Figurinhas repetidas

Estou com alguns itens tecnológicos novos em mãos (caros, por sinal). No entanto, a parte mais chata de se fazer upgrades no seu computador é ter de arrumar uma quantidade gigantesca de coisas para nada dar problema ou ficar chiando. E nisso, estou arrumando mais de sete anos de arquivos nos mais diversos lugares.

Arrumar todos me fez ver que minha vida digital, online ou vivida na frente de um computador é gigantesca, e só tenderá a aumentar. Apesar do drama que alguns fazem, se o tempo gasto junto a um computador, a um livro ou mesmo frente à TV for sabiamente gasto, então há um investimento, e não haveria problema nisso.

Fora isso, dado que passei por várias trocas de computador e notebook, tive de fazer vários backups. E cada vez que você se acomoda ao trocar seus arquivos de lugar, eles viram uma bola de neve. E entre seus arquivos mais valiosos e únicos, você verá uma quantidade gigantesca de figurinhas repetidas.

Dentre estas figurinhas repetidas (ou nem tanto), você poderá ver uma série de coisas. Um monte de rascunhos com versões inacabadas de textos e trabalhos a serem entregues, imagens baixadas sem razão aparente, arquivos desatualizados de setup, a versão mais horrível possível de uma música que você gostava, etc. No geral, estas coisas estão para ocupar espaço, mas você já se apegou a elas alguma vez.

Mas dentre as várias figurinhas repetidas, você vai encontrando algumas mais valiosas. Uma foto com seu melhor amigo, um trabalho que recebeu nota dez, uma música especial, o que for. Estas figurinhas são aquelas que trazem à tona algumas das memórias mais significativas para você.

Faço então um pedido: tente se lembrar de coisas realmente antigas, porém valiosas demais para você esquecer. Você até se espanta com o grau de nostalgia você consegue atingir de uma só vez.

Eu lembro de algumas.

A primeira música que baixei num computador (antigo o bastante para 20GB de memória ser muito e internet discada ser moda) foi “Put Your Records On”, da Corinne Bailey Rae.

Meu primeiro videogame foi o Super Mega Drive 3, e minha fita de jogo preferida era Ultimate Mortal Kombat 3.

Um grande amigo que ainda mantém contato me conheceu numa desavença da 1ª série, por conta de um bebedouro. Na 3ª série, ganhamos moral e nota extra por termos entregue cartas um para o outro via correio por conta de uma tarefa, sendo que (ainda) moramos a menos de 200m um do outro.

Tive de mudar de sala no meio da minha 2ª série. No primeiro dia da mudança, eu não conseguia copiar ou fazer nada que minha professora passava na lousa, e ela olhava para mim como se eu fosse o ser mais burro da sala (isso na 2ª série era muito triste). No segundo dia, no entanto, ela passou algumas tarefas de Matemática (you know, somas e subtrações), e eu consegui fazer tudo tão rápido que ela logo mudou de opinião. Eu ainda amei a minha 2ª série.

Voltando agora aos dias atuais.

Haverá figurinhas tão valiosas que nem compensa deixá-las no álbum, pois dá vontade de levar para todo canto, colar no caderno e mostrar pra todo mundo. Como uma memória realmente valiosa que você não esquece por nada deste mundo.

Mas pode ser que haja muita figurinha repetida no meio delas, e que só ocuparão espaço. Troque-as por outras que estiver faltando. Renove-se sempre um pouco mais a cada dia.

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