher, pois não gostaria de ver nenhuma olimpíada de lado), mas está no Top 10 fácil, relaxem.

Falarei aqui somente do IYPT 2010, pois foi um passado que eu vivi. Se quiser saber mais sobre os IYPT’s seguintes (e muito possivelmente também os anteriores), vejam o blog da Bárbara.

Por que este post? Principalmente porque a Bárbara fez pouca coisa sobre aquele ano (o IYPTBR só veio depois, e ela só se animou com o IYPT em 2011), e porque é necessário um registro daquele ano que seja digno do retorno da competição. Enfim, ele será enviesado para meu time, inevitavelmente, mas falarei um pouco do resto todo para vocês, prometo. Então vamos lá!

Primeiro, até pouco mais de duas semanas antes da Fase Nacional do IYPT Brasil 2010 (que, a partir de agora, chamarei apenas de IYPT), não sabia que iria participar de coisa alguma, e estava muito bem com isso.

Os times classificados do Objetivo se prepararam durante as férias e até mesmo um pouco antes (foi nas férias de 2010 que conheci o Francesco), e este período era justamente aquele no qual estava treinando para minha IPhO. Fiquei super feliz com o convite do time do Victor Rosa (e da Luciana Marques, da Mariko Hanashiro, do Gustavo Iha e da Carla Bove – “Os Bósons de Gauge”, ou só Bósons) logo que começaram as inscrições, mas minha cabeça estava 100% na IPhO, então prontamente disse não, e eles entenderam (e agradeço muito por isso).

Mas o IYPT seria depois da IPhO, então ainda haveria ainda um tempo no qual eu poderia fazer experimentos e participar da competição bem mais tranquilo no pós-IPhO. Ainda sim, disse não, pois não tinha começado meu estudo para os vestibulares ainda (a não ser por simulados do ITA, estava bem atrás do pessoal da minha sala). Já sabia que não iria applicar, então este era o foco naquele semestre.

No entanto, cerca de duas semanas antes da Fase Nacional, com os times já decididos e afins, algumas coisas começaram a dar errado com o time do Francesco.

O Francesco Perrotti tinha se unido a dois amigos nas férias e formou um time, do qual era capitão (o nome era “Quarta Dimensione Viator”, uma brisa de um integrante do time na hora da inscrição, segundo o Francesco). Tudo ia bem, e as apresentações estavam sendo escritas tranquilamente, quando um dos integrantes brigou com o Francesco, e saiu da equipe.

O mínimo para participar do IYPT é ter um time com líder (professor/monitor) e três integrantes, e o time do Francesco estava com dois. Para ajudar, o membro que sobrou (não lembro o nome deles) não queria participar, pois estava como “laranja”, apenas para suprir a necessidade de membros (algo muito comum quando apenas alguns membros de um time estão de fato participando do IYPT, o que é muito fácil de perceber até na Final). Agora, o time do Francesco tinha apenas um membro.

Ele entrou em um leve desespero, e logo chegou ao pessoal da OBF lá do Objetivo perguntado se alguém poderia ajudar a completar o time dele, ou então ele seria desclassificado. Nisso, ele chegou ao Matheus Tulio, ao Gabriel Lisboa e a mim.

Eu ainda não sabia dizer se conseguiria participar, mas o Gabriel e o Tulio facilmente toparam, e foram tentar me convencer a ir para o time do Francesco também. O Tulio insistia para que eu participasse porque o Francesco era um experimental muito bom, e que, se não fosse para participar em nome do IYPT ou de alguma medalha, que fosse em nome do Francesco e de todo trabalho que ele teve até aquele momento.

A coisa agora estava bem mais moral do que qualquer outra coisa, então decidi participar do time dele. E então faltavam 10 dias para o IYPT. E muitos problemas ainda estavam sem apresentação.

Fiquei encarregado de dois problemas, os quais eu poderia abordar da forma que eu bem entendesse: um era o 2, “Padrão Brilhante”, de Ótica, e o outro era o 12, “Toalha Molhada”, envolvendo ondas de choque (e toalhas, claro – acabei levando uma para o IYPT).

Tive um feriado muito desejável no 7 de setembro para começar os problemas, mas daí sobrou uma semana para a competição. Nisso eu tinha de estudar para as provas da semana, tinha de faltar aulas para fazer os experimentos, e todas as outras coisas que já deveriam ter sido treinadas até aquele ponto.

Lembro até que, na sexta-feira da apresentação oficial dos times, eu só voltei para casa quando a parte mais chata do problema do Padrão Brilhante fazia sentido. Nisso, eram quase 17h, então peguei um trânsito infernal e ainda tinha de me arrumar para a Abertura (fiz isso em tempo recorde). Ainda bem que meus pais me levaram para a Poli. Aquela semana foi um terrorismo.

-(A partir deste ponto, se ainda não souber a mecânica do IYPT, vá ao blog da Bárbara)-

Deu para sentir uma pressão bem menor lá na Poli, após ver alguns jurados, o pessoal da b8 (de volta) e alguns rostos conhecidos dos times convocados (como o do pessoal do Objetivo Aquarius). No entanto, as apresentações não estavam prontas até aquela hora. Nisso, tive de dormir umas 2~3 horas antes de ir para a UNIP no primeiro Fight, discutindo os detalhes com o Francesco via Skype (a ligação foi horrível, mas deu para deixar alguma coisa pronta, eu acho).

Ah, e apesar de termos entrado no time do Francesco, não estávamos no Booklet. Just saying.

Nisso, começava o primeiro dia de competição. Como o Objetivo tinha mais times (Santos, Aquarius e São Paulo), fomos escolhidos como cabeças-de-chave (agora a escolha se dá por ordem de pontuação nos relatórios). O nosso maior medo era que, até o primeiro Fight, ninguém nunca tinha participado de um PF na vida. A gente ficou com mais medo de estar fazendo a coisa errada do que de apresentar/opor/avaliar.

No entanto, depois do primeiro problema daquela sala (“Bolas de Aço”, com o Francesco de relator), tudo ficou mais tranquilo. Já conseguíamos ter alguma ideia dos outros times e sabíamos, enfim, como funcionava um Fight. O resto foi mais razoável de encarar, sem dúvida.

Não vou me lembrar mais dos problemas daquela sala (borrão total), mas lembro que fizemos uma oponência bem meia boca. O fim do 1º PF tinha eu como avaliador (what?). Descobri que era bem tranquilo avaliar (para mim), mas você precisava fazer as perguntas certas para derrubar os outros times e mostrar que dominava bem o problema. Eu lembro que tinha tirado dois 10 como avaliador, e juro que foi a coisa mais legal EVER.

Na UNIP, de manhã, estava havendo alguma reunião dos professores para divulgação do sistema Objetivo, e alguns dos meus professores estavam lá de manhã. Lembro que o Polako e o Abreu tinham ido ver os PFs bem na minha avaliação, e depois fui procurar eles para dizer como tinha ido. Lembro de ter abraçado o Polako muito forte, de tão feliz que eu tava.

Após o almoço, ajeitamos mais algumas coisas e fomos para o segundo PF. Enfrentaríamos novamente um time do Mater Amabilis (acho que era o pessoal do “Buraco Negro”), que achávamos que iria nos dar muita dor de cabeça (alguém tinha feito um background check, e o capitão deles tinha sido o 1º treineiro de Bio em 2010). Acabaram sendo um time bem fraco que afundaria neste PF.

Novamente, borrões para dois dos três PFs. Só lembro que tinha sido opositor do Buraco Negro e tinha ido muito mal, pois não consegui ser mau na hora. Só lembro que o que salvou a gente (e disparou nossa pontuação) foi a apresentação do Tulio do “Gerador de Kelvin”, no qual ele apresentava um vídeo em câmera lenta como “superacelerado”, mas que acabou mostrando uma teoria tão bonita para os jurados que saímos de lá com alguns 10 tranquilamente (lembro que ele tinha mostrado uma força coulombiana lá, e estava até daora, mas não estava dimensionalmente correta, e eu falei “O expoente é 3/2”, daí ficou certinha).

O Buraco Negro daria bem menos dor de cabeça que o outro time do Mater Amabilis (o “Inverted Arrow of Time”, ou também o maldito IAT…), que nos enfrentaria no dia seguinte.

Detalhe: era o único aluno naquele dia que não estava usando um terno (estava com um agasalho azul e uma calça como se fosse um dia comum). Eu me senti muito errado, mas não havia código de vestimenta, então tudo bem.

Foto contra o código de vestimenta

No 3º PF, fui oponente da “Avatar”, a única equipe de escola pública, no problema da Toalha. Minha nota foi muito aquém do esperado, pois tinha sido muito mau com a relatora (estava fazendo várias perguntas tentando tirar alguma teoria dos poucos slides que ela mostrou, mas ela não sabia dizer nada, e no que eu insistia em explicar mais a pergunta, eu estava agindo como um ser muito arrogante pros jurados).

Depois, fui relator do Padrão Brilhante, com o IAT de opositor. O Lucas, o único membro de um time de cinco, era um cara muito bom de dialética e convencimento, e era um ser muito chato em coisas altamente pouco relevantes para o problema (apareciam perguntas como “Por que você não usou luz colorida?” quando o problema pedia luz monocromática). Acabei sendo levado pelo papinho chato dele, e os jurados também (as perguntas dos jurados eram iguais às dele, e a maioria era para mim, pois ele tinha mudado tanto as perguntas que era óbvio que não dava para responder – ele fazia uma pergunta sem você ter respondido a anterior, e se você não respondesse, ele insistia na pergunta, para deixar claro que você não sabia respondê-la), e minha nota foi baixa, enquanto a deles disparou.

O terceiro problema daquela sala foi o “Anemômetro de Papel”, apresentado pelo Lucas. O Tulio foi avaliador deles, mas acabou tirando uma nota meio baixa. Como eles foram oponentes da Avatar, e eles não se opuseram a nada do que o Lucas falou, ele saiu com uma nota gigante de relator, que disparou o time deles para a primeira posição, e iriam apresentar o “Canhão Eletromagnético”.

Dado que os Bósons não tinham passado por equipes muito fortes, eles ficaram com a segunda posição, e iriam apresentar o problema do “Gelo”. Surpreendentemente, nós ficamos em terceiro lugar! Estávamos ultra felizes em saber que iríamos para a Final (só um pouco tristes em saber que enfrentaríamos o Lucas), e tínhamos de nos preparar para os problemas que viriam a seguir. Iríamos apresentar o problema do “Gerador de Kelvin”.

No domingo, lembro que foi um momento no qual eu acabei vendo a irmã do Francesco, a Giulianna Perrotti, por mais tempo naquele IYPT, sendo “espiã” dos outros times, trazendo mensagens de encorajamento e comemorando muito junto com a gente. Ainda mantenho contato tanto com o Cesco quanto com a Giuli.

Enfim, a Final. Após os vários períodos prévios de preparação entre os times finalistas e a Final (juntamente com o “karatê”, criado pelo Victor Rosa), ela chegou. Para o nosso time, decidimos que haveria um membro por problema na Final (eu seria avaliador do Canhão, o Cesco seria oponente do Gelo, e o Tulio apresentaria o Gerador de Kelvin novamente). Seriam dois times do Objetivo contra um do Mater Amabilis.

Cada problema tem seus detalhes, então se preparem.

Primeiro, o Canhão.  Nenhum dos times do Objetivo tinha visto aquele problema, então corremos atrás de toda teoria que pudesse ajudar ambos os times. Como eu seria avaliador, eu não precisaria demonstrar muito conhecimento, mas até mesmo os Bósons sabiam que eu seria muito melhor como oponente do Lucas (mesmo eu sendo ainda um ser ultra tímido, eu ainda faria perguntas mais decisivas naquele momento, pois eu sabia que o Lucas manjava pouco de Física). Até tentamos trocar os times junto ao Márcio, mas estaríamos infringindo as regras, então ficou por isso mesmo.

A apresentação do Lucas foi até que boa, mas a teoria foi muito genérica, e eles tinham explorado muito pouco do Magnetismo. Anotei muitos pontos falhos na apresentação dele, e até tentaria passá-los para o Victor (o opositor do Lucas), mas, novamente, contra as regras. Basicamente, mesmo após ter mostrado alguns tópicos teóricos ao Victor antes da Final, eu sabia que ele ficaria sem ação.

Ele sabia muito pouco de Magnetismo para brigar de frente com ele. Ele não derrubou os argumentos do Lucas em momento algum, e acabou se ferrando muito com os jurados, pois acabou dando brecha para muita pergunta que ele fez ao Lucas e não sabia responder o porquê (coisas até meio básicas do Magnetismo). Eles se ferraram muito com isso.

Minha avaliação foi muito daora. Fiz perguntas que tentaram deixar o lado do Victor mais ameno, mas que eu ainda precisava fazer, e fiz uma pergunta de Magnetismo que eu sabia que o Lucas iria responder errado. A minha avaliação mostrou os pontos falhos dos dois (slides de tamanhos comparáveis para oponente e relator) e mostrou que o Lucas falou besteira na pergunta. Não tinha ainda o truque do “a apresentação foi inconclusiva” ou algo do gênero naquele IYPT, então tinha acabado por aí. E tinha acabado com dois segundos restantes. O público ainda não aplaudia na Final, mas o professor da Bárbara foi o único que vi aplaudindo após minha apresentação (ainda considero ele pra caramba por isso).

Tínhamos comemorado muito depois, não só porque a avaliação foi a melhor daquele IYPT, mas também porque os jurados não arriscaram fazer perguntas para mim.

Pouco tempo depois, o problema do Gelo. Sabíamos quem iria apresentar (o Gustavo – Iha – dos Bósons), e sabíamos também que ele apresentaria uma teoria completamente bizarra pro problema (a famosa “superfície quase líquida”). O Francesco foi o oponente dele. Sabíamos que os atritos da discussão seriam muito maiores, pois já sabíamos da apresentação dele (e do artigo no qual ele acabou baseando a apresentação dele – que não mostrava nada dessa “superfície”).

Ele fez a apresentação dele, que estava bem feita no Powerpoint, mas muito cheia de problemas no resto. O Francesco foi guiando as perguntas dele de acordo com o que íamos escrevendo. Tínhamos aprendido, após o Lucas e o 3º PF, que podíamos nos comunicar por papeizinhos, e fizemos isso de forma genial com o Francesco, pois as perguntas deixavam o Iha muito nervoso.

O mais engraçado da discussão dos dois foi quando o Gabriel tinha jogado um “Então você acredita em tudo que você leu (no artigo)?”, pois o Iha estava se defendendo muito com o artigo, e então o Francesco fala “Então você acredita em tudo que você LÊ?”. A gente desmoralizou o Iha na hora, mas passamos uma impressão meio errada também.

O problema é que acabou vindo muito jurado perguntar coisas teóricas para o Francesco, algumas que ninguém sabia como responder (coisas como “substância amorfa”, tópico que só aquele jurado sabia), mas ainda acabamos por responder muito bem algumas outras. Tínhamos saído bem daquele fight, mas o Lucas ainda tinha saído ileso da discussão estranha (mesmo tendo queimado o tempo de apresentação como avaliador). Já sabíamos que os Bósons dificilmente iriam ganhar de nós, mas ainda faltava sermos relatores (papel com maior peso), e o Lucas seria nosso oponente.

O Matheus fez, de modo geral, uma apresentação bem parecida com a que tinha feito no 2º PF, mas agora tínhamos pouco espaço para erros (nunca mandei tanto papelzinho para ele, muitos deles escritos “Fica calmo!”). Desta vez, os jurados tinham percebido que o vídeo estava em câmera lenta. O Lucas deu pouco espaço para discussão de teoria, como sempre, e fez pergunta sobre pergunta para deixar o Tulio nervoso, como fez comigo.

A discussão entre o Tulio e o Lucas, por menos que ela tenha acrescentado, foi a mais acirrada de todo o IYPT. Diferente de mim, o Tulio ficava puto bem mais rápido, e ele perdia o controle de uma forma que até mesmo retomava o controle do Fight (que se perdia muito fácil com as perguntas sem sentido do Lucas). Por mais que eu entregasse papeizinhos, o Tulio lia só alguns (o chão ao redor dele estava branco de papéis na discussão com o Lucas).

Sem dúvida, o ápice da discussão foi quando, após o Tulio ter perdido o controle, ele aumentou o tom de voz (o Lucas acabou deixando, pois sabia que o Tulio estava se queimando com isso) e questionou “Você está me fazendo esta pergunta do secador toda hora. Então me responde: qual a importância do secador? Vai, me fala!” (Ah, as perguntas envolvendo secador eram “você usou um secador para diminuir a umidade do ar?” e “qual a importância do secador no experimento?”). Nisso, o Lucas acaba cedendo e responde “Ah, não sei!”. Todos racharam muito de rir naquela hora!

Por mais que tivéssemos mostrado que ele não sabia do que estava falando, deixamos as perguntas relevantes passarem sem resposta ou com resposta incompleta/errada. Perdemos muitos pontos com isso, mas o Lucas ainda tinha saído de lá com muitos pontos. A Luciana tinha avaliado, mas acabou citando muito sobre a discussão e não tanto sobre a teoria, então acabou perdendo muitos pontos.

O legal deste fight (lembrado muito bem pela querida Carla Bove) foi a jurada que perguntou sobre a sílica gel, uma das perguntas mais repetidas pelo Lucas ao Tulio (deixada sem resposta por não parecer obviamente relevante). A jurada perguntou “Quanto de silica gel seria necessário para secar uma sala”, e o Lucas responde “Ah, não sei, mas deve ser um monte.” Todos racharam muito de rir!

Resultados intermediários de equipes das quais me lembram: como deixamos razoavelmente claro que o Buraco Negro não tinha feito boas abordagens dos problemas que eles tinham abordado em ambos os fights, não ganharam nada. O time da Bárbara Cruvinel (que postou lindamente este link no IYPT BR) ganhou um bronze com uma pequena diferença de pontos em relação a nós (esperávamos, após as notas baixas do 3º fight, que o time dela fosse passar).

O time da Avatar ficou entre os últimos colocados, mas foi chamado para receber um prêmio especial como única escola pública da competição. Tanto em 2010 como em 2011 (participando novamente e ganhando novamente este prêmio), todo o pessoal do Objetivo aplaudiu o time deles de pé, acompanhados depois por toda a plateia.

Resultados finais: os Bósons ficaram em terceiro lugar, e nós ficamos em segundo lugar. O que nos deixou mais putos foi que o Lucas acabou sendo a maior nota em todos os problemas (tinha jurado muito baba ovo pra ele).

Ainda sim, segundo lugar, e uma medalha de Prata que jamais imaginávamos ganhar, dado que nossas apresentações foram iniciadas uma semana antes. E ainda saímos como campeões morais (como o Felipe Vignon, ex-participante da internacional, nos disse, se fosse na internacional, teríamos ganhado).

Após isso, todos do Objetivo se juntaram, e fomos tomar sorvete e comemorar os resultados (dois times da Salinha com Prata e indo para a Final logo no retorno do IYPT). Descobri também que o Vignon (um dos 10 como avaliador no primeiro PF) também tinha me dado 10 na Final (foi daora, também).

Acabamos nos divertindo muito, saímos de lá com uma medalha de Prata (2º lugar, de fato) muito foda, uma experiência sem igual, e uma paixão estranha por esta coisa chamada IYPT, algo que nem imaginaria ter 10 dias antes da Fase Nacional.

(Post com mais de 3000 palavras, BTW. No entanto, que ele sirva como relato oficial do IYPT 2010)

Lembranças… e IYPT 2014

Posted in Olimpíadas, Passado on agosto 10th, 2013 by Cassio dos Santos Sousa – Be the first to comment

Minhas páginas sobre o passado me trazem de volta lembranças incríveis das competições que construíram muito do meu caráter e me trouxeram amigos que levarei para a vida inteira. Tratá-las como “passado” dá a impressão de que estas competições ocorreram há muito tempo. No entanto, como muitos olímpicos começam a participar desde jovens, o laço que se constrói com elas é muito, muito forte, e você dificilmente o quebra completamente quando entra na faculdade, ou mesmo depois desse período. Arrisco dizer que, quando a paixão por elas é muito forte, elas passam a fazer parte do seu DNA.

Quando comecei este blog (em 31 de dezembro de 2012 – sim, podem ir lá ver o primeiro post), estava ligado às olimpíadas do EM apenas pelo site. Como muitas delas acabam “morrendo” quando você entra na faculdade, você fica cada vez menos conectado a este mundo, e ficaria difícil escrever um “Vida de Olímpico” quando você não é mais tão olímpico. No entanto, só de jogar a sugestão para a equipe, a aprovação foi completa, e a explicação principal para isso foi que, de tanto eu participar de olimpíadas, eu ainda seria capaz de inspirar com cada conquista que tive, e eu não estaria tão distante assim das olimpíadas. Uso muito disso para escrever cada post do meu passado, e uso esta mesma força para escrever meu futuro.

Voltando aos dias atuais, comentarei sobre o IYPT.

Primeiro, o Brasil pegou a Prata tão sonhada este ano, YAY! Mereceram mesmo, parabéns!

Segundo, logo que os problemas de 2014 foram divulgados no Twitter do IYPT (na madrugada de 1º de agosto, eu acho), mandei os problemas para a Bárbara no mesmo instante e começamos a traduzir todos os 17 na mesma hora. Nem duas horas depois, já tínhamos mandado os problemas para o Márcio, e não tinha dado nem meio dia e os problemas já tinham sido oficialmente divulgados na página do IYPT Brasil! O mais legal: nossos nomes estão lá embaixo! Isso foi muito daora. Logo eu deixarei o link do IYPT junto ao meu portfólio (traduzir não é algo simples, sério).

Comentário: no problema 7, o termo “geladeira de potes” foi uma adaptação minha do pot-in-pot refrigerator original do Inglês, porque, até aquela data, não existia a página sobre o tema em Português na Wikipédia, e todos os links em Português no Google também não sabiam como lidar com o termo (tanto por isso, o termo original foi mantido, pois só assim as pessoas iriam encontrar alguma coisa pesquisando, mas como precisávamos de uma tradução, esta foi a melhor que achamos). Acabei “criando” este nome, mas espero que ele seja oficialmente adotado pelas futuras pesquisas sobre o tema em Português (que aumentarão bastante por conta do IYPT Brasil).

Terceiro, escrevi um depoimento rápido sobre minha participação no IYPT 2010 no IYPT BR (a Bárbara tinha pedido um depoimento, eu falei “why not?” e voilá). Digo que foi rápido porque ele não disse o nível dos perrengues e das aflições nos bastidores: isso eu guardo para um próximo “Um pouco do passado”, quando também pretendo escrever todos os bastidores que merecem ser ditos. Sim, Bárbara, eu vi o seu “Breve resumo” de 2010 no IYPT BR, mas tem muuuito mais coisa a ser contada, coisas que talvez só a minha perspectiva tenha capturado – como a Final, por exemplo.

Quarto, escreverei daqui a alguns dias um overview dos 17 problemas junto com a Bárbara. Não pretendemos dar dicas de questão alguma – não queremos “viciar” as apresentações de 2014 – tanto porque, para muitas daquelas questões, nem sabemos ainda por onde começar. Queremos, no caso, dar nosso julgamento inicial vindo das traduções, mostrando um pouco das ambiguidades dos enunciados e tirando os interessados de suas inércias. Talvez surja uma versão em Inglês – para mostrar ao mundo IYPTeico – mas, como disse, será apenas um overview.

Último comentário: guardei as sugestões de relembrar o passado da minha IJSO e da minha IPhO com carinho. Tem muita olimpíada no meu passado, e falar de cada uma toma um tempo razoável (que comumente não tenho), mas guardei os pedidos.

Apenas para concluir as minhas lembranças: mesmo que algum “Vida de Olímpico” pareça não fazer sentido quando a pessoa entra na faculdade, saiba que cada blog mais movimentado vai criando vida – e a vida fica inevitavelmente mais distante do mundo olímpico com o passar do tempo. Mesmo assim, cada blog fala muito da pessoa que o escreve, e, do mesmo jeito que eu escrevo sobre Sudoku no meu tempo livre, tópicos dos mais variados vão aparecer. Mesmo que não seja sobre olimpíadas, será sobre algo que aconteceu de bom conosco e que queremos dividir com o mundo – seja ele olímpico ou não – para que alguém que o leia possa animar o seu dia e, quem sabe, inspirar-se com o que escrevemos.

Um pouco do passado: OPF

Posted in Olimpíadas, Passado on julho 30th, 2013 by Cassio dos Santos Sousa – Be the first to comment

Ouro da OPF e a Prata da IJSO 2008 + Ana Paula

Já faz um tempo que eu não escrevo sobre a minha participação numa olimpíada (escrevi sobre a OPM no início do blog). Direi a vocês sobre a olimpíada que me trouxe mais ouros, e a história desta foto. Para muitos dos comentários que farei, sugiro que olhe primeiro o post que fiz  da OPM (ele é longo, mas ficou bom, prometo), quando tinha decidido que participaria de Olimpíadas Científicas de fato.

2006

A Olimpíada Paulista de Física (OPF) não foi a minha primeira olimpíada (foi a OBA), mas foi a minha primeira Olimpíada de Física. E isso ainda aconteceu na sétima série, em 2006, quando não tinha tido aulas de Física em momento algum (nem me arriscava a ir para as aulas à tarde).

Na minha primeira participação, não me surpreendi com o resultado: 8 pontos de 20. Não passei nem da primeira fase (de duas). Mas isso já era o segundo semestre de 2006, então meu ânimo para aprender o que eu errei e ver as matérias com mais detalhes estava a mil. Aproveitei o fim do ano para aprender um basicão daquilo que caía na prova (com a prof. Márcia, super legal).

2007

A olimpíada já tinha me intrigado o suficiente para voltar a participar em 2007. Na minha oitava série, já apareciam as primeiras aulas de Física e Química (que também me intrigaram para a OQSP, mas que ainda não estavam na hora certa) no colégio, então já dava para ficar afiado desde o início do ano. Aproveitei também para ter as primeiras aulas à tarde, uma parte delas com o prof. Gromov (quando conheci a Carla Bove – e sua mãe – e a Gabi Ueno – minhas amigas de mais longa data), outra parte com o prof. Guilherme (acho).

No meio do caminho, conheci a OBF, cuja última fase veio antes da última fase da OPF (bem mais tranquila de se atingir desta vez). Em nome da última aula que tive com o Guilherme, aprendi pêndulo simples, e em nome das últimas aulas de Matemática do colégio, aprendi a escrever gráficos. Ambos os aprendizados me renderam uma incrível prata na OBF – os gráficos facilitaram as provas teórica e prática, e o pêndulo simples foi o tema da prova prática (o/).

Em nome da fase final da OBF e da OPF, acabei conhecendo o prof. Ronaldo Fogo. Fui apresentado a uma de suas aulas, que estava REVISANDO temas em geral. Nunca boiei tanto numa aula de Física (mesmo nas aulas do Ardê que via sem querer, eu aceitava mais as coisas). Não voltei a ver mais aquelas aulas em 2007.

Na final da OPF (quando visitei o ITA pela segunda vez – a primeira foi com a Jornada Espacial, quando conheci a Ana Paula da foto), estava empolgado por conta da OBF e tudo mais. No entanto, tive em 2007 um recorde de brancos, erros e péssimas leituras de enunciado exatamente naquela prova. Resultado: NADA novamente. Mas eu esperava que isso acontecesse, mesmo.

A medalha na OBF foi o que eu precisava para continuar investindo cada vez mais na Física, então não desisti nem dela (a qual poderia – e acabaria por – me levar à IPhO), nem da OPF. E sinto que foi uma decisão perfeita.

2008

Foi em 2008 que entrei de cabeça nas aulas de Física após a aula, agora somente com o prof. Ronaldo. Como regra de todos os alunos iniciantes do Ronaldo (mesmo os medalhistas de anos anteriores da OBF e da OPF), você precisava acompanhar e fazer as aulas e folhetos em diversas tardes da semana – e também em sábados e em alguns domingos (?) – para ter um bom nível no final do ano.

Antes da 1ª fase da OPF, ainda nos folhetos de Mecânica, eu já conseguia ter insights sobre aceleração aparente na aula de força resultante. Ele olhou isso com olhos de futuro promissor para o meu lado, e começou a me oferecer folhetos mais pesados (dentre eles, um livro cheio de questões do ITA de Física – eu achei ele muito WTF naquela época).

Na primeira fase, eu estava manjando bizarro, sério. Fiz a prova tendo um controle incrível da situação desta vez. O resultado me surpreendeu incrivelmente: gabaritei a primeira fase. Mais incrível ainda? Após ver as notas com o Ronaldo, descobri que fui o único do primeiro ano do estado inteiro a gabaritar. O Ronaldo já sabia disso na segunda-feira – pois os professores já recebem o gabarito no mesmo dia, então já aproveitam e corrigem no mesmo dia – e já começou a conversar comigo sobre uma tal de IJSO – que, na época, ainda estava selecionando alunos pela 1ª fase da OPF. Ele não falou só comigo, claro: conversou também com o Matheus Tulio – também amigo de longa data – e com a Gabi Ueno.

Não estragarei as surpresas sobre a IJSO, pois ela foi uma divisora de águas em termos de olimpíadas – o meu eu olímpico pré-IJSO e o meu eu pós-IJSO são seres visivelmente diferentes -, mas estava estudando Física cada vez mais – considerando OBF, OPF e IJSO. Fiquei muito mais tardes estudando Física, a ponto de não fazer a 2ª fase da OBM para treinar para as provas experimentais. Era nesse nível.

No fim de agosto, ocorreu a seletiva da IJSO. Já sabia que seria selecionado, de acordo com o Ronaldo, então estudei afiadamente Física, Química e Biologia – naquela época, os livros do Objetivo que usei para estudar já estavam perdendo a capa. Fiz a prova com um nervosismo inevitável, mas com todo o cuidado do mundo. Resultado: 3º lugar geral, e uma vaga na equipe brasileira da IJSO 2008. Foi ultra foda essa notícia, só posso dizer isso.

A fase final da OPF de 2008 foi um mês depois, um dia depois da 2ª fase da OBF (a OBF foi num sábado, a OPF num domingo). Não sei quão útil foi isso, mas fiz as provas do domingo bem mais tranquilo, atentando para enunciados estranhos, contas com vírgula e repetições de experimento. Aproveitei também para conhecer os demais membros da equipe brasileira, como o Gustavo Haddad.

Lembro de ter saído da prova teórica – a última do dia – feliz pra caramba, de tão bem que achava ter ido. Lembro que a Gabi também voltou super feliz de lá, e o nosso grupo de participantes da seletiva da IJSO (o Matheus – que foi comigo para a Coreia -, a Gabi, o Rodrigo Paroni – que também é bolsista ISMART – e eu) foi conversando pra caramba na ida e na volta – eu acabei cochilando na volta, mas foi super legal anyway.

Desta vez, eu tinha maiores esperanças de que meu nome fosse aparecer nos medalhistas, pois a OPF libera esta lista antes da premiação – pois eles colocam o seu nome atrás da medalha. E ele apareceu, junto com o da Gabi e de diversos outros amigos. Foi muito daora, e isso porque não tinha nem ido para a IJSO.

Na premiação, lembro que a Gabi pegou medalha de Prata – um dos momentos mais felizes ever para ela, eu lembro – e eu peguei medalha de Ouro. Eu fiquei feliz pra caramba, pois já tinha voltado de uma conquista incrível da IJSO – como mostrado na foto, consegui uma Prata muito linda – e concluiria minhas conquistas de 2008 com mais esta surpresa.

Ah, história da foto: a Ana Paula foi uma das amizades que fiz quando fui à São José dos Campos em 2007 por conta da I Jornada Espacial, evento proporcionado aos melhores participantes da OBA na parte de Astronáutica. Na época da foto, no início de 2009, ela já estava na FEI e não tinha ganhado nada na OPF, mas foi ao ITA só para rever os amigos (awn).

2009

Desde que tinha visto meu nome na lista de premiados da OBF, logo que voltei da IJSO no fim de 2008, já tinha começado a estudar Física bizarramente – eu queria ir para a IPhO. Ficava a maior parte do tempo, agora em 2009, com o Bruno Arderucio e o Rafael Parpinel – os melhores monitores que poderia ter na vida -, e pensava em Física praticamente 24/7.

A OPF já não trazia mais internacionais no meu futuro, mas era uma competição estranha em todos os sentidos. Ainda nem falei dela direito, mas sinto que este é o melhor momento para isso. Vamos lá.

A OPF tem uma 1ª fase nada absurda, relativamente justa com seu gabarito e num nível justo para cada série – desde a 5ª série do EF até o 3º EM, cada um faz a sua prova. A 2ª fase dela costuma(va, pelo menos) ser bem aleatória, ao menos para mim.

O pessoal do EF tinha questões teóricas bizarras – “Como obter água num deserto?” -, e nas questões do EM, quando o enunciado não falhava ou pedia detalhes demais – como DERIVADAS super estranhas -, tudo tinha conta com mais de três ou quatro casas decimais, e isso multiplicando e dividindo – sem usar calculadora.

Na 1ª fase, acabei gabaritando novamente. Foi daora.

Na 2ª fase, fiz a prova com o máximo de cuidado. Lembro também que estava num dos momentos em que mais sabia Física do meu EM, então não ligava de ficar na sala até o fim da prova quando todos já tinham saído da minha sala do 2º ano, pois revisar aquelas questões foi algo muito necessário – a prova do 2º ano estava bem mais difícil que a do 3º ano.

Por algum momento, achei que tivesse fechado a prova. Não fechei, mas consegui medalha de Ouro e obtive a melhor nota do EM inteiro (algo em torno de 98 pontos de 100). Fui descobrir depois que, na questão com o enunciado mais estranho ever da prova do EM, eu tinha sido a única pessoa a acertá-la completamente. Achei isso bizarramente foda

Não obtive a Medalha César Lattes, pois, naquele ano, ela ainda tinha como regra que o melhor aluno do 3º ano do EM iria recebê-la (tinha conseguido 3 pontos a mais que o ganhador da César Lattes). Mas sinto que a Malu discutiu bizarro com o Marim e a organização para mudar esta situação. Nisso, algo mais justo – e legal – foi determinado para 2010.

O melhor aluno do EM ganharia a Medalha César Lattes, e o melhor aluno do EF ganharia a medalha Shigueo Watanabe – criador da OPM (se você gabaritar a prova, você agora ganha um troféu de “gabaritador”). Antes, as melhores notas poderiam não receber nada mais do que um outro certificado – como foi o caso de 2009. Livros e prêmios bonitos ficavam só para os medalhistas especiais. Achei estas novas regras perfeitas.

2010

Em 2010, fiz a OPF depois da IPhO – de onde voltava com medalha de Bronze. Já não tomava nenhuma olimpíada nacional com tanta seriedade, mas foi um ano com recorde de participação olímpica – deem uma olhada no meu histórico depois. Na época da OPF, já não lembrava como usar as leis de Kirchhoff num circuito SIMPLES.

Não gabaritei a 1ª fase desta vez – por uma questão. Em teoria. Discuti o gabarito com o Matheus, que desta vez tinha gabaritado, e ambos concordamos que a questão que estava diferente para nós – sobre Relatividade Restrita – aparentava dar num gabarito que batia com a minha prova. Na prática, não mudou muita coisa para a 2ª fase, óbvio.

Na 2ª fase, eu me achei bem mais burro do que em 2009, mesmo tendo voltado da IPhO. Duvidei que, se viesse medalha, viria muita coisa. No entanto, como o Lucas Colucci, que foi comigo na IJSO, acabou dizendo uma vez: “A única coisa que se espera da OPF é que o Cássio ganhe ouro”.

Acabei ganhando o terceiro ouro na premiação em 2011 (droga!). Para minha surpresa total (sério), ganhei também a Medalha César Lattes, tendo tirado 92,5 de 100 (eu disse que estava mais burro). De novo, achei este resultado super foda. Ah, e ganhei dois livros novinhos do Halliday (conto nos dedos quantos dos meus livros não são xerox). Foi uma tarde sensacional aquela (também porque depois começava a minha primeira semaninha).

A OPF é bizarra (pelo que pude acompanhar nestes últimos anos, ela continua sendo). Ganhei medalhas por usar de extrema cautela em cada passo que fazia. Ganhava Ouro porque, aparentemente, tomava MUITO cuidado. Mas a OPF me trouxe coisas muito boas.

Foi a OPF a minha primeira olimpíada de Física. Foi por ela que cheguei a minha primeira olimpíada internacional. Foi com ela que peguei meu primeiro ouro numa olimpíada de Física. Foi nela que vi que era realmente bom nesta matéria, a ponto de ser chamado mais de uma vez para receber um prêmio especial, o qual é também a minha medalha mais pesada.

Agradeço por todos os cinco anos incríveis de OPF que tive.

Figurinhas repetidas

Posted in Passado on fevereiro 17th, 2013 by Cassio dos Santos Sousa – Be the first to comment

Estou com alguns itens tecnológicos novos em mãos (caros, por sinal). No entanto, a parte mais chata de se fazer upgrades no seu computador é ter de arrumar uma quantidade gigantesca de coisas para nada dar problema ou ficar chiando. E nisso, estou arrumando mais de sete anos de arquivos nos mais diversos lugares.

Arrumar todos me fez ver que minha vida digital, online ou vivida na frente de um computador é gigantesca, e só tenderá a aumentar. Apesar do drama que alguns fazem, se o tempo gasto junto a um computador, a um livro ou mesmo frente à TV for sabiamente gasto, então há um investimento, e não haveria problema nisso.

Fora isso, dado que passei por várias trocas de computador e notebook, tive de fazer vários backups. E cada vez que você se acomoda ao trocar seus arquivos de lugar, eles viram uma bola de neve. E entre seus arquivos mais valiosos e únicos, você verá uma quantidade gigantesca de figurinhas repetidas.

Dentre estas figurinhas repetidas (ou nem tanto), você poderá ver uma série de coisas. Um monte de rascunhos com versões inacabadas de textos e trabalhos a serem entregues, imagens baixadas sem razão aparente, arquivos desatualizados de setup, a versão mais horrível possível de uma música que você gostava, etc. No geral, estas coisas estão para ocupar espaço, mas você já se apegou a elas alguma vez.

Mas dentre as várias figurinhas repetidas, você vai encontrando algumas mais valiosas. Uma foto com seu melhor amigo, um trabalho que recebeu nota dez, uma música especial, o que for. Estas figurinhas são aquelas que trazem à tona algumas das memórias mais significativas para você.

Faço então um pedido: tente se lembrar de coisas realmente antigas, porém valiosas demais para você esquecer. Você até se espanta com o grau de nostalgia você consegue atingir de uma só vez.

Eu lembro de algumas.

A primeira música que baixei num computador (antigo o bastante para 20GB de memória ser muito e internet discada ser moda) foi “Put Your Records On”, da Corinne Bailey Rae.

Meu primeiro videogame foi o Super Mega Drive 3, e minha fita de jogo preferida era Ultimate Mortal Kombat 3.

Um grande amigo que ainda mantém contato me conheceu numa desavença da 1ª série, por conta de um bebedouro. Na 3ª série, ganhamos moral e nota extra por termos entregue cartas um para o outro via correio por conta de uma tarefa, sendo que (ainda) moramos a menos de 200m um do outro.

Tive de mudar de sala no meio da minha 2ª série. No primeiro dia da mudança, eu não conseguia copiar ou fazer nada que minha professora passava na lousa, e ela olhava para mim como se eu fosse o ser mais burro da sala (isso na 2ª série era muito triste). No segundo dia, no entanto, ela passou algumas tarefas de Matemática (you know, somas e subtrações), e eu consegui fazer tudo tão rápido que ela logo mudou de opinião. Eu ainda amei a minha 2ª série.

Voltando agora aos dias atuais.

Haverá figurinhas tão valiosas que nem compensa deixá-las no álbum, pois dá vontade de levar para todo canto, colar no caderno e mostrar pra todo mundo. Como uma memória realmente valiosa que você não esquece por nada deste mundo.

Mas pode ser que haja muita figurinha repetida no meio delas, e que só ocuparão espaço. Troque-as por outras que estiver faltando. Renove-se sempre um pouco mais a cada dia.

A melhor semana de exames

Posted in Passado on janeiro 15th, 2013 by Cassio dos Santos Sousa – Be the first to comment

Comentarei agora sobre uma das semanas mais estranhas e incrivelmente legais da minha vida, e que não aconteceu há muito tempo. E tudo começou com uma rejeição.

fundacao-estudarDesde o início de 2011, apareceu para mim a Fundação Estudar. No entanto, era 2011, e minha jornada no ITA estava tão confusa e cansativa que não conseguia pensar muito no mundo externo. Mas aí, com um tempo de aprendizado razoável, chegou 2012, e a FE me apareceu de novo. E, para nossa alegria, mais de uma vez.

Decidi aplicar. Entreguei todos os papeis direitinho, arrumei um monte de documentos a tempo e fiz as provas. Consegui passar pela dinâmica de grupo (que fiz junto com o Gustavo Haddad) e cheguei até a entrevista individual. Acabei ficando quieto demais em relação às coisas que fiz e queria fazer, e não fui muito mais além. Fiquei um pouco receoso sim, mas daí pensei: “A culpa foi toda minha, e eles são muito bons. Eu preciso tentar de novo”.

Daí, no meio do ano, aparece para mim o Laboratório Estudar. Precisava fazer um vídeo, entre outras coisas, para conseguir me inscrever. Acabei enrolando, pensei muito pouco sobre o vídeo, e acabei não passando. De novo. Dessa vez, pensei que não haveria uma segunda chance tão cedo.

Vi alguns amigos que entraram para a FE e outros que participaram do Laboratório, e muitas recomendações. Mas sabia que demoraria para acontecer comigo, então só comemorei junto.

No entanto, por alguma obra genial do destino, apareceu outro Laboratório em São Paulo (ocorreram outros em outras cidades, mas nem me arriscaria). Dessa vez eu sabia que precisava tentar de novo, porque dessa vez eu iria conseguir. Mas não me arrisquei a tentar tudo na pressa de novo: pedi ajuda. Bastante ajuda, por segurança.

Conversei com meus amigos sobre como falar num vídeo e o que falar no vídeo, tendo em mente deixar bem claro a minha mensagem. Mudei também o jeito da minha inscrição para dar mais foco à minha vontade (não parecia legal falar só de mim). Apostei minhas fichas, fiz um vídeo que quase estourou o tempo limite, mas entreguei tudo a tempo.

Alguns dias depois, chega um email dizendo que eu passei. Felicidade instantânea, sério.

Ah, um pequeno toque a todos vocês. Já recebi emails de rejeição mais de uma vez. TODOS eram iguais, independente da situação, da língua ou da pessoa por trás dele, e direi como eles funcionam.

Eles começam com algo do gênero “Olá, fulano. Ficamos felizes em ter você participando de nossa iniciativa”. Isso serve para não estragar o email e sua expectativa em cima dele, pois é isso que normalmente dá para ler no Gmail antes de abrir o email de fato. Os próximos parágrafos necessariamente falam que você foi rejeitado. Dependendo do processo, eles falam por quê, mas em geral isso não acontece, e não pense que isso é feito por mal.

No entanto, se você parar e ver os emails de aprovação, eles deixam isso bem claro desde a primeira linha. A felicidade é extraordinária de ambos os lados, começando com “Olá, fulano. Ficamos felizes em informar que você foi aprovado!” logo de cara. Eles ficam meio sem assunto, mas sabem que sua expectativa imediata é saber que passou.

Voltando à minha aprovação, participei do Laboratório Estudar pouco tempo depois. Vi muita coisa, conversei com muita gente, fiz alguns grupos, algumas trocas de mensagem, e logo tive de pensar em um salto. Não é ainda hora de dizer qual foi, mas um salto é basicamente um grande desafio, para motivar a pessoa a fazer algo que ela sempre quis mas nunca se arriscou. O prazo era de quatro semanas.

Havia um salto individual e um salto em grupo para acontecer. Os detalhes de cada um deles varreram três das quatro semanas. A única data em que foi possível fazer o salto em grupo estava na quarta semana, e a parte principal do meu salto só poderia ocorrer junto com o salto em grupo.

Esta quarta semana foi justamente a minha segunda semana de exames. No caso, a semana de exames possui as provas finais de todas as matérias, valendo um terço da nota do semestre (ou mais). Tenha noção de que era a segunda semana, o que significava que já tinha passado por maus bocados anteriormente.

Já tinha feito um trabalho de domingo para segunda. Na segunda, precisava fazer uma prova. Na terça, precisava estar de manhã em Poços de Caldas – MG para meus saltos. Na quarta, precisava estar de manhã no ITA para fazer outra prova. Na quinta, precisava estar em São Paulo para presenciar uma palestra muito boa com um psicólogo genial. E na sexta, precisava estar no ITA de volta para fazer a última prova do semestre. E sábado tinha a segunda parte do Laboratório. Sim, tinha tudo isso.

Entre terça e quarta, num período de 24 horas, fiquei 13 delas num ônibus. Não lembro quando dormi de fato naquela semana, mas dei muita sorte naquelas três provas.

Resultados: consegui passar em todas as matérias, concluí os saltos, vi uma palestra genial e nunca viajei tanto de uma só vez. Aquilo não foi saudável, mas foi a melhor das semanas de exames que já tive.

Transições

Posted in Passado on janeiro 13th, 2013 by Cassio dos Santos Sousa – Be the first to comment

Comentei no post abaixo sobre um período em que simplesmente queria desistir de tudo que me lembrasse olimpíadas, exceto o colégio. Sinto que, por mais parágrafos que eu escrevesse sobre isso antes, não passaria a visão correta. Então, decidi aproveitar o post anterior para fazer este, e mostrar mais uma história sobre mim.

No fim de 2005, minha sexta série, tinha aparecido uma oportunidade (daquelas que só aparecem uma vez na vida) de estudar no Colégio Objetivo por meio do ISMART. Eu não tinha certeza de nada do que iria acontecer, mas estava de férias, então resolvi correr um pouco atrás disso com meus pais. Não perderia nada tentando.

Nisso, acabei fazendo as provas de seleção (provas de Lógica, Português e Matemática). E então descubro que passei, e que fiquei entre os 20 melhores dentre mais de 600 anos da rede pública. Nisso, seguiram algumas entrevistas individuais, entrevistas em casa junto com a minha família, e uma dinâmica de grupo. Sinto não ter treinado discurso algum, nem ter estudado alguma coisa antes da prova (nunca tinha feito isso direito na escola pública).

Daí então, já voltando para as aulas da sétima série, acabam me ligando para avisar que eu passei. Não sabia ao certo como reagir a uma ligação dessas, mas comecei a me arrumar para ver no que ia dar. Não tinha razões plenas para continuar na minha escola antiga (BTW, era uma oportunidade que me mostrava um caminho), então segui em frente.

O ritmo do Objetivo acabou me dando uma boa dose de estudo e trabalhos a mais. Sinto que as minhas médias só foram estabilizando em valores mais altos a partir da segunda metade de 2006, mas não vem muito ao caso.

Logo que entrei, recebi algumas “intimações” do pessoal do ISMART e de algumas coordenadoras para fazer as aulas de olimpíada. Não tinha noção alguma sobre o que elas falavam, o que tinha de estudar ou para onde elas me levariam, mas não era bem um pedido, então acabei assistindo algumas das aulas. Cheguei a fazer tudo até a OBA.

Depois da OBA, como não haveria mais provas até o ano seguinte e minhas médias não estavam tão plenas frente ao que o ISMART esperava, apareceu a oportunidade de eu simplesmente parar com as aulas. E escolhi parar.

A justificativa era clara para mim: sentia que só estava correspondendo a expectativas quando cobria minha semana inteira com aulas depois do horário. Por mais de um mês, acabei indo a aulas no sábado de manhã e cobrindo de duas a três tardes do resto da semana, fora as aulas de manhã. Tinha tarefas e trabalhos do colégio para entregar e aulas à tarde para, no mínimo, presenciar.

Nunca cheguei a ter um ritmo tão absurdo quanto aquele na minha vida. Daí parei. O resto já devo ter contado no post anterior: acabei voltando a elas depois das férias, algumas olimpíadas foram dando certo, e cá estou.

Meu início no ITA teve também bastante turbulência. Ainda não estava certo do curso que iria fazer (pensava em fazer Física também), não estava certo da carreira que iria seguir, não estava certo de quase nada.

Precisei de tempo e esforço demais para ter noção plena de que lá era um lugar certo. Por mais que eu perguntasse a pessoas, eu já conhecia as respostas, e daí chegou o “faça o que achar melhor”. E tive de seguir sozinho nisso. E aprendi um pouco entre choros e desesperos (não brinque com isso).

Há uma diferença plena entre curso e carreira. O curso é aquilo que você escolhe num vestibular. A carreira, segundo o Michaelis, é “o decurso da existência”, e quem decide aquilo que nela irá ocorrer é você. Não há certos e errados numa carreira, pois o caminho é você quem faz (ou constrói, não duvide disso).

Enfim, passei por muitos dramas e correrias, mas acabei me decidindo por ficar no ITA (ter ido para lá pode ter ajudado sim). O meu tira-teima foi achar que não seria um bom pesquisador se não seguisse 100% nisso, mas estava errado em achar que a Engenharia (o curso) não me satisfaria nessa trajetória. Fora isso, ficar um pouco mais no ITA me mostrou que há caminhos demais para quem gosta de andar.

Transições são momentos muito bons para você se descobrir, pois há escolhas, chances e oportunidades também. Mas são os momentos de maior pressão para muitos, por motivos semelhantes. Há decisões relevantes, mas não são o fim do mundo.

Aprenda tudo que puder numa transição, pois nela você poderá sentar e refletir um pouco.

Não impeça sonhos ou ambições, mas não bote pressão no futuro. Ele não aconteceu.

E lembre-se sempre de se divertir. Você aproveitará mais sua carreira e sua vida.

Um pouco do passado: OPM

Posted in Olimpíadas, Passado on janeiro 10th, 2013 by Cassio dos Santos Sousa – 2 Comments

Foto minha com o Bronze

Achei essa foto na galeria do BICO, enquanto procurava por uma foto decente minha da premiação de 2009. Descrição rápida da foto: o cara segurando a medalha sou eu, ao lado estão o Luis Pinho e o Matheus de Tulio, e atrás de azul está o Lucas Colucci.

Teria uma quantidade gigantesca de competições para escrever (e sinto que conversarei sobre elas no momento certo), mas resumirei tudo em três razões. O post, ainda sim, é longo, mas não irá se arrepender.

1. A OPM foi a minha primeira olimpíada de Matemática.

Sei que a OBM acontece alguns meses antes, e acabaria participando dela quando as inscrições começassem. No entanto, em 2006, um pouco antes da OBM começar, tinha decidido parar de vez com minha participação em olimpíadas científicas.

Tinha entrado no Objetivo há poucos meses, e não estava plenamente adaptado ao ritmo de lá na época, dado que fui da escola pública direto para lá. E daí me levaram a participar de tantas olimpíadas quanto fosse possível, indo até aos sábados, e eu estava parando de render cada vez mais nelas. Com medo de que parasse de render também no colégio, parei.

Tinha parado tudo, isso mais ou menos depois da OBA. Não queria saber de competir em mais nada. O colégio era prioridade, e não estava dando conta. Não estava rendendo, nem achei que chegaria a algum lugar. Parei por lá mesmo, sério.

Como então estou fazendo este post, e acabei tendo toda a minha trajetória olímpica? Simples.

Junto com julho (já tendo perdido a OBM), entrei de férias. E com essa rápida pausa, alguma motivação aleatória da qual não consigo nunca me lembrar qual foi também veio. E daí decidi voltar a participar de qualquer olimpíada que restasse.

Como tinha saído num período meio crucial, sobraram apenas duas olimpíadas para um aluno na sétima série: OPM e OPF, cujas primeiras fases coincidiram (19/08). A OPM foi de manhã, a OPF foi à tarde. Na OPF, não sabia Física, e não saí da 1ª fase.

2. A OPM me levou à minha primeira cerimônia de premiação.

A OPM acabou sendo a primeira competição do meu grande retorno. Foi também a primeira que me permitiu interagir mais de perto com meu professor de olimpíadas de Matemática, o Edson Abe (também iteano, um dos melhores professores que já tive), dentre outras coisas. Mas ainda não comentei como foi a 1ª fase.

Aquela talvez tenha sido uma das provas que mais encarei sem saber o que estava fazendo. Sabia apenas o que o colégio me trouxe, então estava muito defasado em relação à prova. No entanto, a OPM sempre tem algumas questões mais para a lógica e para contas simples. Dei um jeito de fazer algumas destas e rabiscar outras.

Para a maior das minhas surpresas, foi muito incrível ter visto a minha coordenadora me chamando para avisar que eu tinha passado para a Fase Final. Conjuntamente com isso, a OPM me levou à primeira 2ª fase de uma olimpíada com fases.

Daí fui levado a estudar um pouco mais. No entanto, ainda não tinha um décimo do ritmo que tenho hoje para estudar, e o treinamento olímpico das aulas já estava no meio do caminho. Acabei ficando apenas com poucas coisas a mais.

Nisso chegou a Fase Final. Lembro de ter ido para o Instituto de Física da USP fazer a prova, junto com meu colégio. Conhecia pouca gente, e não sabia quase nada da matéria, então acabei encarando a prova do jeito que consegui.

Junto com a Fase Final, vi que a premiação seria no mesmo dia. Não sabia como a prova funcionava ainda, nem arriscava que ganharia alguma coisa, mas acabei indo. Fui com meus pais e meu irmão direto ao Palácio dos Bandeirantes (Morumbi-SP).

O lugar era gigante. O local da cerimônia era gigante, apesar de a premiação ser ajeitada um pouco às pressas. Conheci o Shigueo Watanabe e o Ângelo Paroni, grandes nomes no que diz respeito a olimpíadas, lá no palanque, junto com a Inês do ISMART, instituição que me levou ao Objetivo. Vi diversas pessoas sendo premiadas, camisetas amarelas, e nada veio.

Participei de minha primeira cerimônia de premiação antes da minha primeira medalha chegar, apenas no ano seguinte. Comecei a ver o peso de tradições e costumes olímpicos lá da plateia, mas ainda estava pouco imerso no meio olímpico.

3. A OPM me trouxe a primeira de minhas medalhas na Matemática.

Depois de ter passado um primeiro ano sem conquistas, começou em 2006 a minha trajetória olímpica, e decidi continuar no ano seguinte. Voltei a frequentar bem mais aulas depois do horário, com bem mais frequência, também.

Dei foco à Astronomia naquele ano, mas pude participar de todas as competições, ainda que soubesse pouco para elas. Matemática ainda me parecia algo muito difícil, mas ainda cheguei à Fase Final da OPM em 2007. Também sem ser premiado. Ah, em termos de OBM, fiquei até 2009 sem sair da 2ª fase.

Não cheguei a ser premiado na OPM de 2008 também. No meu 1º ano do EM, o nível da competição tinha aumentado visivelmente, mas não me impediu de chegar à Fase Final. No entanto, a IJSO me veio quase na mesma época, e acabei me voltando somente para ela, pois não tinha noção alguma da matéria que precisava estudar.

Em 2009, no entanto, não havia internacionais tão próximas a caminho, e meu fogo para estudar olimpíadas nunca tinha crescido tanto. Ter aulas de sábado ou depois do horário não me doíam mais, e então decidi dar muito foco à Matemática.

Revi e refiz diversos folhetos e livros dados pelo Abe, juntamente com várias provas antigas e todo um novo ritmo, voltado justamente a dar meu melhor nas provas deste ano. Consegui chegar à Fase Final da OPM e, de modo inédito, à 3ª Fase da OBM.

Na OBM, acabei não ganhando nada (ainda). No entanto, na OPM, cuja premiação foi feita no Salão Nobre da Facvldade de Direito, recebi uma suada medalha de Bronze.

Foram 4 anos para ganhar uma medalha numa competição. Valeu muito a espera.