Notícia no Estudar Fora
Conversando com o pessoal da Fundação Estudar em nome do OC, acabou-se chegando a uma proposta de post no Estudar Fora, portal da FE recentemente aberto, com o intuito de ajudar brasileiros a serem aprovados em universidades no exterior. Acho a iniciativa muito boa, mas há uma linha muito tênue entre olimpíadas e applications, e você não pode atravessá-la da forma como este post (que ficou bom até, mas que faltou uma ou outra coisinha) acabou, direta ou indiretamente (ao menos para mim), fazendo.
Fomos entrevistados, a Bárbara e eu, para compor a notícia que destaquei há pouco. Já prevíamos que a linha fosse atravessada, e fizemos, por segurança (e sem conversarmos um com o outro), o envio de mil ressalvas para cada trecho que escrevíamos de motivação. Até postaria a notícia no meu Facebook e ressaltaria para todos curtirem e compartilharem, mas achei muitos daqueles trechos mal direcionados ao outro lado da linha, então me reservei, na expectativa de que o texto fosse corrigido um pouco mais (para constar, eles corrigiram algumas partes sim – ele ainda continua como um ótimo início para quem precisa ser motivado).
A linha é: “Não iguale participação em olimpíadas a aprovações no exterior”. Se você vier até mim igualando os mundos, você fatiou a linha, e eu não terei coragem de continuar a conversa. Você ultrapassa a linha quando compara os dois mundos desta forma, e você contraria todo o espírito olímpico quando pensa apenas no segundo.
Não estou dizendo que as olimpíadas não são bons exemplos de destaque para mostrar numa application, pois elas são, principalmente quando o Brasil ainda possui um mundo pequeno de desafios intelectuais de mesmo nível que o olímpico. Ainda digo que quem for capaz de mudar este cenário, tanto em termos de Ensino Médio quanto em termos de Universidade (a massa pensante aumenta muito após o vestibular, pois a pessoa começa a fazer aquilo que gosta), terá um poder muito grande em mãos.
Se participar apenas pela aprovação na Universidade, irá buscar apenas o caminho mais fácil. Mas, em se tratando de olimpíadas, não há caminho fácil. Você precisa estar 100% na prova, dando o melhor de si, mostrando o resultado de todo seu treinamento em apenas algumas horas de prova (ou, no caso do IYPT, de um Fight). Para uma competição internacional, você precisa provar que é o melhor não só perante o seu país, mas perante vários outros países, competindo com gente que vive nesse meio há muito tempo, e não irá facilitar para você.
Se decidir ser olímpico ao nível de vários dos meus amigos que foram aprovados, terá de suar a camisa tanto quanto eles, ou muito mais, para ter uma chance. Se achar que dará muito trabalho, procure outra coisa em que possa realmente se destacar. Se decidir seguir neste caminho mesmo assim, faça com que cada segundo do seu esforço valha a pena. Isso pode demorar anos (há quem demore o Ensino Médio inteiro sem chegar a uma olimpíada internacional) e horas a fio estudando.
Mas será só assim, indo ao seu limite ou mesmo além dele, que você saberá que está no caminho certo.
[…] Acho que, daqui para frente, vou postar algumas coisas deste tipo, falando sobre coisas que eu for descobrindo em Yale. Aliás, comentário aleatório: adoro o fato de que eu vou poder relacionar várias coisas com Harry Potter a partir de agora haha. Mas, antes de terminar, como eu vou ficar falando dessa espécie de “vida de freshman” aqui, gostaria de frisar participar de olimpíadas é algo excelente, que muda a maneira como você enxerga o mundo, mas que não é passaporte de entrada em universidade alguma. Para informações mais completas, sugiro fortemente que leiam um post do Cássio no Vida de Olímpico. […]
[…] Acho que, daqui para frente, vou postar algumas coisas deste tipo, falando sobre coisas que eu for descobrindo em Yale. Aliás, comentário aleatório: adoro o fato de que eu vou poder relacionar várias coisas com Harry Potter a partir de agora haha. Mas, antes de terminar, como eu vou ficar falando dessa espécie de “vida de freshman” aqui, gostaria de frisar participar de olimpíadas é algo excelente, que muda a maneira como você enxerga o mundo, mas que não é passaporte de entrada em universidade alguma. Para informações mais completas, sugiro fortemente que leiam um post do Cássio no Vida de Olímpico. […]