Além dos Jalecos- Parte 2

Postado em 7 de junho de 2014 por Letícia – 4 Comentários

Olá, pessoal!

Pra quem não leu meu último texto, eu estava contando um pouco sobre o período de treinamento da OBB em práticas de biologia, oferecido aos 15 primeiros colocados na 2º fase da competição. Sugiro que leiam o primeiro texto antes, para fazer um pouco mais de sentido.

Então, no 2º dia de treinamento de verdade todos acordaram mais cansados porém bem animados para um dia de práticas. Na noite anterior, todos tínhamos lido o “diário” postado pelo Euller sobre o que tinha acontecido nos dois primeiros dias, rindo demais nos corredores com todas as frases divertidas e fotos estranhas das pessoas. Além disso, tiramos alguns milhares de fotos com o jaleco, nos sentindo médicos/pesquisadores ao colocar as mãos no bolso e olhar para o além.  Na van, que não cabia todo mundo, nos obrigando a fazer revezamento de quem ia sentado, ou apertando um pouco mais as últimas fileiras, acho que a maioria de nós estava realmente ansioso para descobrir como seria a primeira aula prática, a de espectrofotometria.

Logo chegamos à UERJ, fomos para a introdução teórica, e… aquilo era física. Juro que 90% da aula teórica era física. Eu olhava ao redor e via algumas pessoas que, assim como eu, estavam com cara de “wtf? isso deveria ser algo de biologia”. Mas claro, depois de explicar todos os fenômenos físicos que regiam o efeito da espectrofotometria, o professor passou a aplicação de tudo aquilo à biologia. E aí foi a hora com a qual todos estavam sonhando: finalmente colocar os jalecos e entrar em um laboratório! Com sorrisos bobos e verdadeiros, começamos a ver como a máquina trabalhava e etc. Medimos o espectro de absorção de uma substância, e, teoricamente, deveríamos ter feito o gráfico, porém o tempo não deixou, especialmente pois o trabalho foi atrasado já que uma das máquinas ficou desregulada no meio do experimento (juro que eu surtei por dentro quando a máquina deixou de funcionar direito).

Fomos almoçar, com direito à sobremesa dividida (gordices com a Deborah), e, pra variar, mais selfies. Dali direto até a parte de histologia da UERJ para a análise de lâminas de tecidos. Todos mortos, alguns congelando devido ao ar condicionado, quase dormindo, mas sobrevivemos! (Exceto o Marcelo, professor acompanhante, que dormiu em parte da aula e saiu depois). Ainda assim, foi uma aula bem produtiva, em que pudemos depois analisar e classificar as lâminas nós mesmos. Até o George, meu jacaré de pelúcia, mascote do time, aproveitou para fazer isso.

Voltamos à van, e, mesmo apertados e desconfortáveis, aquilo foi muito divertido. Cantamos músicas aleatórias, muitas vezes até bem bobas, mas foi  muito legal. Chegando ao hotel, apenas guardar as coisas e ir jantar. Queríamos comer lanche, então a Cecília nos levou a uma lanchonete. Tudo bem que nós praticamente deixamos eles loucos devido a quantidade de pedidos, mas foi divertido. Enquanto esperávamos sair, fomos a uma praça logo em frente à lanchonete. Acredito que todos voltaram a ser crianças por alguns instantes quando começamos a brincar no parquinho hahaha. Foi muito divertido brincar naquilo de novo depois de sei lá quantos anos!

OBB parquinho

Feeling wild no parquinho

Parquinho # 2

Voltando à lanchonete, nossos pedidos estavam saindo loucamente e fora de ordem, o que fez alguns de nós ficarmos esperando vendo os outros comendo seus lanches :/. Quem não tinha comido ainda, esperou até o hotel e se juntou ao povo no 3º andar. Foi comer e dormir.

No dia seguinte, fomos fazer algumas das coisas pelas quais mais estávamos esperando, como a PCR, eletroforese e extração de DNA plasmideal. Todos mais mortos de cansaço, mas ainda bem animados. De manhã, aula teórica de PCR, e logo em seguida fomos para o laboratório, onde nos revezamos nas tarefas. Conhecemos os equipamentos, usamos várias vezes micropipetas, e vimos um termociclador, o que acredito que tenha sido novidade para todos, pois um desses é relativamente caro. Com uma material feito anteriormente, preparamos uma eletroforese.

Saímos daquela salinha, alguns com medo de pegar a cepa de E. Coli patogênica por ter esquecido de colocar luvas quando foi preparar a eletroforese (vulgo eu), e fomos almoçar correndo na própria UERJ. Pra variar, estávamos atrasados e a próxima aula começaria logo. Assim que acabamo o almoço, café e guaraviton para continuarmos acordados.

Pequena introdução teórica sobre eletroforese, e fomos rápido ao laboratório. Como seriam duas práticas, dividimos o grupo em dois: um ficaria na extração plasmidial primeiro, e o outro na eletroforese de ácido nucleico, depois trocaríamos. Acho que essas duas foram as práticas mais legais, na minha opinião, com a gente seguindo vários passos de trocar de recipiente, adicionar a solução X, e, especialmente, vortexando nossos tubos (vortexar virou gíria nossa), na primeira prática. Quando fomos trocar de prática, já era bem tarde, e os líderes propuseram que ficássemos até mais tarde, para dar pra terminar tudo. Aceitamos, lógico, queríamos conhecer todas as práticas. Daí meu time foi para a eletroforese, com um dos professores mais legais de lá, fazendo meio correndo mas ok. Enquanto preparávamos o tampão, pipetavamos o DNA no gel e o UV era ligado sem querer (duas vezes!), nós começávamos a pensar que no dia seguinte seria o dia da prova, e o nervosismo começava a apertar.

Como chegamos tarde, ficou meio complicado para sairmos para comer, então decidimos pedir pizza no próprio hotel, e comer no 3º andar. Fomos todos descansar e tomar banho, até que chegaram as pizzas. Só que elas vieram mal cortadas e como não tínhamos nem faca nem pratos ou guardanapos, fomos comendo com as mãos mesmo. E pobres pizzas! Fizemos um estupro coletivo daquelas pizzas, cortando e comendo com as mãos, rindo all the time. Mas foi quando decidimos abrir a de chocolate que a coisa ficou feia. Em 5s não tinha mais nem metade da pizza! A Ana e eu ainda fomos marcadas de chocolate na bochecha e depois que 90% da pizza já tinha ido embora e ninguém queria mais, fomos inventar de tentar comer sem as mãos. Foi altamente divertido!

Pobres pizzas

Pobres pizzas…

Dia seguinte, mais sono e cansaço, agora unidos com o nervosismo pré-prova que só fazia aumentar, porém era dia de vermos células cancerígenas, fazendo sua contagem e análise, o que melhorava um pouco as coisas. Na van, milhares de fotos de novo, pois o cronograma era na UFF, o que significava atravessar a ponte Rio-Niterói (linda!). Chegando lá, novamente formamos dois grupos, e foi realmente interessante ver a troca de culturas, as células formando aglomerados, e aprender os métodos de contagem. Porém isso foi bem demorado, o que nos fez ir almoçar 3h da tarde, todos morrendo de fome! No almoço, mímica biológica. Foi bem legal ver o povo (especialmente o Allan) fazendo mímicas que julgávamos impossíveis, e outras que ríamos por saber que poderia ter sido feita de um modo muito mais fácil. Voltamos à sala fazendo uma mímica em dupla, eu e o Allan, de “placa madrepórica”, o que demorou bastante (caramba gente, aquilo na frente da sala era uma placa, não aviso ou qualquer outro sinônimo). Quando voltamos, tinha sobrado pouco tempo, e a gente teve uma introdução a contagem de células com marcadores para diferenciá-las, e analisamos alguns gráficos obtidos.

Podíamos ver que na volta todos estavam tensos, com a prova a algumas horas, mas na van o que se viu foram milhares de músicas cantadas, incluindo o “hino da OBB” (música  ruim demais linda que nos acompanhou durante o resto da olimpíada), que eu não lembro bem como ou quando foi criado, só sei que ele foi a música de fundo dos nossos dias. Fizemos algumas paradas em lugares bem bonitos, o que nos deu direito a várias fotos e selfies (sempre).

Voltamos ao hotel só para deixar as coisas e irmos comer. Muitos pediram açaí ou compraram Red Bull para tentar tirar o cansaço do dia e estar acordado para a prova logo em seguida. Por volta das 8h, todos já estavam fazendo os últimos preparativos para a prova, que começou oficialmente às 8h30. Todas as questões, como pudemos confirmar depois, foram tiradas de IBOs e OIaBs passadas, o que nos exigiu um nível bem alto de conhecimento e interpretação. Terminei minha prova por volta de 30 min antes do tempo máximo, o que honestamente me assustou um pouco, e me deixou pensando “eu não posso ter terminado, devo ter errado muita besteira”, apesar de eu ter revisado várias vezes a prova antes de entregar.

Assim que todos saíram, fomos para o 3º andar, mais especificamente para o quarto do Seon, Euller e João Gabriel, fazendo uma festa improvisada de “FINALMENTE PASSOU A PROVA!”. Apesar de nem todo mundo ter dançado, foi bem divertido. A Ana e eu dançamos demais juntas (se é que aquilo é dança kkkk), e foi muito massa ver o Gabriel e o Vitor se soltando e dançando com a gente e o Allan (único que realmente sabia dançar). Só que o quarto em que a gente estava, ficava logo em cima do quarto de um dos professores. Apesar de não estar muito barulhento nos corredores, ele ouvia a gente muito bem, até que ligou para um dos quartos, que tinha as únicas duas pessoas que não estavam na festa, e disse que era melhor a gente parar porque se algum hóspede reclamasse, era passível de desclassificação. Todo mundo ficou assustado, pelo menos por um momento, e voltamos aos nossos quartos. As meninas (eu, Ana 1, Ana 2 e Deborah) ainda foram dormir no mesmo quarto, e, apesar de ficarmos conversando até tarde, não tinha mais nenhum barulho.

Na manhã seguinte, sem desclassificações ou nada do tipo. Fomos para a aula de zoologia, todos incrivelmente cansados pela semana inteira, pela noite anterior e por saber que o resultado final sairia no fim do dia, porém sabendo que dissecaríamos alguma coisa! Logo na entrada da UFRJ, outra coisa boba para nos animar foi um cachorro extremamente gordo. Ninguém conseguia acreditar no tamanho da criatura!

Desculpe, gente, eu precisava colocar a foto do cachorro gordo aqui

Desculpe, gente, eu precisava colocar a foto do cachorro gordo aqui

No começo, pequena aula teórica de sistemática, e dali pras bancadas. Começamos dissecando um camarão, dissecação externa. Vimos as estruturas e foi bem legal. Logo em seguida, dissecação de barata. Eu estava altamente nervosa para fazer isso, pois era uma barata, mas depois que eu a abri e vi as estruturas internas, nada me deixaria mais feliz. Eu fiquei realmente dizendo pra mim mesma “eu posso fazer qualquer coisa agora, dissequei uma barata” hahahaha.

Um almoço rápido, e na volta, aula sobre moluscos. O professor explicou algumas coisas com base em conchas, e depois foi preparar os moluscos para nós dissecarmos. Só que um deles ele deixou vivo, e ele se tornou mascote temporário da turma, o Augusto. Nós ficávamos passando de mão em mão e era muito massa vê-lo e senti-lo rastejando. Depois fomos dissecar nossos próprios moluscos, e aquilo é muito difícil! Era muito fácil errar um corte e eles escorregam demais na mão. Apesar de tudo, consegui terminar minha dissecação e ver as estruturas com a ajuda do professor.

Augusto - nosso querido mascote temporário

Augusto – nosso querido mascote temporário

 

Logo depois, vimos a dissecação de uma lula e um polvo, feita pelo professor. Porém, nossas cabeças estavam mais no resultado, que sairia em poucas horas. Era fácil ver o povo comentando “acho que não dá pra mim”, ou “não importa o resultado, isso aqui valeu muito mais”. Eu particularmente concordo com o último, pois esses dias que passaram no nosso treinamento valeram muito mais do que qualquer resultado. Ter passado uma semana com esse povo, rindo, cantando, me divertindo demais e aprendendo com eles, foi muito melhor do que eu podia esperar. Thank you, guys.

Voltamos nervosos, obviamente cantando, já que seria a última viagem de van com todos juntos, querendo aproveitar cada último momento juntos. Chegamos no hotel, com mais ou menos meia hora até a divulgação do resultado. Na hora, todos desceram para o ponto de encontro. Dava pra ver nos olhos e nos gestos o nervosismo emanando de cada um dos presentes. O Oda (coordenador da olimpíada) chegou e começou a falar sobre os dias, as internacionais, essas coisas de discurso normais. Aí disse que ia entregar as provas corrigidas primeiro, depois daria o resultado final.

Recebi a minha prova, pensando “ah, não fui mal”. Mas conforme eu olhava as notas dos outros, percebi que não tinha ido nem um pouco mal, estava até muito bem. Por alguns instantes, pensei que talvez ainda desse para eu ir para a ibero, era possível que eu ficasse em 8º, no máximo em 7º. Aí lembrei da minha nota na 2º fase, e diminuí bem minhas expectativas.

Logo, o Oda foi chamando. 8º lugar: Mário. Na minha cabeça, ao mesmo tempo que ficava feliz por ele, só pensava “Não dá, não sou eu”. 7º lugar: Gabriel. Feliz novamente pela pessoa, mas naquele momento eu desisti de qualquer esperança de conseguir vaga na ibero. Eu acreditava que aquilo era o máximo que eu poderia conseguir. Aí chamaram o 6º, Letícia. Eu não acreditava! Não era possível! Eu estava na ibero de biologia!!! Pulei demais, sorrindo e aquilo ainda não parecia real. Foram chamando os outros, até as equipes ficarem completas. OIab- Mário, Gabriel, eu e a Ana (ou João Pedro), e IBO- João Gabriel, Thiago, Allan e Bruno. A da ibero ainda tem uma indefinição, já que a Ana, outra manina que passou, não tem certeza se poderá ir ou não, sendo possivelmente substituída pelo João Pedro. De qualquer forma, ambas as equipes só tem pessoas que nós vimos serem muito boas, de verdade. O time do Brasil será muito bem representado nas internacionais.

Equipe OIaB

Equipe OIaB

Equipe IBO

Equipe IBO

Fomos então para um rodízio de pizzas, com a maioria já sentindo saudades de tudo aquilo. Brincamos mais uma vez de mímica, desta vez uma normal, e foi muito bom. Naqueles últimos instantes juntos, não eramos mais competidores buscando uma vaga, acho que nunca verdadeiramente fomos isso, eramos amigos pra se lembrar, uma verdadeira família da OBB. Acho que eu conseguiria esquecer essa semana, mesmo se quisesse, pois vocês a fizeram ser perfeita. Nos veremos algum dia de novo! (o George também)

Ana, Seon, Allan e João Gabriel com o George. S2 vocês

Ana, Seon, Allan, João Gabriel e eu com o George. S2 vocês

Família OBB

Família OBB

 

Além dos Jalecos- Parte 1

Postado em 1 de junho de 2014 por Letícia – 8 Comentários

Olá, pessoal!

Então, o que eu posso dizer sobre o último mês e meio? É complicado explicar todo o sentimento de nervosismo, ansiedade, felicidade, além de todos os gritos e pulos que vieram com eles em um post. Tudo isso começa logo depois da IYPT, comigo lendo loucamente os capítulos de biologia que faltavam pra eu ver, e com a segunda fase se aproximando muito mais rápido do que eu queria.

E nesse ritmo de correria, tendo aulas pra OBB quase todo dia até tarde, levando questões e dúvidas pros meus professores (amo demais vocês por me aguentarem), a segunda fase chega. Fiz a prova, não tão calma quanto gostaria, especialmente por não ter caído quase nada da matéria que eu mais tinha estudado. Cheguei em casa, fui pesquisar quase a prova inteira (god bless internet), e cheguei a conclusão de que eu não tinha ido mal. Talvez eu tivesse uma chance.

Porém minha felicidade quase acabou quando eu saiu o gabarito preliminar. 88. Contei e recontei, mas era aquilo mesmo. Minha expectativa era de que aquilo era realmente baixo pra prova. Com o oficial, tivemos duas anuladas, mas mesmo assim aquilo não mudava muito para mim. E então a espera pelo resultado começou, com pouca esperança, mas ok. E ele demorou. Pra começar, foi adiado em alguns dias, e no dia em que era para sair, uma sexta-feira, nada. Acho que eu atualizava a página a cada 30 min, mas nem uma novidade. No sábado, depois de atualiza a página mais umas 500 vezes, tinha me convencido que ele só deveria sair segunda, até que um amigo meu me mandou por mensagem “saiu o resultado”.

Fui correndo no site, pensando “eu não passei, ele teria dito algo”, e nome após nome eu tinha mais certeza disso, porém no 14º eu saí correndo e pulando, gritando “EU PASSEI!!!!” o mais alto que eu podia. Olhei de novo, e de novo, e ainda estava ali, não era só imaginação. Foi então que eu resolvi ler o que estava antes dos nomes, e lá dizia que só iriam 12 pra 3º fase. Fiquei muito preocupada, porque no regulamento dizia 15, e aquilo não batia, cheguei a mandar e-mail para a organização perguntando se seria 12 ou 15. Apesar disso, continuei estudando como se tivesse passado, era uma possibilidade até bem grande, mesmo passando o fim de semana mais nervoso que eu poderia imaginar. Alguns dias depois, saiu o resultado oficial e meu nome estava ali, pintado de verde, selecionado para a 3º fase.  Um alívio imenso passou por mim, e eu só pensava que tudo valera a pena.

Durante a semana, passei o dia inteiro com livros e mais livros de biologia, procurando revisar o máximo que eu pudesse, além de ver algumas coisas que não tinha dado tempo de ver ou só não tinha aprendido direito. Acompanhei algumas pessoas com problemas para viajar pro Rio de Janeiro, o que foi sacanagem, mas no fim deu tudo certo. Também tive meu primeiro contato com a biologia prática, e como isso era lindo! O cronograma do treinamento também me deixou muito animada e torcendo pra que aquela semana chegasse logo e nunca acabasse.

Logo, domingo estava ali e tudo isso estava começando. Já dentro do avião revi um professor que tinha ido comigo para a IJSO, e conheci meus primeiros amigos do curso, pelo menos de vista. Já no aeroporto do Rio de Janeiro, conhecemos beeem mais gente, e a Cecília (s2 infinito), que foi quem nos acompanhou todos os dias até as práticas, no almoço e jantar. Eu não poderia ter desejado alguém mais legal pra estar com a gente, e acho que todos que foram pro curso concordam comigo. Titília, nós te amamos muito! À noite, já com todo mundo, fomos comer pizza e, depois de várias selfies do grupo, voltamos pro hotel. Aquela foi noite em que todo mundo ficou no corredor jogando máfia e se conhecendo. You’re great guys.

OBB 1

Dia seguinte, recebemos nossos amados jalecos da OBB, além de uma mochila com o cronograma e outras coisas, e no caminho até a nossa primeira parada, milhares de fotos do RJ (juro que alguém deve ter foto até dos postes e lixeiras do Rio), e aproveitamos para começar o bulling com os sotaques, especialmente o paulista e o de recife, e também com o “delicioso” desinfetante guaraná Jesus do nosso querido Euller, que o defendia contra tudo e todos.

Chegando no CRBio 2, conhecemos o Rubens Oda, organizador da olimpíada, além de outras pessoas da Anbio. Tivemos uma palestra sobre biossegurança, sobre as competições internacionais no geral, e depois foi a entrega de medalhas e certificados. Também soubemos como seria a seletiva, na quinta-feira, e o que contaria nas notas finais, um 50/50 com a 2º fase, muito justo.

OBB 2

 

Logo após, almoço e aula de etologia. Foi uma aula bem interessante, especialmente porque eu acredito que ninguém teve aulas de etologia antes daquilo, e era um assunto novo realmente legal, como o professor fez questão de colocar entre os itens do “Por que estudar etologia?”. Após a aula, chocolates e de volta ao ônibus.

Fomos jantar, e uma mesa gigante pros 15 mais os líderes ficou pequena com tanta comida! Começamos ali a tradição da mímica biológica e até agora eu não acredito nas coisas que o Allan conseguiu nos fazer descobrir. Sério, precisava ser muito criativo pra conseguir fazer metade daquelas coisas.

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Gente, como o post já está muito longo, vou parar por aqui. Durante a semana posto o resto do treinamento.

Até mais!

IYPT: Efeitos colaterais da participação

Postado em 14 de abril de 2014 por Letícia – 5 Comentários

Olá, pessoal!

Depois de um mês cheio, com cada segundo sendo valioso, e um fim de semana incrível, finalmente entendendo um pouco do amor da Bárbara pelo IYPT, volto a escrever aqui. Posso dizer que bastante coisa aconteceu, e algumas causaram uma espécie de mudança em mim.

Primeiro, logo que saiu a lista de equipes classificadas para a IYPT, a equipe do meu colégio foi buscar algum novo problema para fazer. Pode parecer meio corrido, mas considerando que tínhamos montado o time de verdade bem pouco tempo antes do prazo de envio dos relatórios finais, parecia certo para nós. Então eu me ofereci para ajudar, já que tinha uma noção de um problema pois já tinha pesquisado sobre ele e o achava perfeito, porém percebi que iria ter que passar o que já sabia e ajudar bastante na experimental que tínhamos em mente. Ou seja, eu iria fazer boa parte do problema. Como um dos membros da equipe não havia feito nada (nada mesmo!) até o momento, eu me ofereci e fui aceita como parte do time Sagan.

Aí começaram as noites acordada por várias horas durante a madrugada, pesquisando tudo que pudesse encontrar sobre os problemas (acabei sendo responsável por parte de um segundo também), ficando horas fazendo experimentais que pareciam não dar certo, e pulando de alegria quando realmente davam certo, fazendo slides e figuras pra apresentar, ufa! Foram semanas cansativas, mas que recompensaram demais.

Nesse meio tempo, ainda tive um pequeno surto de alguns dias por finalmente perceber que estava morando sozinha, longe de todos que me conheciam desde pequena e amigos próximos, e quando estava melhor, recebi a notícia que não tinha sido aceita no YYGS. Fiquei meio triste por isso, mas saber que um amigo meu havia passado melhorou bastante a situação. Foi incrível vê-lo pulando de alegria quando recebeu o e-mail dizendo “Congratulations!”.

Faltando só uma semana para a IYPT, ainda tive a primeira fase da olimpíada mais importante para mim este ano: a OBB. Fiz a prova, e, apesar de não ter caído o conteúdo no qual eu sou melhor (odeio quando isso acontece!), ainda fui bem. É muito provável que esteja na 2º fase, e minha preparação para a mesma já recomeçou. Por ser biologia ser meu foco este ano, também fui chamada para fazer parte do grupo Escola Olímpica, o qual ajudava na preparação de alunos olímpicos para a OBF, principalmente, e agora pretende aumentar a área ensinada, comigo na biologia e outras pessoas em diversas áreas olímpicas. Então, a partir do dia 27 (se nada atrasar) estarei gravando video-aulas preparatórias para a OBB.

E logo, a IYPT já estava ali. Faltando poucos dias para viajarmos treinamos as apresentações e o tempo, fizemos os últimos ajustes, decidimos os problemas a ser apresentados e aqueles para oposição. Logo, estávamos pegando o avião rumo a São Paulo, chegando no hotel, tendo alguns problemas para entrar, but anyway, preparados para competir.

No dia seguinte, começaram os fights, e nosso time, como tinha sido cabeça de chave, começou como relator. Logo no segundo problema desafiado, veio aquele que era a razão por eu ter entrado no time. Meu problema. Foi muito bom ter começado apresentando que foi a razão por você estar ali. Tivemos uma oposição muito boa, o que fez a rodada ficar ainda mais legal pra mim. Recebemos uma nota relativamente alta, e isso nos animou ainda mais.

Nosso 2º PF foi televisionado pela TV Web, e foi nosso melhor fight. Um dos meninos do meu time fez avaliação e oposição muito boas, e pra relação chamaram outro problema que eu apresentaria. Foi muito emocionante apresentar sabendo que meus pais e amigos estavam me vendo, ainda mais com uma boa oposição e avaliação na mesma rodada. Fiquei ainda mais feliz com a nota, a mais alta que nossa equipe recebeu.

À noite, junto com discussões sobre o juri, que rendeu muitas reclamações de equipes em geral devido a discrepâncias entre notas (uma equipe chegou a receber um 1 e um 10 no mesmo problema), tivemos um breve momento para relaxarmos, jogando máfia com a equipe Dynamis (1º lugar do torneio) e a Café com Leite (1º lugar entre as escolas públicas). Foi aí que conheci melhor a Vitória, pessoa muito legal pra quem eu torci em boa parte do torneio, e todo o povo da dynamis, que mostrou ser não só uma equipe forte, mas também pessoas divertidas e humildes, que realmente mereceram esse ouro.

No 3º fight pegamos o juri que todos diziam estar sendo “carrasco”. Logo de cara, acabamos opositores de um problema que nunca tínhamos visto antes. Assumi o problema, e, incrivelmente, tive uma nota comparável às nossas dos últimos fights. Considerando a fama do júri, fiquei extremamente feliz. Nas outras rodadas continuamos tendo notas nesse nível, o que nos animou bastante.

Sabíamos que nossas notas não eram boas o suficiente para conseguirmos ir pra final, mas estávamos torcendo por uma medalha. No anúncio dos finalistas, a Dynamis, Pokebola, e Quebra-Nozes foram chamadas. Dynamis e Pokebola mostraram para os presentes o porquê de estarem ali, fazendo uma 3º rodada emocionante quando assumiram papeis de opositora e relatora, respectivamente. Quanto à equipe Quebra-nozes, bom, tanto na minha opinião quanto na de diversos presentes, ela estava um pouco fraca para a final, considerando as outras equipes e anos anteriores.

Na premiação, a tensão nos grupos era visível. Eu estava muito nervosa, procurando saber as notas das outras equipes para comparar, e etc. Quando começaram a chamar as Menções Honrosas, vi equipes com notas menores do que o nosso sendo premiadas, e fiquei torcendo muito para que não nos chamassem, não ainda. Comemorei loucamente quando chamaram a última menção! Ganharíamos uma medalha! Fomos o 8º lugar da competição, garantindo uma linda medalha de bronze. Para nós, esse bronze foi como um ouro.

IYPT medalha

Também achei muito merecida a colocação da final, com a Dynamis em 1º lugar, Pokebola em 2º, e Quebra-nozes em 3º. Estou torcendo demais para o time brasileiro deste ano.

E então nós nos despedimos, marcamos os contatos dos amigos feitos durante a competição, e, enfim, fomos embora. Neste momento, estou em casa, a de verdade. Volto para o Ceará em uma semana, e agora é só aproveitar o tempo em casa, curtir a família e os amigos, sempre estudando, porque a OBB já está logo ali.

Ps: O efeito IYPT funciona mesmo, ano que vem eu com certeza volto pra competição!

Até logo!

Incrível como as coisas mudam tanto em tão pouco tempo

Postado em 2 de março de 2014 por Letícia – 6 Comentários

Olá, pessoas!

Primeiramente, desculpa por não postar há bastante tempo, mas foi por uma incrível falta do mesmo. Estou tentando escrever aqui há umas 3 semanas, e só agora no feriado consegui.

Pode parecer uma incrível ironia o título do texto, justamente por eu não escrever há mais de um mês, porém as mudanças das quais estava me referindo aconteceram em míseras duas semanas, e foram gigantescas. Tudo começou com um site.

No fim de dezembro, eu não fazia ideia de onde iria estudar em 2014. Se vocês leram meu último texto, sabem bem disso. Estava com proposta de uma escola, não sabendo se continuava onde estava ou mudava, mas não querendo de verdade nenhuma delas. Foi aí que postaram em um grupo no facebook um site de um projeto, Talento sem Fronteiras, que destinava alunos aos melhores colégios do país. Eu me interessei, falei com meu pai, e ele deixou eu me inscrever.

Em janeiro, um dos colégios me contactou. Só que ir pra ele significaria que eu estava largando meu sonho de ir estudar fora. Preferi ficar com o que tinha. E assim janeiro passava, sem que eu tivesse respostas da outra escola, que era  minha razão de ter me inscrito, e  eu achei que eles não estavam interessados. Foi nessa época que fiz meu último texto, pois tinha resolvido fechar com o Anglo da minha cidade.

No dia seguinte, o autor do projeto veio falar comigo, perguntando sobre os colégios, se eles tinham me dado resposta. Disse que um sim, mas o outro não. Ele achou estranho, dizendo que o último tinha falado com ele que estava interessado, e essas coisas. Expliquei a minha situação, que já tinha fechado com um colégio, mas ele insistiu para que eu ao menos deixasse o colégio dar sua proposta. Não vi problemas nisso.

E então o colégio ligou para o meu pai, deu uma proposta muito boa, e depois de uma semana e meia, mais ou menos, estava tudo certo para que eu fosse pra lá. Até aí parece tudo normal, mas esse colégio era o Ari de Sá, que fica em fortaleza, ou seja, a uns 2500 km da minha casa. Mesmo assim, meus pais aceitaram que eu viesse, para ficar numa pensão da escola, onde estou agora.

Amanhã faz um mês que estou morando aqui, e adoro o lugar. O colégio é perfeito para os meus sonhos, e a casa onde fico também é ótima. Foi uma mudança radical para mim, estar morando sem a família pela primeira vez, ficar no colégio de 10h a 13h por dia, tendo que me virar sozinha em relação a muitas coisas, mas está valendo muito a pena. Sou extremamente grata aos meus pais por me deixarem vir, mesmo sabendo que só nos veremos nas férias, e ao Talento sem Fronteiras, por ter me ajudado imensamente a conseguir tudo isso.

Bom, então esse é o motivo de eu estar completamente sem tempo hahaha. Acompanhar a escola, que é bem forte, as aulas de olimpíadas, e me ajeitar na pensão tem tomado meu dia completamente. Além disso, eu também estava em processo de inscrição para o YYGS, um summer program de Yale. O feriado veio em uma hora perfeita para eu colocar as coisas em ordem.

É isso. Espero que daqui pra frente possa respirar e não demorar milhares de anos para postar novamente. Volto assim que tiver algo interessante.

Até logo!

 

 

Cursos, decisões e OBB

Postado em 21 de janeiro de 2014 por Letícia – 1 Comentário

Olá, pessoas!

Primeiramente, desculpem-me por não postar aqui há bastante tempo, mas queria terminar algumas coisas pra poder colocar a história inteira delas. Incrivelmente minhas férias estão um tanto quanto agitadas, ou no mínimo atarefadas, o que contribuiu com falta de tempo pra escrever aqui.

Bom, logo após a virada, à noite do dia 1 de Janeiro, eu fui para São Paulo, participar de um curso do Objetivo Integrado para alunos olímpicos com foco nas seletivas de física. Fiquei uns 10 dias lá, na casa da Marina (ficamos bem amigas depois da IJSO), tendo 8h de aula por dia. Nesse tempo, tive meu primeiro contato com cálculo e sua utilização na física, e confesso de não entendi quase nada nos primeiros dias. Só durante a pausa pra Fuvest, em que pude rever isso sozinha, é que as coisas começaram a fazer sentido.

Esses 10 dias foram ótimos. Não só por eu estar aprendendo algo novo e mais complicado do que as coisas que já tinha visto, como também pelas pessoas que conheci ou revi. A equipe olímpica do Integrado e os professores eram super legais, e ficaram meus amigos bem fácil. Também vi por pouco tempo, do povo que vocês conhecem, o Cássio, o Ivan e a Liara. Btw, obrigada pela ajuda, Cássio.

Voltei pra casa e me deparei com uma questão um tanto quanto difícil pra mim: em que escola estudaria em 2014? Bom, por volta de outubro/novembro, eu recebi uma proposta muito boa de outro colégio, e durante as semanas anteriores à IJSO eu fiquei conhecendo melhor os professores e o colégio em si. Só que pra mim era muito difícil escolher, já que estudava em uma escola muito boa, com uma história em olimpíadas. Tive muito medo de decidir trocar de colégio, e o projeto olímpico deste dar errado, mesmo com o grande investimento por parte da direção, já que era algo novo.

Usei dezembro para decidir. Em um lado, uma grande história, no outro, um grande projeto praticamente individual. Escolhi o segundo. Fiz minha matrícula hoje, em outro colégio. Está longe de ser a primeira vez que faço isso, mas foi a mais difícil, pois sou muito grata a tudo que meu antigo colégio me deu. Também tive que dizer adeus a alguns amigos, com quem fiquei por quase 4 anos: meu maior tempo em uma escola.

E, por fim, durante essas semanas recebi a terrível notícia da OBB, que, para os que não sabem, não vai ser financiada pelo CNPQ e está com problemas financeiros para continuar ocorrendo, com algumas fases (treinamento prático no Rio de Janeiro) correndo risco de não acontecer, e pouca verba para os futuros representantes da IBO e OIAB. Isso é muito triste, pois é o décimo ano da competição e mostra a importância mínima da educação no Brasil. Alguns olímpicos fizeram este abaixo-assinado, e realmente espero que vocês contribuam com sua assinatura. Não quero que uma competição grande como essa, acabe extinta.

Ah, quase ia esquecendo, consegui uma equipe pro IYPT. Eles viram que estavam livre e me chamaram \o/. Então, loucura pelos relatórios. Mas o povo é bem legal. Vai Chocolate de Feynman!

É isso. Férias quase acabando, mas, quem é olímpico sabe, esse tempo é mais pra estudos do que descanso. Espero que dê tudo certo no meu novo colégio, e que eu tenha feito a decisão certa.

Até mais!

 

 

Acabou

Postado em 20 de dezembro de 2013 por Letícia – Seja o primeiro a comentar

Olá!

Desde que eu chegue ao Brasil, no último domingo, venho adiando este post. Pode parecer besteira, mas esta é a única coisa que de alguma forma está (estava) inacabada em relação à IJSO 2013. E eu não queria dizer que acabou.

O que eu posso dizer sobre a competição? Foram 10 dias perfeitos! Estar cercada de gente da sua idade, com objetivos e gostos parecidos com os seus, e mesmo assim com culturas distintas é ótimo. Nunca imaginei voltar com amigos de tantos lugares diferentes, e até meio estranhos pra mim, como Eslováquia, Hungria, Argentina, Botsuana, Zimbábue, Bolívia, Índia, etc.

Para eu não me perder, acho que vou começar de novo, e contar sobre a viagem desde o começo. Aqui vai.

Após 3 dias de treinamento, nos quais pudemos treinar para a experimental, conhecer os companheiros e amigos do time, e até sair no G1, fomos finalmente ao aeroporto. Aí foi a hora de pegarmos as malas, nos despedirmos de todo mundo, e tirar a primeira foto do time a caminho da Índia.

a1

Confesso que estava extremamente nervosa, já que era meu primeiro voo internacional, mas 14 horas dentro de um avião fazem você esquecer qualquer tipo de nervosismo que um dia possa ter aparecido. E, finalmente, depois de todo esse tempo sem fazer nada, chegamos a Dubai.

Daí pegamos mais um voo, mais curto, pra Mumbai. Foi lá que conversamos pela primeira vez com outro time, o da Argentina. Como eram 7h de escala, deu bastante tempo para conhecê-los, um povo muito legal por sinal.

Chegando a Pune, cidade em que seria realizada a competição, conhecemos nossa guia, Janhavi. Ela é, com certeza, uma das pessoas da qual vou sentir mais falta, pois era ótima conosco e até dava certos privilégios ao nosso time (como acordar mais tarde do que os outros).

Uma das coisas que mais me impressionou na chegada a Índia, e em todas as vezes que saíamos, era o trânsito. É uma confusão gigantesca, em que os carros tem uma imensa liberdade (sério, mais de uma vez nosso ônibus fez curvas de 180º), e os pedestres atravessam no meio daquilo tudo, e eu com um misto de fascinação e medo da situação. Mesmo ficando mais de 10 dias lá, não me acostumei com isso.

E então fomos ao hotel oficial, onde todos os competidores estariam. Para nossa surpresa, eram quartos com 3 pessoas, e a Marina e eu ficamos em um com uma boliviana. É certo que ela passou quase todos os dias com as outras bolivianas, mas mesmo assim foi bem interessante.

Mais tarde, no jantar, além de tentar comer comida ruim (nunca senti tanta falta de arroz e feijão brasileiros), eu fui passando em várias mesas para conhecer os outros participantes, mesmo que alguns me olhassem de uma forma estranha e pouco convidativa. Acho que foi ali que conheci boa parte dos meus amigos da competição.

E quase sem perceber, chegaram os dias das provas. Conferimos respostas milhares de vezes, fizemos previsões de notas e medalhas, procuramos descobrir como os taiwaneses e russos tinham ido, tudo isso sobre as provas mais difíceis da IJSO desde que ela começou, segundo os professores. A ansiedade dos resultados não parava de crescer.

Mas para nos fazer esquecer um pouco disso, sempre haviam os passeios e as festas com o pessoal. Confesso que nunca vi gente mais animada do que o time do Zimbábue, que, pra deixar mais divertido, estava no nosso andar do hotel. Pela organização, visitamos lugares muito bonitos e com muita história, ou com muito futuro. No penúltimo dia, também arrumaram um “campeonato” de futebol, com times mistos, e meu time foi campeão! Tudo bem que foi só um jogo, e as quenianas eram as melhores do time, mas foi muito divertido.

Por nós mesmos, fizemos noodle parties, rodas de máfia e uma guerra de travesseiros gigante, com a maior parte dos participantes. Também tivemos uma noite cheia de musica e dança típicas indianas, onde pudemos fazer vasos de cerâmica, pintar as mãos com henna e, claro, comprar algumas lembrancinhas.

a3 (Todo mundo das Américas)

a2(O time todo com a Janhavi)

Porém, sem que percebêssemos, a premiação tinha chegado. Entre as apresentações e discursos que mal ouvíamos, esperando que anunciassem logo as medalhas, a hora parecia não passar. Nossos líderes apenas nos diziam que tinha sido um time homogêneo, então realmente torcíamos para que não fosse chamado Brasil logo no começo dos bronzes.

Não foi. Faltando uma rodada de bronzes, estávamos mais tranquilos, até que chamaram o primeiro brasileiro. No meio das pratas chamaram os outros. O incrível é que, em uma das rodadas, chamaram 3 brasileiros, o Matheus, o Lucca e eu. A Marina foi a última a ser chamada, e acabou como a melhor menina da competição, ganhando até matéria na primeira página no G1.

a4(o time todo, já com as medalhas)

Depois disso, fomos a Dubai como comemoração. Não todos, pois o Lucca tinha seletiva da IPhO, e voltou pra fortaleza logo após a premiação. A partir daí foram só passeios, visitamos lugares lindos, andamos de barco e à camelo, fomos ao deserto, e comemos comidas que, pela primeira vez em todos os dias, estavam gostosas.

leticia-dubai(no aquário de Dubai)

 

Logo, estávamos de volta ao aeroporto, desta vez indo pra São Paulo, já com saudades dos dias que tinham acabado de passar. Várias horas mais tarde, tivemos uma recepção bem animada em Guarulhos, com direito a gritos e faixas de parentes e amigos.

Só posso dizer que esses foram dias inesquecíveis, e com certeza me animaram a treinar pra mais internacionais. Claro, a medalha também é ótima, apesar de eu achar o certificado mais bonito, porém as pessoas que conheci, as histórias e o próprio fato de eu estar participando, são as coisas das quais mais me lembrarei e vou sentir falta.

Este provavelmente foi o post mais longo que já fiz, então vou parar por aqui.

Ah, só pra não esquecer, fui medalha de prata na OBF e destaque feminino do 1º ano do EM. :)

Até mais!

O que fazer quando falta menos de uma semana?

Postado em 24 de novembro de 2013 por Letícia – 1 Comentário

Ola!

Como você pode facilmente deduzir, faltam menos de 7 dias para eu viajar rumo a IJSO! É nesse momento em que tudo parece girar em torno da competição, todos seus pensamentos tem, obrigatoriamente, relação com a viagem, e mesmo as coisas mais sem sentido te fazem lembrar que falta tão pouco tempo.

Correndo o risco de ser clichê, ou melhor, sabendo que será clichê, só posso dizer que passou muito rápido. Nem parece que há quase 3 meses eu estava gritando de felicidade por ter acabado de ver o resultado e encontrado meu nome no meio dos seis selecionados para a internacional. Eu consigo lembrar perfeitamente do meu desespero ao ver escrito “Confira o resultado final da IJSO Brasil” na página principal do site, dos meus gritos loucos logo em seguida, e da cara da minha mãe ao perceber que eu não estava morrendo na sala, a não ser de felicidade.

Nas primeiras semanas tudo parecia tão perfeito, distante e surreal. Isso se resumia a e-mails da organização explicando como ocorreria a partir daí, conversas despreocupadas com os outros selecionados, e, claro, aos parabéns de meio mundo de pessoas. Só quando começaram a chegar as primeiras listas é que as coisas começaram a parecer real. Então os estudos, cronogramas de matérias a rever, livros a terminar, e muitas outras coisas que fazem parte da vida de todo olímpico voltaram. Com elas, um pouco do nervosismo pré-prova.

Nesse meio tempo, outras olimpíadas me distraíram um pouco: OBQ, OBF, OQSP, OBL, e OPF. O único resultado que saiu não foi o que eu esperava, apenas uma Menção Honrosa na OBQ. Poderia culpar a organização, que fez uma das provas mais cheias de erros, e, consequentemente, de questões anuladas (aproximadamente 30%), que já vi, mas sei que também é culpa minha. Aí foi focar nas seguintes, pra não acontecer o mesmo.

E então chegou o último mês. Tive alguns problemas para conseguir meu visto, que só peguei sexta-feira, 8 dias antes da viagem, tomei vacina contra a febre amarela, terminei os últimos resumos de biologia. No plano de fundo, uma redação um tanto quanto estranha pra OQSP “Laboratórios Químicos Espaciais”.

Como terça-feira vou pra São Paulo, onde vai ter o treinamento pra experimental, além dos últimos detalhes para a viagem, amanhã é praticamente meu último dia em Pindamonhangaba, minha cidade, e em Taubaté, onde estudo. Por isso, o clima de despedida já começou. Sei que são só duas semanas fora, mas vou sentir muita falta de todo esse povo.

Paralelamente, o nervosismo atinge seus níveis máximos nesses dias. Como serei primeira menina da escola a ir pra IJSO, primeira pessoa da cidade a ser selecionada para uma internacional de ciências, e primeira pessoa da minha família a viajar pra fora do país, a pressão é bem grandinha hahah. Mas vale muito a pena quando você põe no outro prato da balança a chance de representar seu país.

Mas eu ainda não respondi a minha primeira pergunta: O que fazer quando falta menos de uma semana? No meu caso, ouvir música (de preferência cantando junto bem alto), escrever aqui, distribuir milhares de abraços a todo mundo que conheço, e conversar muito com as pessoas com que passarei as próximas duas semanas. Não existe receita certa, mas com certeza isso funciona para mim.

Vou tentar fazer um último post antes de entrar no avião, para mostrar pra vocês um pouco da minha indecisão entre desespero e felicidade hahah. Caso não consiga, estarei de volta depois do dia 15, com, espero, ótimas notícias.

Até logo!

Contagem regressiva

Postado em 5 de novembro de 2013 por Letícia – Seja o primeiro a comentar

Olá!

Sexta passada começou a verdadeira contagem regressiva até a viagem pra IJSO. Como viajaremos dia 30, falta menos de um mês!!! Honestamente, agora em novembro eu nem estou me importando muito com a maioria das provas e resultados que saem (ou não, como diria OBQ), porque falta bem pouco tempo, e nada me faz passar um dia sem pensar nisso.

Não sei se é por ser minha primeira olimpíada internacional, ou também por ser minha primeira viagem internacional, ou por eu ser alguém de uma cidade quase desconhecida que nunca havia mandado uma menina pra uma olimpíada internacional, que isso parece gigante na minha cabeça. Provavelmente tudo isso junto. E isso causa um misto de extrema animação e um nervosismo enorme que eu não imaginava sentir ainda. É muito bom, por sinal.

Mas nossa equipe entrou, agora, na fase burocrática da coisa, tendo pedidos de visto, vacinas, fichas médicas e autorizações de viagem a preencher. A parte do estudo ficou realmente por conta própria, sem mais listas de exercícios para mandar. Honestamente, gosto mais assim. Posso me programar melhor para ver o que realmente preciso revisar e o que dá pra só fazer alguns poucos exercícios sobre o assunto. Além disso, claro, resolver provas antigas, que acabou por se tornar o assunto principal da equipe no nosso grupo.

Falando na equipe, uma das coisas mais legais até agora foi conhecer as pessoas que vão comigo. Apesar de conversar mais com apenas dois do povo todo, além do Rubens (que foi ano passado), já posso dizer que é gente muito interessante e prevejo que será ótimo passar duas semanas com eles. Outra coisa legal é que o Rodolfo, de Maceió, vai vir estudar em um colégio que fica perto da minha cidade, então com certeza vamos continuar nos vendo. Também descobri que o Léo escreve poemas, assim como eu (quem quiser ver os meus estão neste blog, entre outros textos), o que digamos que não é muito comum entre pessoas mais voltadas pra área de exatas, como nós. Sobre o Rubens, bom, só posso dizer que ele já virou um dos meus melhores amigos.

Enfim, basicamente é isso. Mesmo sem ter realmente participado da internacional, essa já foi uma das experiências mais legais que já tive, e não trocaria isso por nada. Agora é esperar o resto. Afinal, faltam só mais três semanas.

 

 

Milhares de coisas

Postado em 11 de outubro de 2013 por Letícia – 2 Comentários

Olá pessoal!

Eu sei que faz tempo que não escrevo, mas eu ainda existo! É que estes meses (setembro, outubro e novembro) estão sendo/serão meses muito corridos pra mim. Várias listas pra entregar, cursos que começaram e, claro, olimpíadas pra fazer e se preparar.

Pra começar, OBF e OPF. A primeira teve uma experimental estranha, que não sei se fui bem, mas uma teórica maravilhosa. Não maravilhosa no sentido bem desafiadora, mas talvez suficientemente difícil pra compensar minha bagunça na experimental. A segunda, tinha experimental. E eu soube disso durante a ida para prova. Apesar disso, tanto na experimental quanto na teórica eu fui bem, fazendo inclusive um exercício mais difícil que depois, por meio de grupos no facebook, fiquei sabendo que poucos fizeram. \o/. Ou seja, saldo positivo em ambas.

Outra coisa bem legal (e cansativa) que começou esses dias, foi meu curso de biologia no edX. Pra quem não sabe, o edX é um site onde você pode assistir a aulas de faculdades americanas, fazer exercícios e provas, e até ganhar um certificado de conclusão de curso (caso tenha notas boas). É muito interessante. Confesso que estava com medo de não entender nada, já que estou no 1º ano do ensino médio e a primeira parte era bioquímica, mas me apaixonei pela matéria. Apesar de ser difícil, e eu ter que estudar muito pra entender, faz muito sentido. Isso é o que eu adoro nas ciências, a lógica por trás de tudo que faz várias fórmulas químicas com nomes estranhos parecerem tão bonitas.

Ah, uma coisa meio inesperada apareceu pra mim nesta semana e eu achei perfeito. Linguística. Sim, estranhamente uma matéria que me parecia tão chata de repente mudou. OBL faz isso com a gente. Pra explicar, eu tinha falado pra uma amiga minha, há alguns meses, da OBL, ela se interessou em participar e me pediu pra avisá-la do início das inscrições. Aí eu vi o post aqui no OC e fui falar pra ela. Mas antes, preferi dar uma olhada melhor nas provas, só por curiosidade. É linda. Em 2011 até caiu Tengwar! Claro que como fã de Tolkien, achei isso incrível. Peguei a 2012, e a 2011 até agora, e ainda pretendo treinar tempo com as segundas fases, porque uma coisa é certa: eu estarei na OBL deste ano.

Sobre a IJSO, nada de muito importante, continuo a fazer as listas e a conversar com o povo que vai comigo (gente muito legal, por sinal). Acho que depois da OACJ vamos ter mais detalhes sobre a viagem.

Ufa! Foi um post bem grande, mas esse é o resultado de um mês sem postar. Especialmente em meses cheio de coisas como estes. Por enquanto é isso, até tenho mais coisas pra falar mas aí sim o post fica gigante. Tendo mais notícias e tempo, especialmente o último, eu volto a escrever aqui. Espero que tenham gostado.

Até mais!

Pessoas novas

Postado em 5 de setembro de 2013 por Letícia – 4 Comentários

Olá!

Desde a hora em que soube que passei na IJSO 2013, comecei a adicionar as pessoas que iam comigo no facebook para conhecê-las melhor e já estarmos pelo menos nos conhecendo um pouco melhor. Eu posso garantir que nunca imaginei um povo tão legal! Sou tão sortuda por isso! kkk

Já conhecia uma das pessoas que ia, o Léo, mas logo vi que os outros eram tão demais quanto. Acho que até agora falei com todos, menos com o Camacho (nunca consigo achá-lo online). Criamos o grupo IJSO 2013, e fui convidada para participar de outro, por um participante do ano passado (Rubens) que também acabei deu conhecer, e que tem gente da Alemanha participando. \o/

Falei bastante com o Rodolfo, o Lucca, a Marina, pessoas que eu não conhecia, e alguns participantes do ano passado, que eu também não conhecia hahah. Tenho até uma conversa com uma das pessoas da Alemanha. Para alguém que conhecia bem poucas pessoas da minha idade fora do meu estado, isso é muito grande.

Tenho o costume de olhar o perfil das pessoas que vou adicionando, aí percebi que eles são muuiiito como eu. Além de gostar de física, química e biologia (o óbvio), eles veem e leem os mesmos livros/filmes que eu amo! Vi vários colocando coisas de Star Wars e As Crônicas de Gelo e Fogo (vulgo Game of Thrones), que são meus amores junto a O Senhor dos Aneis. Sim, é nessas horas em que percebemos o porquê dos estereótipos nerds hahaha.

Também recebi meus primeiros e-mail da organização, com fichas médicas e dados, outros mostrando como fazer a autorização de viagem para menores, enfim, finalmente parece realmente que é verdade.

Por enquanto é só. Quando tiver mais notícias ou informações interessantes (pelo menos pra mim kkk)  voltarei. Ah, amanhã sai o resultado da OBF e estou animada pra vê-lo. Além disso, estou esperando loucamente as listas de exercícios da preparação IJSO 2013, acho que devem começar semana que vem.

Até mais!