Posts de janeiro, 2013

Janeiro

Posted in Sem categoria on janeiro 29th, 2013 by Ivan Tadeu Ferreira Antunes Filho – Be the first to comment

Nesse mês de janeiro eu me mudei de São Paulo pra Lins, tirei um novo passaporte, titulo de eleitor; fui para a Semana Olímpica da OBM, tirei infinitas fotos (estão todas no album da página do olimpíadas científicas no facebook :) ). Na semana olímpica, ensinei o pessoal a jogar konitchua, ensinei um sistema de votação pro jogo de máfia que aprendi na WoPhO, tive meu quarto invadido por dezenas e dezenas de pessoas quase todas as noites; dormi 20 horas em 7 dias; revi velhos amigos e fiz alguns novos, joguei pembolim, fui chamado de hiperativo diversas vezes haha.

O quarto 234 entrou pra história da semana olímpica. Duvido que algum quarto já tenha ficado com mais de 30 pessoas ao mesmo tempo :). Entre elas, pessoas escolhendo as fotos que seriam postadas naquela mesma noite, pessoas jogando mafia, poker, estudando matemática, fazendo origamis, etc. \o/

E hoje pela primeira vez em 1 ano e pouco eu joguei videogame! Joguei vigilant 8 second offense no modo survival, e bati meu recorde! De matar 12 inimigos fracos no modo survival, matei 34 inimigos medianos no modo survival! :D

Também estudei bastante eletromagnetismo e aprendi cosas legais de matemática nesse mês :).

E espero que eu tenha alguma ideia pra escrever algum post legal nos próximos dias.

 

p.s. muitas outras coias aconteceram, mas aí já é privado ;)

Três semanas esquecidas

Posted in Trajetória on janeiro 14th, 2013 by Ivan Tadeu Ferreira Antunes Filho – 12 Comments

Alguns amigos meus me disseram que os meus últimos posts estavam sendo escritos num estilo muito “depressivo malvado” hahaha, esse post vai seguir a mesma linha, embora um pouco mais brando :)

A motivação.

Aqueles que me conhecem, sabem que minha vida amorosa é um desastre haha. Em 2009 não era diferente. Eu estava chateado com coisas que haviam acontecido comigo (oo curiosos, não vou contar o que foi não haha, também tenho minha privacidade) e por isso fiz uma das promessas mais absurdas da minha vida.

Eu não vou tentar ter nenhum tipo de relacionamento até eu ir para uma olimpíada internacional ou entrar na faculdade.

Aí o bicho tinha pegado. Promessas são promessas, e eu não podia quebrar essa. Que enrascada que eu tinha me enfiado. Mas 2 dias depois, eu recebi um email:

17/09/2009 –
Prezado Aluno(a),

É com grande satisfação que informamos os convocados para a segunda fase da IJSO Brasil 2009.

A segunda fase ocorrerá no dia 10 de Outubro, nas dependências da Escola Politécnica da USP, entre as 8h00 e as 18h00.

O que raios era IJSO eu não tinha ideia. Eu nem sabia por que eu havia sido convocado, achei que havia sido um engano, pois eu não tinha feito a primeira fase. Mas engano ou não, eu iria aproveitar a oportunidade.

Eu pesquisei na internet sobre a competição e descobri que ela iria selecionar os 6 representantes do Brasil que iriam para o Azerbaijão. Pesquisei sobre o conteúdo da prova e vi que eu sabia menos de um terço dele. Nunca havia estudado física ou química sério na minha vida.

Então, a noite, perguntei para minha mãe se ela me deixaria ir para o Azerbaijão se eu passasse.

Azer, o que?

Azerbaijão, fica pertinho do Irã.

Ah, claro.

Ela falou esse claro com uma plena convicção de que eu não iria passar. Não culpo ela, até para mim a chance de conseguir parecia muito remota.  Confirmei se ela realmente deixaria eu ir se eu passasse, e ela confirmou. Peguei os livros do terceiro colegial da minha irmã, mais algumas apostilas de exatas e me tranquei no quarto. Estava com muita raiva dessa atitude dela. Tinha que mostrar pra ela que eu conseguia (e além disso, era minha chance de cumprir a promessa).

As 3 semanas.

Digo, me tranquei no quarto de maneira figurada. Eu fiquei estudando pelas próximas 3 semanas sem parar. Tinha calculado a quantidade de páginas que eu teria que ler por dia para ter chance de acabar o programa, e tinha dado mais de 200 páginas por dia. (os livros que eu estava usando tinham muitas páginas de exercício :) )

E eu comecei a estudar. Eu me lembro de ter começado a ficar com dor de cabeça, mas de continuar estudando. E então eu tenho um apagão. Eu lembro de ter pegado minha bicicleta um dia para assistir um jogo de vôlei das aulas de vôlei que estava matando, de ter voltado para casa, e mais um apagão. Lembro de ter ido numa reunião da escola, de ter ficado estudando um pouco durante ela, (apagão), lembro de ter entrado no MSN para pedir ajuda: não havia quem pudesse me ajudar aqui em Lins naquela época. A Deborah leu meu status pedindo ajuda e disse:

Eu conheço o Elder, que foi para a IJSO do ano passado. Ele pode tentar te ajudar.

Adicionei o Elder, e perguntei o que eu deveria estudar de biologia:

Decora os hormônios e doenças. O resto você consegue deduzir em parte.

Decorei os hormônios e doenças principais. E apagão.

Lembro de estar num ônibus indo para São Paulo com a minha mãe. Todo o esforço tinha sido grande demais para eu conseguir me lembrar. Eu só sei que depois dos apagões de memória eu sabia física e química.

No ônibus, eu estava acabado, cansado, com dor de cabeça, e estudando. Estava resolvendo as provas passadas das IJSOs internacionais (sem gabarito), enquanto eu procurava as matérias nos livros que estavam no meu colo. Lembro que teve alguma confusão no ônibus sobre pessoas bêbadas fumando dentro dele, mas eu continuei concentrado nos livros.

Cheguei em São Paulo com a minha mãe. Dormimos num hotel. Lá, eu não conseguia sair da cama, estava completamente acabado. Minha mãe me deu algum remédio e eu consegui sair da cama e ir para o taxi para ir ao local de prova (e estudando).

Mas a única coisa que eu queria era chorar e descansar

A competição.

Lá haviam vários grupos de alunos com uniformes de olimpíadas de suas escolas. Na fila para pegar o crachá alguns do Poliedro estavam falando:

Acho que ninguém estudou para essa prova, não é mesmo?

Eu estudei. E inclusive pelas apostilas do terceiro colegial de sua escola.

Eles me olharam. Um pivetinho de 14 anos falando isso? E acho que ficaram com medo haha.

As pessoas estavam comentando sobre o Gustavo Haddad, que tinha pegado ouro no ano anterior e estava fazendo a prova novamente. Havia uma certa aura mística ao redor dele haha.

Fui para a abertura e me sentei do lado do Lucas Collucci. Conversei um pouco com ele e tentei tirar umas dúvidas. Ele disse que era pra eu relaxar, que não dava pra aprender nada antes da prova.

Na abertura, disseram que haveria treinamento (não teve haha), e eu perguntei como quem é do interior participaria deles. Me olharam com a cara de: quem é do interior não passa. E disseram: vamos ver, vamos ver.

Começou a palestra de radioatividade que tinha antes da prova. Assisti a palestra, e depois que ela terminou, fui tirar dúvidas com a palestrante sobre outros assuntos de química (constantes de equilíbrio).

Fui para a prova.

A prova.

Olhei para a prova. Quis entrar em desespero, quis entregar ela em branco e ir chorar. Ela era difícil, eu não achava que eu tinha qualquer chance. Depois de alguns minutos decidi:

Vou fazer a prova. Já cheguei até aqui, então talvez de pra pegar pelo menos uma medalha… Não faria sentido eu desistir a prova.

Fiz a prova toda fazendo o melhor que eu pude. Estava sentado do lado dos alunos da cidade grande, que, como diziam os boatos “tem aulas específicas para olimpíadas várias vezes por semana”. O que eu podia fazer? Eu continuei fazendo a prova.

Saí da prova, cabisbaixo, falei para a minha mãe que talvez desse para pegar uma medalha de bronze, na melhor das hipóteses. Voltamos de carona com o Lucas Collucci até o metrô e fomos embora para Lins. Mais 6 horas de viagem.

O resultado

O resultado estava previsto para sair no domingo. Como todo e qualquer resultado, é claro que ele não saiu na data prevista. Depois de alguns dias, eu recebi um email falando que o resultado havia sido disponibilizado.

Abri o site.

Fui pra página de premiados.

Comecei a ler, o coração pulando rápido, ansioso, querendo ver se eu tinha pegado pelo menos bronze.

Medalhas de ouro

Ivan Tadeu Ferreira Antunes Filho

AHHHHHHHH

Eu comecei a pular, eu gritei para a minha mãe

Mãaaaaeee! Eu passei! Eu peguei ouro!

Como assim?

Mãaae, eu peguei ouro na IJSO!!

E ela começou a comemorar junto comigo. E eu continuei estudando até a internacional :).

 

 

Nota final

As pessoas só veem os louros e a glória, elas se esquecem de ver o caminho trilhado pelas pessoas. Esse foi um dos começos da minha história.  Todos dizem querer ir para uma competição internacional e pegar ouro, mas poucos realmente querem realmente fazer isso: estudar, se cansar, ter dor de cabeça, enfrentar problemas, querer chorar, enfrentar pressão…  Ou, com uma música que eu gosto para ilustrar:

 

The bridge

 

I’ve seen the bridge and the bridge is long
And they built it high and they built it strong
Strong enough to hold the weight of time
Long enough to leave some of us behind
chorus:
And every one of us has to face that day
Do you cross the bridge or do you fade away
And every one of us that ever came to play
Has to cross the bridge or fade away
Standing on the bridge looking at the waves
Seen so many jump, never seen one saved
On a distant beach your song can die
On a bitter wind, on a cruel tide
[repeat chorus]
And the bridge it shines
Oh cold hard iron
Saying come and risk it all
Or die trying

Disgressão

Agora que tem mais concorrência, com ótimos novos blogs aqui no vida de olímpico, como o do Cássio e do Lapinha, vou ter que me esforçar muito pra manter os leitores haha.  Até mais pessoal!

(Falta de) tempo

Posted in Sem categoria on janeiro 8th, 2013 by Ivan Tadeu Ferreira Antunes Filho – 6 Comments

Reparem como é possível perceber simultaneamente as nuvens no céu e os detalhes dos prédios.

Muitas pessoas me perguntam: Ivan, como você consegue fazer tanta coisa? Tem tão pouco tempo em um dia…

Então… vou começar falando sobre o que fiz hoje: Fiz a prova da fuvest, aprendi sobre “exposure fusion” em fotografias, tirei algumas fotos aplicando essa técnica para aprender, aprendi algumas técnicas de solução de equações diferenciais usando complexos (http://www-thphys.physics.ox.ac.uk/people/JamesBinney/complex.pdf), li 2 capítulos do segundo volume de palestras de física do Feynman, arrumei algumas páginas do OC, enviei alguns emails, passei tempo vadiando no facebook, li algumas tirinhas na internet, durmi, fiz uma prova da segunda fase da fuvest e estou escrevendo esse post. Na verdade não estou só escrevendo esse post: estou escrevendo ele enquanto reviso algumas partes de eletrostática e escrevo um email pra uma professora universitária que está na Austrália.

E agora deve estar pensando:

Parabéns pra você. Você deve achar que faz coisa demais :p

Muito pelo contrário… Eu quase me sinto inútil pois sei que meu tempo poderia ser ainda melhor aproveitado. Gastei muito tempo lendo tirinhas e no facebook hoje, poderia ter lido um pouco mais.  E mesmo se assim o tivesse feito, saberia que ainda não teria aproveitado todo o meu potencial.

Vou contar a história de uma pessoa que conheci na última competição que fui, na WoPhO.

Ela é uma menina, de 14 anos, no segundo semestre de medicina, que sabe falar 5 línguas, já morou por um ano na indonésia longe da família para aprender a língua de lá, participou da IJSO no ano passado. Ah, e não se esqueça que a WoPhO é uma competição de física para alunos de até primeiro ano da universidade.  Ela disse que matava as aulas para estudar por conta própria pois dessa forma ela rendia mais. Ia de um canto para o outro lá em Jakarta de ônibus sozinha.

E ela não é o único exemplo que eu conheci, é apenas o mais recente. E ela é estranha, exótica, etc? Na minha opinião não, pelo menos não enquanto brincávamos de pega-pega na piscina do hotel com o resto dos participantes.

Agora me diz: eu aproveito meu tempo bem? Não, eu poderia ter feito muitas coisas a mais nesses últimos anos, poderia ter me aprofundado muito em diversas matérias, poderia ter começado projetos, poderia ter aprendido outras línguas. Mas o passado já foi.

 

Agora é aproveitar o presente e fazer dele o melhor possível.

Um dia tem 24 horas, se você dormir 8 horas, comer por 2, descansar por 2, e usar o banheiro, tomar banho, etc em 1 hora, você ainda tem 11 horas em um dia.

Se você lê cerca de 1 página por minuto (o que não é uma velocidade exageradamente rápida), e reservar umas 4 horas para isso, você já terá lido 240 páginas por dia.

Se você resolver questões por mais 2 horas, você terá feito pelo menos metade de uma prova estilo fuvest por dia.

Ainda tem 5 horas por dias nessas férias. Pode-se gastar 1 horas arrumando suas coisas, 2 horas praticando esportes, 1 hora saindo com colegas e ainda sobra 1 hora para imprevistos.

E em nenhum momento você teve que fazer nada na pressa.

 

Aproveite seu tempo.

Eu falhei, e agora?

Posted in Sem categoria on janeiro 6th, 2013 by Ivan Tadeu Ferreira Antunes Filho – Be the first to comment

Você estava em um mau dia, você não teve sorte, etc?  Não.

A culpa é sua, você falhou. Não é culpa do destino nem de outra pessoas, nem de ninguém.

Mas o que você quer dizer? Você quer que eu lide com essa enorme pressão de me sentir responsável pelos meus próprios atos?

Sim, é exatamente isso que eu quero.

Falhar é algo normal, e não deve ser tratado como se fosse. Você deve aprender a lidar com as falhas para ser capaz de seguir em frente. Se em vez de enfrentar os erros e falhas você tentar transformar eles em vitórias (eu não consegui ganhar X, mas em compensação eu fiz Y), você não estará crescendo nem aprendendo a lidar com os problemas da vida.

Você teve uma vitória por Y, mas isso não muda o fato de ter tido uma derrota em X. Se você tivesse estudado/treinado/se esforçado mais, teria provavelmente conseguido, então o melhor que se tem a fazer é aceitar que não conseguiu e focar em um novo objetivo. As pessoas que foram melhores que você não são diferentes de você, nem mais especiais nem menos. Elas apenas se esforçaram mais. Se esforce também, e assim conseguirá ter um bom resultado também. Aprenda com seus erros, mas não deixe eles te corroerem, pois não há como mudar eles. Os erros são aprendizados pra como você deve agir no presente.

 

Eu mesmo já falhei em diversas competições e projetos que fiz… No início, todos me tratavam: ahh… o que você fez não foi realmente uma falha, e bla bla bla….você já é vitorioso por chegar até aqui, e etc…. Fazendo aparentar que o fato de errar fosse algo não natural, algo que não pudesse acontecer, o que, de certa forma, me desestimulava de tentar coisas novas com o medo que elas não corressem como eu esperava. Depois começaram a me tratar como: tudo que acontece e todas as suas falhas são apenas culpa sua. Sim, é uma baita pressão em um adolescente / pré-adolescente, mas mais cedo ou mais tarde todos terão que passar por isso, e só então eu comecei a levar os meus erros como uma maneira de aprendizado, como algo que não impediria meu caminho.
Nessa última competição que eu fiz, eu tinha certeza que não ganharia nada. Então estava com a atitude: não ganhei nada, vou estudar mais para o ano que vem, existem pessoas muito melhores que eu. E para facilitar os estudos, vou criar contatos aqui para poder tirar dúvidas com outras pessoas. No final, acabei por ganhar uma medalha de prata.   Mas o fato é: se eu ainda estivesse acostumado ao que me diriam no passado, minha reação não teria sido positiva, teria sido semelhante a:
Eu não tive sorte o suficiente, os outros alunos tiveram uma preparação melhor por seus professores, eu estive em um mal dia, etc.  E ia acabar me sentindo mal durante a competição e nem aceitar a situação que eu mesmo criei.
Eu simplesmente não enfrentaria os erros e falhas e não seria quem eu sou agora.

E lá se foi 2012

Posted in Sem categoria on janeiro 5th, 2013 by Ivan Tadeu Ferreira Antunes Filho – 1 Comment

E lá se foi 2012… Um dos anos mais incríveis da minha vida.

Assim como os outros anos, este começou e terminou em fogos de artifícios, mas como tantas coisas diferentes aconteceram comigo em 2012, eu vou focar na minha “vida de olímpico”.

Em janeiro eu viajei para Maceió, participar da semana olímpica de matemática. Mafia, mafia, mafia, MAFIA! Joguei muita mafia com os amigos que já conhecia ou que fiz lá. Joguei também muito pembolim com o Vitor. Ele na defesa, eu no ataque, e os outros times em desespero.

E então os estudos mais sérios começaram: comecei a resolver questões do Irodov, com uma frequência cada vez maior, enquanto lia Vida, a Ciência da Biologia e resolvia questões das OBBs passadas. Estudei diversos algorítimos para a OBI, reli uma parte do livro de química do Peter Atkins. Resolvi problemas do physics cup, e conversava por email com amigas de outros países. Fiquei meio ausente do mundo durante essa época, eu acho haha.

Comecei a resolver mais questões de físicas, a estudar eletromagnetismo mais a fundo, a resolver provas da IPhO e APhO. Fiz a seletiva de São Carlos — conversei bastante com o resto do pessoal que estava lá. Muito legais :).  A prova estava muito difícil, mas eu precisava ficar em primeiro lugar na seleção — é uma longa história, mas o fato é: se eu não tivesse ficado em primeiro lugar na seletiva da IPhO com certo certo gap de pontos pro segundo lugar, eu provavelmente não teria ido.

Fiz a seleção pro Millenium Youth Camp 2012.  Fiz a prova de seleção pra IOAA, sem ter estudado muito. Comecei a escrever um manual de linguística e a resolver diversas questões de IOLs, NACLOs, etc.

Fui classificado para a IPhO, IBO, IOL, IOAA e Millenium Youth Camp.

Viajei para a Finlândia sozinho para o MYC. Passeei por Paris no meu caminho de ida. Fiz diversas amizades lá e revi um velho conhecido da IJSO 2009 e IPhO 2011. Comi sanduíche de rena, conheci alguns dos chefes de uma empresa de papel e tecnologia, assiste palestras de Linus Tourvald e do prêmio nobel de medicina desse ano, Shinia Yamanaka .  Peguei um barco, viajei para a Estônia, revi os meus amigos da IJSO 2009 e 2010 — adoro vocês haha.

Voltei pro Brasil, fui expulso do time da IPhO, entrei em contato com um pessoal da organização da IPhO da Estônia, voltei pro time da IPhO, sai do time da IBO e entrei no time da OIAB.

Passei 10 dias treinando experimentos e comendo muito em São Carlos com o pessoal paulista da equipe da IPhO.  O pessoal do Ceará não gostavam muito da ideia de andar alguns kilometros pra comer em lugares exóticos haha.

Fui para a IPhO, fugi do resto da equipe na Holanda pra poder conhecer Amsterdam. Eu tinha um passaporte Brasileiro, quem me impediria de sair correndo pela cidade? Briguei com a minha então melhor amiga, paramos de nos falar :/ . Passeei em Tartu, e o que acontece na IPhO, fica na IPhO haha. Estava com infinitos problemas com as passagens de avião, mas consegui resolver eles a tempo de ir para Praga :). Ah, e eu ganhei uma medalha de ouro haha.

Em Praga encontro a equipe da IOL, dormimos os próximos dias em albergues e passeamos por Praga e pela Áustria. Fomos para Linz, Salzburg, Viena, etc. Compramos bilhetes(!) para ir numa praia na Áustria, mas ela fechou mais cedo por começar a chover. Até chegarmos na Eslovênia, que é um país com uma natureza linda! E eu venci todos os jogos de pembolim que joguei lá haha. A equipe do Brasil na IOL era muito louca também :). Eu agradeço alguns dos membros por escutarem meus desabafos quando eu estava estressado.  Voltando a natureza: lagos, montanhas….  Passeamos em cachoeiras e eu peguei uma medalha de prata e um avião para São Paulo.  E minha câmera fotográfica foi roubada.

Ok, o avião não foi para São Paulo, foi para uns 3 outros países antes de ir para São Paulo haha — escalas infinitas. Mas chegando lá eu peguei um avião para o Rio de Janeiro e fui para a IOAA.

IOAA = comida, comida, comida. Ela foi no Brasil, e existe coisa melhor que comida Brasileira? Me diverti muito com a louca equipe da IOAA: batalhas de starwars com os lasers, campeonato de sobremesa, dança de cadeiras, jogar pembolim com a Karol, planejar como matar o Onias, irritar a Tábata. Andei dentro de uma cachoeira, fiz ótimos amigos, do Brasil e de outros países :). E foi dificil dizer adeus para eles….  E peguei uma medalha de prata.

Vim para São Paulo, saí na Folha de São Paulo, dei algumas entrevistas e fiquei um pouquinho famoso.

Fui para a OIaB (as entrevistas atrapalharam um pouco estudar na reta final pra OIaB, mas tudo bem haha), em Portugal. Conheci a pátria mãe do Brasil, fui em Lisboa e em Cascais. Nadei no mar, fui num oceanário, quase fiquei bêbado, dancei forró, funk, participei de uma sketch, e outras coisas que: o que acontece na OIaB, fica na OIaB. Participei da gincana em equipes e minha equipe ficou em primeiro lugar! Também ganhei uma medalha de prata na OIaB.

Ah, uma coisa interessante, eu levei itens altamente ilegais na minha mala de mão nessa viagem. E fui salvo pela minha gaita, que parece um cartucho de revolver, e que desviou a atenção dos outros itens.

Cheguei no Brasil, fui entrevistado no de frente com Gabi, e fiquei meio famoso.

Fui reconhecido na rua, na farmácia, etc… Dei uma palestra em Campo Grande junto com o Augusto sobre olimpíadas e outra em Fortaleza.

Gastei o meu final de ano fazendo essays e resolvendo a burocracia de se aplicar pra universidades americanas.

Fui para o aeroporto novamente para ir para a WoPhO, na Indonésia. O meu passaporte iria expirar em 3 meses, e só é permitido a viagem se o passaporte tem pelo menos mais 6 meses de validade. Eu descobri isso depois de tentar fazer o checkin: fui barrado. Falei com o supervisor da companhia e ele me barrou também.

Fui correndo para a polícia federal e a invadi. A minha mãe já havia ligado para lá para explicar a história, mas ainda assim foi interessante entrar correndo na PF de GRU.  Os policiais ficaram com pena de mim e resolveram me ajudar. Recebi uma carta do delegado e ele e o escrivão, completamente fardados me acompanharam para o local de embarque. Me deixaram embarcar.

Em Dubai, falei que estava com pressa para que eles não checassem meu passsaporte haha. Na Indonésia a embaixada do Brasil estava me esperando no aeroporto para resolver os problemas que pudessem ocorrer.

Conheci muita gente lá, pessoas incríveis! Fui o organizador dos jogos de máfia e fiquei relativamente popular. Fui em uma fazenda de arroz, passeei no centro de Jakarta e tirei fotos com infinitas pessoas que me achavam a cara do Justin Bieber(!?).  De fato, quase todo mundo que não era indonésio nem oriental era chamado de Justin lá.

Eu reouve (sim, essa palavra tá certa) a amizade que havia perdido lá no inicio do ano na WoPhO e nós conversamos muito durante a mesma.

 

Os fogos de artifício começaram a estourar e 2012 chegou ao fim.

2013 começou com festa, piscina e uma inesperada medalha de Prata.

Voltei para Dubai acompanhada pelos amigos da Alemanha e Romênia. Vimos em Dubai sites idiotas na internet e nos despedimos.

No avião conversei com os meus vizinhos, estudei o início do básico de moderna teoria quântica e li uma peça de teatro… no aeroporto de Guarulhos entreguei lembrancinhas da Indonésia para os policiais para agradecê-los.  Peguei um ônibus e nele encontrei professores de algumas universidades famosas que estavam no Brasil a passeio.

Cheguei aqui, e aqui estou.

 

Que 2013 seja um ano ainda mais incrível que 2012.