Percepção
Posted in Sem categoria on outubro 3rd, 2012 by Ivan Tadeu Ferreira Antunes Filho – 2 CommentsOntem eu passei o dia lendo Inheritance, da série Eragon. Contando desde as 0:00, acho que li cerca de 400 páginas das 850 do livro. Não esperava grande coisa do livro, mas eu consegui me reconhecer tanto em certas passagem que ele mexeu comigo. Para aqueles que estranharam o título dele, sim, eu estou lendo a versão em inglês do livro A Herança; tenho que treinar meu inglês e ganhar vocabulário para escrever os meus textos de maneira menos limitada as minhas palavras… Como muito bem apresentado no romance Vidas Secas, somos sim limitados pelas nossas palavras, pelo nosso conhecimento.
Mas isto não vem ao caso. Ao ler ele eu percebi algo que por um momento me entristeceu… Provavelmente eu não verei novamente muitos dos amigos que eu já fiz na vida.
Tantas viagens, tantas olimpíadas, tantas experiências trocadas… trilhando o mesmo caminho, mesmo que por um curto espaço de tempo, esses amigos de uma maneira ou de outra mudaram a minha vida.
Alguns com quem eu ainda converso, outros que infelizmente a memória já começou a me apagar seus traços. Até agora ainda havia a esperança que talvez em uma outra competição, ou quem sabe até na universidade, nós nos encontraríamos de novo. Mas não… alguma ilusões podem ser úteis para tornar a vida menos sofrida, mas chega um momento em que você percebe que certas coisas não vão ocorrer novamente. Eu não vou ver muitos deles novamente. E nada será como já foi um dia. Não adianta fugir, nem mentir pra sim mesmo.
Alguns poderiam dizer: “Mas você é muito novo, vocês ainda podem se encontrar um dia; o mundo é muito grande e muito pequeno para se ter certeza”. Mas isso de nada mudaria.
As lembranças moldaram meu caráter, me fizeram mudar em todos os aspectos. Mas o momento em que se percebe que elas não passarão de lembranças, um sopro de vento em suas costas te empurrando para frente, é algo que dói. Saudades sim, saudades pois o passado valeu a pena, pois se eu pudesse voltar,eu erraria tudo exatamente igual.
Eu vejo o horizonte trêmulo, eu tenho os olhos úmidos, pois não tento fingir ser quem não sou. Forte? Tenho que ser, pois caminhei até aqui, consegui chegar até onde cheguei, mas feito de aço? Não, nenhum de nós é. Alguns já me tiveram como exemplo a ser seguido, como alguém que desafie o que seja natural, mas não. Se eu sirvo de exemplo? Tanto como de bom, como de mau exemplo. Cometi erros, mas também acertei.
Sei que muitos dos amigos que eu fiz eu não voltarei a ver. Triste? Apenas a realidade, apenas a natureza, com sua força indiferente aos fatos e vontade. Mas, como fala a canção:
Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam “não”
Sim. Eu vou me lembrar deles e de tantos outros que já entraram e saíram de minha vida. Guardados para sempre, voando na memória.
Agora tenho que compensar o tempo perdido lendo o livro… adeus e até mais.