Posts de abril, 2013

Como motivar alguém

Posted in Sem categoria on abril 19th, 2013 by Ivan Tadeu Ferreira Antunes Filho – 2 Comments

Aiai.. contand por experiências próprias minhas: se você é uma menina e quer motivar um menino a dar o melhor dele em uma competição, apenas diga pra ele tentar o seu melhor porque ele vai conseguir (de uma maneira que deixe implícito que se ele não conseguir, sua visão sobre ele vai mudar; pode falar que ele é tão inteligente que vai conseguir, ou coisa assim haha). Um menino não gosta de decepcionar uma menina, e realmente vai tentar de tudo pra conseguir (embora perto da menina ele finja que não é nada) hahaha.

É isso funciona ;).

 

Agora, mudando de assunto…

Aprendi a fazer algumas coisas em SVG :) (vai abrir em todos os browsers, menos no I.E.)


Legal né? :). Usando Inkscape com a extensão Sozi ^^

Existe algum assunto que você gostaria que eu escreva sobre? Comente :D. Ou então escreva o nome da competição ou algo assim :).

Meu jogo favorito de máfia

Posted in Sem categoria on abril 16th, 2013 by Ivan Tadeu Ferreira Antunes Filho – 1 Comment
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Não tenho uma foto da gente no quarto quando houve o jogo, então vai essa mesmo haha. Semana olímpica 2012

Dando continuidade ao texto que explica o jogo, segue uma de minhas partidas favoritas :). (traduzida de um email que mandei para uma amiga de outro país, com quem já joguei mafia hahaha)

Havia 9 pessoas jogando e o narrador. 1 médico, 1 detetive, 5 vítimas e 2 assassinos

Entre os jogadores, 3 eram experientes: eu, Victor (que vou chamar de V), Michel (que vou chamar de M); 1 era médio, Lucas (L), ele conseguia ver alguns dos detalhes (se alguém estava nervoso, mentindo, etc), mas ele não conseguia manipular as pessoas; e a minha parceira assassina — Maria Julia (J) — e os outros era só vítimas convencionais (pessoas que merecem morrer no jogo haha)

Dia zero:

7 cidadãos vivos, 2 assassinos vivos.

Primeira noite:

Eu apenas movi minha cabeça e minha mão, para não fazer nenhum barulho. Vejo minha parceira J, e aponto para matar V. Ela concorda da forma “mate quem você quiser, eu vou concordar toda rodada” haha. Isso era legal, eu podia usar minha própria estratégia :)

Primeiro dia:

V está morto. L estava um pouco nervoso e eu e M manipulamos todo mundo para que matassem L. M começou votando. Todos votaram em L.

Ele era o detetive! Muito bom! Agora eu apenas tinha que matar M, e então o jogo estaria ganho para os assassinos; ele é o único que não conseguiríamos manipular.

Bônus! Como V estava morto e ele era experiente, ele assumiu o lugar do narrador. Como ele não fala olhando na direção das pessoas ao narrar, para não dedurar a posição delas, eu não seria descoberto durante a noite.

5 cidadãos vivos. 2 assassinos vivos.

Segunda noite:

Eu escolho, obviamente, matar M. J concorda. Tudo muito rapidamente, nenhum barulho conseguiria dedurar onde estavam os assassinos. :)

Segundo dia:

Ninguém morreu. O que? O QUE? O médico salvou M. Nada bom…  M pensou que eu era o assassino. Eu convenci ele e os outros que eu não era, e convenci eles a votarem em um cara aleatório. Esse cara fala que ele é o médico (!), e antes que as pessoas começassem a votar em mim, eu convenço eles a votarem em outro cara aleatório. Outra vítima morre.

4 cidadãos vivos. 2 assassinos vivos.

Terceira noite.

Eu apontei para a vítima mais inútil do jogo. Ele votava na pessoa na qual todos estavam votando (maria vai com as outras). Ninguém salvaria ele.

Terceiro dia.

Esse cara aleatório morre. Eu falo: eu acho que M é o assassino, ele está manipulando a todos, e, na primeira rodada, ele quem começou a votar para matar o detetive. O médico fala “não! não votem nele, eu salvei ele nas rodadas anteriores, inclusive naquela na qual ninguém morreu! Logo ele deve ser do bem.”.

Nada bom, nada bom, nada bom!

As pessoas acreditaram nele. Agora todos iriam me matar. Eu tinha apenas uma chance: durante meus últimos momentos, fazer todos acreditarem que o meu parceiro assassino era o último cara aleatório do jogo, e não J.

Eu pensei por um momento no que fazer… Eu dei alguns argumentos idiotas de por que eu era vítima, para que todos pensassem que eu estava desesperado, ou algo assim, e então apontei para J dizendo: “Ela que é a verdadeira assassina!”

Ela, o médico e M votarão em mim. Eu e o “cara aleatório” votamos em J (adoro caras aleatórios… eles são tão manipuláveis e prestam tão pouca atenção no jogo haha, que você faz eles fazerem qualquer coisa).

Eu morri e mostrei minha carta.

Um assassino!

Nesse momento, M e o narrador disseram: “Narrador, se você quiser, pode terminar o jogo já nessa rodada. Já descobrimos quem é o outro assassino, ele é o ‘cara aleatório’. Como ainda há 4 pessoas vivas, mesmo que ele mate alguém, ainda teremos 2 do bem vivos para matar ele. ”

E o médico disse: “pode deixar Michel! Vou te salvar hoje a noite!” (adoro médicos bobos que não blefam hahaha)

Um assassino, três cidadãos

Meu plano funcionou!

Quarta noite.

J apontou para matar o médico. MELHOR ESCOLHA!

O médico salvou M.

Quarto dia.

O médico está morto.

M diz “agora a cidade vence! Todo mundo está votando em você  ‘cara aleatório’, quais são suas últimas palavras?”

“Eu sou uma vítima… Apenas uma vítima! Por que vocês estão votando em mim?”

“haha, todo mundo diz isso. Mostre sua carta, ninguém vai mudar o voto.”

O narrador (V) pergunta, “Ninguém vai mudar seu voto?”

“Não! Mostre sua carta!”

E ele era… uma vítima. Os assassinos vencem!

E esse foi o melhor jogo de máfia que já joguei :).

Vocês não imaginam o quão difícil foi não olhar para meu parceiro durante o dia, não dar risada nem sorrir quando tudo está funcionando, e apenas fingir ser mais uma vítima. E então, quando morto, ainda fingir que eu não sei quem é minha parceira, e não ficar feliz quando começaram a votar no ‘cara aleatório’ ! Eles poderiam ver meu rosto e mudar seus votos!  Mas valeu a pena haha.  O pessoal deu parabéns pela estratégia no final :).

1 assassino,  e uma vítima (morta).

Máfia, o jogo das olimpíadas

Posted in Sem categoria on abril 14th, 2013 by Ivan Tadeu Ferreira Antunes Filho – Be the first to comment
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Jogo de máfia na semana olímpica 2012, no meio da noite

Ahhh… Máfia. Não sei o motivo que esse jogo é tão popular nas olimpíadas científicas, sejam nas internacionais ou nas nacionais com fase presencial. Mas talvez haja pessoas aqui que não saibam jogar máfia, então vou explicar, e contar um pouco sobre a minha experiência com o jogo :).

Máfia é um jogo de sorte manipulação de pessoas e percepção de padrões. Todo mundo que começa a jogar máfia acha que é um jogo de sorte, mas só acontece isso por não saberem jogar de verdade ainda.

Preparação.

Não há limites de jogadores. O jogo é uma disputa do “bem” contra o “mal”. Na verdade podem haver mais times, mais o jogo padrão é assim:

  1. Uma pessoa será o narrador (também usualmente chamado de deus), ele que distribuirá as cartas e controlará o jogo.
  2. Essa pessoa separa e distribui as cartas que indicarão o que cada um é. De maneira geral, a quantidade de assassinos é aproximadamente a parte inteira da raiz quadrada de participantes (2 se menos de 9 jogadores, 3 até cerca de 15 jogadores, e 4 a partir de então), mas o narrador controla os personagens para que o jogo fique interessante.
  3. As cartas são distribuídas e cada um dos jogadores vê o seu “papel”. O padrão é: os ases são assassinos (ou máfia), o rei é o detetive (ou policial), a dama é o médico (ou anjo), e os números são as vítimas.

Essa é a preparação inicial do jogo. Após isso, o jogo realmente começa.

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IJSO 2010

  • O jogo é dividido em duas partes, a noite e o dia.

Noite.

  1. Durante a noite, todos os jogadores ficam de olhos fechados, e o narrador convida um por um dos principais personagens a acordar.
  2. Os primeiros são os assassinos: “Assassinos, acordem. Quem vocês querem matar”. Os assassinos abrem os olhos e apontam para as pessoas. Eles devem escolher apenas uma pessoa que será “morta”. “Assasinos, podem dormir.”
  3. Depois o(s) médico(s): “Médico(s), acorde(m), quem você(s) quere(m) salvar?”. Ele ou eles escolhem apenas uma pessoa para ser salva. Se a pessoa iria morrer essa noite (pela mãos dos assassinos, psicopata, etc) essa pessoa não morrerá mais. “Médicos, podem voltar a dormir.”
  4.  E então o detetive: “Detetive, acorde. Quem você quer descobrir se é do bem ou do mal?” O detetive, ou detetives, apontam para alguma pessoa. O narrador deve fazer um gesto que indique se a pessoa é da “cidade” (do bem), ou de outro time (assassinos, psicopatas, etc. Do mal). Alguns gestos que costumam não causar confusão são: pessoa do mal –> “atirar” com os dedos, fazer um chifre na cabeça com as mãos, etc. Do bem: juntar as mãos  fazer uma cara feliz, etc.  Também pode ser fazer um positivo e negativo (mas informe o significado anteriormente). “Detetives, durmam”
  5. Caso existam outros personagens, eles também são chamados. Os psicopatas são chamados antes dos assassinos, por exemplo.

 

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IJSO 2009

E então o dia :). Ahh, o dia…

Dia.

O narrador fala:

Cidade acorda. Fulano morreu/ ninguém morreu.

A pessoa morta NÃO revela sua carta. Pelo menos não nessa ocasião. Ela entrega a carta para o narrador, que então guarda a mesma.

E agora vem o verdadeiro espirito do jogo, a discussão. Todo mundo tem o direito de falar durante a discussão do dia, dizendo quem acham que é o assassino e os motivos

Acho que ele é o assassino. Ele está mais nervoso que o normal. Acho que tal pessoa é assassina, pois durante a noite, quando falaram assassine acorde, escutei movimentações aqui. Etc etc

Seja por que você é o detetive, seja por que você quer blefar que é o detetive… Seja por ter percebido padrões de comportamento, ou não, não importa. O importante é salvar a cidade (ou matar ela).

Então, depois da discussão, há a votação. A cidade escolhe uma pessoa para ser morta. Essa pessoa após ter recebido os votos, tem o direito de defesa, e pode falar porque vocês não deveriam matá-la.

Eu sou o médico! Não me matem!

Caso os votos não mudem, a pessoa morre e revela a carta.

Pessoas mortas pela cidade revelam a carta.

E então a cidade dorme, com exceção dos mortos, que podem ficar acordados assistindo ao jogo.

O jogo termina quando todos os assassinos forem mortos (a cidade vence), ou quando houver um número igual de cidadãos  e assassinos (e os assassinos vencem).

E este é o jogo.

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Semana Olímpica 2010

Espera, é só isso? Claro que não!

Personagens extras

Os personagens extras que dão o tempero especial ao jogo :). Eles são muitos, e o narrador escolhe aqueles que forem mais convenientes na hora, e que as pessoas concordem.

Alguns conhecidos:

  1. Psicopata. Ele forma um terceiro time. é inimigo da cidade e dos assassinos. Em geral ele é solitário, matando sozinho, embora possam haver vários psicopatas. Em todos os aspectos é igual aos assassinos (é descoberto pelo detetive, mata um por noite, etc). Por aumentar o número de mortes por noite, é útil quando há várias pessoas jogando, além de aumentar a estratégia do jogo. Costuma ser o valete ou o coringa.
  2. Bomba. Quando a bomba morre, ela “explode” os dois mais próximos dela. Independente do fato da bomba ter morrido de dia ou de noite, sua carta é revelada, e as cartas dos explodidos não.  Ela cria mais estratégia por os assassinos evitarem matar seus vizinhos, e torna o jogo mais rápido, por aumentar o número de mortos. Costuma ser o valete.
  3. Força da cidade. Em geral em número de 3 ou 4, eles acordam durante a primeira noite (Força da cidade, acordem), olham um pra cara do outro e voltam a dormir. Eles não fazem nada além disso, e nunca mais acordam durante a noite. Qual a vantagem deles? Eles sabem que eles são do bem, e portanto não votam uns nos outros. Útil quando há uma grande quantidade de vítimas. Em é representada pelo número 10.
  4. Amantes. Os amantes não são representados por uma carta (!). Durante a primeira noite, logo após as cartas serem distribuídas, o narrador fala “Irei escolher os amantes”. Ele toca em duas pessoas (de qualquer sexo), e elas acordam e olham uma pra cara da outra. A partir de agora, se uma morrer, a outra morre também.  Se as duas forem do bem, elas vencem se a cidade vencer. Se as duas forem do mal, elas vencem quando o mal vencer. Se uma for do bem, e outro for do mal, elas vencem apenas se matarem todas as outras pessoas (se tornando mais um time, uma espécie de agente duplo) na cidade.   Aumenta a estratégia e o número de mortes em 1, caso morram.
  5. Puta. Ela escolhe uma pessoa na primeira noite para ser o cafetão. Se ela morrer, ele morre, e vice e versa.
  6. Padeiro (??). Personagem recorrente nas semanas olímpicas da OBM. Ele faz algum gesto e aponta uma pessoa. Esse gesto seria o “bolo”(?). De manhã, o narrador tem que fazer esse gesto para aquela pessoa. Pode ser uma ameaça, pode ser o que for. Ele é meio cômico.
  7. Bruxa/macumbeira/etc. É igual o detetive, mas em vez de perguntar para o narrador se alguém é do bem ou do mal, ela pergunta para um morto. O morto pode mentir.
  8. Vingador. Quando morre, mata alguém.

Existem vários. Eu particularmente prefiro jogar com II, III e IV.

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Semana Olímpica 2013

Sistemas de votação.

Existem 3 sistemas de votação, cada um com suas vantagens e desvantagens.

  1. Votação tradicional. O narrador escolhe alguém para começar votando, e, indo no sentido horário ou anti-horário, um por um vai votando.  Cada pessoa que recebe um voto levanta um dedo. Os dois mais votados tem direito a defesa.  É a mais provável de você jogar. É organizada mas pode demorar muito para grupos grandes
  2. Votação 2 (não, não tem um nome haha). Todos levantam as mãos ao mesmo tempo e apontam para quem querem matar ao mesmo tempo. Muito rápida, muito desorganizada. É a menos utilizada.
  3. Votação 3. Uma pessoa propõe uma pessoa a ser morta (qualquer pessoa pode propor). Todo mundo que concordar levanta a mão. Se mais do que 50% das pessoas concordarem, a pessoa faz sua defesa, e se não for alterada a votação, a pessoa morre. Rápida e organizada. Torna os jogos muito manipuláveis, pois muitas pessoas vão votar no estilo “maria vai com as outras”.  Gosto desse sistema de votação quando há muitas pessoas jogando (n >20).
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Rio Platense 2011

Dicas para o narrador

A parte mais dificil do jogo é se lembrar quem são os mafiosos para que você possa responder o detetive corretamente. Preste MUITA atenção nos mafiosos. Não faça comentários do tipo, você quer votar no médico?  Não faça menção a sexo, use sempre o masculino ou use apenas o título “Médico, quem você quer….” Não fale, médica, ou a médica, etc.

Narrador, todo mundo que tem experiência consegue perceber a direção da sua voz…. todos sabem que por você ter pouca experiência, no início, que você vai falar com as pessoas olhando diretamente para elas “Assassinos acordem”. E com isso, todos vão descobrir a região aproximada de cada pessoa importante no jogo. Tente falar em direções aleatórias.

Uma história de máfia

Quem me ensinou a jogar máfia foi a Deborah (que foi pra IMO e está agora em Harvard). Ultimamente quando eu jogo, eu ando sendo apenas o narrador (vocês não tem ideia do poder que o narrador tem no jogo! Muahuahuahuahua), mas antes eu participava no jogo mesmo :).

Sim pessoal, como vocês perceberam, eu realmente gosto de máfia, e por isso queria contar um dos meus melhores jogos :). Antes que alguém pense, caramba, o Ivan tem uma memória boa e consegue até lembrar esse jogo, não. Ele foi tão épico pra mim que eu contei ele em um e-mail para uma amiga minha haha, e estou agora traduzindo o e-mail :).

Mas como é um texto meio grande, ele ficará em um post separado. Confira! Meu jogo favorito de máfia :)

Memórias…. IJSO 2009 (1)

Posted in Sem categoria on abril 12th, 2013 by Ivan Tadeu Ferreira Antunes Filho – 2 Comments

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A memória é uma coisa engraçada, não é? As vezes eu acho que eu tenho uma memória tão ruim para que eu consiga me desapegar do passado e seguir pro futuro.  Ou talvez seja apenas que as histórias não contadas acabam sendo esquecidas… Mas já aceitei que a minha memória é ruim.


Essa foto foi tirada logo após chegarmos no Azerbaijão, e mostra a equipe Brasileira, a nossa guia Ləman, e, se não me engano a Aygun. A Ləman era muito fofa :). Pra falar a verdade, todas as guias eram.

Era pleno inverno no Azerbaijão, e havia uma chance grande de nós vermos neve, segunda as guias com quem eu conversei. Mas não, não nevou, e eu nunca vi neve… mas um dia vou ver \o/.

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Um dos primeiros jogos de máfia :) no hotel. Olimpíada sem Máfia não é olimpíada haha

Mas okay… temos que voltar pra história e seguir o script. Toda história precisa de uma introdução, de um caminho e de um fim.

A minha primeira olimpíada internacional, a IJSO que aconteceu no Azerbaijão me mudou muito… E acho legal falar como eu me comportei lá, e como fiquei até que popular lá :).

Depois do incidente no aeroporto, eu passei a cumprimentar todo mundo. Todo grupo de pessoas que passava eu falava “Hi, my name is Ivan, I’m from Brazil. Where are you From?” E depois de descobrir de onde eram, “What is your name?”. Depois de escutar os nomes, “May I take a picture with you” E assim de grupo em grupo fui conhecendo quase todo mundo e tirando foto com quae todo mundo. Minto, quase isso…. Por que eu conseguia lembrar o nome de cerca de 1/10 das pessoas com quem eu falava, mas ainda assim era um começo. E eu estava feliz por estar lá, estava sempre sorrindo :).

E assim eu fui conhecendo as pessoas e ficando relativamente pop na competição.

Estônia

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Argentina

 

E assim foram passando os 10 dias, com muita diversão :).

 

Brasil!

Brasil!

E que lição que eu tirei daí? Quer fazer amigos? Quer se divertir? Seja um pouco cara de pau. Não tenha vergonha de cumprimentar as pessoas, não tenha vergonha de ir até o quarto das pessoas com um baralho pra chamar elas pra jogar. Esses 10 dias foram incríveis. E eles não foram incríveis apenas por eu estar em outro país om muitas pessoas com idade próxima a minha. Eu fui para algumas outras olimpíadas que eu posso falar que eu não aproveitei nem um terço do que eu aproveitei nessa. E por que isso? Por que eu tinha perdido o espírito curioso e aventureiro para conhecer as pessoas, para bater em portas de quartos aleatórios e chamar as pessoas para jogar cartas (e se não fossem da competição, simplesmente pedir desculpas, isso não mata ninguém).

Não deixem que timidez ou vergonha façam com que você aproveite menos suas oportunidades ;).

Vou falar de algumas amizades que eu fiz durante a competição :)

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Estão vendo na terceira foto a menina de branco? Eu só encontrei com ela duas vezes depois dessa foto durante a competição, e era pouco antes de voltarmos para nossos países. Mas ela parecia muito simpática, então eu perguntei o nome dela (Sandra), pedi o email dela e dei uma lembrancinha do Brasil.  No dia seguinte, indo embora para o aeroporto, ela me encontrou e me deu uma barra de chocolate (ahh, como o chocolate era bom haha). E por algum motivo isso me fez lembrar dela. 2 anos depois, na IOL 2011, nos Estados Unidos, na cerimônia de abertura, uma surpresa (!). Eu vejo o time da Estônia vindo e reconheço a Sandra! Eu viro e falo, Sandra??? E ela, Ivan??? Você por aqui! A quanto tempo!!  E até hoje nós conversamos. E semestre que vem vamos nos encontrar novamente nos Estados Unidos, ela em Harvard e eu no MIT, logo ali do lado :).

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A próxima é a foto do time da Argentina! Eu invadi o quarto deles tantas vezes pra jogar carta que já nem lembro mais de todas elas. Gaston, Mica, Clara… vocês eram muito legais :)

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O time do Brasil, é claro! O nosso ponto de encontro era o quarto meu e do Gustavo Miranda :).

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101851346509236E como não falar da Gerry? (Gergana). A com camiseta de panda? Nós nos conhecemos nas “baladas oficiais” organizadas todo dia anterior a uma prova — eu fui em todas, mas até hoje eu acho que elas eram parte de um plano pra deixa o pessoal cansado pra prova. Eu não sabia dançar hahaha, então pensei: nada melhor do que imitar o que eu achar mais legal de cada pessoa \o/. Eu vi ela dançando e fui dançar com ela :). A gente até conseguia improvisar umas coreografias no meio das músicas haha. Muito divertido :)

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Pessoal da Coréia do Sul! Conheci primeiro o Se Ho. Estava entediado andando ao redor do hotel. Ele me viu, e perguntou o que eu estava fazendo, respondi que estava andando ao redor do hotel e chamei ele pra andar também :). Ficamos nós dois andando até que depois fomos pra recepção jogar máfia e conversar com o pessoal.

E depois o resto do pessoal — como nós conversamos sobre animes! Eu não sabia o que fazer, e estava com preguiça de ir até a recepção (era de noite), então pensei: se eu ficar sentado na frente do meu quarto, com a cabeça no joelho, alguém vai passar e perguntar o que aconteceu e aí vou falar com alguém. Parece um bom plano. haha. Então o pessoal da Coréia do Sul passou, perguntou o que houve, eu falei que só estava sentado na frente do meu quarto, e eles me chamaram pra entrar e jogar cartas com eles :). Um dos jogos que jogamos foi Bullshit (uma variação do jogo “Duvido”). Foi engraçado. Eu joguei 3 vezes seguidas 8 ases haha. Na terceira vez duvidaram e realmente eram todos ases :).
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Ahh e muitos outros :). Infelizmente não consegui manter contato com todos eles…

Como eu perdi minha timidez

Posted in Sem categoria on abril 11th, 2013 by Ivan Tadeu Ferreira Antunes Filho – 2 Comments

IJSO 2009 – Aeroporto de Amsterdam

—Ivan, tímido? Pffft… conta outra piada

Hoje eu baixei o meus dados do facebook e estava dando uma olhadas nas fotos… E fiquei com vontade de contar algumas histórias sobre elas, começando do início, do primeiro álbum que fiz upload pro facebook, IJSO 2009.

Para alguns chega até a ser uma surpresa eu dizer que eu era extremamente tímido quando criança, a ponto de eu não conseguir atender o telefone. Hahaha, velhos tempos…  Eu era aquela criancinha que corria muito mais falava pouco, e quando eu falava, eu falava rápido demais e pouca gente entendia haha.

Onde eu estava mesmo? Ah, sim…  Eu havia sido selecionado pra IJSO depois de bastante esforço e dor de cabeça, e tinha passado quase dois meses estudando, tentando resolver as listas sem noção que o pessoal da organização da IJSO Br tinham feito pra gente estudar. Até hoje eu acho que eles escolheram questões aleatórias (com exeção da lista do ITA, que ninguém resolveu), pois achavam que ninguém leria elas. Algumas questões sobre “isomeria óptica(!?)” e coisas que não estavam no programa, mas que nem por isso eu deixei de fazer  haha. Ok, ok. Exagerei um pouco… A maior parte das questões estavam dentro do programa, mas havia, sim, aleatoriedades no meio da lista (melhorou Márcio? :) )Faltei a algumas aulas e fiquei presente só com o corpo, e não com a mente em diversas outras para acabar essas listas.

 E estava chegando o grande dia, o dia que viajaria pro Azer o que? Azerbaijão pra participar da Internacional. Arrumei minha malinha linda com minha mamãe e recebi um email da organização brasileira falando que o limite de quilos era 23 quilos (na verdade eram duas malas de 32. SEMPRE são duas malas de 32 pra voos intercontinentais saindo do Brasil). Esvaziamos minha mala de todas as infinitas coisas que toda mãe coloca na mala de seu filho, e montamos outra mala só com o que eu achava que ia ser bem necessário (quem precisa de uma calça extra se você pode levar chocolate no lugar? :D).

E depois de alguns dias eu estava no aeroporto de Guarulhos com o resto do time e falando tchau pra minha família.

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E então fizemos nossa escala em Amsterdam! Ficando presos no Aeroporto por que não dava tempo de sair de lá [mas eu consegui fugir do Aeroporto em outra ocasião, que fica para outro post ;) ).

Olhando ao redor, esperando o próximo voo, vejo alguns grupos de adolescentes conversando, e agora que me falha a memória…. não lembro se eram 12 pessoas (Indonésia e Argentina), ou se eram 18 (e Zimbabwe).

De qualquer maneira, era uma roda gigante de pessoas para uma pessoa extremamente tímida como eu.  Então eu falei com os meus colegas de equipe:

Ei, por que a gente não vai falar com o pessoal dos outros times?

Eles se entreolharam, e falaram:

Boa ideia. Vai lá falar com eles!

Agora eu só lembro de pelo menos 4 mãos nas minhas costas, me empurrando com tudo (!), e eu tentando ao máximo parar sem cair e sem acertar nenhuma pessoa.  Eu fui jogado, quase arremessado no meio da outra roda. Entrei por uma ”fresta” e parei no meio de pelo menos uma dúzia de pessoas olhando pra mim com a cara de “o que foi isso?”. Sem falar do fato que eu quase cai lá no meio, ou quase acertei as pessoas do outro lado da roda, dependendo do ponto de vista.

Sim pessoal, sim Gustavo, sim Lucas (os 2 que eu tenho certeza que me empurraram), vocês me traumatizaram nessa hora hahaha. Foi um completo tratamento de choque.

E agora estava eu, no meio de uma roda de pessoas olhando ansiosamente para mim. E não existe nada mais vergonhoso do que você passando vergonha no meio de um grupo grande de pessoas. Então minha cabeça tímida trabalhou rápido pra fazer a coisa menos vergonhosa possível, se recompor, fingir que nada aconteceu e agir como se você soubesse exatamente o que está fazendo.

Hi, my name is Ivan! I’m from Brazil. Where are you from? [Oi, meu nome é Ivan! Eu sou do Brasil, de onde vocês são?]

E um por um se apresentou pra mim, e eu comecei a conversar. Eles me perguntaram sobre meus colegas de equipe, eu chamei eles e todos nós começamos a conversar, o que ficou registrado na foto que abriu esse post.

A gente no aeroporto do Azerbaijão jogando máfia algumas horas depois. E eu que convidei e organizei inicialmente o jogo!

E foi assim que eu perdi minha timidez :).

O mito do herói

Posted in Sem categoria on abril 6th, 2013 by Ivan Tadeu Ferreira Antunes Filho – 2 Comments

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Lendo The Hero with a Thousand Faces [O Herói com Mil Faces] , por Joseph Campbell, edição comemorativa, me prendi a certos trechos na introdução do livro.

“With regard to the heroic, so much is unpredictable; but there are two matters, above all, about which a person can be certain—struggle on the journey is a given, but also there will be splendor.”[Com relação ao heróico, muito é imprevisível; mas há duas coisas, que, acima de tudo, a pessoa pode estar certa — haverá um grande esforço na jornada, mas também haverá esplendor] — Clarissa Pinkola Estes

E logo a frente havia tal citação sobre o conto “The Conference of the Birds” [A Conferência dos Pássaros]

“The thousand birds endure increasingly hos­tile conditions, terrible hardships, and torments—including hor­rifying visions, lacerating doubts, nagging regrets. They long to turn back. They are filled with despair and exhaustion. The creatures receive no satisfaction, nor rest, nor reward for a very long time.” [Os milhares de pássaros suportaram condições cada vez mais hostis, dificuldades e tormentas — incluindo visões terríveis, duvidas lascerantes, arrependimentos enervarntes. As criaturas não viam a hora de voltar atrás. elas estavam preenchidas com desespero e exaustão. As criaturas não receberam satistfação, descanso ou recompensa por um longo tempo.]  — Clarissa Pinkola Estes

Mas como lido na primeira citação, você já sabe o que houve com os poucos que completaram essa jornada. E para aqueles que querem ir e seguir esses caminhos?

“Whosoever desires to explore The Way— Let them set out—for what more is there to say?” [Aqueles que querem explorar O Caminho — deixem-nos ir — pois o que mais há para se dizer]?

 

O livro aparenta ser extremamente interessante e instrutivo. Ele influenciou diversas histórias, como por exemplo, Star Wars, filmes da Disney, entre outros.

Mas, mais que isso, ele explica e exemplifica certos aspectos da mente humana… Mas por que estou comentando sobre esse livro?

Percebi que as pessoas por vezes tomam as outras por herói, como um certo ídolo a ser imitado, mas que não é possível pois nunca há o início da jornada… Nunca fui picado por uma aranha radioativa, nunca chegou minha carta de Hogwarts, entre outras… Ou mesmo nunca tive um grande momento de epifania que mostrasse qual o meu verdadeiro talento.

As pessoas começam então a falar muito de sonhos e pouco de objetivos…

Se alguém conseguiu completar uma jornada, chegando em um ponto em que já é possível colher frutos dela, essa pessoa passa a ser tratada como herói ou qualquer outro termo que tente separar essa pessoa do resto das pessoas. Passam a tratar ela como se ela tivesse nascido com um dom ou com habilidades já desenvolvidas. Ignoram o esforço e a grande jornada que a pessoa teve que passar, ou quando não ignoram, consideram como se fosse parte do “enredo” – “claro que a pessoa passou por essas dificuldades, pois você precisa passar por elas para chegar lá. Mas essas dificuldades só aconteceram pois de certa forma já se sabia que a pessoa iria superá-las e portanto se destacar.”

Não. Esse não é o mundo. Sim, o mundo pode ter heróis, mas eles não são diferentes dos outros. São pessoas que resolveram seguir uma jornada, pois, “o que mais há pra se fazer?”.  São pessoas que sabem que não viverião para sempre, por isso tentaram fazer algo que dure mais que elas mesmas. Pessoas que assim como os pássaros de “A Conferência dos Pássaros” que foram até o fim, seguiram em frente. Pessoas que olhavam o caminho tortuoso e que depois que chegaram ao outro lado perceberam que ganharam ao menos auto-conhecimento.

E se você pensa em seguir alguma jornada, sair de onde está, acredito que só há uma coisa que pode ser dito:

“E se não for agora, quando?”, Hillel.