Achei essa foto na galeria do BICO, enquanto procurava por uma foto decente minha da premiação de 2009. Descrição rápida da foto: o cara segurando a medalha sou eu, ao lado estão o Luis Pinho e o Matheus de Tulio, e atrás de azul está o Lucas Colucci.
Teria uma quantidade gigantesca de competições para escrever (e sinto que conversarei sobre elas no momento certo), mas resumirei tudo em três razões. O post, ainda sim, é longo, mas não irá se arrepender.
1. A OPM foi a minha primeira olimpíada de Matemática.
Sei que a OBM acontece alguns meses antes, e acabaria participando dela quando as inscrições começassem. No entanto, em 2006, um pouco antes da OBM começar, tinha decidido parar de vez com minha participação em olimpíadas científicas.
Tinha entrado no Objetivo há poucos meses, e não estava plenamente adaptado ao ritmo de lá na época, dado que fui da escola pública direto para lá. E daí me levaram a participar de tantas olimpíadas quanto fosse possível, indo até aos sábados, e eu estava parando de render cada vez mais nelas. Com medo de que parasse de render também no colégio, parei.
Tinha parado tudo, isso mais ou menos depois da OBA. Não queria saber de competir em mais nada. O colégio era prioridade, e não estava dando conta. Não estava rendendo, nem achei que chegaria a algum lugar. Parei por lá mesmo, sério.
Como então estou fazendo este post, e acabei tendo toda a minha trajetória olímpica? Simples.
Junto com julho (já tendo perdido a OBM), entrei de férias. E com essa rápida pausa, alguma motivação aleatória da qual não consigo nunca me lembrar qual foi também veio. E daí decidi voltar a participar de qualquer olimpíada que restasse.
Como tinha saído num período meio crucial, sobraram apenas duas olimpíadas para um aluno na sétima série: OPM e OPF, cujas primeiras fases coincidiram (19/08). A OPM foi de manhã, a OPF foi à tarde. Na OPF, não sabia Física, e não saí da 1ª fase.
2. A OPM me levou à minha primeira cerimônia de premiação.
A OPM acabou sendo a primeira competição do meu grande retorno. Foi também a primeira que me permitiu interagir mais de perto com meu professor de olimpíadas de Matemática, o Edson Abe (também iteano, um dos melhores professores que já tive), dentre outras coisas. Mas ainda não comentei como foi a 1ª fase.
Aquela talvez tenha sido uma das provas que mais encarei sem saber o que estava fazendo. Sabia apenas o que o colégio me trouxe, então estava muito defasado em relação à prova. No entanto, a OPM sempre tem algumas questões mais para a lógica e para contas simples. Dei um jeito de fazer algumas destas e rabiscar outras.
Para a maior das minhas surpresas, foi muito incrível ter visto a minha coordenadora me chamando para avisar que eu tinha passado para a Fase Final. Conjuntamente com isso, a OPM me levou à primeira 2ª fase de uma olimpíada com fases.
Daí fui levado a estudar um pouco mais. No entanto, ainda não tinha um décimo do ritmo que tenho hoje para estudar, e o treinamento olímpico das aulas já estava no meio do caminho. Acabei ficando apenas com poucas coisas a mais.
Nisso chegou a Fase Final. Lembro de ter ido para o Instituto de Física da USP fazer a prova, junto com meu colégio. Conhecia pouca gente, e não sabia quase nada da matéria, então acabei encarando a prova do jeito que consegui.
Junto com a Fase Final, vi que a premiação seria no mesmo dia. Não sabia como a prova funcionava ainda, nem arriscava que ganharia alguma coisa, mas acabei indo. Fui com meus pais e meu irmão direto ao Palácio dos Bandeirantes (Morumbi-SP).
O lugar era gigante. O local da cerimônia era gigante, apesar de a premiação ser ajeitada um pouco às pressas. Conheci o Shigueo Watanabe e o Ângelo Paroni, grandes nomes no que diz respeito a olimpíadas, lá no palanque, junto com a Inês do ISMART, instituição que me levou ao Objetivo. Vi diversas pessoas sendo premiadas, camisetas amarelas, e nada veio.
Participei de minha primeira cerimônia de premiação antes da minha primeira medalha chegar, apenas no ano seguinte. Comecei a ver o peso de tradições e costumes olímpicos lá da plateia, mas ainda estava pouco imerso no meio olímpico.
3. A OPM me trouxe a primeira de minhas medalhas na Matemática.
Depois de ter passado um primeiro ano sem conquistas, começou em 2006 a minha trajetória olímpica, e decidi continuar no ano seguinte. Voltei a frequentar bem mais aulas depois do horário, com bem mais frequência, também.
Dei foco à Astronomia naquele ano, mas pude participar de todas as competições, ainda que soubesse pouco para elas. Matemática ainda me parecia algo muito difícil, mas ainda cheguei à Fase Final da OPM em 2007. Também sem ser premiado. Ah, em termos de OBM, fiquei até 2009 sem sair da 2ª fase.
Não cheguei a ser premiado na OPM de 2008 também. No meu 1º ano do EM, o nível da competição tinha aumentado visivelmente, mas não me impediu de chegar à Fase Final. No entanto, a IJSO me veio quase na mesma época, e acabei me voltando somente para ela, pois não tinha noção alguma da matéria que precisava estudar.
Em 2009, no entanto, não havia internacionais tão próximas a caminho, e meu fogo para estudar olimpíadas nunca tinha crescido tanto. Ter aulas de sábado ou depois do horário não me doíam mais, e então decidi dar muito foco à Matemática.
Revi e refiz diversos folhetos e livros dados pelo Abe, juntamente com várias provas antigas e todo um novo ritmo, voltado justamente a dar meu melhor nas provas deste ano. Consegui chegar à Fase Final da OPM e, de modo inédito, à 3ª Fase da OBM.
Na OBM, acabei não ganhando nada (ainda). No entanto, na OPM, cuja premiação foi feita no Salão Nobre da Facvldade de Direito, recebi uma suada medalha de Bronze.
Foram 4 anos para ganhar uma medalha numa competição. Valeu muito a espera.