Caramba… Já se passaram 3 meses desde que cheguei no MIT.

A minha história aqui no MIT é a minha história no EAsT camPUS.

East Campus é um dormitório do MIT, que é bem… alternativo. Nos primeiro dias que passei aqui eu aprendi sobre como usar furadeiras, serras e outras maquinárias pra ajudar na construção de:

É um forte de madeira de quatro andares e uma parede de escalada giratória. Claro que nós construímos mais coisa, como balanços, twisters 3d, entre outras coisas.

Nisso eu também estava num programa sobre exercícios e bem estar (pra conhecer um pouco mais o MIT)

Foi bonito, mas não é algo que eu recomendaria; é melhor aproveitar os eventos da sua comunidade em vez dos organizados pela universidade. Enfim, fotos!

Eu que fiz o design e construi :) 

Sim, eu estou numa árvore assistindo um concerto.

Estou fazendo pesquisa, estou no time de pistola, estou fazendo aulas do segundo ano e algumas do primeiro :). Estou aprendendo coisas no meu tempo livre como cordas e rapel . Muitas coisas. Não tenho horário para dormir: alguns dias durmo as 8 da manhã e acordo as 12, outros vou dormir as 9 da noite e acordo as 2 da manhã pra fazer outras coisas… outros dias são cochilos de 1 hora espalhados pelo dia :). É bom não ter rotina

E claro: cozinho todas as minhas refeições ;), comprar comida fora ou pegar plano de alimentação do instituto é bobagem haha

Estou no MIT, e faz dois dias que em vez de dormir um período prolongado de tempo, estou tirando cochilos aleatoriamente pelo dia.  Um dia desses escrevo algum post aqui :)

E aí pessoal? Faz tempo que não posto nada aqui… ando realmente estressado com a questão da bolsa de estudos que talvez vocês estejam sabendo devido ao post no site principal. Finalmente no entanto eu recebi algumas respostas positivas (ou quase positivas haha)

O pessoal da Votorantim está sendo super simpático comigo analisando a possibilidade de apoio, e hoje o presidente da Capes também respondeu! Também de maneira super simpática falando que estão vendo como poderiam auxiliar eu e os outros dois que estão na mesma situação que eu.

Já agora, estou novamente em um avião, e, pela primeira vez na vida não é para participar de uma olimpíada, feira de ciências ou algo relacionado. Estou indo para o Rio de Janeiro participar do programa Tome Ciência! Eles irão entrevistar alguns participantes de olimpíadas científicas nesse programa :).

E agora dia 17 irei me mudar para Cambridge e começar o curso no MIT. Entusiasmado? Um pouco, mas a preocupação supera o entusiasmo. Este primeiro semestre eu irei cursar, e, se tudo der certo e eu conseguir apoio, os outros também. De qualquer forma ainda tenho mais 4 meses para tentar :) Ainda que não dê certo queria agradecer a todos que me apoiaram nesse caminho. Minha família, meus amigos que me apoiavam(em especial quem me ajudou a redigir os textos, me auxiliou com idéias de o que fazer, etc), coordenadores de olimpíadas e feiras que me passaram contatos e enviaram mensagens, a um professor e pesquisador de Brasília que me auxiliou colocando em contato com pessoas do CNPq, pessoas do ministério, Capes… Um professor de campo grande que também me auxiliou muito. A centenas de pessoas que enviaram Emails ao CNPq para me ajudar

Ah, e não deixem de assistir o tome ciência na Internet depois :)

1) People don’t accept the obvious. No matter what, if there is something that is extremely clear, simple and that can have major consequences people will never accept it. They will always look for something more complex and that the can’t understand to fill the gap. Example: to lose weight you must burn more calories than you get by eating, which can result in, for example, feeling hungry.

2) Days, months and years doesn’t matter. Many people say “I’ve practiced / studied  X for many months / years.” Or, “I’ve been studying it for N days.” That doesn’t mean anything. This already assumes that all days / months / years have the same productivity, or that they may be a quantitative parameter to evaluate something. A better approach would be to count the number of  hours, assuming that all the hours spent on a particular activity would have the same productivity, which, still, you know from personal experience that is not true.

3) Years REALLY doesn’t matter. Show a boy, for example, a 13 years old boy who has already studied calculus and everyone loses ther mind! They will call the boy a genius and assume that they wouldn’t be able to do the same. Now say to them that a person spent (made up numbers) 200 hours studying basic math, 100 hours studying trigonometry and equations, 50 hours studying limits and derivatives, and 100 hours studying calculus; and that because of this, that person know calculus. No one will care. Now say that this person is the 13 years old boy and they will say “But it is not so simple! He did it effortless because he has facility“. Read again the first topic.

4 a)Do in a day what you would have taken five days to do, and you will have done in one day what you would have taken five days to do. Do in a day what you would have taken five days. In other words, do something and you will have done this something.Ou escrevendo de outra forma, faça algo e você terá feito esse algo. Se você dedicar mais tempo e dedicação em uma atividade em um curto espaço de tempo, você terá um rendimento maior. Por mais simples que isso seja, as pessoas se impressionam se você disser que, por exemplo, do zero, aprendeu a tocar 4 ou 5 músicas na gaita em uma semana, mesmo sem nunca ter pego uma gaita antes. Ou que você adiantou a matéria de física do seu bimestre, ou qualquer outra coisa assim.

4 b) Horas por dia não importam tanto quanto como elas são aproveitadas. Claramente o limite superior das “habilidades, conhecimento ou algo” adquirido ou produzido por dia será limitado pela quantidade de horas dedicadas aquilo, porém, não o limite inferior. O seu limite inferior será limitado principalmente pelo seu rendimento, que é controlado pela sua concentração e dedicação naquela atividade.

5) Atividades inúteis não são produtivas. Inútil =  não útil. Simples assim.

6)”Ahh, imaginando que bom seria se isso acontecesse”, “imaginando a festa que vou dar quando eu acabar de fazer isso / quando eu passar na faculdade” = Inútil. Não existe nada mais inútil do que ficar imaginando o que você vai fazer quando completar a sua atividade ou objetivo. Inclusive eu diria mais: se você perde seu tempo fazendo isso, você não conseguirá conquistar esse seu objetivo, pois gastará o seu tempo dessa forma ao em vez de realizar sua atividade e trilhar seu caminho. Quantas pessoas você conhece que ficavam falando o que fariam, a festa que dariam, etc e que conseguiram realmente fazer isso, sendo que gastavam um bom tempo dessa forma? Em sua mente é óbvio o motivo que você quer cumprir o seu objetivo, e portanto não há necessidade de gastar exageradamente seu tempo com devaneios. Planeja, aja e cumpra.

7) Não espere resultados diferentes fazendo tudo exatamente igual. De todos, acredito que esse é o mais difícil de se entender e aceitar. As pessoas cometem os mesmos erros e fazem as mesmas coisas esperando que os resultados sejam diferentes. “Tenho muita dificuldade em matemática (mas nunca tentei estudar a base que me fazia ter dificuldade, apenas estudava o conteúdo pra prova)”, “Não consigo aprender essa matéria (mas continuo estudando pelo mesmo material, da mesma forma, prestando a mesma atenção e usando o mesmo método de estudo) ”, “Estou no meu sexto ano de cursinho (mas sempre erro exatamente as mesmas coisas no vestibular, pois estudo a matéria exatamente da mesma forma todos os anos)”, “Não consigo passar dessa fase no videogame (pois sempre tento fazer o que acho que é certo, mesmo que já tenha percebido por experiência que está errado)”…

8) Não espere resultados diferentes fazendo tudo exatamente igual 2. Da mesma forma que as pessoas repetem os mesmos erros, elas evitam os acertos (?!). Ou então no mínimo ignoram e não prestam atenção na maneira que acertaram. “Nossa, eu consegui estudar toda essa matéria rapidamente usando a minha madrugada, e consegui aprender tudo! (mas nunca mais vou fazer o mesmo para outras matérias)”, “Aquela pessoa estudou e resolveu os livros X, Y, Z, e fez N provas passadas e exercícios e foi ouro na olimpíada internacional de física (eu quero ser ouro na internacional de física também, mas como obviamente não é tão simples como só resolver X,Y e Z e fazer N provas passadas, eu vou querer usar meus próprio livros e métodos e não fazer as provas passadas, pois elas são cansativas)”.

9) Minimize seu esforço mental e você minimizará seu aprendizado.  Simples assim. Minimize o tanto que você pensa e você minimizará o tanto que entra em sua mente. Quantas pessoas não leem 4-5 vezes o mesmo texto prestando pouca atenção em cada passagem esperando que pela repetição consiga entender/memorizar? Quantas pessoas não decidem se concentrar em palavra por palavra do texto grifando o texto em vez de prestar atenção no contexto E nos detalhes.  Quantos usam uma caneta e papel pra resolver até os menores detalhes do problema em vez de resolver mentalmente, fazendo operações, substituições, e etc sem usar uma folha, o que seria mais rápido e mais desafiador? Se concentre, foque somente naquilo que está fazendo naquele instante, e faça o máximo de esforço mental possível naquilo, dedicando todo o seu ser aquilo e você aprenderá mais. Não fiquei com vergonha de reler uma passagem específica que você não consegue se lembrar por ter lido rápido. Não fique com vergonha de pular as partes que você já sabe (e que portanto não exigiriam nada da sua mente para ler). Se esforce e se concentre e assim terá resultados.

10) Facilidade, experiência e resultados não vêm com o tempo. Assim como dito em 2) e 3), nada vem com o tempo. Facilidade, experiência e resultados vêm com a prática.  Você não conseguirá tocar melhor um instrumento ou falar melhor uma língua pelo tempo que você passou desde que iniciou a fazer isso. Você vai conseguir isso pelo tanto que você já praticou. Você não conhecerá um determinado estilo de prova nem será mais rápido na resolução das questões com o passar do tempo. Você não ficará mais forte e esbelto com o tempo. Você só vai conseguir isso praticando.

11) Facilidade = a quantidade de relações que você consegue fazer. “Você não deve decorar, você deve aprender e entender.” E qual seria a diferença entre os dois, se me permite fazer a pergunta? O que seria entender? Por que algumas pessoas decoram e outras aprendem? Por que quem aprende tem “facilidade”, e quem decora não? Se você decorava coisas e nunca se perguntou nenhuma dessas coisas, você fugia do óbvio e esperava resultados diferentes cometendo os mesmos erros. Vamos desenvolver a linha de raciocínio: pessoas que aprendem conseguem fazer analogias, e quem decora, em geral não. Isso já te dize algo? O fato é, todos nós tivemos que decorar algumas coisas, como por exemplo, a tabuada, o som de cada letra, a ordem das letras no alfabeto, a ordem dos planetas, etc. Mas uma vez decorado a tabuada, você não teve que decorar fazer multiplicações com mais números, você aprendeu. Você aprendeu a ler. Você aprendeu que os planetas mais pertos do Sol são mais quentes (não em ordem no entanto), etc.
Você melhor irá aprender algo quanto mais “relações e conexões” você conseguir fazer com aquilo. Você sabe que o sol é quente, e que o calor se espalha; você sabe que a multiplicação de números com mais que 2 algarismos segue o mesmo raciocínio da multiplicação de números com 2 algarismos, etc. Você sabe que leões e gatos são felinos, e que ambos são caçadores e comem carne, logo você faz a relação e aprende que felinos são caçadores e comem carne. Se alguém te perguntar o que um tigre é, você responderá: caçador e come carne.   Mas como fazer mais conexões, prever mais fenômenos, etc?
Com experiência e conhecimento prévio, o que costuma ser chamado de facilidade pelas pessoas.
Por isso, quanto mais você estuda, mas fácil se torna estudar. Imagine que existe ao menos um caminho pra chegar em cada informação na sua mente. Se existem vários caminhos para uma informação, você não esquecerá ela. Você costuma ficar com palavras com significado bem específico “na ponta da língua”, chegando a quase esquecer elas. Mas você não esquece palavras mais genéricas, como “animal”, “objeto”, “bebida”, “roupa”, etc. pois elas fazem várias conexões.

12 a) As pessoas tem preconceito com “simples” e tentam falar que tudo é complexo e impossível. Veja o item 1.

12 b) Não é porque é simples que é fácil. Existem coisas incrivelmente simples de se fazer: exemplo, ir para uma olimpíada internacional de ciências. “Simples, você está chamando isso de simples?” Sim, sem menosprezar ninguém. Dando o exemplo da internacional de física: você tem um programa de estudos das matérias que caem e as provas passadas de exemplo. Você tem que saber um conteúdo amplo porém finito de informação, e saber diversos métodos de resolução de problema, e saber fazer relações e analogias entre os assuntos.  Você sabe os livros que você tem que estudar, os exercícios que tem que resolver para treinar, os conhecimentos que deve adquirir. É simples a ponto de eu poder escrever uma receita passo a passo dizendo o que fazer e  como fazer para chegar até lá. Da mesma forma é extremamente simples passar num vestibular. O conteúdo é finito e você tem provas de exemplo (ignore as questões de atualidade, pois mesmo que você erre todas elas você ainda teria a maior nota de todo o concurso). Porém, é fácil? Não, não é fácil. Exige esforço, dedicação, dor de cabeça, (por vezes abdicação), o medo da derrota etc. Mas não é algo impossível, não é algo complexo. Tratar o que você quer fazer como algo complexo é a melhor forma de nunca conseguir fazer o que quer. É a melhor forma de nunca cumprir o que você quer cumprir.

13) Leia pelo menos de 20 a 30 páginas (de material de estudo) por dia, todos os dias, e você conseguirá bastante informação/conhecimento em pouco tempo. Sim. 20-30 páginas por dia é pouco, mas ninguém lê isso. O que 20 páginas por dia de material de estudo por dia representam? A matéria de física da escola pode ser considerada cerca de 500 páginas de teoria, no máximo. O material de biologia, cerca de 800 páginas. Química, 500.  O que dá no total 1800 páginas. No final de 90 dias, ou seja, de cerca de 3 meses, você já teria aprendido todo o conteúdo de ciências de todo o ensino médio brasileiro. Dedicando quanto tempo por dia? 1 hora? Esse seu ano ainda tem 9 meses. O que você faria/ fará neles?

14) Faça alguma coisa mais ou menos impressionante e as pessoas deixarão de te tratar como uma pessoa e te tratarão como uma imagem, ou personagem-tipo. Isso não é um conselho, ou dica, é apenas um fato. Se você fizer algo que te destaque, várias pessoas deixarão de te tratar como “pessoa”, exemplo: você se torna o “nerd” da sala, alguém que estuda, e por tanto todos esperam que você só estude. Ninguém acha que você tem dificuldade ou algo assim. Ou em outra situação, você é o “palhaço”, aquele que traz felicidade para as pessoas, e que portanto nunca está triste.

15) Não existem abismos entre as habilidades, apenas uma escalada gradual. E não haja como se houvesse esse abismo. Em geral, se você passa a tratar alguém como um personagem-tipo, “desumanizando” elas, você acaba por limitar suas próprias habilidades e conquistas, considerando que o que aquela pessoa faz é impossível para você fazer. As frases mais clássicas para alguém que considera que existe tal abismo nas habilidades para alguém que estuda é: “Mas ele é um gênio!”, “Eu queria ter seu cérebro”, etc. Nessa “montanha de habilidades” que você escala, não existe um abismo nela que separam quem é “normal” de quem não é. É uma escalada gradual, você se aprimora até chegar onde os outros chegaram. E eles chegaram lá passando por toda a extensão da montanha da mesma forma.

16) Se foque no que você está fazendo. Claro que você tem várias coisas para fazer, e a todo momento poderia estar fazendo outra coisa. Porém, se enquanto você estiver fazendo uma atividade você ficar pensando que poderia estar fazendo outra, você não vai fazer a outra, e esta terá seu rendimento altamente prejudicado. Não importa o que você poderia estar fazendo no momento, e sim o que você ESTÁ fazendo.

17) O tempo em momentos diferentes tem valores diferentes, e o mesmo vale para atividades. O seu tempo próximo de um prazo final se torna muito mais importante do que antes dele, portanto, especialmente nesses momentos, não o desperdice, pois você estará desperdiçando ainda mais. O “valor” das atividades também muda. Estudar física antes de uma prova de física costuma ser mais importante que estar estudando outra matéria (porém existem exceções, eu mesmo já estudei outras matérias antes da prova de outras competições, pois já havia terminado a matéria daquela e outras se aproximavam). Avalie o valor das atividades também.

 

18) O tempo não é eterno, portanto faça o melhor com o seu tempo. Você tem 30.000 dias :)

(em breve totalmente ilustrado)

1) As pessoas não aceitam o óbvio. Não importa o que seja, se existe algo que é extremamente claro e simples e pode ter grandes consequências as pessoas nunca vão aceitar, sempre vão procurar algo mais complexo e que não possam entender para preencher a lacuna. Exemplo: para emagrecer você deve queimar mais calorias do que ingerir, o que pode implicar, em, por exemplo, passar fome.

2) Dias, meses, anos não importam. Muitas pessoas falam “eu pratiquei / estudei X por tantos meses/anos”. Ou, “estou estudando isso a N dias”.  Isso não quer dizer nada. Isso já parte do pressuposto que todos os dias/meses/anos possuem a mesma produtividade, ou que podem ser um parâmetro quantitativo para avaliar algo. Uma aproximação melhor seria utilizar horas, assumindo que todas as horas dedicadas a uma determinada atividade teriam a mesma produtividade, o que, ainda assim, você por experiência pessoal sabe que não é verdade.

3) Anos não importam MESMO. Mostre um garoto de, por exemplo, 13 anos que já tenha estudado cálculo e todo mundo perde sua cabeça chamando o menino de gênio e assumindo que o mesmo não seria possível para ela.  Diga para alguém que uma certa pessoa dedicou cerca de (valores inventados sem relação com a realidade) 200 horas estudando matemática básica, 100 horas estudando equações e trigonometria, 50 horas estudando limites e derivadas básicas, e mais 100 horas estudando cálculo, e que portanto sabe cálculo  e ninguém se importa. Diga que essa pessoa é o menino de 13 anos e vão lhe dizer “Ah, mas não é tão simples assim… é por que ele tinha facilidade!”.  Leia novamente o item 1 da lista.

4 a) Faça em um dia o que você teria demorado 5 dias, e você terá feito em um dia o que você teria demorado 5 dias. Ou escrevendo de outra forma, faça algo e você terá feito esse algo. Se você dedicar mais tempo e dedicação em uma atividade em um curto espaço de tempo, você terá um rendimento maior. Por mais simples que isso seja, as pessoas se impressionam se você disser que, por exemplo, do zero, aprendeu a tocar 4 ou 5 músicas na gaita em uma semana, mesmo sem nunca ter pego uma gaita antes. Ou que você adiantou a matéria de física do seu bimestre, ou qualquer outra coisa assim.

4 b) Horas por dia não importam tanto quanto como elas são aproveitadas. Claramente o limite superior das “habilidades, conhecimento ou algo” adquirido ou produzido por dia será limitado pela quantidade de horas dedicadas aquilo, porém, não o limite inferior. O seu limite inferior será limitado principalmente pelo seu rendimento, que é controlado pela sua concentração e dedicação naquela atividade.

5) Atividades inúteis não são produtivas. Inútil =  não útil. Simples assim.

6)”Ahh, imaginando que bom seria se isso acontecesse”, “imaginando a festa que vou dar quando eu acabar de fazer isso / quando eu passar na faculdade” = Inútil. Não existe nada mais inútil do que ficar imaginando o que você vai fazer quando completar a sua atividade ou objetivo. Inclusive eu diria mais: se você perde seu tempo fazendo isso, você não conseguirá conquistar esse seu objetivo, pois gastará o seu tempo dessa forma ao em vez de realizar sua atividade e trilhar seu caminho. Quantas pessoas você conhece que ficavam falando o que fariam, a festa que dariam, etc e que conseguiram realmente fazer isso, sendo que gastavam um bom tempo dessa forma? Em sua mente é óbvio o motivo que você quer cumprir o seu objetivo, e portanto não há necessidade de gastar exageradamente seu tempo com devaneios. Planeja, aja e cumpra.

7) Não espere resultados diferentes fazendo tudo exatamente igual. De todos, acredito que esse é o mais difícil de se entender e aceitar. As pessoas cometem os mesmos erros e fazem as mesmas coisas esperando que os resultados sejam diferentes. “Tenho muita dificuldade em matemática (mas nunca tentei estudar a base que me fazia ter dificuldade, apenas estudava o conteúdo pra prova)”, “Não consigo aprender essa matéria (mas continuo estudando pelo mesmo material, da mesma forma, prestando a mesma atenção e usando o mesmo método de estudo) ”, “Estou no meu sexto ano de cursinho (mas sempre erro exatamente as mesmas coisas no vestibular, pois estudo a matéria exatamente da mesma forma todos os anos)”, “Não consigo passar dessa fase no videogame (pois sempre tento fazer o que acho que é certo, mesmo que já tenha percebido por experiência que está errado)”…

8) Não espere resultados diferentes fazendo tudo exatamente igual 2. Da mesma forma que as pessoas repetem os mesmos erros, elas evitam os acertos (?!). Ou então no mínimo ignoram e não prestam atenção na maneira que acertaram. “Nossa, eu consegui estudar toda essa matéria rapidamente usando a minha madrugada, e consegui aprender tudo! (mas nunca mais vou fazer o mesmo para outras matérias)”, “Aquela pessoa estudou e resolveu os livros X, Y, Z, e fez N provas passadas e exercícios e foi ouro na olimpíada internacional de física (eu quero ser ouro na internacional de física também, mas como obviamente não é tão simples como só resolver X,Y e Z e fazer N provas passadas, eu vou querer usar meus próprio livros e métodos e não fazer as provas passadas, pois elas são cansativas)”.

9) Minimize seu esforço mental e você minimizará seu aprendizado.  Simples assim. Minimize o tanto que você pensa e você minimizará o tanto que entra em sua mente. Quantas pessoas não leem 4-5 vezes o mesmo texto prestando pouca atenção em cada passagem esperando que pela repetição consiga entender/memorizar? Quantas pessoas não decidem se concentrar em palavra por palavra do texto grifando o texto em vez de prestar atenção no contexto E nos detalhes.  Quantos usam uma caneta e papel pra resolver até os menores detalhes do problema em vez de resolver mentalmente, fazendo operações, substituições, e etc sem usar uma folha, o que seria mais rápido e mais desafiador? Se concentre, foque somente naquilo que está fazendo naquele instante, e faça o máximo de esforço mental possível naquilo, dedicando todo o seu ser aquilo e você aprenderá mais. Não fiquei com vergonha de reler uma passagem específica que você não consegue se lembrar por ter lido rápido. Não fique com vergonha de pular as partes que você já sabe (e que portanto não exigiriam nada da sua mente para ler). Se esforce e se concentre e assim terá resultados.

10) Facilidade, experiência e resultados não vêm com o tempo. Assim como dito em 2) e 3), nada vem com o tempo. Facilidade, experiência e resultados vêm com a prática.  Você não conseguirá tocar melhor um instrumento ou falar melhor uma língua pelo tempo que você passou desde que iniciou a fazer isso. Você vai conseguir isso pelo tanto que você já praticou. Você não conhecerá um determinado estilo de prova nem será mais rápido na resolução das questões com o passar do tempo. Você não ficará mais forte e esbelto com o tempo. Você só vai conseguir isso praticando.

11) Facilidade = a quantidade de relações que você consegue fazer. “Você não deve decorar, você deve aprender e entender.” E qual seria a diferença entre os dois, se me permite fazer a pergunta? O que seria entender? Por que algumas pessoas decoram e outras aprendem? Por que quem aprende tem “facilidade”, e quem decora não? Se você decorava coisas e nunca se perguntou nenhuma dessas coisas, você fugia do óbvio e esperava resultados diferentes cometendo os mesmos erros. Vamos desenvolver a linha de raciocínio: pessoas que aprendem conseguem fazer analogias, e quem decora, em geral não. Isso já te dize algo? O fato é, todos nós tivemos que decorar algumas coisas, como por exemplo, a tabuada, o som de cada letra, a ordem das letras no alfabeto, a ordem dos planetas, etc. Mas uma vez decorado a tabuada, você não teve que decorar fazer multiplicações com mais números, você aprendeu. Você aprendeu a ler. Você aprendeu que os planetas mais pertos do Sol são mais quentes (não em ordem no entanto), etc.
Você melhor irá aprender algo quanto mais “relações e conexões” você conseguir fazer com aquilo. Você sabe que o sol é quente, e que o calor se espalha; você sabe que a multiplicação de números com mais que 2 algarismos segue o mesmo raciocínio da multiplicação de números com 2 algarismos, etc. Você sabe que leões e gatos são felinos, e que ambos são caçadores e comem carne, logo você faz a relação e aprende que felinos são caçadores e comem carne. Se alguém te perguntar o que um tigre é, você responderá: caçador e come carne.   Mas como fazer mais conexões, prever mais fenômenos, etc?
Com experiência e conhecimento prévio, o que costuma ser chamado de facilidade pelas pessoas.
Por isso, quanto mais você estuda, mas fácil se torna estudar. Imagine que existe ao menos um caminho pra chegar em cada informação na sua mente. Se existem vários caminhos para uma informação, você não esquecerá ela. Você costuma ficar com palavras com significado bem específico “na ponta da língua”, chegando a quase esquecer elas. Mas você não esquece palavras mais genéricas, como “animal”, “objeto”, “bebida”, “roupa”, etc. pois elas fazem várias conexões.

12 a) As pessoas tem preconceito com “simples” e tentam falar que tudo é complexo e impossível. Veja o item 1.

12 b) Não é porque é simples que é fácil. Existem coisas incrivelmente simples de se fazer: exemplo, ir para uma olimpíada internacional de ciências. “Simples, você está chamando isso de simples?” Sim, sem menosprezar ninguém. Dando o exemplo da internacional de física: você tem um programa de estudos das matérias que caem e as provas passadas de exemplo. Você tem que saber um conteúdo amplo porém finito de informação, e saber diversos métodos de resolução de problema, e saber fazer relações e analogias entre os assuntos.  Você sabe os livros que você tem que estudar, os exercícios que tem que resolver para treinar, os conhecimentos que deve adquirir. É simples a ponto de eu poder escrever uma receita passo a passo dizendo o que fazer e  como fazer para chegar até lá. Da mesma forma é extremamente simples passar num vestibular. O conteúdo é finito e você tem provas de exemplo (ignore as questões de atualidade, pois mesmo que você erre todas elas você ainda teria a maior nota de todo o concurso). Porém, é fácil? Não, não é fácil. Exige esforço, dedicação, dor de cabeça, (por vezes abdicação), o medo da derrota etc. Mas não é algo impossível, não é algo complexo. Tratar o que você quer fazer como algo complexo é a melhor forma de nunca conseguir fazer o que quer. É a melhor forma de nunca cumprir o que você quer cumprir.

13) Leia pelo menos de 20 a 30 páginas (de material de estudo) por dia, todos os dias, e você conseguirá bastante informação/conhecimento em pouco tempo. Sim. 20-30 páginas por dia é pouco, mas ninguém lê isso. O que 20 páginas por dia de material de estudo por dia representam? A matéria de física da escola pode ser considerada cerca de 500 páginas de teoria, no máximo. O material de biologia, cerca de 800 páginas. Química, 500.  O que dá no total 1800 páginas. No final de 90 dias, ou seja, de cerca de 3 meses, você já teria aprendido todo o conteúdo de ciências de todo o ensino médio brasileiro. Dedicando quanto tempo por dia? 1 hora? Esse seu ano ainda tem 9 meses. O que você faria/ fará neles?

14) Faça alguma coisa mais ou menos impressionante e as pessoas deixarão de te tratar como uma pessoa e te tratarão como uma imagem, ou personagem-tipo. Isso não é um conselho, ou dica, é apenas um fato. Se você fizer algo que te destaque, várias pessoas deixarão de te tratar como “pessoa”, exemplo: você se torna o “nerd” da sala, alguém que estuda, e por tanto todos esperam que você só estude. Ninguém acha que você tem dificuldade ou algo assim. Ou em outra situação, você é o “palhaço”, aquele que traz felicidade para as pessoas, e que portanto nunca está triste.

15) Não existem abismos entre as habilidades, apenas uma escalada gradual. E não haja como se houvesse esse abismo. Em geral, se você passa a tratar alguém como um personagem-tipo, “desumanizando” elas, você acaba por limitar suas próprias habilidades e conquistas, considerando que o que aquela pessoa faz é impossível para você fazer. As frases mais clássicas para alguém que considera que existe tal abismo nas habilidades para alguém que estuda é: “Mas ele é um gênio!”, “Eu queria ter seu cérebro”, etc. Nessa “montanha de habilidades” que você escala, não existe um abismo nela que separam quem é “normal” de quem não é. É uma escalada gradual, você se aprimora até chegar onde os outros chegaram. E eles chegaram lá passando por toda a extensão da montanha da mesma forma.

16) Se foque no que você está fazendo. Claro que você tem várias coisas para fazer, e a todo momento poderia estar fazendo outra coisa. Porém, se enquanto você estiver fazendo uma atividade você ficar pensando que poderia estar fazendo outra, você não vai fazer a outra, e esta terá seu rendimento altamente prejudicado. Não importa o que você poderia estar fazendo no momento, e sim o que você ESTÁ fazendo.

17) O tempo em momentos diferentes tem valores diferentes, e o mesmo vale para atividades. O seu tempo próximo de um prazo final se torna muito mais importante do que antes dele, portanto, especialmente nesses momentos, não o desperdice, pois você estará desperdiçando ainda mais. O “valor” das atividades também muda. Estudar física antes de uma prova de física costuma ser mais importante que estar estudando outra matéria (porém existem exceções, eu mesmo já estudei outras matérias antes da prova de outras competições, pois já havia terminado a matéria daquela e outras se aproximavam). Avalie o valor das atividades também.

 

18) O tempo não é eterno, portanto faça o melhor com o seu tempo. Você tem 30.000 dias :)

(em breve totalmente ilustrado)

Faz mais de 6 meses que eu queria escrever um post com o título pacman. Não lembro qual era o motivo inicial, nem sobre o que ele ia tratar, mas pensei em uma maneira de fazer um sobre motivação e estudo agora :).

 

Quem daqui já jogou pacman?  Acho que todo mundo, né? haha. E qual era seu objetivo no jogo? Pegar uma bolinha por vez, fazer o máximo de pontos possíveis ou passar de fases?

Provavelmente ninguém escolheu a primeira opção; seria chato demais ter como objetivo algo tão pequeno. Mas o que você fazia durante o jogo? Comia uma bolinha por vez, planejava seu caminho para ser mais eficiente e desviava de seus problemas.

Da mesma forma deve ser seu estudo caso você queira ser eficiente. Seu objetivo é ler mais uma página do seu livro? Claro que não.  O seu objetivo é grande, é ser um dos melhores, chegar até o fim, se destacar.  Mas assim como no Pacman, você deve planejar seu caminho, e deve saber o que você tem que fazer. Se você não souber o que fazer, acabará caindo nos fantasmas, e, mesmo que não caia neles, ficara vagando por muito tempo em um labirinto aparentemente sem saída…

Logo, saiba o que tem que fazer, saiba todas as bolinhas que você tem que pegar :).  Mas só isso não é o bastante. De que adianta saber o que tem que fazer, se não souber como fazer? Claro, você quer passar da fase, mas para isso tem que passar por ela inteira… Saiba como fazer, saiba onde está cada uma das bolinhas que tem que pegar :)

Pronto, agora você já sabe ao menos como é o jogo, mas basta isso para ser bom?

NÃO! Você se lembra muito bem que o mínimo que você tinha que fazer era planejar o seu caminho, podendo várias vezes desviar sua rota para se adequar aos problemas que encontrasse. Planeje seus estudos, seu objetivo, saiba como você vai fazer para ser mais eficiente! Mesmo que tenha que mudar depois.

Agora você já sabe o suficiente para ser um bom “jogador”. Você sabe o que fazer, sabe como fazer e já tem até um plano de ação! Aí você vai lá e o que acontece?

Você perde logo no início, por que ficou parado em vez de fazer o que tinha que fazer.  Se você ficar parado no pacman, rapidamente os fantasmas te pegam. Você pode argumentar que foi por falta de prática, que é por que os outros jogadores são mais experientes que você, etc. Pode argumentar o quanto quiser, isso nào vai mudar o resultado.   Em geral o fantasma (que representa a derrota, e o fracasso aqui), te persegue de várias formas. E assim como o fantasma vermelho, que a cada fase que passava ficava mais rápido, cada vez ficará mais difícil, cada vez você terá menos tempo para agir… Quanto mais o tempo passa, mais rápido os fantasmas vão andar.

E mesmo que ele te pegue, você ainda tém várias tentativas no jogo.  Várias vezes terá que começar tudo do começo, só tendo como vantagem um pouco de experiência. Mas, se você cometer os mesmos erros, irá falhar do mesmo jeito. Tem que aprender a se aprimorar, a se tornar um melhor jogador.

E dessa forma você tera seu nome escrito na lista das melhores pontuações :). Seja no ranking municipal, nacional ou internacional, seu nome estará lá.

Boa sorte!

Assim como a mão que (re)desenha a si mesma, o homem pode criar a si mesmo. A jornada, mais que um caminho de auto-descobrimento, é um caminho de auto-criação, pois para superar o que és, terás que deixar de sê-lo. E pode o “eu” causar sua própria morte? Pode a própria consciência deixar existir para que a outra que a assumirá poder continuar o caminho?

Renegar a si mesmo para poder alcançar o que antes era inalcançável? E viver sabendo que você é o que você mesmo criou, o próprio fruto de suas (difíceis) escolhas?

Causar tamanha mudança em si próprio que não mais possa se reconhecer no que era? Corrigir seus defeitos (e criar outros), mudar sua personalidade e se tornar o que “queria ser”? Se renegar, e não se perder no caminho?

Boa sorte nessa jornada.

Você tem seu sonho, mas você realmente está disposto a ir atrás dele? caso sim, olhe pra si mesmo e diga sim (dolorosamente) para as perguntas.

Aiai.. contand por experiências próprias minhas: se você é uma menina e quer motivar um menino a dar o melhor dele em uma competição, apenas diga pra ele tentar o seu melhor porque ele vai conseguir (de uma maneira que deixe implícito que se ele não conseguir, sua visão sobre ele vai mudar; pode falar que ele é tão inteligente que vai conseguir, ou coisa assim haha). Um menino não gosta de decepcionar uma menina, e realmente vai tentar de tudo pra conseguir (embora perto da menina ele finja que não é nada) hahaha.

É isso funciona ;).

 

Agora, mudando de assunto…

Aprendi a fazer algumas coisas em SVG :) (vai abrir em todos os browsers, menos no I.E.)

Legal né? :). Usando Inkscape com a extensão Sozi ^^

Existe algum assunto que você gostaria que eu escreva sobre? Comente :D. Ou então escreva o nome da competição ou algo assim :).

Dando continuidade ao texto que explica o jogo, segue uma de minhas partidas favoritas :). (traduzida de um email que mandei para uma amiga de outro país, com quem já joguei mafia hahaha)

Havia 9 pessoas jogando e o narrador. 1 médico, 1 detetive, 5 vítimas e 2 assassinos

Entre os jogadores, 3 eram experientes: eu, Victor (que vou chamar de V), Michel (que vou chamar de M); 1 era médio, Lucas (L), ele conseguia ver alguns dos detalhes (se alguém estava nervoso, mentindo, etc), mas ele não conseguia manipular as pessoas; e a minha parceira assassina — Maria Julia (J) — e os outros era só vítimas convencionais (pessoas que merecem morrer no jogo haha)

Dia zero:

7 cidadãos vivos, 2 assassinos vivos.

Primeira noite:

Eu apenas movi minha cabeça e minha mão, para não fazer nenhum barulho. Vejo minha parceira J, e aponto para matar V. Ela concorda da forma “mate quem você quiser, eu vou concordar toda rodada” haha. Isso era legal, eu podia usar minha própria estratégia :)

Primeiro dia:

V está morto. L estava um pouco nervoso e eu e M manipulamos todo mundo para que matassem L. M começou votando. Todos votaram em L.

Ele era o detetive! Muito bom! Agora eu apenas tinha que matar M, e então o jogo estaria ganho para os assassinos; ele é o único que não conseguiríamos manipular.

Bônus! Como V estava morto e ele era experiente, ele assumiu o lugar do narrador. Como ele não fala olhando na direção das pessoas ao narrar, para não dedurar a posição delas, eu não seria descoberto durante a noite.

5 cidadãos vivos. 2 assassinos vivos.

Segunda noite:

Eu escolho, obviamente, matar M. J concorda. Tudo muito rapidamente, nenhum barulho conseguiria dedurar onde estavam os assassinos. :)

Segundo dia:

Ninguém morreu. O que? O QUE? O médico salvou M. Nada bom…  M pensou que eu era o assassino. Eu convenci ele e os outros que eu não era, e convenci eles a votarem em um cara aleatório. Esse cara fala que ele é o médico (!), e antes que as pessoas começassem a votar em mim, eu convenço eles a votarem em outro cara aleatório. Outra vítima morre.

4 cidadãos vivos. 2 assassinos vivos.

Terceira noite.

Eu apontei para a vítima mais inútil do jogo. Ele votava na pessoa na qual todos estavam votando (maria vai com as outras). Ninguém salvaria ele.

Terceiro dia.

Esse cara aleatório morre. Eu falo: eu acho que M é o assassino, ele está manipulando a todos, e, na primeira rodada, ele quem começou a votar para matar o detetive. O médico fala “não! não votem nele, eu salvei ele nas rodadas anteriores, inclusive naquela na qual ninguém morreu! Logo ele deve ser do bem.”.

Nada bom, nada bom, nada bom!

As pessoas acreditaram nele. Agora todos iriam me matar. Eu tinha apenas uma chance: durante meus últimos momentos, fazer todos acreditarem que o meu parceiro assassino era o último cara aleatório do jogo, e não J.

Eu pensei por um momento no que fazer… Eu dei alguns argumentos idiotas de por que eu era vítima, para que todos pensassem que eu estava desesperado, ou algo assim, e então apontei para J dizendo: “Ela que é a verdadeira assassina!”

Ela, o médico e M votarão em mim. Eu e o “cara aleatório” votamos em J (adoro caras aleatórios… eles são tão manipuláveis e prestam tão pouca atenção no jogo haha, que você faz eles fazerem qualquer coisa).

Eu morri e mostrei minha carta.

Um assassino!

Nesse momento, M e o narrador disseram: “Narrador, se você quiser, pode terminar o jogo já nessa rodada. Já descobrimos quem é o outro assassino, ele é o ‘cara aleatório’. Como ainda há 4 pessoas vivas, mesmo que ele mate alguém, ainda teremos 2 do bem vivos para matar ele. ”

E o médico disse: “pode deixar Michel! Vou te salvar hoje a noite!” (adoro médicos bobos que não blefam hahaha)

Um assassino, três cidadãos

Meu plano funcionou!

Quarta noite.

J apontou para matar o médico. MELHOR ESCOLHA!

O médico salvou M.

Quarto dia.

O médico está morto.

M diz “agora a cidade vence! Todo mundo está votando em você  ‘cara aleatório’, quais são suas últimas palavras?”

“Eu sou uma vítima… Apenas uma vítima! Por que vocês estão votando em mim?”

“haha, todo mundo diz isso. Mostre sua carta, ninguém vai mudar o voto.”

O narrador (V) pergunta, “Ninguém vai mudar seu voto?”

“Não! Mostre sua carta!”

E ele era… uma vítima. Os assassinos vencem!

E esse foi o melhor jogo de máfia que já joguei :).

Vocês não imaginam o quão difícil foi não olhar para meu parceiro durante o dia, não dar risada nem sorrir quando tudo está funcionando, e apenas fingir ser mais uma vítima. E então, quando morto, ainda fingir que eu não sei quem é minha parceira, e não ficar feliz quando começaram a votar no ‘cara aleatório’ ! Eles poderiam ver meu rosto e mudar seus votos!  Mas valeu a pena haha.  O pessoal deu parabéns pela estratégia no final :).

1 assassino,  e uma vítima (morta).

Ahhh… Máfia. Não sei o motivo que esse jogo é tão popular nas olimpíadas científicas, sejam nas internacionais ou nas nacionais com fase presencial. Mas talvez haja pessoas aqui que não saibam jogar máfia, então vou explicar, e contar um pouco sobre a minha experiência com o jogo :).

Máfia é um jogo de sorte manipulação de pessoas e percepção de padrões. Todo mundo que começa a jogar máfia acha que é um jogo de sorte, mas só acontece isso por não saberem jogar de verdade ainda.

Preparação.

Não há limites de jogadores. O jogo é uma disputa do “bem” contra o “mal”. Na verdade podem haver mais times, mais o jogo padrão é assim:

1. Uma pessoa será o narrador (também usualmente chamado de deus), ele que distribuirá as cartas e controlará o jogo.
2. Essa pessoa separa e distribui as cartas que indicarão o que cada um é. De maneira geral, a quantidade de assassinos é aproximadamente a parte inteira da raiz quadrada de participantes (2 se menos de 9 jogadores, 3 até cerca de 15 jogadores, e 4 a partir de então), mas o narrador controla os personagens para que o jogo fique interessante.
3. As cartas são distribuídas e cada um dos jogadores vê o seu “papel”. O padrão é: os ases são assassinos (ou máfia), o rei é o detetive (ou policial), a dama é o médico (ou anjo), e os números são as vítimas.

Essa é a preparação inicial do jogo. Após isso, o jogo realmente começa.

• O jogo é dividido em duas partes, a noite e o dia.

Noite.

1. Durante a noite, todos os jogadores ficam de olhos fechados, e o narrador convida um por um dos principais personagens a acordar.
2. Os primeiros são os assassinos: “Assassinos, acordem. Quem vocês querem matar”. Os assassinos abrem os olhos e apontam para as pessoas. Eles devem escolher apenas uma pessoa que será “morta”. “Assasinos, podem dormir.”
3. Depois o(s) médico(s): “Médico(s), acorde(m), quem você(s) quere(m) salvar?”. Ele ou eles escolhem apenas uma pessoa para ser salva. Se a pessoa iria morrer essa noite (pela mãos dos assassinos, psicopata, etc) essa pessoa não morrerá mais. “Médicos, podem voltar a dormir.”
4.  E então o detetive: “Detetive, acorde. Quem você quer descobrir se é do bem ou do mal?” O detetive, ou detetives, apontam para alguma pessoa. O narrador deve fazer um gesto que indique se a pessoa é da “cidade” (do bem), ou de outro time (assassinos, psicopatas, etc. Do mal). Alguns gestos que costumam não causar confusão são: pessoa do mal –> “atirar” com os dedos, fazer um chifre na cabeça com as mãos, etc. Do bem: juntar as mãos  fazer uma cara feliz, etc.  Também pode ser fazer um positivo e negativo (mas informe o significado anteriormente). “Detetives, durmam”
5. Caso existam outros personagens, eles também são chamados. Os psicopatas são chamados antes dos assassinos, por exemplo.

 

E então o dia :). Ahh, o dia…

Dia.

O narrador fala:

Cidade acorda. Fulano morreu/ ninguém morreu.

A pessoa morta NÃO revela sua carta. Pelo menos não nessa ocasião. Ela entrega a carta para o narrador, que então guarda a mesma.

E agora vem o verdadeiro espirito do jogo, a discussão. Todo mundo tem o direito de falar durante a discussão do dia, dizendo quem acham que é o assassino e os motivos

Acho que ele é o assassino. Ele está mais nervoso que o normal. Acho que tal pessoa é assassina, pois durante a noite, quando falaram assassine acorde, escutei movimentações aqui. Etc etc

Seja por que você é o detetive, seja por que você quer blefar que é o detetive… Seja por ter percebido padrões de comportamento, ou não, não importa. O importante é salvar a cidade (ou matar ela).

Então, depois da discussão, há a votação. A cidade escolhe uma pessoa para ser morta. Essa pessoa após ter recebido os votos, tem o direito de defesa, e pode falar porque vocês não deveriam matá-la.

Eu sou o médico! Não me matem!

Caso os votos não mudem, a pessoa morre e revela a carta.

Pessoas mortas pela cidade revelam a carta.

E então a cidade dorme, com exceção dos mortos, que podem ficar acordados assistindo ao jogo.

O jogo termina quando todos os assassinos forem mortos (a cidade vence), ou quando houver um número igual de cidadãos  e assassinos (e os assassinos vencem).

E este é o jogo.

Espera, é só isso? Claro que não!

Personagens extras

Os personagens extras que dão o tempero especial ao jogo :). Eles são muitos, e o narrador escolhe aqueles que forem mais convenientes na hora, e que as pessoas concordem.

Alguns conhecidos:

1. Psicopata. Ele forma um terceiro time. é inimigo da cidade e dos assassinos. Em geral ele é solitário, matando sozinho, embora possam haver vários psicopatas. Em todos os aspectos é igual aos assassinos (é descoberto pelo detetive, mata um por noite, etc). Por aumentar o número de mortes por noite, é útil quando há várias pessoas jogando, além de aumentar a estratégia do jogo. Costuma ser o valete ou o coringa.
   
2. Bomba. Quando a bomba morre, ela “explode” os dois mais próximos dela. Independente do fato da bomba ter morrido de dia ou de noite, sua carta é revelada, e as cartas dos explodidos não.  Ela cria mais estratégia por os assassinos evitarem matar seus vizinhos, e torna o jogo mais rápido, por aumentar o número de mortos. Costuma ser o valete.
3. Força da cidade. Em geral em número de 3 ou 4, eles acordam durante a primeira noite (Força da cidade, acordem), olham um pra cara do outro e voltam a dormir. Eles não fazem nada além disso, e nunca mais acordam durante a noite. Qual a vantagem deles? Eles sabem que eles são do bem, e portanto não votam uns nos outros. Útil quando há uma grande quantidade de vítimas. Em é representada pelo número 10.
4. Amantes. Os amantes não são representados por uma carta (!). Durante a primeira noite, logo após as cartas serem distribuídas, o narrador fala “Irei escolher os amantes”. Ele toca em duas pessoas (de qualquer sexo), e elas acordam e olham uma pra cara da outra. A partir de agora, se uma morrer, a outra morre também.  Se as duas forem do bem, elas vencem se a cidade vencer. Se as duas forem do mal, elas vencem quando o mal vencer. Se uma for do bem, e outro for do mal, elas vencem apenas se matarem todas as outras pessoas (se tornando mais um time, uma espécie de agente duplo) na cidade.   Aumenta a estratégia e o número de mortes em 1, caso morram.
5. Puta. Ela escolhe uma pessoa na primeira noite para ser o cafetão. Se ela morrer, ele morre, e vice e versa.
6. Padeiro (??). Personagem recorrente nas semanas olímpicas da OBM. Ele faz algum gesto e aponta uma pessoa. Esse gesto seria o “bolo”(?). De manhã, o narrador tem que fazer esse gesto para aquela pessoa. Pode ser uma ameaça, pode ser o que for. Ele é meio cômico.
7. Bruxa/macumbeira/etc. É igual o detetive, mas em vez de perguntar para o narrador se alguém é do bem ou do mal, ela pergunta para um morto. O morto pode mentir.
8. Vingador. Quando morre, mata alguém.

Existem vários. Eu particularmente prefiro jogar com II, III e IV.

Sistemas de votação.

Existem 3 sistemas de votação, cada um com suas vantagens e desvantagens.

1. Votação tradicional. O narrador escolhe alguém para começar votando, e, indo no sentido horário ou anti-horário, um por um vai votando.  Cada pessoa que recebe um voto levanta um dedo. Os dois mais votados tem direito a defesa.  É a mais provável de você jogar. É organizada mas pode demorar muito para grupos grandes
2. Votação 2 (não, não tem um nome haha). Todos levantam as mãos ao mesmo tempo e apontam para quem querem matar ao mesmo tempo. Muito rápida, muito desorganizada. É a menos utilizada.
3. Votação 3. Uma pessoa propõe uma pessoa a ser morta (qualquer pessoa pode propor). Todo mundo que concordar levanta a mão. Se mais do que 50% das pessoas concordarem, a pessoa faz sua defesa, e se não for alterada a votação, a pessoa morre. Rápida e organizada. Torna os jogos muito manipuláveis, pois muitas pessoas vão votar no estilo “maria vai com as outras”.  Gosto desse sistema de votação quando há muitas pessoas jogando (n >20).

Dicas para o narrador

A parte mais dificil do jogo é se lembrar quem são os mafiosos para que você possa responder o detetive corretamente. Preste MUITA atenção nos mafiosos. Não faça comentários do tipo, você quer votar no médico?  Não faça menção a sexo, use sempre o masculino ou use apenas o título “Médico, quem você quer….” Não fale, médica, ou a médica, etc.

Narrador, todo mundo que tem experiência consegue perceber a direção da sua voz…. todos sabem que por você ter pouca experiência, no início, que você vai falar com as pessoas olhando diretamente para elas “Assassinos acordem”. E com isso, todos vão descobrir a região aproximada de cada pessoa importante no jogo. Tente falar em direções aleatórias.

Uma história de máfia

Quem me ensinou a jogar máfia foi a Deborah (que foi pra IMO e está agora em Harvard). Ultimamente quando eu jogo, eu ando sendo apenas o narrador (vocês não tem ideia do poder que o narrador tem no jogo! Muahuahuahuahua), mas antes eu participava no jogo mesmo :).

Sim pessoal, como vocês perceberam, eu realmente gosto de máfia, e por isso queria contar um dos meus melhores jogos :). Antes que alguém pense, caramba, o Ivan tem uma memória boa e consegue até lembrar esse jogo, não. Ele foi tão épico pra mim que eu contei ele em um e-mail para uma amiga minha haha, e estou agora traduzindo o e-mail :).

Mas como é um texto meio grande, ele ficará em um post separado. Confira! Meu jogo favorito de máfia :)

A memória é uma coisa engraçada, não é? As vezes eu acho que eu tenho uma memória tão ruim para que eu consiga me desapegar do passado e seguir pro futuro.  Ou talvez seja apenas que as histórias não contadas acabam sendo esquecidas… Mas já aceitei que a minha memória é ruim.

Essa foto foi tirada logo após chegarmos no Azerbaijão, e mostra a equipe Brasileira, a nossa guia Ləman, e, se não me engano a Aygun. A Ləman era muito fofa :). Pra falar a verdade, todas as guias eram.

Era pleno inverno no Azerbaijão, e havia uma chance grande de nós vermos neve, segunda as guias com quem eu conversei. Mas não, não nevou, e eu nunca vi neve… mas um dia vou ver \o/.

Mas okay… temos que voltar pra história e seguir o script. Toda história precisa de uma introdução, de um caminho e de um fim.

A minha primeira olimpíada internacional, a IJSO que aconteceu no Azerbaijão me mudou muito… E acho legal falar como eu me comportei lá, e como fiquei até que popular lá :).

Depois do incidente no aeroporto, eu passei a cumprimentar todo mundo. Todo grupo de pessoas que passava eu falava “Hi, my name is Ivan, I’m from Brazil. Where are you From?” E depois de descobrir de onde eram, “What is your name?”. Depois de escutar os nomes, “May I take a picture with you” E assim de grupo em grupo fui conhecendo quase todo mundo e tirando foto com quae todo mundo. Minto, quase isso…. Por que eu conseguia lembrar o nome de cerca de 1/10 das pessoas com quem eu falava, mas ainda assim era um começo. E eu estava feliz por estar lá, estava sempre sorrindo :).

E assim eu fui conhecendo as pessoas e ficando relativamente pop na competição.

 

E assim foram passando os 10 dias, com muita diversão :).

 

E que lição que eu tirei daí? Quer fazer amigos? Quer se divertir? Seja um pouco cara de pau. Não tenha vergonha de cumprimentar as pessoas, não tenha vergonha de ir até o quarto das pessoas com um baralho pra chamar elas pra jogar. Esses 10 dias foram incríveis. E eles não foram incríveis apenas por eu estar em outro país om muitas pessoas com idade próxima a minha. Eu fui para algumas outras olimpíadas que eu posso falar que eu não aproveitei nem um terço do que eu aproveitei nessa. E por que isso? Por que eu tinha perdido o espírito curioso e aventureiro para conhecer as pessoas, para bater em portas de quartos aleatórios e chamar as pessoas para jogar cartas (e se não fossem da competição, simplesmente pedir desculpas, isso não mata ninguém).

Não deixem que timidez ou vergonha façam com que você aproveite menos suas oportunidades ;).

Vou falar de algumas amizades que eu fiz durante a competição :)

—-

Estão vendo na terceira foto a menina de branco? Eu só encontrei com ela duas vezes depois dessa foto durante a competição, e era pouco antes de voltarmos para nossos países. Mas ela parecia muito simpática, então eu perguntei o nome dela (Sandra), pedi o email dela e dei uma lembrancinha do Brasil.  No dia seguinte, indo embora para o aeroporto, ela me encontrou e me deu uma barra de chocolate (ahh, como o chocolate era bom haha). E por algum motivo isso me fez lembrar dela. 2 anos depois, na IOL 2011, nos Estados Unidos, na cerimônia de abertura, uma surpresa (!). Eu vejo o time da Estônia vindo e reconheço a Sandra! Eu viro e falo, Sandra??? E ela, Ivan??? Você por aqui! A quanto tempo!!  E até hoje nós conversamos. E semestre que vem vamos nos encontrar novamente nos Estados Unidos, ela em Harvard e eu no MIT, logo ali do lado :).

—-

A próxima é a foto do time da Argentina! Eu invadi o quarto deles tantas vezes pra jogar carta que já nem lembro mais de todas elas. Gaston, Mica, Clara… vocês eram muito legais :)

—-

O time do Brasil, é claro! O nosso ponto de encontro era o quarto meu e do Gustavo Miranda :).

—-

 

E como não falar da Gerry? (Gergana). A com camiseta de panda? Nós nos conhecemos nas “baladas oficiais” organizadas todo dia anterior a uma prova — eu fui em todas, mas até hoje eu acho que elas eram parte de um plano pra deixa o pessoal cansado pra prova. Eu não sabia dançar hahaha, então pensei: nada melhor do que imitar o que eu achar mais legal de cada pessoa \o/. Eu vi ela dançando e fui dançar com ela :). A gente até conseguia improvisar umas coreografias no meio das músicas haha. Muito divertido :)

—–

Pessoal da Coréia do Sul! Conheci primeiro o Se Ho. Estava entediado andando ao redor do hotel. Ele me viu, e perguntou o que eu estava fazendo, respondi que estava andando ao redor do hotel e chamei ele pra andar também :). Ficamos nós dois andando até que depois fomos pra recepção jogar máfia e conversar com o pessoal.

E depois o resto do pessoal — como nós conversamos sobre animes! Eu não sabia o que fazer, e estava com preguiça de ir até a recepção (era de noite), então pensei: se eu ficar sentado na frente do meu quarto, com a cabeça no joelho, alguém vai passar e perguntar o que aconteceu e aí vou falar com alguém. Parece um bom plano. haha. Então o pessoal da Coréia do Sul passou, perguntou o que houve, eu falei que só estava sentado na frente do meu quarto, e eles me chamaram pra entrar e jogar cartas com eles :). Um dos jogos que jogamos foi Bullshit (uma variação do jogo “Duvido”). Foi engraçado. Eu joguei 3 vezes seguidas 8 ases haha. Na terceira vez duvidaram e realmente eram todos ases :).
—-

Ahh e muitos outros :). Infelizmente não consegui manter contato com todos eles…