E lá se foi 2012… Um dos anos mais incríveis da minha vida.
Assim como os outros anos, este começou e terminou em fogos de artifícios, mas como tantas coisas diferentes aconteceram comigo em 2012, eu vou focar na minha “vida de olímpico”.
Em janeiro eu viajei para Maceió, participar da semana olímpica de matemática. Mafia, mafia, mafia, MAFIA! Joguei muita mafia com os amigos que já conhecia ou que fiz lá. Joguei também muito pembolim com o Vitor. Ele na defesa, eu no ataque, e os outros times em desespero.
E então os estudos mais sérios começaram: comecei a resolver questões do Irodov, com uma frequência cada vez maior, enquanto lia Vida, a Ciência da Biologia e resolvia questões das OBBs passadas. Estudei diversos algorítimos para a OBI, reli uma parte do livro de química do Peter Atkins. Resolvi problemas do physics cup, e conversava por email com amigas de outros países. Fiquei meio ausente do mundo durante essa época, eu acho haha.
Comecei a resolver mais questões de físicas, a estudar eletromagnetismo mais a fundo, a resolver provas da IPhO e APhO. Fiz a seletiva de São Carlos — conversei bastante com o resto do pessoal que estava lá. Muito legais :). A prova estava muito difícil, mas eu precisava ficar em primeiro lugar na seleção — é uma longa história, mas o fato é: se eu não tivesse ficado em primeiro lugar na seletiva da IPhO com certo certo gap de pontos pro segundo lugar, eu provavelmente não teria ido.
Fiz a seleção pro Millenium Youth Camp 2012. Fiz a prova de seleção pra IOAA, sem ter estudado muito. Comecei a escrever um manual de linguística e a resolver diversas questões de IOLs, NACLOs, etc.
Fui classificado para a IPhO, IBO, IOL, IOAA e Millenium Youth Camp.
Viajei para a Finlândia sozinho para o MYC. Passeei por Paris no meu caminho de ida. Fiz diversas amizades lá e revi um velho conhecido da IJSO 2009 e IPhO 2011. Comi sanduíche de rena, conheci alguns dos chefes de uma empresa de papel e tecnologia, assiste palestras de Linus Tourvald e do prêmio nobel de medicina desse ano, Shinia Yamanaka . Peguei um barco, viajei para a Estônia, revi os meus amigos da IJSO 2009 e 2010 — adoro vocês haha.
Voltei pro Brasil, fui expulso do time da IPhO, entrei em contato com um pessoal da organização da IPhO da Estônia, voltei pro time da IPhO, sai do time da IBO e entrei no time da OIAB.
Passei 10 dias treinando experimentos e comendo muito em São Carlos com o pessoal paulista da equipe da IPhO. O pessoal do Ceará não gostavam muito da ideia de andar alguns kilometros pra comer em lugares exóticos haha.
Fui para a IPhO, fugi do resto da equipe na Holanda pra poder conhecer Amsterdam. Eu tinha um passaporte Brasileiro, quem me impediria de sair correndo pela cidade? Briguei com a minha então melhor amiga, paramos de nos falar :/ . Passeei em Tartu, e o que acontece na IPhO, fica na IPhO haha. Estava com infinitos problemas com as passagens de avião, mas consegui resolver eles a tempo de ir para Praga :). Ah, e eu ganhei uma medalha de ouro haha.
Em Praga encontro a equipe da IOL, dormimos os próximos dias em albergues e passeamos por Praga e pela Áustria. Fomos para Linz, Salzburg, Viena, etc. Compramos bilhetes(!) para ir numa praia na Áustria, mas ela fechou mais cedo por começar a chover. Até chegarmos na Eslovênia, que é um país com uma natureza linda! E eu venci todos os jogos de pembolim que joguei lá haha. A equipe do Brasil na IOL era muito louca também :). Eu agradeço alguns dos membros por escutarem meus desabafos quando eu estava estressado. Voltando a natureza: lagos, montanhas…. Passeamos em cachoeiras e eu peguei uma medalha de prata e um avião para São Paulo. E minha câmera fotográfica foi roubada.
Ok, o avião não foi para São Paulo, foi para uns 3 outros países antes de ir para São Paulo haha — escalas infinitas. Mas chegando lá eu peguei um avião para o Rio de Janeiro e fui para a IOAA.
IOAA = comida, comida, comida. Ela foi no Brasil, e existe coisa melhor que comida Brasileira? Me diverti muito com a louca equipe da IOAA: batalhas de starwars com os lasers, campeonato de sobremesa, dança de cadeiras, jogar pembolim com a Karol, planejar como matar o Onias, irritar a Tábata. Andei dentro de uma cachoeira, fiz ótimos amigos, do Brasil e de outros países :). E foi dificil dizer adeus para eles…. E peguei uma medalha de prata.
Vim para São Paulo, saí na Folha de São Paulo, dei algumas entrevistas e fiquei um pouquinho famoso.
Fui para a OIaB (as entrevistas atrapalharam um pouco estudar na reta final pra OIaB, mas tudo bem haha), em Portugal. Conheci a pátria mãe do Brasil, fui em Lisboa e em Cascais. Nadei no mar, fui num oceanário, quase fiquei bêbado, dancei forró, funk, participei de uma sketch, e outras coisas que: o que acontece na OIaB, fica na OIaB. Participei da gincana em equipes e minha equipe ficou em primeiro lugar! Também ganhei uma medalha de prata na OIaB.
Ah, uma coisa interessante, eu levei itens altamente ilegais na minha mala de mão nessa viagem. E fui salvo pela minha gaita, que parece um cartucho de revolver, e que desviou a atenção dos outros itens.
Cheguei no Brasil, fui entrevistado no de frente com Gabi, e fiquei meio famoso.
Fui reconhecido na rua, na farmácia, etc… Dei uma palestra em Campo Grande junto com o Augusto sobre olimpíadas e outra em Fortaleza.
Gastei o meu final de ano fazendo essays e resolvendo a burocracia de se aplicar pra universidades americanas.
Fui para o aeroporto novamente para ir para a WoPhO, na Indonésia. O meu passaporte iria expirar em 3 meses, e só é permitido a viagem se o passaporte tem pelo menos mais 6 meses de validade. Eu descobri isso depois de tentar fazer o checkin: fui barrado. Falei com o supervisor da companhia e ele me barrou também.
Fui correndo para a polícia federal e a invadi. A minha mãe já havia ligado para lá para explicar a história, mas ainda assim foi interessante entrar correndo na PF de GRU. Os policiais ficaram com pena de mim e resolveram me ajudar. Recebi uma carta do delegado e ele e o escrivão, completamente fardados me acompanharam para o local de embarque. Me deixaram embarcar.
Em Dubai, falei que estava com pressa para que eles não checassem meu passsaporte haha. Na Indonésia a embaixada do Brasil estava me esperando no aeroporto para resolver os problemas que pudessem ocorrer.
Conheci muita gente lá, pessoas incríveis! Fui o organizador dos jogos de máfia e fiquei relativamente popular. Fui em uma fazenda de arroz, passeei no centro de Jakarta e tirei fotos com infinitas pessoas que me achavam a cara do Justin Bieber(!?). De fato, quase todo mundo que não era indonésio nem oriental era chamado de Justin lá.
Eu reouve (sim, essa palavra tá certa) a amizade que havia perdido lá no inicio do ano na WoPhO e nós conversamos muito durante a mesma.
Os fogos de artifício começaram a estourar e 2012 chegou ao fim.
2013 começou com festa, piscina e uma inesperada medalha de Prata.
Voltei para Dubai acompanhada pelos amigos da Alemanha e Romênia. Vimos em Dubai sites idiotas na internet e nos despedimos.
No avião conversei com os meus vizinhos, estudei o início do básico de moderna teoria quântica e li uma peça de teatro… no aeroporto de Guarulhos entreguei lembrancinhas da Indonésia para os policiais para agradecê-los. Peguei um ônibus e nele encontrei professores de algumas universidades famosas que estavam no Brasil a passeio.
Cheguei aqui, e aqui estou.
Que 2013 seja um ano ainda mais incrível que 2012.
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