Choosing a college
Yay! Hoje eu recebi um e-mail da minha entrevistadora de Princeton. Isso quer dizer que eu já já tenho mais uma entrevista. Dessa vez vai ser por Skype e aparentemente minha entrevistadora é uma moça americana muito atenciosa. Hm… e vai ser em inglês também, acho que eu vou adotar minhas táticas IYPTeicas de ensaiar apresentações em inglês falando pra parede pra treinar pra entrevista.
Mas não era sobre isso o post de hoje. No meio desses e-mails diários que nós aplicantes recebemos de várias universidades com assuntos diversos — desde newsletters até updates sobre o application ou agendamentos de entrevistas — eu comecei a pensar em como a minha lista de universidades veio tão naturalmente até mim. Várias pessoas têm o sonho de estudar uma universidade no exterior e saem a caça de diversas universidades que as fariam felizes. Já eu fui pelo caminho inverso: eu queria oportunidades X, vi que universidades me ofereceriam-nas e precisar sair do país foi só uma consequência.
Antes de começar a divagar aleatoriamente, o que me motivou a escrever este texto foi um post da minha mentora que eu vi ontem antes de ir pra Fuvest no Facebook. Nele, estava o link de um artigo de opinião publicado no The New York Times de nome “How to Choose a College“. O artigo fala de como a universidade ser algo para o que você olha e pensa em quanto dinheiro você vai ter ou quão bonito o nome dela soa junto ao seu, mas sim algo a ser pensado no quesito oportunidades de crescimento: quanto você vai aprender, qual lhe oferece a melhor educação possível, qual parece com o seu perfil, qual fica no local que mais tem a sua cara e, claro, qual tem os melhores programas acadêmicos e cursos na sua área.
Pensar nisso me levou a montar minha lista das 10 universidades que eu acho que mais atendem às minhas necessidades e me dão espaço para agarrar grandes oportunidades na esperança de ser admitida e uma delas. Acabou que no fim, eu consegui uma lista com uma grande gama de locais diferentes e bem distribuída quanto a vários quesitos, o que pode me dar mais opções caso eu seja admitida em mais do que uma fora a(s) minha(s) preferida(s). Se eu tenho uma preferida? Hm… deixa essa resposta pra depois haha. Mas por que 10? Porque ninguém tem garantia de admissão em lugar nenhum, já que as estatísticas estão cada vez mais assustadoras pra brasileiros que querem estudar fora do país, como eu já escrevi em outro post, então, vou só colar aí em baixo:
Em geral, para alunos internacionais, é mais complicado, pois as vagas são escassas. As melhores universidades, geralmente, não admitem mais do 2 a 4 brasileiros por ano (já que só há, em geral, menos de 100 vagas para internacionais e mais de 50 países pra elas), e a concorrência é de mais de 400 conterrâneos nossos aplicando a cada application season para elas, o que significa que menos de 1% do aplicantes brasileiros realmente entrarão nas mais concorridas. Pra piorar a situação, já contamos aqui mais do que 10 brasileiros olímpicos internacionais aplicando este ano…
Enfim, de vez em quando eu recebo mensagens ou e-mails de gente perguntando como são os applications e perguntas do tipo “vale a pena aplicar pra outras universidades mesmo meu foco sendo X?” (e a resposta é “sim!”) ou “por onde eu começo?”. Bem… um bom começo é saber mais ou menos como o processo funciona. Pra isso, vários sites podem ajudar: o Estudar nos EUA, uma reportagem (mesmo que um pouco superficial) do G1, o The Choice e outros sites que eu pretendo mencionar no resto do texto.
Eu comecei a me informar na verdade pelo site do MIT e, a partir daí, as outras universidades vieram. Porém, não é a melhor forma se você não tiver um plano já em mente (como eu disse, o meu processo foi o contrário do “quero estudar fora, então vou pesquisar universidades”, foi do tipo “tenho um plano acadêmico em mente, tais universidades me oferecem isso, ops, vou ter que ir pra fora”). Sabendo mais ou menos como funciona o processo, hora de selecionar a lista de universidades, um bom passo é ir até o College Board (onde também dá pra ter algumas informações sobre o application), se cadastrar (até porque você vai precisar fazer isso pra prestar os SATs) e utilizar a ferramenta de College Search, onde você salva suas preferências e encontra as universidades que mais se parecem com você. O ideal é ter uma lista com universidades bem distribuídas entre diferentes localidades e, principalmente, diferentes taxas de admissões (pra ter mais segurança de que uma vai te admitir).
Agora que o plano está mais ou menos feito, hora de conseguir ajuda. Teoricamente, você não precisa ter um mentor para te auxiliar, mas isso ajuda infinitamente. Assim, existem os programas de orientação para alunos brasileiros (que também têm informações sobre o application em seus respectivos sites), que podem ser encontradas nas seguintes organizações: ILRIO (essa foi incrivelmente útil pra mim), EducationUSA (na Alumni Advising) e BSCUE (que pode ser útil também pelo fórum deles no Facebook).
É necessário se registrar no site do TOEFL, do Common Application e das universidades da sua lista que não aceitam o Common App, como o MyMIT e de universidades públicas. Assim, você pode se registrar pras provas (TOEFL no ETS e SAT no College Board) e, claro, começar a estudar pra elas, bem como começar a preencher os formulários e a fazer os essays. Aí, vêm as entrevistas; a maioria das universidades te contatam para marcá-las, mas algumas, como o MIT, pedem que você contate seu entrevistador. E, depois, vem o application de Financial Aid. Até onde eu sei, o principal formulário é o CSS Profile, que a maioria das universidades requerem e cujo preenchimento é um verdadeiro teste de paciência (ele é muito chato de responder! e longo…), mas o resto do processo depende de cada uma das universidades.
Claro, também há instituições que dão bolsas para alunos brasileiros, apesar de o número de vagas ser limitado, como a Fundação Estudar, que ajuda alunos há mais de uma década, e o EduqueMe, que ainda não iniciou suas atividades.
Enfim, espero que este post seja útil pra alguém. Boa sorte aos applicants que estão esperando os tão sonhados resultados que devem sair em março/abril e àqueles que vão começar o processo agora!