O que eu fiz no último semestre, Jornada Espacial e Application
Oi, pessoas! Eu sei que muito tempo se passou desde o meu último post, então vai ser um pouco difícil contar tudo o que aconteceu durante esse período. Eu pretendia escrever diariamente aqui durante o meu intercâmbio para o Canadá – entre setembro e outubro – mas, pra variar, não deu tempo. A bem da verdade, eu só comecei a escrever sobre a minha viagem alguns dias atrás, depois de me livrar da maior parte dos meus compromissos. Pensei que estaria livre depois do SAT de Janeiro, mas desde então me mantive ocupada enviando documentos para bolsas, fazendo entrevistas de universidades e procurando um lugar para morar perto da Unicamp (sou muito grata a todos os parentes, amigos e veteranos que estão me acolhendo em Campinas e me ajudando nesta etapa).
Não sei como estará a minha vida nem daqui a um mês, nem mesmo daqui a uma semana. E a não ser pelo fato de eu não ter a mínima ideia de onde será a minha casa quando começarem as aulas no dia 25, isso é legal.
Acho que o começo “concreto” de tudo isso foi o Millennium Youth Camp – RIP, mas faremos de tudo para que as outras edições continuem existindo. Quando fui selecionada pro MY Camp e me descobri já aceita na University of Helsinki, comecei a pesquisar sobre essa oportunidade e a considerar a possibilidade de estudar fora, algo que nunca havia passado pela minha cabeça antes. Conforme conheci a Finlândia e absorvi uma cultura voltada à educação, totalmente diferente da qual eu estava acostumada, voltei ao Brasil com novas ideias, decidida a aproveitar a minha oportunidade na Finlândia. Durante o MY Camp, também descobri que além da University of Helsinki, eu também poderia estudar na Aalto University – a universidade de engenharia, tecnologia e artes – ainda que a grande maioria dos cursos de Aalto seja em finlandês.
Além da University of Helsinki ser uma das melhores universidades do mundo, eu me via então com uma oportunidade de trabalhar e estudar com pessoas inovadoras em uma cidade totalmente sustentável, onde a população apresenta os maiores indicadores de felicidade do planeta. Contudo, já que eu estava mesmo disposta a estudar fora, por que não tentar uma vaga em uma daquelas “top 10”? Admito que o ranking seja o primeiro atrativo dessas universidades, mas logo descobri que elas são muito mais do que isso, e que eu correria o alto risco de me arrepender no futuro caso não tentasse estudar em alguma delas.
Em meio às pesquisas para fazer a minha college list e à adaptação ao processo do application, me encontrei MUITO ATRASADA. Eu estava sozinha. As inscrições para o Personal Prep Scholars da Fundação Estudar e para o Opportunity Grants da Education USA já tinham acabado, e de repente eu estava mais perdida do que nunca. Eu quase desisti. Eu tinha que estudar para o SAT I, II e para o TOEFL. Eu ainda estava fazendo olimpíadas e em setembro eu estaria voando para o Canadá. Eu não sabia por onde começar.
Primeiro, decidi abandonar o vestibular de vez. Por um momento, não fazia sentido deixar algo que até então era a minha única perspectiva. Por tudo o que eu tinha estudado nas férias de quando acabou o meu 1º ano, por todo o meu esforçado 2º ano… Entretanto, percebi/decidi que eu já havia estudado o suficiente, que o vestibular seria uma forma de segurança no Brasil, mas que eu iria para a Finlândia de qualquer forma. A partir de então, eu me dedicaria exclusivamente à meta de estudar nos EUA. (Fiz isso porque eu realmente estava sem tempo, mas foi uma decisão ousada que eu NÃO recomendo a ninguém.)
As provas foram a pior parte de tudo isso. Aliás, ainda não sei se a pior parte é conseguir fazer as provas, ou alcançar notas decentes nelas. Porque sim, o começo foi muito confuso para mim, eu quase perdi vagas para o SAT algumas vezes, perdi uma vez, fiz de waitlist… e isso sem falar sobre o TOEFL, no qual vagas sumiam e reapareciam rapidamente e consegui o meu lugar em Campinas em uma vaga que apareceu milagrosamente uma semana antes da prova. Estudar para as provas era a outra luta, luta com a falta de tempo, luta contra tudo. Principalmente no SAT. Luta contra os dois livros de vocabulário que eu estudei e aparentemente não contribuíram para elevar a minha nota. E durante a prova, a luta contra o tempo novamente. Foi por pouco que não desisti.
Luckily, desde junho eu tinha os brasileiros fofos do MYC para me apoiarem nisso tudo <3, e então, em setembro, fui premiada pelo Mentoring Program do BSCUE com a melhor mentora que existe na Terra! A Bárbara tornou tudo mais fácil e tranquilo (no sentido de calma mesmo, haha), eu sou muito, muito, muito grata por tudo o que ela tem feito por mim! <3
Ainda em setembro, fui para o Canadá e tive a certeza de que eu estava fazendo a coisa certa ao aplicar. Foi a minha primeira vez viajando de fato sozinha e essa experiência em si fez com que eu me sentisse mais madura em relação ao meu futuro também. Além disso, conheci a University of Toronto, onde vi a college life na sua forma mais vívida em todos os lugares do campus, o que me encorajou a continuar working hard nos meus planos, para um dia estar pronta para frequentar um ambiente acadêmico tão vibrante como aquele. Trarei mais detalhes sobre a minha viagem no próximo post!
Depois que voltei de Toronto, o evento mais marcante que aconteceu foi a Jornada Espacial, em novembro. Encarei aquela semana como uma despedida da minha “vida de olímpico” (felizmente, um mês depois, descobri que ganhei medalha de ouro na OBMEP, o que significa que eu vou pro Rio e vou reencontrar muitos amigos na premiação nacional!! 😀 ), que por sinal já estava aos poucos se tornando mais passiva =/.
Tivemos palestras com o coordenador da OBA, Canalle, com professores e profissionais do ITA, do INPE e do DCTA. Aprendemos todo o conteúdo sobre satélites que é possível de ser aprendido em uma semana. E claro, não se pode esquecer do lançamento de foguetes de garrafa pet que fizemos em uma das oficinas! O Buzz Lightyear da minha equipe voou alto toda vida! 😀 Aqueles dias começavam às 6h e as atividades se estendiam até cerca de 21h, com pausas apenas para as – fartas – refeições. Mal tínhamos tempo para ficar cansados, e assim que o nosso cronograma era liberado, fazíamos nossa própria programação, indo ao shopping ou jogando qualquer coisa na cobertura. Mímica, áfrica e poker nunca foram tão divertidos antes! 😀
Depois da Jornada vieram as primeiras fases dos vestibulares, e a seguir, todas as preocupações de quem está em cima do prazo do application: cartas de recomendação, históricos escolares antecipados a serem traduzidos, essays, revisões de essays… e a minha formatura no meio do caminho. Eu estava tão afobada com tudo o que eu tinha a fazer que mal notei a simbólica “divisão de águas” do momento, entre os meus sete anos estudando na mesma escola, conhecendo praticamente todo mundo da minha cidade pequena, e a página em branco que 2015 representaria para mim. Mal percebi o Natal passar, muito menos a virada do ano (fortunately, eu tinha pessoas muito queridas e amadas me mantendo calma, dividindo as preocupações e me ajudando com tudo no dia 31 ♥♥♥). Acordei em 2015 pensando em tudo o que eu tinha enviado no CommonApp e nas mudanças que tinha feito de última hora. Contudo, segui o ano fazendo as segundas fases da USP e da UNICAMP e com todo o resto que eu descrevi no começo deste post. Começarei estudando Engenharia Elétrica na Unicamp e não tenho a mínima ideia de onde terminarei a minha graduação. Não sei se vou passar nas universidades para as quais eu apliquei, mas ao menos tenho a certeza de que fiz tudo o que pude na minha tentativa.