Posts de julho, 2013

Yale’s sorting hat

Posted in Sem categoria on julho 27th, 2013 by Bárbara Cruvinel Santiago – 4 Comments

sorting hat

Dia 26 de junho de 2013, há um mês, foi um dia bastante especial pra mim. Eu diria até que foi um dia “mágico” em sentidos diversos. :) Entre outras coisas, foi quando o “chapéu seletor” de Yale escolheu a minha futura “casa”, mais conhecida como Pierson College.

Dia 26 de junho de 97 foi o dia em que J.K. Rowling lançou o livro Harry Potter; não haveria dia mais propício para que isso acontecesse, certo? Haha. Ok, vou explicar essa história direito. Imagine que você recebeu a sua carta de admissão em Hogwarts (Yale), então você sobe as escadas no seu primeiro ano, entra no refeitório (site de universidade) em um dia específico (o housing assignment day), seu nome é chamado e o chapéu seletor (um sorteio que eu não sei como é feito) te coloca em uma das 4 casas da escola (um dos 12 colleges da universidade), que servirão como seu alojamento/dormitório pelos 7 anos em que você estiver aprendendo sobre bruxaria e magia (4 anos em que você for um graduando em seja qual curso decidir fazer). Cada casa tem sua peculiaridade, suas tradições, pessoas diferentes com que conversar e, o mais importante de tudo, você fica afiliado a ela por uma vida inteira, mesmo depois de ter terminado seus estudos de poções, defesa contra as artes das trevas, história da magia, aritmância etc (ciências, humanidades, matemática etc).

Eu fui designada ao Pierson College. Ele tem suas vantagens e desvantagens. Na hora em que eu fui escolhida pra ele, não me agradou muito; apesar de eu ter tentado não pesquisar coisa alguma sobre os 12 residential colleges de Yale (assim, eu gostaria muito do meu), eu tinha um ou dois preferidos. Mas, como diria a pessoa que estava do meu lado na hora que eu vi o resultado, dessa vez não dava pra falar “Sonserina não, Sonserina não, Sonserina não” hahaha.

pierson countyard

Voltando, a maior desvantagem de ter sido sorteada para Pierson é o fato de que eu vou passar meu primeiro ano inteiro morando no Lanman-Wright Hall (popularmente conhecido com L-Dub). Lá, moram todos os freshman de Pierson e Berkeley. Nenhum freshman mora no próprio college, mas sim em algum prédio do seu college no Old Campus (uma área mais central da universidade). Mas por que isso é uma desvantagem? Bom, o L-Dub conta com diversas “histórias de terror” haha, ou melhor, ele tem os menores quartos, com as piores instalações e coisas desse gênero. Por isso é normal você ouvir como consolo algo deste tipo: “well… L-Dub is not thaaat bad…”. Enfim, ele tem uma árvore enorme e bonita na frente e dizem que a comunidade dele é bastante unida, fora que é só por um ano. Acho que dá pra aguentar numa boa.

L-Dub

Passado o primeiro ano, eu vou morar no meu college. Pierson tem um zilhão de facilidades (alem de um relógio famoso de Yale \o/), que eu poso até usar no primeiro ano. Entre elas: auditório, sala comunal, pátio interno, cozinha, refeitório, lavanderia, sala de edição de vídeo e áudio, sala de música, estúdio, salão de ginástica, biblioteca, galeria de arte e outras cositas más. Mas, em geral, eu posso usar quase todas as facilidades de qualquer college. Só alguns locais são de uso exclusivo e agendado por alunos afiliados a um college específico. Alguns desses recursos de Pierson são divididos com Davenport College, o nosso “rival”, em um porão que interliga os dois colleges.

Parte da biblioteca.

Parte da biblioteca.

Cada college tem um Master e um Dean e te designa um Freshman Counselor. Além disso, Pierson também tem um programa de Big e Little Sibling, que são pessoas (acho que 4 contando consigo próprio) que devem supostamente formam uma espécie de família. Mas acho que vou escrever sobre isso mais a frente, quando eu for falar também do mentor, do Peer Liaison, International Peer Liaison etc.

Hm… eu tenho uma colega de quarto e duas colegas de suíte (aka dois quartinhos e uma salinha). Minha colega de quarto é de Madagascar, mora no Havaí e deve fazer algo relacionado a música. Minhas colegas de suíte são uma de Boston e outra da Pensilvânia, mas não falei muito com essas duas últimas.

Acho que, daqui para frente, vou postar algumas coisas deste tipo, falando sobre coisas que eu for descobrindo em Yale. Aliás, comentário aleatório: adoro o fato de que eu vou poder relacionar várias coisas com Harry Potter a partir de agora haha. Mas, antes de terminar, como eu vou ficar falando dessa espécie de “vida de freshman” aqui, gostaria de frisar participar de olimpíadas é algo excelente, que muda a maneira como você enxerga o mundo, mas que não é passaporte de entrada em universidade alguma. Para informações mais completas, sugiro fortemente que leiam um post do Cássio no Vida de Olímpico.

Vida de ex-olímpico

Posted in Sem categoria on julho 23rd, 2013 by Bárbara Cruvinel Santiago – 2 Comments

Anteontem partiu o time brasileiro do IYPT 2013. Eu não estava nele. Simplesmente, não estava nele. Depois desses anos, é estranho ver o time brasileiro partir; dá uma sensação de vazio, como se finalmente caísse a ficha de que essa etapa realmente acabou pra mim. Fora que eu realmente estou morrendo de inveja hahahaha. Não inveja daquela maléfica, mas com vontade de ser um ano mais nova e poder ir uma última vez. Meu feed de notícias no Facebook nos últimos 2 dias basicamente tem sido fotos e posts de vários amigos a respeito do IYPT: o último experimento do time da Suíça, a partida do time do Brasil, os crachás do time da Áustria, o voo da equipe da Nova Zelândia, a saída de alguns da Suécia, os preparativos dos ex-participantes voluntários de Taiwan e por aí vai. Finalmente me toquei que eu fiquei pra trás, que toda vez que chega um “Hey, Barbara, are you coming to IYPT this year?”, a resposta é “No, unfortunately I’m already too old to participate…”.

Desde o início do ano, eu não fiz uma prova de olimpíada que fosse. De fato, eu sequer vi com atenção as provas das olimpíadas de 2013. Não por falta de interesse, mas por, feliz ou infelizmente, ter outras coisas a fazer. Na semana passada, eu tentei ajudar com o que eu pude nos últimos preparativos da equipe brasileira, eu sei que não foi muita ajuda, mas ver a preparação de perto e lembrar de como eu estava nessa mesma época nos dois últimos anos me deu uma sensação de nostalgia absurda. Tinha um problema que precisavam retomar a teoria por completo, eu abri o meu antigo caderno de rascunhos depois de quase um ano sem tocar nele, coloquei o nome do problema e comecei a elencar as hipóteses do fenômeno, fazer diagramas de forças, esboçar gráficos e formular matematicamente alguns aspectos dele. Sério, é como andar de bicicleta, você nunca esquece como é começar a desvendar um problema. Mas é por causa disso que eu acho que estou indo pelo caminho correto, afinal de contas, eu estou saindo daqui pra estudar algo que vai me fazer ter um novo caderno de rascunho, mas para problemas da ciência de verdade, certo?

Eu saí das olimpíadas, mas elas não saíram de mim. Assim, por mais ínfimo que tenha sido meu envolvimento com olimpíadas se comparado com quando eu estava no ensino médio, eu vou continuar escrevendo para o IYPT BR,  pretendo continuar ajudando no que der os próximos times brasileiros e agora eu estou me envolvendo com uma competição chamada Science Olympiad, que existe nos EUA e é uma mistura de feira de ciência com olimpíada tradicional e vai ter sua primeira edição especial em Yale no começo de 2014.

Uma vez, eu perguntei pro líder de equipe do Irã do IYPT 2012, que por acaso também tinha participado do IYPT um zilhão de vezes, porque ele ia deixar de ser líder de equipe do Irã logo depois de conseguir a melhor colocação que o país dele já conseguiu no torneio. A resposta foi: eu gosto do IYPT, mas tem a vida real e a pesquisa de verdade me esperando lá fora também. Então, da mesma forma, talvez um dia eu abandone este blog por um tempo, talvez eu me desconecte por um período das olimpíadas, já que a vida real está me esperando, mas eu acho que eu nunca vou conseguir me livrar completamente delas haha.

No fim das contas, essa transição é natural. Apesar de que eu vou continuar postando coisas sobre olimpíadas (afinal de contas, uma vez olímpico, sempre olímpico), em especial sobre o IYPT, porque tem um monte de novidades dele que vão ser publicadas principalmente esta semana, acho que este blog, pelo menos pelo próximo ano, vai parecer mais um “vida de freshman” do que um “vida de olímpico”. De qualquer forma, essa “vida de freshman” nada mais é do que a continuação de uma “vida olímpica”, não? E, como a Poli parece ter ficado um século para trás no tempo, tudo parece novo pra mim, como se eu só tivesse entrando na faculdade agora. Assim: bem-vindo ao novo blog “vida de ex-olímpico”. :)