Comentarei agora sobre uma das semanas mais estranhas e incrivelmente legais da minha vida, e que não aconteceu há muito tempo. E tudo começou com uma rejeição.
Desde o início de 2011, apareceu para mim a Fundação Estudar. No entanto, era 2011, e minha jornada no ITA estava tão confusa e cansativa que não conseguia pensar muito no mundo externo. Mas aí, com um tempo de aprendizado razoável, chegou 2012, e a FE me apareceu de novo. E, para nossa alegria, mais de uma vez.
Decidi aplicar. Entreguei todos os papeis direitinho, arrumei um monte de documentos a tempo e fiz as provas. Consegui passar pela dinâmica de grupo (que fiz junto com o Gustavo Haddad) e cheguei até a entrevista individual. Acabei ficando quieto demais em relação às coisas que fiz e queria fazer, e não fui muito mais além. Fiquei um pouco receoso sim, mas daí pensei: “A culpa foi toda minha, e eles são muito bons. Eu preciso tentar de novo”.
Daí, no meio do ano, aparece para mim o Laboratório Estudar. Precisava fazer um vídeo, entre outras coisas, para conseguir me inscrever. Acabei enrolando, pensei muito pouco sobre o vídeo, e acabei não passando. De novo. Dessa vez, pensei que não haveria uma segunda chance tão cedo.
Vi alguns amigos que entraram para a FE e outros que participaram do Laboratório, e muitas recomendações. Mas sabia que demoraria para acontecer comigo, então só comemorei junto.
No entanto, por alguma obra genial do destino, apareceu outro Laboratório em São Paulo (ocorreram outros em outras cidades, mas nem me arriscaria). Dessa vez eu sabia que precisava tentar de novo, porque dessa vez eu iria conseguir. Mas não me arrisquei a tentar tudo na pressa de novo: pedi ajuda. Bastante ajuda, por segurança.
Conversei com meus amigos sobre como falar num vídeo e o que falar no vídeo, tendo em mente deixar bem claro a minha mensagem. Mudei também o jeito da minha inscrição para dar mais foco à minha vontade (não parecia legal falar só de mim). Apostei minhas fichas, fiz um vídeo que quase estourou o tempo limite, mas entreguei tudo a tempo.
Alguns dias depois, chega um email dizendo que eu passei. Felicidade instantânea, sério.
Ah, um pequeno toque a todos vocês. Já recebi emails de rejeição mais de uma vez. TODOS eram iguais, independente da situação, da língua ou da pessoa por trás dele, e direi como eles funcionam.
Eles começam com algo do gênero “Olá, fulano. Ficamos felizes em ter você participando de nossa iniciativa”. Isso serve para não estragar o email e sua expectativa em cima dele, pois é isso que normalmente dá para ler no Gmail antes de abrir o email de fato. Os próximos parágrafos necessariamente falam que você foi rejeitado. Dependendo do processo, eles falam por quê, mas em geral isso não acontece, e não pense que isso é feito por mal.
No entanto, se você parar e ver os emails de aprovação, eles deixam isso bem claro desde a primeira linha. A felicidade é extraordinária de ambos os lados, começando com “Olá, fulano. Ficamos felizes em informar que você foi aprovado!” logo de cara. Eles ficam meio sem assunto, mas sabem que sua expectativa imediata é saber que passou.
Voltando à minha aprovação, participei do Laboratório Estudar pouco tempo depois. Vi muita coisa, conversei com muita gente, fiz alguns grupos, algumas trocas de mensagem, e logo tive de pensar em um salto. Não é ainda hora de dizer qual foi, mas um salto é basicamente um grande desafio, para motivar a pessoa a fazer algo que ela sempre quis mas nunca se arriscou. O prazo era de quatro semanas.
Havia um salto individual e um salto em grupo para acontecer. Os detalhes de cada um deles varreram três das quatro semanas. A única data em que foi possível fazer o salto em grupo estava na quarta semana, e a parte principal do meu salto só poderia ocorrer junto com o salto em grupo.
Esta quarta semana foi justamente a minha segunda semana de exames. No caso, a semana de exames possui as provas finais de todas as matérias, valendo um terço da nota do semestre (ou mais). Tenha noção de que era a segunda semana, o que significava que já tinha passado por maus bocados anteriormente.
Já tinha feito um trabalho de domingo para segunda. Na segunda, precisava fazer uma prova. Na terça, precisava estar de manhã em Poços de Caldas – MG para meus saltos. Na quarta, precisava estar de manhã no ITA para fazer outra prova. Na quinta, precisava estar em São Paulo para presenciar uma palestra muito boa com um psicólogo genial. E na sexta, precisava estar no ITA de volta para fazer a última prova do semestre. E sábado tinha a segunda parte do Laboratório. Sim, tinha tudo isso.
Entre terça e quarta, num período de 24 horas, fiquei 13 delas num ônibus. Não lembro quando dormi de fato naquela semana, mas dei muita sorte naquelas três provas.
Resultados: consegui passar em todas as matérias, concluí os saltos, vi uma palestra genial e nunca viajei tanto de uma só vez. Aquilo não foi saudável, mas foi a melhor das semanas de exames que já tive.