Posts com a tag ‘application’

Fundação Estudar

Posted in Sem categoria on junho 24th, 2013 by Bárbara Cruvinel Santiago – Be the first to comment

Post da Fundação Estudar

E assim eu fui ajudada pela primeira vez pela Fundação Estudar (FE). Eu ouvi falar da FE pela primeira vez em 2011, quando eu estava começando minhas pesquisas sobre como ir estudar nos EUA. Desde então, eu não imaginava quão presente ela se tornaria na minha vida.

A foto aí em cima é de um post feito na página da FE no dia 13 de abril de 2012, uma sexta-feira 13 que não andava muito boa para mim, mas que me trouxe uma sorte que eu não esperava. Foi através desse post que eu ouvi falar pela primeira vez do Prep Program, que na época era do Instituto de Liderança do Rio (ILRIO) e que agora é da própria Fundação Estudar. Entrando no link, havia o seguinte texto:

Programa auxilia jovens interessados em estudar nos EUA

Instituto de Liderança do Rio (ILRIO), organização que fomenta o desenvolvimento de liderança no Brasil por meio de apoio à educação, anuncia as inscrições para o Prep Program, que estarão abertas até 31 de maio.O programa tem como objetivo ajudar jovens estudantes brasileiros a ingressarem nas melhores universidades dos Estados Unidos, como Columbia, Harvard, Stanford e Yale.Os candidatos que passarem pela triagem da ILRIO receberão mentoring como preparação para o processo seletivo das universidades. Além disso, os participantes poderão ganhar bolsas de estudo parciais ou integrais. Para mais informações, acesse www.ilrioprep.com.
Eu pensei: “Por que não?”. Eu queria ir estudar em alguma universidade nos EUA, acabava de surgir uma oportunidade. Ajuda nunca é demais, certo? Então eu resolvi me inscrever. O resultado quem segue esse blog já sabe: entrei para o programa e ele me ajudou absurdamente nos meus applications. Está certo que não foi assim para todos os mentees, mas eu dei bastante sorte e fui orientada por uma mentora incrível e tive bastante ajuda da coordenação do programa.
.
Daí saíram os resultados, e OMG! eu estava sem bolsa. Como eu faria para ir para os EUA? Então, a FE lançou a plataforma de Crowdfunding para conseguir o dinheiro para a minha bolsa e para outros tantos mentees do Prep Program de 2012. Daí meu nome foi para os jornais e, apesar de a exposição ter me gerado aspectos bastante negativos, me trouxe muitas coisas boas também, como conhecer melhor o IFUSP, conhecer gente fantástica, conseguir centenas de apoiadores etc. Foi assim que a FE me ajudou de maneira significativa pela segunda vez.
.
Veio então o processo do Programa de Bolsas da FE, o mais antigo projeto da Estudar e um dos mais complicados de entrar. Este ano foram 11 mil candidatos para 30 vagas. Ok, teve gente muito, muito, muito boa que não entrou (eu mesma fiquei bastante chateada). Mas eu entrei! \o/ E fiquei feliz porque, apesar de o valor da bolsa da FE não cobrir muita coisa do total da universidade, ele cobre uma parte e é uma ajuda bastante bem-vinda. Fora isso, não teve uma vez que eu tenha entrado na sede da Estudar ou em um dos eventos da FE em que eu não tenha conhecido gente muito boa naquilo que faz, gente que inspira. Assim, a FE começou a me ajudar pela terceira vez de maneia bastante relevante. Agora, espero poder retribuir em dobro tudo o que ela fez e tem feito por mim. :)

Go, Bulldogs!

Posted in Sem categoria on maio 26th, 2013 by Bárbara Cruvinel Santiago – 13 Comments

Tudo começou no início do ano passado. Não, espera. Tudo começou quando eu comecei a participar do IYPT, ou foi quando eu ganhei minha bolsa? Ou foi quando eu me mudei pra Santos? Ou quando o mundo virou mundo e as coisas começaram a ficar do jeito que são? Eu não sei como começou, mas eu sei como termina agora. Mentira, não está terminando, pode só estar começando agora. Do que eu estou falando? O título deste post dá uma leve dica; mas, se você ainda não entendeu, leia o post até o final, só que já vou avisando que, se bobear, este texto aqui vai superar o maior post da história dos posts.

DSC_8437Acho que todas as pessoas que já passaram algum tempo lendo o que eu escrevo sabem o quanto um torneio em particular mudou completamente a minha vida e como meus três anos de ensino médio foram totalmente transformadores. As olimpíadas em geral, mas principalmente o IYPT, me fizeram conhecer as pessoas mais incríveis, viajar para os lugares mais malucos que eu já visitei e adquirir a maior parte do pouco de conhecimento que eu carrego comigo. Só eu sei o que foram as noites perdidas, as semanas vividas trancadas num quarto com só uma escrivaninha e meia dúzia de livros na minha frente, o desespero pra estudar tudo a tempo. Contudo, mais do que isso, o IYPT fez com que eu me apaixonasse por física e pela pesquisa e com que eu não quisesse mais simplesmente aplicar o conhecimento, mas produzi-lo. Foi assim que, gradualmente, a menina que tinha o sonho de estudar engenharia aeronáutica no Brasil decidiu que tentaria algo maior, talvez impossível: conseguir uma vaga numa das 10 melhores universidades do mundo para se tornar uma grande cientista um dia.

Começaram então as escolhas: vestibular ou application, estudar como louca para o ITA ou me matar para tentar ir para o IYPT de novo e conseguir uma medalha internacional, treinar para o SAT ou estudar para as provas de humanas da escola? Várias e várias delas surgiam conforme 2012 ia chegando. As minhas férias foram assim tomadas por horas lendo tudo que eu podia nos sites de várias universidades e, como não é novidade para ninguém, sendo minha primeira opção o MIT, eu ficava noites inteiras lendo os infinitos posts nos admissions blogs deles, sobre como aquelas pessoas faziam aulas incríveis, como elas faziam mais do que um curso, como elas viajavam nas férias por conta da universidade para estagiar nos maiores centros de pesquisa do mundo, como a vida nos alojamentos fazia parte da experiência universitária delas etc. Eu já estava mais do que decidida; era a minha única chance e eu ia arriscar: eu ia ganhar uma medalha internacional naquele ano seja lá o que custasse e ia me focar nos applications. Caso tudo desse errado e eu não passasse no vestibular, eu poderia tentar de novo, mas eu não me perdoaria se não tentasse conseguir uma vaga nos EUA. Não que eu tenha abandonado o vestibular por completo, no início do ano eu cheguei a estudar 6 horas para ele além da carga pro IYPT e provas diversas. Mas, aos poucos, essas horas foram se tornando mais escassas, conforme os prazos finais de submissão dos applications iam chegando.

Logo no início do ano, eu já teria que prestar o SAT. Aliás, o SAT foi um problema durante o ano passado. A prova de maio coincidia com o IYPT Brasil, a de junho com a OQSP, a de outubro com a OBF, a de novembro com o ENEM e a de dezembro com o TVQ. Acabei perdendo a prova de maio (óbvio que eu não ia perder a chance de ganhar a vaga pra fase internacional do IYPT), perdi a OQSP, dei um jeito de fazer menos matérias no SAT II em outubro, mas quase cheguei atrasada na OBF, não fiz o ENEM (e gosto de falar: eu nunca fiz ENEM na vida! \o/) e fiz o TVQ porque eu não ia perder mais uma prova de química por causa do SAT. Meu primeiro resultado foi ruim, cerca de 1860. Eu entrei em desespero, isso significava que Early Action pra mim não ia rolar (apesar de que eu tentei depois, longa história pra mais tarde). Daí eu prestei o SAT II de Math II e Physics e uuuuhul (!), boas novas, 800 de 800 nas duas e eu saí pulando pela casa. Daí chegou novembro, minha nota no SAT I melhorou muito muito pouco e aí começou a choradeira de verdade. “Eu não vou passar”, “já era”, “o applicant pool brasileiro este ano é incrivelmente forte e tem notas melhores que as minhas” era o que passava na minha cabeça. Foram dois dias pra me recuperar disso com ajuda de gente que não mediu esforços pra me ajudar. :) Chegou dezembro, eu não fiz o SAT e, então, viajei pro Rio de Janeiro, que era o único lugar com vagas, para tentar a minha última chance. Minha nota melhorou consideravelmente, mas nem todas as escolas aceitavam a prova de janeiro, então já era tarde demais para algumas universidades na minha college list.

FE_Prep_Program

Voltando ao início do ano, vagando pelo Facebook da Fundação Estudar, eu descobri o Prep Program, que na época era do Instituto de Liderança do Rio. Resolvi tentar, afinal, não ia me tirar pedaço, só algumas horinhas a mais fazendo essays/formulários/entrevista, e eu ainda poderia conseguir ajuda pra completar meu application. Chegou julho e… passei! 😀 Eu só não esperava que o Prep fosse me ajudar tanto nos últimos meses. Eu tenho certeza que, sem eles, eu não teria conseguido coisa alguma. Foi quando eu conheci a Shen e a Laila e eu sei que eu devo tudo o que eu consegui nos últimos meses a elas duas. A Shen é a minha mentora (the best mentor in the entire Prep Program, just saying haha, os outros mentees que morram de inveja kkkkkk), a pessoa que me aturou com centenas de e-mails falando sobre tuuuudo o que acontecia comigo (minhas notas em provas, relatórios sobre as minhas entrevistas, problemas com meus formulários e até a choradeira depois das notas hahaha) e que revisou cada uma das milhares de versões dos meus cerca de 30 essays. A Laila é a coordenadora do Prep, que me ajudou com mock interviews, dúvidas com os formulários, revisou alguns dos meus essays, me ajudou a orientar a coordenação da escola com os formulários do colégio, me passou diversos materiais de preparação pro TOEFL e pro SAT e por aí vai. Assim, Laila e Shen, eu não sei nem como agradecer as duas. Muito obrigada por tudo!!! You’re the best! 😀

Por falar em material de preparação pra TOEFL e SAT, é… teve mais o TOEFL pra melhorar minha vida. A história do TOEFL foi um pouco mais curta. Um belo dia, eu fiz minha inscrição para fazê-lo (céus, como aquela prova é cara O.o), só que no belo dia que eu tinha que fazer a prova, eu acordei atrasada pra caramba e quase não fiz a prova. Eu cheguei estressada, esqueci de levar lanche, fiquei com dor de cabeça e “tcharam!”, levei um 98 na cara; eu precisava de 100. A prova do TOEFL é fácil, mas eu precisava fazê-la de novo antes da data do Early Action que seria 1º de novembro. Nisso, eu já estava no fim de outubro e as vagas pra fazer o TOEFL eram as seguintes: ou eu ia pro Norte do país fazer a prova às pressas ou eu ia pra Campinas, porque milagrosamente tinha uma única e brilhante vaga pra eu ir. Pois é, isso era uma segunda-feira, eu tinha até sexta para descobrir quais tinham sido os meus problemas e melhorar a minha pontuação. O segredo foi arranjar um jeito de viajar pra Campinas, dormir bem, levar um lanche, ler uns PDFs que a Laila tinha me passado e yaaaay: 110!

Ok, isso era só uma parte, eu também tinha que correr atrás das cartas de recomendação. Conseguir foi um sacrifício… primeiro porque eu tinha que arranjá-las em inglês com professores que falavam português, segundo porque elas são totalmente diferentes daquilo que os professores esperam que seja, tem que ter todo um tom pessoal e falar do aluno como pessoa, como ele interage com a turma etc além da parte acadêmica. A primeira que eu consegui foi do meu professor de humanas, a segunda, da coordenação (que burocracia que foi conseguir meu histórico escolar com a tradução e auxiliar a escola no envio de todos os documentos dela) e a terceira, que eu achei que seria a mais fácil acabou sendo a mais difícil delas. Faltavam 3 dias pra submeter o application pra Harvard e meu professor de exatas ainda não tinha me passado a carta ou acessado o Common Application! Coooomo deu trabalho. Por fim, um dia antes do prazo, carta submetida e eu fiquei aliviada. Eis que então eu recebo um e-mail dizendo em resumo “a carta do seu professor de física não está boa, aparenta que você não se relaciona direito com as pessoas (bitolada nos estudos) e com certeza não vai passar com ela”. Ha! Ferrou, Harvard já tinha recebido aquela carta. Mas, ok, era hora de correr atrás da carta de outro professor de física pra me salvar nas outras universidades e, dessa vez, ela teria que ser muuuuito boa. Foi aí que eu consegui a carta do professor que, apesar de oficialmente nunca ter sido meu orientador no IYPT e torneios correlatos, foi o que mais me ajudou ao longo dos últimos dois anos, mesmo sem receber nada em troca. A carta ficou perfeita! Assim, termino este parágrafo agradecendo profundamente ao Rodrigues pela minha carta de humanas, à Linita pela carta da coordenação, à Sueli e à Ana Paula por me ajudarem na corrida pela documentação, ao Giba pela primeira carta de exatas que eu mandei pra Harvard e ao Gromov pela carta de exatas que eu mandei pra todas as outras universidades. Sem esses documentos eu sequer poderia me candidatar às universidades americanas; então, muito obrigada pelo tempo de vocês!

Claro, tinha também os essays. Lindos e malditos essays. Nossa, como eles roubavam o meu tempo. É por causa deles que eu mal conseguia estudar outras coisas. Sério, se candidatar a uma dezena de faculdades toma um tempo desgraçado! Eu queria que cada um dos essays ficasse perfeito e pensado nos mínimos detalhes. Foi aí que a Shen foi de suma importância. Sorry, Shen, for all the time I took from you haha. Ela estava louca atrás dos vistos brasileiros dela e, mesmo assim, revisava meus essays como nenhum outro mentor fazia. Os essays também foram muito interessantes em outros aspectos… A minha irmã deve ter ficado louca haha; eu fazia ela ler meus textos a cada letra ou vírgula que eu alterasse hahahaha. Thank you, Isabella (tenha certeza que, quando eu for entrar na grad school, vou fazer você ler mais uma tonelada de essays hahahaha). Outra pessoa que leu um ou outro essay pra mim foi a Denise (thanks, Denise! :) ). Mas, no fim das contas, tem outra pessoa que eu tenho que agradecer muito. Obrigada, Ivan, pelas infinitas horas no Google Docs (e pelos comentários psicopatas no meio dos meus essays hahahaha), pelas revisões no meio da madrugada e por ter me aturado esse tempo todo. :)

Vieram também as entrevistas. A primeira seria a do MIT. Eu contatei infinitas vezes ao longo de um mês o meu entrevistador e cada vez menos ele me retornava. Foi então que alguém conseguiu trocar meu entrevistador (obrigada de novo, pessoa :) ). Fui até Santo André fazê-la e a entrevista foi ótima; eu saí de lá extremamente feliz. Aliás, obrigada à Elaine e ao Fernando por terem tirado todas as dúvidas que surgiram em vários momentos ao longo do processo de admissão do MIT (foram muitas, muitas, muitas). Então veio a de Princeton, que foi só em janeiro, e depois a de Columbia, que foi um pouco depois. Nesse meio tempo a Shen me ajudou a escrever meu CV e com uma mock interview antes da do MIT, depois a Laila me ajudou no meio das férias com uma mock interview antes de Princeton. Como a vida é irônica, de todas as entrevistas, eu achava que só tinha ido mal na entrevista de Columbia (e dessas, eu só fui admitida lá hahaha; ok, já comecei a soltar um pouco as novidades). Continuando…

É, como eu tinha dito, eu apliquei Early Action, e como acho que já deu pra perceber, foi pra Harvard. Mas, Bárbara, Harvard era sua primeira opção? Não, na verdade não. Eu apliquei EA pra lá por dois simples motivos: MIT não aceitava EA de alunos estrangeiros e alunos de Harvard podem fazer vááários cursos no MIT. Sim, eu apliquei EA pra Harvard não por causa de Harvard, mas por causa do MIT haha, porque se você for olhar qualquer histórico de conversa de alguns meses atrás, há registros meus falando que eu preferia Princeton e Yale a Harvard, mas que Harvard estava do lado do MIT, então né… haha. (Sim, Princeton, Yale e Harvard estavam “empatados” como minhas segundas opções depois do MIT). E chegou o resultado super animador (só que ao contrário) no dia 13 de dezembro falando “sorry, you were deferred”. Isso significa que eu tinha um perfil que interessava a eles de alguma forma, mas que eles não tinham certeza se eu seria a melhor opção, então estavam me transferindo pro Regular Action, aquele que quase todo mundo faz e os resultados saem em março. Pois bem, eu já estava “muito feliz” com as provas do ITA, que por acaso começaram dia 11 e terminaram no dia seguinte, então aquela notícia foi fenomenal pra mim, me deixou super pra cima! Hahaha, só que beeem ao contrário. De qualquer maneira, eu concordava com quem eles tinham admitido em EA; assim, menos mal.

IMG_1481Como eu escrevi aí em cima, é, nesse meio tempo tive os vestibulares… A carga de provas do fim do ano foi incrível, era prova importante semana sim, na outra… também. Isso se arrastou do início de outubro até o fim de janeiro. Dá para perceber como eu já estava super animada haha, ainda mais com alguns resultados nada positivos chegando junto, fora os applications (formulários, essays e entrevistas) nesse período. Até que… chegou o primeiro resultado dos vestibulares! Minto, não foi o primeiro, mas eu já sabia que eu não ia passar no ITA mesmo, então só tava contando com USP e Unicamp. E yaaay! Passei na Poli-USP! Era só alegria, trote atrás de trote, fui fazer a matrícula e, no dia que eu cheguei da matrícula em casa… uuuuhul! Passei na Unicamp também, dale mais comemoração e por aí foi, por uma semana só haha. Foi quando eu saí de casa e fui morar sozinha, começar as aulas e tudo mais.

Aí começaram as mudanças mais drásticas: mudei de cidade, fui morar sozinha sem meus pais e comecei a faculdade. A semana de recepção foi divertida e tudo mais, mas eu confesso que já sentia que aquele não era o meu lugar; não por causa das pessoas, porque eu fiz muuuitos amigos na Poli, mas sei lá… A minha primeira aula foi com um economista, minhas aulas de introdução à engenharia eram quase sobre como gerenciar um negócio e as coisas iam assim. Eu percebi de vez que as ciências puras eram mais a minha cara, eu gostava de estudar por simplesmente estudar e esse não era o clima da Poli. O clima da Poli, por falar nele, é pesado, lá as pessoas são muito inteligentes, mas estudam pra simplesmente passar, porque aquele lugar é insalubre. As pessoas só gostam da Poli por causa das atividades de fora, porque estudar lá não é nada estimulante. São 9 matérias por semestre, sentado na cadeira da escola das 7:30 da manhã às 4:40 da tarde muitas vezes assistindo aulas que não lhe acrescentam em muita coisa e tendo que estudar tudo sozinho em casa. Não que eu me incomode de estudar tudo sozinha, eu fazia coisa bastante pior e mais pesada no ensino médio, mas o propósito final de tudo aquilo não me animava. Ficar pegando provas passadas no Xerox ou assistindo as aulas “fuja do nabo” pra simplesmente, sei lá, ir bem numa prova de PQI ou PCC sem muitas vezes saber aquilo (não por falta de interesse, mas por falta total de tempo, porque além de tudo tem mais os infinitos trabalhos semanais) não me deixava feliz. A Poli, em resumo, não me fazia bem porque, lá, eu não sentia a motivação pra estudar e sempre aprender coisas novas por minha conta que eu tinha até então.

Com a ansiedade pelos resultados lá de fora, eu estava arranjando menos motivação ainda pra estudar. Eu já tinha percebido no fim das contas que a minha praia eram as ciências puras mesmo, pelo menos para isso a Poli serviu, e eu não via a hora de me livrar de tudo aquilo. Meu primeiro resultado de Regular Action foi o da Caltech, mas eu sabia que lá eu não entraria. Fora isso, em uma semana, sairia o resultado do MIT. Eu mal dormi aquela semana, os minutos finais então… foram malucos. Era dia 14 de março, a.k.a. “Pi Day”. Meus pais tinham ido para São Paulo e, às exatas 7:28 da noite, o resultado. “I’m sorry to inform, you were placed in our waitlist”. Pronto, já era, foi um dos meus piores dias de applicant; eu fiquei mal, beeeem mal, e não consegui ir fazer minha prova/aula de PQI no dia seguinte de manhã. Voltei para Santos e tentei arrumar minha cabeça, a ansiedade seria carregada até maio no fim das contas e eu teria que esperar os próximos resultados, que sairiam logo depois da primeira semana de provas da Poli.

BU-logoEntre o resultado do MIT e as provas da Poli, veio a premiação da OPF. Dia 23 de março de 2013, dia do meu primeiro resultado positivo. Estava eu na van voltando do ITA por causa da premiação e recebo uma notificação no celular. “Your Boston University Decision”. “Aaaaaaaah! Passei pai! Eu entrei em Boston University!” – foi o que eu comecei a gritar no meio do nada, e foi a festa. Quanta diferença a minha chegada em casa uma semana depois do resultado do MIT. Entretanto, entre esse dia e os resultados das outras que eu queria muito mais, viriam as provas da Poli.

Eita semana ruim que foi aquela. Eu estava ES-TRES-SA-DÍS-SI-MA. Quem precisa dormir mais de 3 horas por dia numa semana inteira, certo? E quem vai se estressar com 7 resultados chegando em menos de uma semana? Pffff… Eu mal tinha conseguido estudar direito desde que eu tinha entrado na Poli, mas consegui segurar minhas médias. O fim daquela semana de provas foi um alívio. Daí começaram os resultados. Eu tinha que estudar, fazer EP, terminar minhas listas, mas o meu futuro poderia ser completamente mudado em apenas 3 dias, do dia 27 ao dia 29 de março; concentração zero para mim.

Veio o primeiro, Duke, waitlisted. Depois veio o dia das Ivy Leagues: Yale, Harvard, Princeton, Columbia e Cornell sairiam todas juntas, no mesmo horário, e, depois delas, Stanford seria minha única salvação. Eu não lembro a ordem, mas os resultados no dia 28 de março foram: waitlisted, denied, denied, waitlisted, denied. Foi tanta notícia ruim uma seguida da outra que não caiu a ficha; eu simplesmente fiquei parada, sem reação. Não dá para sentir algo quando tudo vem junto. Eu simplesmente continuei olhando para a parede com a certeza de que o último golpe viria com Stanford, como realmente veio no dia seguinte ou dois dias depois, não lembro ao certo. Boston University era minha última opção da lista, então eu fiquei meio desorientada e totalmente desanimada (mesmo assim, muito obrigada à Amanda e à Caitlin que foram as duas pessoas que mais me mostraram que BU ainda poderia ser um lugar excelente para mim e pelo tempo que gastaram comigo :) ).

Assim, waitlisted virou meu nome do meio, diga-se de passagem. Eu estava em espera para 4 das universidades que eu mais queria, entre elas, a minha top choice, o MIT. O cenário, para mim, não era nada animador, e a ansiedade continuava me perseguindo enquanto eu via vários dos meus amigos felizes e comemorando. Eu não sabia o que fazer, ao mesmo tempo que eu ficava feliz por eles, eu me sentia incapaz, me sentia burra para dizer a verdade. Como eu não tinha conseguido uma vaga numa das 10 melhores? Como se fosse muito fácil… Eu então comecei a escrever cartas para as universidades que me botaram em lista de espera que nem doida. O pessoal dos correios virou íntimo meu aliás, porque eu passei de dezembro até o fim de abril indo toda semana enviar cartas de recomendação, formulários, imposto de renda traduzido, documentação de financial aid, cartas para as listas de espera, suplemento de pesquisa pré-universitária e coisas do tipo. Pois é, ainda tinha essa documentação toda além da Poli pra eu tomar conta, como se a Poli por si só já não roubasse minha semana por completo.

Logo 1Aliás, falando em documentação para Financial Aid. É, teve mais esse problema com as bolsas. No dia que saíram os resultados das Ivies, eu e alguns amigos meus do Prep Program percebemos finalmente que a gente tinha passado em algumas universidades muito boas, mas que não iríamos porque não tínhamos dinheiro… Foi então que surgiu o Apoie um Talento. Algumas madrugadas viradas em uma semana, e levamos o site ao ar! Era um lugar onde colocávamos nossas histórias, em quais universidades tínhamos entrado e nossos sonhos. Mas, além da gente, vários outros mentees do Prep Program estavam com problemas com as bolsas. Então a Fundação Estudar lançou o Estudar Fora, com a plataforma de Crowdfunding para arrecadar bolsas para todos nós que nós devolveríamos depois em doação para a Estudar patrocinar outros alunos.

logo do estudar fora

A princípio, a ideia parecia excelente, mas o que eu e, principalmente, os meus pais, familiares e amigos tiveram de trabalho para divulgar a minha página, conseguir os likes que eu precisava e as doações de quem podia colaborar é impossível de ser descrito. Meus pais viravam noites mandando cartas, mensagens, fazendo postagens e o mesmo faziam meus tios e tias, primos e primas. Enquanto isso, todos os meus amigos colaboraram na divulgação e eu não tenho nem como agradecer todos vocês. Eu espero um dia poder retribuir em dobro todo o esforço de vocês. :) Até agora eu estou correndo feito louca atrás disso, pois chegou a hora em que eu mesma tenho que ir atrás das pessoas para que elas confirmem as doações para a Fundação Estudar.

Então começaram a sair as reportagens. Primeiro uma do G1 a respeito do Apoie um Talento, depois outra na Globo com cópia parcial no G1, mais uma na Band, outra no IG e a última no jornal A Tribuna (a única que está realmente atualizada por motivos que vêm depois), além de algumas outras que eu não lembro mais. Assim, a historia começou a disseminar na internet e eu comecei a receber muitas, muitas, muitas, muitas mensagens, centenas de solicitações de amizade (não, eu não adiciono quem eu não conheço pessoalmente), e-mails os mais diversos e a minha vida virou um caos. Ao mesmo tempo que eu recebia mensagens de apoio e torcida (muito obrigada!), eu recebia mensagens das pessoas mais sem noção e ridículas que eu podia receber; mensagens de ódio gratuito que eu não entendo até agora. Se tudo já estava caótico por causa da Poli, das waitlists, das bolsas e tudo mais, ficou pior com a exposição. Muito pior. Até hoje eu tenho uns e-mails e mensagens antigas na minha caixa de entrada que eu não consegui responder até agora (desculpa :\, eu juro que respondo direito assim que me sobrar um tempinho).

Mas a exposição, apesar do lado ruim, me trouxe também coisas boas. Além das mensagens bonitinhas, entrei em contato com professores do Instituto de Física da USP. Assim, se antes eu já estava decidida a pedir minha transferência caso eu ficasse no Brasil (e a minha vida já estava caminhando para isso mesmo), não me sobrava mais uma sombra de dúvida que fosse que eu ia para lá ou para o curso de Ciências Moleculares no próximo semestre. Muito obrigada aos dois professores pelo apoio!

Um pouco antes disso ainda,  eu tinha começado o processo seletivo para ganhar a bolsa da Fundação Estudar com as suas infinitas etapas. Ele ainda não terminou. Mas o fato é que eu perdi algumas tardes e manhãs de aula por isso também. E, então, estava chegando a segunda semana de provas. Desespero é uma palavra pequena para definir o que realmente estava acontecendo comigo. Se a semana da P1 tinha sido ruim por causa da ansiedade, a da P2 prometia ser pior ainda do jeito que vinha. Os resultados das waitlists sairiam na própria semana da P2, eu tinha um EP monstruoso, trabalho de PCC pra entregar, exercícios de PCC para fazer e, para piorar, eu tinha que estudar TODA a matéria do mês para estudar, que não era pouca, junto com a prova do alemão também chegando. Pronto, foi crise atrás de crise, choro o tempo inteiro, vontade de estudar zero, depressão batendo na porta e eu não sabia o que fazer, eu só sabia que eu queria era manter distância da Poli aquela semana, mais nada.

DSCN2958As provas começariam dia 13 de maio. Era dia 11, estava eu desolada tentando de qualquer maneira resolver o exercício-programa que eu tinha que enviar até meia-noite para a aula de MAC e sem ter a mínima noção de como eu estudaria a matéria para as provas. Eu já tinha passado por nada menos que três crises de choro aquele dia. Eis que meu telefone toca. Eu não consegui ouvir nada e comecei “Alô? Alô? Quem fala?”. Alguém começou a falar em inglês com cautela do outro lado da linha e eu prontamente pedi desculpas porque eu estou acostumada a atender o telefone em português. Assim, eu só ouvi, “I’m calling from Yale University”. Minha cara nesta hora: O.o. E quando ele me perguntou se eu ainda estava interessada em estudar lá, eu falei o “definitely!” mais eufórico da minha vida! E só ouvi o “I’m glad to hear that” e depois um “congratulations” e mais nada, porque eu comecei a berrar no telefone coisas do tipo “You must be kidding me!” ou”I got into Yale?!”, e minha irmã começou a gritar do meu lado, e o admission officer a rir do outro lado da linha, e eu comecei a chorar de felicidade, e comecei a tremer. I felt like a Gilmore Girl! hahaha. É, foi um dos dias mais anormais da minha vida. A ligação caiu e eu só conseguia chorar, abraçar meus pais e não parava de falar incrédula “eu passei numa das 10 melhores do mundo”, “eu vou pra Yale”, com a cara mais “eu não sei o que está acontecendo” que eu já fiz na vida. Depois, Mr. Gozalez me ligou novamente e eu comecei a anotar as informações burocráticas tremendo absurdamente; minha ficha não caiu até agora na verdade. Aquilo significava que eu tinha minha vaga garantida para uma das melhores do mundo, que eu não precisava mais fazer o EP, que eu estava livre das provas da semana seguinte, que eu podia ainda ganhar uma boa bolsa e sofrer menos com o crowdfunding, que eu ia ter uma educação que poucas pessoas têm a chance de receber no planeta, um futuro que eu mal posso imaginar e muito mais. Desde então, eu não paro de cantar the Bulldogs’ fight song. :)

DSCN2973Assim, quando eu já não podia estar mais feliz, estava eu na minha aula e alemão, segunda à noite, dia 13 de maio. Eu estava na aula e me chega o primeiro e-mail “MIT decision”. Hesitante, abri e recebi um “we’re sorry to inform… bla bla bla… we didn’t admit anybody from the waitlist this year… bla bla bla”. Ok, sem reação, eu continuei na aula. 5 minutos contados no relógio depois, chega outro e-mail: “Your Columbia Decision”. Eu comecei a digitar login e senha feito louca e “tcharam!”, “Congratulations!…”, eu nem li mais nada, fiquei só sem reação de novo. O MIT era minha primeira opção, e eu continuo querendo ir para lá nem que seja para o meu mestrado, mas a notícia de Columbia, logo depois, deu uma amenizada no choque. Eu fiquei mais 40 minutos dentro da sala de aula e simplesmente voltei correndo para Santos, nem fiquei em São Paulo naquele dia, eu precisava organizar meus pensamentos, porque a partir de então eu tinha certeza absoluta de que eu iria estudar Física nos EUA.

É, eu estive praticamente no céu nas últimas das semanas, 😀 apesar de atarefada com documento disso, documento daquilo, cancelamento de matrícula aqui, compromisso ali etc. Mas eu voltei para casa, e agora vou para São Paulo algumas vezes por semana e volto no mesmo dia. Eu sei que, mesmo que eu frequente bem menos a Poli agora, ela me serviu para conhecer gente incrível. Muito obrigada à Bia e à Vivian, companheiras do 7725, ao Iago, coleguinha da sala 9, e ao resto do pessoal de Santos que estuda na Poli pelo apoio e por terem me aturado nos últimos meses quando eu estava me desesperando (desculpa a perturbação também haha, foi muita kkkkk). Muito obrigada ao pessoal da Poli em geral, em especial da turma 9 de 2013, por terem me acolhido tão bem, por terem torcido por mim e me dado suporte quando eu precisava. :) Foi por causa de vocês que eu consegui me segurar dentro da USP até agora.

Eu sei também que, se eu conheci gente muito boa na Poli, os applications também serviram, em parte, para isso. Eu conheci gente com as histórias mais diversas possíveis, que participou das atividades mais fora do normal sobre as quais eu nunca tinha ouvido falar antes por vezes. Então, aos mentees do Prep Program deste ano e às outras pessoas que eu acabei conhecendo neste meio tempo por motivos semelhantes, foi um prazer conhecer todos vocês, :) em especial aqueles que me aturaram conversando por muito tempo sobre applications, estatísticas favoráveis e não-favoráveis e que me ouviram quando eu precisava falar sobre como eu estava p da vida com os resultados haha (tudo bem que muitas vezes era recíproco hahahaha).

No fim das contas, meu resultado de Duke saiu esta semana também, eu fui rejeitada por lá, mas quem liga?! 😀 hahaha. A dúvida entre Columbia e Yale foi extrema, eu realmente não sabia qual escolher, but the taste of doubt had never felt so good! Tinha uma semana para decidir e fazer a matrícula, sem direito a visita ou qualquer outra coisa. Acabei me decidindo por Yale mesmo por diversos motivos (a comparação vai ser entre Yale e Columbia, porque Boston já era mesmo haha):

1. Yale me deu um pouco mais de bolsa parcial que Columbia (o que foi o ponto principal da minha escolha).

2. O sistema de Residential Colleges deles é mais proveitoso.

3. I cannot wait for the next Harvard/Yale game haha.

4. Entre New Haven e New York, prefiro New Haven, pois faz mais o meu estilo e eu ficaria extremamente estressada em NYC tal qual eu fico em São Paulo. Fora isso, New Haven fica a 1h30 de carro de NYC e menos de 2h30 de Boston, então eu tenho para onde ir caso eu fique entediada com o tamanho de New Haven.

5. Yale tem um programa de pesquisa mais bem definido que Columbia para as ciências puras e mais oportunidades de engajamento em atividades relacionadas à disseminação da ciência que me interessam.

6. Em Yale eu ainda tenho a possibilidade de fazer engenharia ou um double major em engenharia caso eu mude de ideia, o que seria impossível em Columbia para um Physics Major (meu caso).

7. Columbia tem o Core Curriculum que é excelente, mas só para quem quer seguir área de humanas, ou seja, eu ficaria limitada com os meus créditos sendo gastos em aulas de literatura clássica que não seriam muito úteis para mim e que poderiam me atrasar.

8. Yale e Columbia são bastante semelhantes quando se trata de Study Abroad Programs, então isso não pesou na minha escolha.

9. Tanto Yale, quanto Columbia têm alguns dos alunos brasileiros mais gente fina e mais atenciosos que eu conheci, então isso não pesou na minha escolha, pois ambos foram bastante semelhantes. (Obrigada aos alunos de ambas as universidades por tooooda a atenção que me deram. :) )

10. Querendo ou não, apesar de tanto Yale quanto Columbia estarem entre as 10 melhores, Yale, Princeton, MIT, Harvard e Stanford continuam sendo as 5 universidades de mais prestígio nos EUA.

A partir de agora, eu não sei mais o que vai acontecer comigo. Eu sei que eu tenho meus planos, mas eles podem mudar bastante por causa das infinitas oportunidades que vão me aparecer daqui para frente e das escolhas que vou ter que fazer, apesar de que sei que tentarei agarrar todas as oportunidades possíveis. Sei que agora vou poder ser a pesquisadora que eu quero ser. :) Eu fechei um capítulo do livro da minha vida agora e entrei em um capítulo de transição com finalização de processo de bolsa, estudo de uma ou outra matéria que eu posso pular em Yale, envio de documentação, obtenção de visto e todas essas outras burocracias.  De qualquer forma, ao contrário de como eu estava no fim do ano passado e todo o início deste ano, agora eu sei onde eu vou parar a curto prazo pelo menos. Entretanto, o capítulo que virá logo em seguida a essa transição tem somente páginas em branco e eu sei muito pouco a respeito de como eu vou preenchê-las. Só sei que vai depender de mim e que, de novo, the taste of doubt never felt so good, porque se eu estou indefinida, não é mais por causa de portas fechadas, mas pelo excesso de portas abertas…

945463_469218293158725_1106022444_n

O IYPT Brasil começa em algumas horas!

Posted in Sem categoria on maio 3rd, 2013 by Bárbara Cruvinel Santiago – Be the first to comment

Essa semana eu sai nuns negócios aí:

http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/jornal-tribuna-1edicao/videos/t/edicoes/v/moradora-de-santos-precisa-arrecadar-r116-mil-para-ir-estudar-nos-estados-unidos/2541797/

http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2013/04/jovem-usa-internet-para-arrecadar-r-116-mil-e-estudar-nos-eua.html

http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2013-05-02/passei-em-uma-renomada-universidade-no-exterior-me-financia.html

http://www.tvbband.com.br/tvbbandcidade/videos-exibe.asp?v=8187#.UYKeM2tWCjI.facebook

http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2013/05/cresce-numero-de-brasileiros-aceitos-por-universidades-dos-eua.html

O resultado disso? Eu não quero e não estou afim de me expor nunca mais. Foi necessário para que a plataforma de doações da Fundação Estudar tivesse o destaque que merecia, mas agora eu só quero começar meu curso de física em paz e produzir algo que seja útil pra ciência daqui para frente, mais nada; eu não faço a menor questão dessa exposição, muito pelo contrário. Aliás, mentira, eu quero outra coisa também, mas do que tudo por enquanto: passar em uma das universidades que me botaram em waitlist, ganhar uma bolsa e ser feliz estudando a matéria que eu mais amo no mundo. De qualquer forma, uma coisa já está bem definida na minha cabeça, depois de algumas visitas ao Instituto de Física da USP (IFUSP), já estou decidida a me transferir pro IF ou pra Ciências Moleculares caso eu fique no Brasil.

Enfim, vamos para a parte legal da semana: o IYPT Brasil começa em algumas horas! E, sim, tem uma coisa boa de estudar aqui na Poli: ficar perto do local onde vai ser a abertura do torneio nacional haha. Estou aqui desde de manhã esperando as coisas começarem pra ajudar um pouquinho a arrumar o auditório que vai receber mais de uma centena de jovens físicos no fim do dia de hoje. É estranho passar pelos locais que sediaram o IYPT ao longo dos últimos anos e lembrar de tudo todos os dias e finalmente ver eles cheio de gente vai ser divertido. Em resumo, eu vou me sentir completamente estranha esse ano só assistindo pessoas fazerem o que eu fiz ao longo dos últimos três anos sem poder interferir. Eu já tinha escrito sore isso ano passado, e percebo que vai ser estranho realmente. De qualquer maneira, vamos fazer o seguinte: depois que o fim de semana passar, eu escrevo sobre quão estranho (mesmo que muito divertido) foi o meu fim de semana. :) Uma coisa é certa: no domingo um novo time vai ser selecionado para o Brasil e, mesmo que dessa vez eu não esteja nele (o que é bastante estranho pra mim também haha), eu já vou saber quem vai compor o time que eu faço questão de ajudar para que traga a prata que nos foi tirada ano passado.

Por enquanto, se alguém se interessar em acompanhar o que acontece no IYPT Brasil neste fim de semana, criei um Twitter para o IYPT BR (o meu blog sobre o IYPT) e ele publicará notícias constantes sobre o que acontece nos fights e nos bastidores da competição nacional. Yaaay! Sim, tem uma parte boa de não ser competidora: poder registrar tudo nos mínimos detalhes! \o/

Anyway, vou terminando por aqui pra poder ir correndo pro auditório da administração da Poli ver os preparativos para os grandes acontecimentos de hoje. 😀 Aos que vão participar: vejo vocês mais tarde! Aos outros: até mais!

Aniversário, semana de provas, plataforma de crowdfunding, IYPT, cartas e outras cositas más

Posted in Sem categoria on abril 21st, 2013 by Bárbara Cruvinel Santiago – 2 Comments

Olá! Como vão todos vocês? :) Tem bastante coisa acontecendo nos últimos dias, ou semanas, como preferirem, nem deu tempo pra respirar. Então, acho que vou começar pelo dia 7 de abril (estrategicamente, meu aniversário haha). Sim, eu fiz 18 anos; não, não mudou nada na minha vida haha. Principalmente pelo fato de que a semana de provas da Poli começou no dia seguinte; então, não se enganem pela foto aí em baixo, eu literalmente assoprei a velinha e fui correndo pro meu quarto terminar de estudar Química Tecnológica Geral.

DSCN2531Pois é, no dia seguinte, começaram as minhas provas. Esses primeiros meses de faculdade foram infinitamente atribulados por resultados, mudança de cidade, de vida, projetos novos etc. O fato é que isso tudo junto prejudicou um pouco meus estudos, então eu tive que correr contra o tempo. Por sorte, ainda consegui me dedicar a outras matérias e arriscar ir pras provas de física e cálculo sem estudar. Enfim, com exceção da prova de desenho gráfico, na qual eu me ferrei por determinar uma tangente interna em vez de uma externa (maldita, maldita, maldita falta de atenção!) num exercício que valia literalmente metade da nota da prova, de resto foi sussa. O problema foi dormir meia-noite e acordar todos os dias da semana às 3 da manhã pra recuperar o tempo perdido. Foi que nem o gif aí em baixo:

Ok, não vou mais arriscar isso, por mais caótico que tudo ainda esteja. Minha saúde agradece. Pelo menos no dia antes da prova de física eu consegui dormir até as 7, mas isso porque era o último dia, eu estava exausta, não ouvi o despertador e cheguei atrasada na prova, o que me tirou o tempo pra metade do último exercício, mas tudo bem, minhas notas todas vão vir bem decentes. (Ei, pessoal do instituto de física, para de por inveja que vocês só tem 3 provas enquanto a gente tem a semana inteira com 2 por dia!)

Passada a semana de provas, eu só pensava em uma coisa: eu tenho 36h pra por tudo em dia! É, mas eu estava tão aliviada que nem liguei haha. Na semana seguinte à correria das provas, lançaram a plataforma de Crowdfunding da Fundação Estudar pra que os mentees do Prep Program que não ganharam bolsas de estudos possam arrecadar o dinheiro do primeiro ano de faculdade nos EUA que ainda lhes falta. E, entre esses mentees, eu me incluo (também tem outra pessoa lá que vocês conhecem). Essa plataforma funciona, em resumo, da seguinte maneira: cada aluno tem a sua própria página com um vídeo contando sua história e porque quer estudar nos EUA com uma mini biografia em baixo; para cada R$1 doado, R$0,50 são acrescentados às doações pelo banco BTG Pactual; fora isso, o BTG se comprometeu em dar mais R$200 em doação para cada mil “likes” que a página pessoal de crowdfunding do aluno receber no Facebook. Então, galera, todo mundo compartilhando as páginas aí e dando like! haha. Mas, além disso, todos os mentees se comprometeram em retornar todo o dinheiro que receberem em até 20 anos, doando o dinheiro de volta para que outros alunos também possam estudar e realizar seus sonhos. :) Para mais explicações, tem nesse link aqui, deixa eu voltar pra minha semana haha.

Sexta-feira passada e nesse fim de semana, fui no Objetivo da Paulista ajudar o pessoal com o IYPT. Foi divertido, fazia muito tempo que eu não mexia nas coisas do IYPT e eu sinto muita falta da época em que isso era um constante na minha vida. :) Foi beeeem divertido matar as saudades do local onde infinitas preparações pras internacionais ocorreram, do pessoal, dos problemas, dos relatórios, das planilhas, dos gráficos bizarros, das teorias malucas, das apresentações e até mesmo do clima de tensão e correria em véspera de nacional (sim! O IYPT Brasil está chegando! Todo mundo está convidado a ir assistir, só checar os horários e locais).

No fim das contas, acabei terminando duas cartas pras listas de espera. Mentira, estou fazendo a última revisão neste minuto para poder enviar duas já essa semana (e espero terminar as outras duas ainda nesta semana também). Eu  não sei o que pensar a respeito das listas de espera, eu sei que eu quero conseguir uma vaga e vou continuar correndo atrás dela, principalmente que eu já vi gente se matriculando em outras universidades essa semana, sem mais.

Aliás, anteontem saiu a lista dos aprovados pro Prep Program deste ano! Parabéns aos classificados e welcome to one of the most stressing period of your lives hahaha. Brincadeira, torço pra que vocês tenham uma mentora tão incrível quanto a minha. :) Aos que não passaram, não desistam, pensem no que podem melhorar e boa sorte! Fora que, esse ano, todo o material do Prep Program vai ser disponibilizado a todos por meio do Prep Course, então aproveitem!

Ontem, a noite foi razoavelmente estressante, aí eu me acalmei e me estressei de novo antes de dormir. Acho melhor eu fazer tudo logo pra conseguir arrumar as coisas hoje. Assim, álgebra linear e tarefas do alemão (é, eu comecei a estudar alemão :)) me esperam. Até mais!

——-

Edit (21/04/2013 16:35):

Esqueci de falar! Eu sai no G1. :)

Apoie um Talento

Posted in Sem categoria on março 31st, 2013 by Bárbara Cruvinel Santiago – Be the first to comment
foto de capa 2

Mais detalhes sobre o que essa foto representa nos últimos parágrafos do post. :)

Olá. Tudo bem? Você que lê o meu blog de vez em quando e que percebeu que os resultados de março de todas as universidades americanas saíram pode estar se perguntado “e aí, Bárbara, o que aconteceu?”. Temo que as notícias não sejam muito boas. É, eu não fui admitida em nenhuma das minhas primeiras opções. Em verdade, só fui admitida em Boston University (BU é uma faculdade muito boa, mais de 100 posições acima da USP em qualquer ranking internacional; mas sabe como é né, não era bem o que eu esperava e eu nunca realmente me imaginei estudando lá). Na realidade, fiquei na lista de espera por MIT, Yale, Columbia e Duke, então meu resultado final para essas universidades só vai sair entre o meio de maio e junho. Entretanto, as listas americanas não são como as nossas chamadas nos vestibulares, não são rankeadas, todos os alunos que foram selecionados para essas listas serão reavaliados novamente e eu tenho noção de que nenhuma delas é garantida daqui para frente.

Apesar de tudo, o momento é de seguir em frente, por mais estressante que tudo possa parecer agora, porque eu vou ter que continuar na Poli (provas chegando, trabalhos a serem entrgues e a correria está muita tensa, acredite) e ainda assim correr atrás de bolsa, fazer os testes e dinâmicas da Fundação Estudar, escrever cartas pras wait lists, submeter aplicações de financial aid para as universidades que me deixaram na espera, sair que nem louca atrás de documentação de visto, ver housing para a universidade e seguir com alguns projetos dos quais eu participo, tudo ao mesmo tempo. Eu esperava que, a essa altura eu já fosse poder trancar a Poli com uma garantia de universidade na mão (eu não ganhei bolsa alguma em BU, logo, possivelmente não irei para lá e dependerei das listas de espera) para poder ter tempo de arrumar tudo, mas nada é tão fácil assim haha.

E não, eu não desisti do meu sonho, eu vou fazer absolutamente tudo que eu puder para conseguir entrar naquelas universidades que me deixaram na espera. :) Eu já cheguei até aqui, não é mesmo? Bateu na trave, mas, agora que a bola está voltando pra mim, eu quero dar o chute final para fazer o gol mais bonito da minha vida. 😀 A esperança é a última que morre.

Contudo, os resultados com os quais eu sonho tanto só saem depois da matricula de BU, e essa universidade não dá bolsa de estudos para alunos internacionais. Mesmo assim, eu tenho que comprovar até dia 1º de maio que eu tenho como arcar com os custos da universidade (que ultrapassam os 60 mil dólares por ano!) para poder fazer a matrícula e garantir minha vaga em BU. De qualquer maneira, mesmo passando em alguma das 4 que me deixaram na lista de espera (e eu realmente quero isso mais do que tudo nesse mundo), eu iria precisar de algum jeito de bancar a faculdade nos EUA.

Assim que saíram os resultados todos, então, eu e mais uns amigos aplicantes que não ganharam auxílio das universidades nos juntamos durante a madrugada no Skype para ver como conseguiríamos as bolsas. Duas noites sem dormir e finalmente lançamos o “Apoie um Talento“. É uma campanha que criamos para arranjar patrocínio para alunos (entre os quais eu me incluo) que passaram nas melhores universidades do mundo, mas que não têm como estudar nelas por falta de apoio financeiro e que precisam ter o dinheiro pelo menos para o primeiro ano de faculdade até o fim de abril para fazer a matrícula.

Só no primeiro dia de campanha, já conseguimos mais de 3000 acessos! E eu venho pedir aqui que compartilhem a ideia, entrem na página do “Apoie um Talento” no Facebook, vejam as histórias dos alunos que precisam de auxílio (incluindo a minha) e disseminem a ideia! Propagar a campanha é o mais importante e nada nos ajudaria mais. :)

Enfim, aqui vou indo, porque eu tenho uma porção de coisa para estudar para a Poli e umas 5 cartas importantes para escrever ainda hoje. Até mais! :)

Choosing a college

Posted in Sem categoria on janeiro 9th, 2013 by Bárbara Cruvinel Santiago – Be the first to comment

Yay! Hoje eu recebi um e-mail da minha entrevistadora de Princeton. Isso quer dizer que eu já já tenho mais uma entrevista. Dessa vez vai ser por Skype e aparentemente minha entrevistadora é uma moça americana muito atenciosa. Hm… e vai ser em inglês também, acho que eu vou adotar minhas táticas IYPTeicas de ensaiar apresentações em inglês falando pra parede pra treinar pra entrevista.

Mas não era sobre isso o post de hoje. No meio desses e-mails diários que nós aplicantes recebemos de várias universidades com assuntos diversos — desde newsletters até updates sobre o application ou agendamentos de entrevistas — eu comecei a pensar em como a minha lista de universidades veio tão naturalmente até mim. Várias pessoas têm o sonho de estudar uma universidade no exterior e saem a caça de diversas universidades que as fariam felizes. Já eu fui pelo caminho inverso: eu queria oportunidades X, vi que universidades me ofereceriam-nas e precisar sair do país foi só uma consequência.

Antes de começar a divagar aleatoriamente, o que me motivou a escrever este texto foi um post da minha mentora que eu vi ontem antes de ir pra Fuvest no Facebook. Nele, estava o link de um artigo de opinião publicado no The New York Times de nome “How to Choose a College“. O artigo fala de como a universidade ser algo para o que você olha e pensa em quanto dinheiro você vai ter ou quão bonito o nome dela soa junto ao seu, mas sim algo a ser pensado no quesito oportunidades de crescimento: quanto você vai aprender, qual lhe oferece a melhor educação possível, qual parece com o seu perfil, qual fica no local que mais tem a sua cara e, claro, qual tem os melhores programas acadêmicos e cursos na sua área.

Pensar nisso me levou a montar minha lista das 10 universidades que eu acho que mais atendem às minhas necessidades e me dão espaço para agarrar grandes oportunidades na esperança de ser admitida e uma delas. Acabou que no fim, eu consegui uma lista com uma grande gama de locais diferentes e bem distribuída quanto a vários quesitos, o que pode me dar mais opções caso eu seja admitida em mais do que uma fora a(s) minha(s) preferida(s). Se eu tenho uma preferida? Hm… deixa essa resposta pra depois haha. Mas por que 10? Porque ninguém tem garantia de admissão em lugar nenhum, já que as estatísticas estão cada vez mais assustadoras pra brasileiros que querem estudar fora do país, como eu já escrevi em outro post, então, vou só colar aí em baixo:

Em geral, para alunos internacionais, é mais complicado, pois as vagas são escassas. As melhores universidades, geralmente, não admitem mais do 2 a 4 brasileiros por ano (já que só há, em geral, menos de 100 vagas para internacionais e mais de 50 países pra elas), e a concorrência é de mais de 400 conterrâneos nossos aplicando a cada application season para elas, o que significa que menos de 1% do aplicantes brasileiros realmente entrarão nas mais concorridas. Pra piorar a situação, já contamos aqui mais do que 10 brasileiros olímpicos internacionais aplicando este ano…

Enfim, de vez em quando eu recebo mensagens ou e-mails de gente perguntando como são os applications e perguntas do tipo “vale a pena aplicar pra outras universidades mesmo meu foco sendo X?” (e a resposta é “sim!”) ou “por onde eu começo?”. Bem… um bom começo é saber mais ou menos como o processo funciona. Pra isso, vários sites podem ajudar: o Estudar nos EUA, uma reportagem (mesmo que um pouco superficial) do G1, o The Choice e outros sites que eu pretendo mencionar no resto do texto.

Eu comecei a me informar na verdade pelo site do MIT e, a partir daí, as outras universidades vieram. Porém, não é a melhor forma se você não tiver um plano já em mente (como eu disse, o meu processo foi o contrário do “quero estudar fora, então vou pesquisar universidades”, foi do tipo “tenho um plano acadêmico em mente, tais universidades me oferecem isso, ops, vou ter que ir pra fora”). Sabendo mais ou menos como funciona o processo, hora de selecionar a lista de universidades, um bom passo é ir até o College Board (onde também dá pra ter algumas informações sobre o application), se cadastrar (até porque você vai precisar fazer isso pra prestar os SATs)  e utilizar a ferramenta de College Search, onde você salva suas preferências e encontra as universidades que mais se parecem com você. O ideal é ter uma lista com universidades bem distribuídas entre diferentes localidades e, principalmente, diferentes taxas de admissões (pra ter mais segurança de que uma vai te admitir).

Agora que o plano está mais ou menos feito, hora de conseguir ajuda. Teoricamente, você não precisa ter um mentor para te auxiliar, mas isso ajuda infinitamente. Assim, existem os programas de orientação para alunos brasileiros (que também têm informações sobre o application em seus respectivos sites), que podem ser encontradas nas seguintes organizações: ILRIO (essa foi incrivelmente útil pra mim), EducationUSA (na Alumni Advising) e BSCUE (que pode ser útil também pelo fórum deles no Facebook).

É necessário se registrar no site do TOEFL, do Common Application e das universidades da sua lista que não aceitam o Common App, como o MyMIT e de universidades públicas. Assim, você pode se registrar pras provas (TOEFL no ETS e SAT no College Board) e, claro, começar a estudar pra elas, bem como começar a preencher os formulários e a fazer os essays. Aí, vêm as entrevistas; a maioria das universidades te contatam para marcá-las, mas algumas, como o MIT, pedem que você contate seu entrevistador. E, depois, vem o application de Financial Aid. Até onde eu sei, o principal formulário é o CSS Profile, que a maioria das universidades requerem e cujo preenchimento é um verdadeiro teste de paciência (ele é muito chato de responder! e longo…), mas o resto do processo depende de cada uma das universidades.

Claro, também há instituições que dão bolsas para alunos brasileiros, apesar de o número de vagas ser limitado, como a Fundação Estudar, que ajuda alunos há mais de uma década, e o EduqueMe, que ainda não iniciou suas atividades.

Enfim, espero que este post seja útil pra alguém. Boa sorte aos applicants que estão esperando os tão sonhados resultados que devem sair em março/abril e àqueles que vão começar o processo agora! :)

 

A arte de “blogar”

Posted in Sem categoria on janeiro 2nd, 2013 by Bárbara Cruvinel Santiago – 2 Comments

Eu começo vários posts que eu escrevo aqui porque pensei em um jeito muito legal de iniciar um texto. Outros, como este que você está lendo, eu tenho uma noção de o que eu quero transmitir, mas nenhuma ideia de como começar. É, acho que eu acabei de arranjar um jeito de começar este post: falando sobre como eu começo um post. Não foi muito criativo, mas a postagem já está mostrando o jeitinho metalinguístico que eu queria que ela tivesse. Hoje, no dia em que meu blog do Vida de Olímpico bateu recorde de visualizações, resolvi blogar sobre blogs.

Nesta semana, o Cássio começou a escrever um Vida de Olímpico (espero que vocês possam seguir, porque eu particularmente acho que ele tem muito a compartilhar sobre a trajetória olímpica vitoriosa dele) e, muito provavelmente, o Lapinha vai começar a escrever também (acho que vale seguir quando começar). Enfim, esses são novos blogs Vida de Olímpico, fora os que vocês já devem ler com certa frequência, como o do Ivan, do Davi e da Liara. Paralelamente, eu recebi um relatório de fim de ano do wordpress.com com as estatísticas finais do IYPT BR, o blog onde eu escrevo especificamente sobre o IYPT. Aliás, eu fiquei feliz com o relatório. Apesar de ele ser modesto se comparado às estatísticas de fim de ano do OC, por exemplo, são bons indicadores pra um blog sobre um tema tão específico que tem menos de um ano ainda. Enfim, vou compartilhar alguns números e fatos que me deixaram feliz:

  • Foram mais de 10 mil acessos.
  • Mais de 700 fotos do IYPT upadas.
  • O blog alcançou leitores em 32 países, alguns até bastante frequentes, como da Suécia e da Alemanha (e, obviamente, do Brasil).
  • Os termos de busca mais usados para chegar ao blog são ou o meu nome ou assuntos relacionados ao IYPT (pena que eu não consigo ver de onde eles vêm), o que indica que não são pessoas aleatórias que caem lá e que o blog está ajudando quem estiver se preparando.
  • 65 posts totais em um ano, o que é mais de um post por semana.

Eu acho que blogs são sempre motivadores, apesar de eu só ter virado leitora frequente deles mais recentemente. Quando eu estava começando a planejar como eu ia fazer minhas aplicações pra universidades americanas, eu sempre me guiava pelos sites delas. A lista das universidades pras quais eu terminei de aplicar esta semana foi toda baseada nas minhas pesquisas pelos respectivos sites, afinal de contas eu só tenho como chegar até essas universidades virtualmente, pelo menos por enquanto. Uma das coisas que mais me chamou atenção, inicialmente, foi o blog de admissões do MIT. Teve uma época em que eu passei noites seguidas lendo os posts de uma única menina, ao ponto de a minha mãe entrar às 7 da manhã no meu quarto durante as férias e eu não ter dormido ainda de tanto que eu estava entretida lendo os posts dela, o site sobre os aspecto mais específicos ou aleatórios da universidade etc. O primeiro contato “efetivo” que eu tive com o processo de admissões ou com a parte acadêmica/pessoal de uma universidade americana foi através desses blogs, então eles foram bastante importantes, por isso uma postagem recente sobre o que é ser um admission blogger fez tanto sentido pra mim. A minha virada de ano 2011/2012 (há um ano atrás) por exemplo foi gasta lendo sites de outras universidades, como Yale, Stanford, Harvard, Caltech ou Princeton. Eu queria saber o que eu faria do futuro, então a internet me ajudou um pouco. E claro, universidades com blogs ou videos de admissões, como essas que eu já citei, ou BU, Duke, Cornell etc, me influenciaram bastante.

Além disso, quando eu estava prestes a participar da minha primeira nacional do IYPT, eu fiquei muito feliz ao achar um blog do time da Áustria em que eles falavam do dia a dia deles no IYPT 2009 na China. Eles falavam de coisas aleatórias, desde como tinham sido os Physics Fights deles até dos passeios. Aquilo me deixou com mais vontade ainda de ir pra internacional e de trabalhar mais duro pra conseguir o que eu queria. Embora eu não tenha achado aqueles posts antigos mais, vocês podem acessar o blog novo deles se for de algum interesse. Em 2011, quando a gente estava no aeroporto em Teerã esperando nosso voo, o time da Alemanha estava esperando com a gente e comentou sobre o blog que eles tinham a respeito do torneio. A gente não conseguiu acessar o blog por lá pela falta de internet e possibilidade de acesso no Irã, mas eu comecei a segui-lo assim que eu cheguei no Brasil. Lá eu vi posts muito interessantes sobre aquilo que eu também tinha passado, incluindo situações engraçadas, como o que eles chamaram de problema 18 (by the way, para os não-acostumados com linguagem IYPTeica, o IYPT tem 17 problemas e a gente chama de problema 18 alguma coisa esquisita que acontecer no torneio). Enfim, eu gostei dos dois blogs, mas eu sempre achava pouca coisa sobre o que eu queria a respeito, por exemplo, das equipes passadas do Brasil. Existia pouco material sobre o IYPT em português, então eu pensei: bom, eu tenho algum material sobre as últimas nacionais e a internacional mais recente, vou eu mesma criar um blog. A ideia era fazer algo parecido com os outros dois blogs que eu mencionei aqui, onde eu pudesse reunir e compartilhar várias informações para auxiliar e incentivar novos participantes do torneio. No fim das contas, depois da minha última participação, foi até uma forma de me manter relacionada à competição de alguma forma.

O IYPT BR é o blog do qual eu tenho mais orgulho, porque eu demoro pra escrever o que está lá, é um exercício de paciência e de memória também, fora que organizar as informações a respeito do torneio deu um bom trabalho. Depois veio este blog aqui, que você está lendo. Eu gosto de escrever aqui também porque eu posso usá-lo para fins diversos (escrever o que aconteceu no meu dia, desabafar, compartilhar algum aspecto de alguma olimpíada, falar sobre o processo de admissão em universidades brasileiras e americanas etc). Mas, de qualquer forma, esses não foram meus primeiros blogs. Quando eu tinha uns 12 anos, eu queria criar um simplesmente pra poder ter um site meu. Aí eu criei um blog sobre português, mas já que o assunto não era muito interessante pra mim, o blog acabou morrendo. Depois, entre meus 13 e 14 anos, eu criei outro blog pra um projeto da escola, mas que acabou morrendo também assim que o ano acabou. Eu espero que os que eu escrevo agora não morram; se bem que eu realmente acho que isso não vá acontecer, porque eu sempre tenho algo pra escrever neles.

Ontem, eu quase comecei outro blog, só que dessa vez sobre viagens, porque se tem uma coisa que eu gosto tanto quanto olimpíadas, ciência, pesquisa e falar com os meus amigos, essa coisa é viajar. Mas eu tenho outro blog além do IYPT BR e do Vida de Olímpico com o qual eu já me comprometi (e comento daqui uns tempos quando ele for lançado), então seria coisa demais. Eu ia seguir a minha irmã; ela criou um blog sobre viagens esses dias pra trás. Ela não viajou muito ainda (por isso ainda nem tem nenhum post por lá), mas diz que viajar é uma das coisas que ela mais vai fazer na vida conforme for tendo oportunidades. Aliás, acho que ela já vai ter algo pra postar este mês, já que ela vai comigo pro Rio quando eu for fazer o SAT (longa história relacionada a prazos, inscrições e falta de disponibilidade de vagas em São Paulo). Eu meio que já usei o IYPT BR pra propósitos semelhantes. Eu uso ele como uma forma de manter um registro sobre as minhas atividades IYPTeicas em algum lugar pra eu poder lembrar quando eu crescer, aí surgem vários posts com detalhes sore as viagens do torneio (claro, tem coisas que acontecem e ficam por lá pela integridade e honra dos membros da equipe hahaha). É por isso que mesmo que tenha passado muito tempo, eu ainda faço questão de deixar registrado por lá algo que eu ainda não postei sobre alguma parte do torneio: pra que eu não esqueça desse detalhe daqui alguns anos.

Anyway, parabéns pela coragem de chegar ao fim deste post! Eu vou aproveitar que eu ganhei algum tempo livre com o fim dos essays pra ler mais blogs sobre olimpíadas, ciências, tecnologia, viagens, admissões etc, colocar minhas coisas mais em ordem, adiantar o processo de application pra Financial Aid, revisar um pouquinho alguns assuntos pra Fuvest e, claro, atualizar meus blogs. Então, até a próxima com mais um post gigante daqueles que você quer me matar por ter escrito haha. :)

 

Carta de agradecimento

Posted in Sem categoria on dezembro 22nd, 2012 by Bárbara Cruvinel Santiago – 2 Comments

Este post é uma carta de agradecimento às pessoas que me ajudaram neste fim de ano a terminar minhas aplicações para o exterior.

 

Caras pessoas que me ajudaram,

Acabei de submeter minha nona application pro exterior. A semana foi corrida, vários essays sendo finalizados, cartas de recomendação e material suplementar enviado pelo correio, entre outras coisas. No momento em que só falta apertar mais uma vez o grande botão amarelo de “submit” do Common App pro meu último application, eu comecei a lembrar do que eu comecei há pouco mais de quatro meses e de como esse processo foi complicado e burocrático, porém criativo e cheio de aprendizados. É por isso, que eu gostaria de que vocês soubessem o quanto eu sou grata a tudo que fizeram por mim até agora.

Primeiramente, Shen e Laila, eu não poderia achar melhores mentora/coordenadora do Prep Program (you’re the best!). Ninguém me ajudou tanto quanto vocês nos últimos meses. Vocês revisaram minhas dezenas de essays (dezenas de vezes cada um), me deram os parabéns pelas boas notas nos testes, me ajudaram quando os resultados não eram os mais positivos possíveis, tiraram as minhas dúvidas, me aturaram mandando e-mails no meio da noite com os mais diversos assuntos relacionados ao application, contataram a coordenação do colégio para resolver meus problemas e sempre me ajudaram com a maior boa vontade. O processo nem terminou ainda e eu já não sei como agradecer por tudo que fizeram.

Um obrigada aos meus pais, que me carregaram pra umas cinco provas de SAT/TOEFL e ainda vão me carregar pra mais uma, e a minha irmã, que leu todos os meus essays sem exceção e me ajudou quando algum resultado ruim vinha. Agradeço à coordenação do colégio (Linita, Ana Paula e Sueli), que de uma forma ou de outra, me apoiou com as minhas maluquices (como as viagens pro IYPT) que contam infinito na minha candidatura e me ajudou a conseguir a documentação de que eu precisei até agora dentro do prazo. Ainda em relação ao colégio, muito obrigada Linita, Rodrigues, Giba e Gromov por gastarem seu tempo precioso nas minhas cartas de recomendação. Obrigada a Nuricel, que me ajudou com o processo de seleção da ILRIO. Obrigada a minha prima, Letícia, que me pôs em contato com gente que ela conhecia e que tinha passado pelo processo de application. Obrigada também aos meus entrevistadores, por tirarem minhas dúvidas em relação a universidades específicas. Valeu, Ivan, por revisar meus essays, me ajudar com a entrevista que ia dar errado e por me aturar no geral. Aliás, muito, muito obrigada a todos os meus amigos que até agora me apoiaram pra conseguir ir pra frente e a todos aqueles que eu nem conhecia pessoalmente, mas que mandaram alguma mensagem por Facebook, comentário ou e-mail como forma de apoio, porque isso também foi extremamente importante.

Enfim, o processo ainda não terminou. Falta um application com dois essays, aplicar pra financial aid, me candidatar pra programas de bolsa diversos de instituições brasileiras, fazer mais algumas entrevistas, fazer mais um SAT Reasoning Test, terminar de escrever e submeter algumas folhas de material suplementar e, claro, não esquecer das segundas fases dos vestibulares que vêm vindo. Agora vou me manter torcendo e esperando os resultados que vão chegar em março/abril de 2013.

Em resumo, muito obrigada. 😀

Abraços!

Bárbara

P.S.: desculpa se eu esqueci de alguém. =\

Prep Program da ILRIO

Posted in Sem categoria on dezembro 5th, 2012 by Bárbara Cruvinel Santiago – Be the first to comment

Olá de novo. Agora que está tudo mais calmo e eu estou cansada de essays, resolvi fazer um post que a Milla pediu num comentário em um post anterior, sobre o Prep Program da ILRIO, como ele funcionava e tudo mais.

Pra quem não sabe ainda, para entrar em uma universidade americana, é necessário mais do que uma prova de vestibular. Na verdade, não existe vestibular por lá. Sua vida inteira é analisada. Em geral, o processo de admissão é constituído de um formulário com seus dados, uma lista de atividades extracurriculares, uma lista de prêmios que você já tenha recebido, suas notas da escola e ranking na sala de aula, 3 cartas de recomendação (de dois professores e do seu coordenador), algumas redações chamadas essays, entrevistas, algum material adicional que você possa ter (como um site, um artigo publicado ou um suplemento artístico) e pontuações de vários testes padronizados americanos (que entram como parte do application e não como fator decisivo tal qual seria com o vestibular). Em geral, para alunos internacionais, é mais complicado, pois as vagas são escassas. As melhores universidades, geralmente, não admitem mais do 2 a 4 brasileiros por ano (já que só há, em geral, menos de 100 vagas para internacionais e mais de 50 países pra elas), e a concorrência é de mais de 400 conterrâneos nossos aplicando a cada application season para elas, o que significa que menos de 1% do aplicantes brasileiros realmente entrarão nas mais concorridas. Pra piorar a situação, já contamos aqui mais do que 10 brasileiros olímpicos internacionais aplicando este ano… Mas quem não tenta, não passa, certo? :)

Enfim, isso aí era só uma explicação geral pra introduzir o assunto deste post. Algumas instituições e ONGs ajudam brasileiros a entrarem nessas universidades americanas com programas de mentoring, como o EucationUSA, o BSCUE e a instituição assunto deste texto aqui, a ILRIO. Ela é uma instituição cuja missão é “ajudar jovens brasileiros talentosos a entrarem nas melhores universidades dos Estados Unidos”, como está na descrição do site do Prep Program. Todo ano, eles fazem um processo de seleção para conseguir alguns dos melhores alunos que estão tentando aplicar para universidades estrangeiras e auxiliá-los a montar o application da maneira mais forte possível. Para entrar para o programa, o aluno tem que se candidatar de maneira semelhante ao app de uma universidade: deve preencher um formulário com dados pessoais, prêmios, atividades extracurriculares e short answers sobre a própria vida, experiências e aspirações, escrever um essay, mandar uma carta de recomendação e o histórico escolar e, depois, passar por uma entrevista via Skype. Esse ano parece que cerca de 250 alunos se candidataram e mais ou menos 30 entraram para o programa.

Passada essa etapa, sendo selecionado, você é designado a um mentor. Esse mentor te auxilia principalmente via e-mail, mas também por Skype, a revisar seus essays, a preencher o application, a se organizar com os deadlines e até mesmo te dá uma força quando os resultados dos testes não forem os mais positivos possíveis haha. A gente (selecionados do programa) conversa e troca informações num grupo do Facebook quando têm palestras online ou presenciais sobre o assunto, sites de interesse e outras coisas do tipo. A coordenação do programa de mentoring costuma mandar esse  tipo de informação via e-mail e Facebook, com documentos de brainstorming, preparação para os testes e com dicas para essays, entrevistas, additional information etc. É realmente muito proveitoso fazer parte do programa, principalmente pra se manter calmo nessa época tão complicada. Falo isso porque eu não poderia ter pessoas melhores que a Shen, minha mentora, e a Laila, coordenadora do programa, me ajudando nos applications. Elas são realmente duas das pessoas mais cuidadosas e atenciosas que eu conheço. :)

Enfim, pra quem pediu este post, está aí. Se alguém estiver interessado em aplicar para universidades americanas ano que vem, eu realmente posso afirmar que me candidatar ao Prep Program foi uma das melhores coisas que eu fiz este ano. Qualquer informação,  tem o site deles também que tem algumas informações sobre application.

Até depois!

Historinha sobre último dia de relatórios e fim de semana

Posted in Sem categoria on novembro 5th, 2012 by Bárbara Cruvinel Santiago – 2 Comments

Eu deveria começar esse post falando sobre a tal historinha em vez de falar sore o fim de semana pela lógica do título. Mas meu objetivo aqui não é ter lógica mesmo. So there we go…

O fim de semana foi bizarro, divertido, constrangedor, corrido, brisante e várias outras coisas. Ele começou com o feriado de sexta. Eu acordei, fiz duas horas de simulado pro SAT, almocei, fui pra São Paulo, recebi uma visita inesperada no hotel (durma com um olho aberto a partir de agora ser, isso é uma ameaça kkkkkk), tive que ouvir minha mãe me trollando de forma razoável (pelo menos ela parece ter parado agora \o/), acordei no sábado, fui fazer o SAT, saí do SAT à 1 da tarde, não deu pra fazer o ENEM (nem se a minha sede fosse em São Paulo daria pra sair correndo do SAT pro ENEM). Saindo do SAT, voltando pra Santos, minha mãe decidiu passar em Santo André pra ir no shopping que tinha sido minha entrevista pro MIT pra ela comprar um negócio que ela tinha visto lá, comemos esfiha, pegamos a Anchieta (e um congestionamento monstro junto com ela), cheguei em casa, dei uma cochilada. No domingo, dormi beeem tarde, fui acordada às 11 da manhã, levei minha irmã pra almoçar no Mc Donald’s pra ela não perder o horário do ENEM, levei ela pra prova, voltei pra casa, fiquei pensando e organizando minhas coisas porque essa semana eu tenho que fazer drafts de algumas dezenas de essays.

O SAT Reasoning Test é corrido pacas, mas eu acho que eu fui melhor dessa vez. Logo, eu fiquei bem feliz com isso. Hm… que mais? Ah! Eu sei que eu vou ter que pegar mais uma carta de recomendação, porque a do meu professor não estava muito boa, hoje eu respondi alguns e-mails, terminei os primeiros drafts de todas as partes escritas do suplemento de Princeton (uhul! 4 less drafts to go! tá, foram só os primeiros drafts, depois tem que ficar arrumando e tem mais essays pra fazer…) e mandei pra minha mentora. Outras coisa bem chata é que tá naquela época de maratona de vestibulares, o que é bem estressante. Aliás, é engraçado, toda vez que eu começo a falar que vai dar tudo errado, minha irmã começa a cantar “did you ever know that you’re my hero”, de um dos episódios de Gilmore Girls (que pode ser visto neste link em 0:20), o que me lembra que eu reagi da mesma forma que a Rory todas as vezes que a minha mãe tentou me trollar desde sexta.

Ok, melhor eu partir pra história de entrega de relatórios. Primeiro, hoje foi o último dia pros times do IYPT Brasil 2013 enviarem seus relatórios pra ainda ganharem bônus na nota depois da data final de envio. Eu tava lembrando dos últimos três anos. A última semana antes do envio de relatório e antes do torneio eram as mais desesperadoras. Mas a semana pré-envio que mais me deixou louca foi a de  2011.

Eis a história: última semana, só dois relatórios prontos. Até ano passado, não tinha data de envio com bônus, então eu precisava de 5 relatórios, porque já era a data final. Enfim, faltava experimento de três e um trecho da parte teórica de um desses. O combinado era: no fim de semana, eu podia ficar responsável por dois experimentos e fechar a parte teórica do último, alguém no time ia ter que fazer, mesmo que meia boca, algum experimento, porque eu não ia dar conta daquela vez de fazer tudo. A escola colocou o laboratório em reforma pra criar uma sala de pintura pro maternal (u.u, sério mesmo), não dava pra usar, meu material todo lá dentro, o negócio tava de pernas pro ar. Trouxe as coisas pra minha casa na sexta, tinha o fim de semana pra fazer as coisas. Pois bem, fiz tudo que eu fiquei responsável por fazer, só que sobrou uma pequena parte da teoria do terceiro que eu não tinha conseguido resolver. Com a parte experimental feita, pelo menos teria como salvar. Ha! segunda-feira do envio de relatórios, 3 da tarde (o correio fecha às 5h), descubro que ninguém tinha feito era nada pro experimento do problema 14 (cilindro em movimento). Pois é, tinha mais 4 pessoas no time, ou era pra ter. E aí? Desespero, pensei em jogar tudo pro alto, eu tava tão nervosa com tudo que não conseguia nem pensar pra calcular as coisas. Ainda faltava imprimir e encadernar os relatórios (porque eu estava esperando esse relatório pra mandar encadernar tudo junto). Eu sei que quando era 4:30, eu ainda tava tentando me controlar. Ahhhh! É, inventei uns experimentos, imprimi correndo, a Isabella correu com eles pra encadernar numa papelaria aqui perto e foi todo mundo aqui de casa correndo no correio. 5 minutos antes do correio fechar, entro eu feito uma louca. Relatórios impressos com versão digital em CD despachados. No caminho pro correio, eu tinha descoberto uns erros muito bestas nos relatórios, aí eu fiquei triste pra caramba, aquele dia foi um dos dias mais críticos de preparação pro IYPT que eu já tive. Quando eu voltei pra casa fiquei lamentando que eu não ia passar, que tava tudo errado.

O bem da verdade é que aquele estava ruim, um estava médio, mas os outros três estavam muito bons e eu não conseguia enxergar isso. Acabou que esses três últimos salvaram minha média e eu consegui ser cabeça de chave. No fim das contas, eu agradeço profundamente que eu não tenha desistido naquele dia, pois foi nesse ano que eu fui pra minha primeira internacional (claro que eu tive que melhorar vááárias coisas até o dia da nacional). Então é o seguinte: se você não conseguiu enviar os relatórios pra bônus hoje ou acha que eles estavam ruins, relaxa, esse foi só o envio de relatório pra bônus, ainda tem a data final e a nacional pra melhorar tudo isso :) . Quer saber qual é a moral da história? Às vezes a gente pensa que vai tudo dar errado e se dá por vencido, mas no fim das contas pode estar tudo bem. É, só escrevendo isso agora que eu percebi que meu último post pode ter sido desesperado, que pode dar tudo certo no fim das contas. Quem sabe?…