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Cara pessoinha pequena…

Posted in Sem categoria on janeiro 11th, 2013 by Bárbara Cruvinel Santiago – 2 Comments

Eu ia escrever um post hoje sobre determinado tipo de pessoa, um tipo que eu detesto e que me fez parar pra pensar seriamente em coisas diversas durante a manhã. Só que eu decidi deixar esse post pra depois e dedicar o que eu fosse escrever hoje a uma pessoa muito próxima a mim e que está passando por situações semelhantes as que eu estava passando há exatamente um ano atrás.

Cara pessoinha pequena (ou nem tão pequena, omg você tem que parar de crescer), esse post é pra você (é, você mesmo).

O ano vai ser difícil, acredite, muito difícil. O 3º ano é complicado, cheio de altos e baixos, seja você aluno olímpico ou não. Você é uma mescla dos dois e a pressão é grande por causa de quem veio antes, mas esqueça isso, a competição é com você mesma agora (por mais hipócrita que isso pareça vindo de mim). Quando você não resolver um exercício de vestibular, vai se desesperar e falar “omg! eu não presto nem vou passar”, é normal também (mas no fim dá tudo certo, posso te garantir, aquele exercício do intocável de química não vai te tirar da universidade haha). Vixi… você vai chorar, e gritar, e chutar a parede, e ficar louca, e querer queimar todos os livros em cima da sua escrivaninha, sejam eles pro vestibular ou pra uma olimpíada (se você decidir ir por esse caminho também no fim das contas), e querer desistir, e ah… fazer um monte de coisa desse tipo. Se tiver com muita vontade, faça isso mesmo (só não queime os livros, porque disso você vai se arrepender), que no dia seguinte as coisas vão estar menos piores.

Crises de identidade são comuns, especialmente quando você tem que decidir aquilo que vai fazer pro resto da vida em pouco tempo. 12 anos é muita pouca idade pra decidir o seu sonho real. Eu bem sei disso (você sabe que eu sei), seja seu “sonho” engenharia ou medicina. O tempo passa, você descobre novas oportunidades. Abre o site de uma universidade e vê que aquilo sim é tudo o que você sempre sonhou (porque isso sempre acontece próximo ao ano novo pré 3º ano? Não me pergunte, eu não sei a resposta). Você só descobriu isso recentemente, mas vai se acostumar com a ideia (sério).

Deixar de querer uma coisa é normal. Mas, mesmo que ela não seja mais sua primeira opção, não custa tentar, nem que seja pros outros não encherem a paciência (simplesmente pra ir lá e poder dizer que tentou). Sabe o que eu descobri há um tempo atrás? Que não adianta fazer outras coisas porque virou uma espécie de verdade absoluta pra você e pros outros que te cercam. Fazer algo que você goste é muito mais prudente (pense no resto da sua vida e como você vai poder mostrar pros outros que você conseguiu tudo por um caminho bem diferente do que eles imaginavam, em como no fim vai dar tudo certo). E sim, esses primeiros meses vão ser um living hell, com infinitas coisas desse tipo te atormentando. Só que vai chegar uma hora, espero que seja cedo tal qual aconteceu comigo, em que você vai tomar um choque de realidade (seja por causa de uma pessoa estúpida, de um artigo que você leu, um programa que você descobriu ou qualquer coisa do gênero), determinar suas prioridades e seguir o caminho que leve até elas.

Você lembra quando eu falei que a minha primeira opção tinha mudado? E todo mundo começou a me julgar? Falando que eu estava fugindo e querendo o mais fácil? Você com certeza vai passar por isso, bem mais do que eu aliás. Muita gente vai virar e falar que a sua “nova” primeira opção não é sua “real” primeira opção. Mas acho que você também deve lembrar de quando as pessoas começaram a perceber que eu na verdade estava tomando o caminho mais complicado, a me apoiar minimamente e a me dar um pouquinho de crédito que fosse por isso. Mais cedo ou mais tarde, essa segunda etapa vai ocorrer com você também e a visão dos outros vai mudar (não se preocupa muito com isso agora, porque torna a situação toda muito pior, acredite).

Enfim, em menos de um mês, sua jornada vai começar o seu fim, apesar de isso ser até um pouco paradoxal. Boa sorte.

ps.: se aquele exercício chato do intocável de química continuar a te infernizar, just give me a call, eu termino com ele (sim, nos dois sentidos, eu posso bater nele se você quiser também haha).

 

A arte de “blogar”

Posted in Sem categoria on janeiro 2nd, 2013 by Bárbara Cruvinel Santiago – 2 Comments

Eu começo vários posts que eu escrevo aqui porque pensei em um jeito muito legal de iniciar um texto. Outros, como este que você está lendo, eu tenho uma noção de o que eu quero transmitir, mas nenhuma ideia de como começar. É, acho que eu acabei de arranjar um jeito de começar este post: falando sobre como eu começo um post. Não foi muito criativo, mas a postagem já está mostrando o jeitinho metalinguístico que eu queria que ela tivesse. Hoje, no dia em que meu blog do Vida de Olímpico bateu recorde de visualizações, resolvi blogar sobre blogs.

Nesta semana, o Cássio começou a escrever um Vida de Olímpico (espero que vocês possam seguir, porque eu particularmente acho que ele tem muito a compartilhar sobre a trajetória olímpica vitoriosa dele) e, muito provavelmente, o Lapinha vai começar a escrever também (acho que vale seguir quando começar). Enfim, esses são novos blogs Vida de Olímpico, fora os que vocês já devem ler com certa frequência, como o do Ivan, do Davi e da Liara. Paralelamente, eu recebi um relatório de fim de ano do wordpress.com com as estatísticas finais do IYPT BR, o blog onde eu escrevo especificamente sobre o IYPT. Aliás, eu fiquei feliz com o relatório. Apesar de ele ser modesto se comparado às estatísticas de fim de ano do OC, por exemplo, são bons indicadores pra um blog sobre um tema tão específico que tem menos de um ano ainda. Enfim, vou compartilhar alguns números e fatos que me deixaram feliz:

  • Foram mais de 10 mil acessos.
  • Mais de 700 fotos do IYPT upadas.
  • O blog alcançou leitores em 32 países, alguns até bastante frequentes, como da Suécia e da Alemanha (e, obviamente, do Brasil).
  • Os termos de busca mais usados para chegar ao blog são ou o meu nome ou assuntos relacionados ao IYPT (pena que eu não consigo ver de onde eles vêm), o que indica que não são pessoas aleatórias que caem lá e que o blog está ajudando quem estiver se preparando.
  • 65 posts totais em um ano, o que é mais de um post por semana.

Eu acho que blogs são sempre motivadores, apesar de eu só ter virado leitora frequente deles mais recentemente. Quando eu estava começando a planejar como eu ia fazer minhas aplicações pra universidades americanas, eu sempre me guiava pelos sites delas. A lista das universidades pras quais eu terminei de aplicar esta semana foi toda baseada nas minhas pesquisas pelos respectivos sites, afinal de contas eu só tenho como chegar até essas universidades virtualmente, pelo menos por enquanto. Uma das coisas que mais me chamou atenção, inicialmente, foi o blog de admissões do MIT. Teve uma época em que eu passei noites seguidas lendo os posts de uma única menina, ao ponto de a minha mãe entrar às 7 da manhã no meu quarto durante as férias e eu não ter dormido ainda de tanto que eu estava entretida lendo os posts dela, o site sobre os aspecto mais específicos ou aleatórios da universidade etc. O primeiro contato “efetivo” que eu tive com o processo de admissões ou com a parte acadêmica/pessoal de uma universidade americana foi através desses blogs, então eles foram bastante importantes, por isso uma postagem recente sobre o que é ser um admission blogger fez tanto sentido pra mim. A minha virada de ano 2011/2012 (há um ano atrás) por exemplo foi gasta lendo sites de outras universidades, como Yale, Stanford, Harvard, Caltech ou Princeton. Eu queria saber o que eu faria do futuro, então a internet me ajudou um pouco. E claro, universidades com blogs ou videos de admissões, como essas que eu já citei, ou BU, Duke, Cornell etc, me influenciaram bastante.

Além disso, quando eu estava prestes a participar da minha primeira nacional do IYPT, eu fiquei muito feliz ao achar um blog do time da Áustria em que eles falavam do dia a dia deles no IYPT 2009 na China. Eles falavam de coisas aleatórias, desde como tinham sido os Physics Fights deles até dos passeios. Aquilo me deixou com mais vontade ainda de ir pra internacional e de trabalhar mais duro pra conseguir o que eu queria. Embora eu não tenha achado aqueles posts antigos mais, vocês podem acessar o blog novo deles se for de algum interesse. Em 2011, quando a gente estava no aeroporto em Teerã esperando nosso voo, o time da Alemanha estava esperando com a gente e comentou sobre o blog que eles tinham a respeito do torneio. A gente não conseguiu acessar o blog por lá pela falta de internet e possibilidade de acesso no Irã, mas eu comecei a segui-lo assim que eu cheguei no Brasil. Lá eu vi posts muito interessantes sobre aquilo que eu também tinha passado, incluindo situações engraçadas, como o que eles chamaram de problema 18 (by the way, para os não-acostumados com linguagem IYPTeica, o IYPT tem 17 problemas e a gente chama de problema 18 alguma coisa esquisita que acontecer no torneio). Enfim, eu gostei dos dois blogs, mas eu sempre achava pouca coisa sobre o que eu queria a respeito, por exemplo, das equipes passadas do Brasil. Existia pouco material sobre o IYPT em português, então eu pensei: bom, eu tenho algum material sobre as últimas nacionais e a internacional mais recente, vou eu mesma criar um blog. A ideia era fazer algo parecido com os outros dois blogs que eu mencionei aqui, onde eu pudesse reunir e compartilhar várias informações para auxiliar e incentivar novos participantes do torneio. No fim das contas, depois da minha última participação, foi até uma forma de me manter relacionada à competição de alguma forma.

O IYPT BR é o blog do qual eu tenho mais orgulho, porque eu demoro pra escrever o que está lá, é um exercício de paciência e de memória também, fora que organizar as informações a respeito do torneio deu um bom trabalho. Depois veio este blog aqui, que você está lendo. Eu gosto de escrever aqui também porque eu posso usá-lo para fins diversos (escrever o que aconteceu no meu dia, desabafar, compartilhar algum aspecto de alguma olimpíada, falar sobre o processo de admissão em universidades brasileiras e americanas etc). Mas, de qualquer forma, esses não foram meus primeiros blogs. Quando eu tinha uns 12 anos, eu queria criar um simplesmente pra poder ter um site meu. Aí eu criei um blog sobre português, mas já que o assunto não era muito interessante pra mim, o blog acabou morrendo. Depois, entre meus 13 e 14 anos, eu criei outro blog pra um projeto da escola, mas que acabou morrendo também assim que o ano acabou. Eu espero que os que eu escrevo agora não morram; se bem que eu realmente acho que isso não vá acontecer, porque eu sempre tenho algo pra escrever neles.

Ontem, eu quase comecei outro blog, só que dessa vez sobre viagens, porque se tem uma coisa que eu gosto tanto quanto olimpíadas, ciência, pesquisa e falar com os meus amigos, essa coisa é viajar. Mas eu tenho outro blog além do IYPT BR e do Vida de Olímpico com o qual eu já me comprometi (e comento daqui uns tempos quando ele for lançado), então seria coisa demais. Eu ia seguir a minha irmã; ela criou um blog sobre viagens esses dias pra trás. Ela não viajou muito ainda (por isso ainda nem tem nenhum post por lá), mas diz que viajar é uma das coisas que ela mais vai fazer na vida conforme for tendo oportunidades. Aliás, acho que ela já vai ter algo pra postar este mês, já que ela vai comigo pro Rio quando eu for fazer o SAT (longa história relacionada a prazos, inscrições e falta de disponibilidade de vagas em São Paulo). Eu meio que já usei o IYPT BR pra propósitos semelhantes. Eu uso ele como uma forma de manter um registro sobre as minhas atividades IYPTeicas em algum lugar pra eu poder lembrar quando eu crescer, aí surgem vários posts com detalhes sore as viagens do torneio (claro, tem coisas que acontecem e ficam por lá pela integridade e honra dos membros da equipe hahaha). É por isso que mesmo que tenha passado muito tempo, eu ainda faço questão de deixar registrado por lá algo que eu ainda não postei sobre alguma parte do torneio: pra que eu não esqueça desse detalhe daqui alguns anos.

Anyway, parabéns pela coragem de chegar ao fim deste post! Eu vou aproveitar que eu ganhei algum tempo livre com o fim dos essays pra ler mais blogs sobre olimpíadas, ciências, tecnologia, viagens, admissões etc, colocar minhas coisas mais em ordem, adiantar o processo de application pra Financial Aid, revisar um pouquinho alguns assuntos pra Fuvest e, claro, atualizar meus blogs. Então, até a próxima com mais um post gigante daqueles que você quer me matar por ter escrito haha. :)

 

Carta de agradecimento

Posted in Sem categoria on dezembro 22nd, 2012 by Bárbara Cruvinel Santiago – 2 Comments

Este post é uma carta de agradecimento às pessoas que me ajudaram neste fim de ano a terminar minhas aplicações para o exterior.

 

Caras pessoas que me ajudaram,

Acabei de submeter minha nona application pro exterior. A semana foi corrida, vários essays sendo finalizados, cartas de recomendação e material suplementar enviado pelo correio, entre outras coisas. No momento em que só falta apertar mais uma vez o grande botão amarelo de “submit” do Common App pro meu último application, eu comecei a lembrar do que eu comecei há pouco mais de quatro meses e de como esse processo foi complicado e burocrático, porém criativo e cheio de aprendizados. É por isso, que eu gostaria de que vocês soubessem o quanto eu sou grata a tudo que fizeram por mim até agora.

Primeiramente, Shen e Laila, eu não poderia achar melhores mentora/coordenadora do Prep Program (you’re the best!). Ninguém me ajudou tanto quanto vocês nos últimos meses. Vocês revisaram minhas dezenas de essays (dezenas de vezes cada um), me deram os parabéns pelas boas notas nos testes, me ajudaram quando os resultados não eram os mais positivos possíveis, tiraram as minhas dúvidas, me aturaram mandando e-mails no meio da noite com os mais diversos assuntos relacionados ao application, contataram a coordenação do colégio para resolver meus problemas e sempre me ajudaram com a maior boa vontade. O processo nem terminou ainda e eu já não sei como agradecer por tudo que fizeram.

Um obrigada aos meus pais, que me carregaram pra umas cinco provas de SAT/TOEFL e ainda vão me carregar pra mais uma, e a minha irmã, que leu todos os meus essays sem exceção e me ajudou quando algum resultado ruim vinha. Agradeço à coordenação do colégio (Linita, Ana Paula e Sueli), que de uma forma ou de outra, me apoiou com as minhas maluquices (como as viagens pro IYPT) que contam infinito na minha candidatura e me ajudou a conseguir a documentação de que eu precisei até agora dentro do prazo. Ainda em relação ao colégio, muito obrigada Linita, Rodrigues, Giba e Gromov por gastarem seu tempo precioso nas minhas cartas de recomendação. Obrigada a Nuricel, que me ajudou com o processo de seleção da ILRIO. Obrigada a minha prima, Letícia, que me pôs em contato com gente que ela conhecia e que tinha passado pelo processo de application. Obrigada também aos meus entrevistadores, por tirarem minhas dúvidas em relação a universidades específicas. Valeu, Ivan, por revisar meus essays, me ajudar com a entrevista que ia dar errado e por me aturar no geral. Aliás, muito, muito obrigada a todos os meus amigos que até agora me apoiaram pra conseguir ir pra frente e a todos aqueles que eu nem conhecia pessoalmente, mas que mandaram alguma mensagem por Facebook, comentário ou e-mail como forma de apoio, porque isso também foi extremamente importante.

Enfim, o processo ainda não terminou. Falta um application com dois essays, aplicar pra financial aid, me candidatar pra programas de bolsa diversos de instituições brasileiras, fazer mais algumas entrevistas, fazer mais um SAT Reasoning Test, terminar de escrever e submeter algumas folhas de material suplementar e, claro, não esquecer das segundas fases dos vestibulares que vêm vindo. Agora vou me manter torcendo e esperando os resultados que vão chegar em março/abril de 2013.

Em resumo, muito obrigada. 😀

Abraços!

Bárbara

P.S.: desculpa se eu esqueci de alguém. =\

Semanas de humanas

Posted in Sem categoria on novembro 18th, 2012 by Bárbara Cruvinel Santiago – Be the first to comment

Oi! Tudo bem? Eu tô me estranhando… Ultimamente eu não tenho estudado nada de exatas quase e muito de humanas, acho que eu tô meio que tentando recuperar o tempo perdido.

Esse fim de semana, eu estudei bastante literatura. Eu odiei terem mudado a lista de livros obrigatórios da Fuvest, porque eu já tinha lido quase que inteira e o que mudaram foi justo uma parcela do que já tinha lido nos outros anos pra não ter que ler agora. Enfim, isso significa que agora é: read all the books! \o/

Além disso, eu andei estudando bastante geopolítica e atualidades. No início desse ano, eu não consegui acompanhar as notícias direito porque eu tava lotada até o último fio de cabelo de coisas pra fazer, agora eu to tendo literalmente que estudar atualidades pro vestibular. Mas, ao contrário de literatura, eu realmente gosto de geopolítica e atualidades, se eu tivesse que desistir de todas as carreiras de exatas (que isso não aconteça, senão eu morreria haha), eu com certeza escolheria algo relacionado à geopolítica, relações internacionais etc. Acho que isso meio que vem das minhas férias de julho de 2009, porque eu deixei tudo de lado pra estudar pra uma olimpíada de geografia. No final, as coisas deram errado, porque eu deixei de fazer uma viagem que eu queria muito pras cidades históricas de Minas pra poder ficar estudando em casa e não passei da segunda fase (passavam 20 de 18000). Anyway, foi bom, eu estudei toda a matéria de geografia do 6º ano do fundamental ao 3º ano do médio em um só mês e isso tem resultados até hoje :). Dificilmente eu erro uma questão de geografia no vestibular e ela passou a ser minha matéria de humanas preferida \o/.

Enfim, era isso, eu lembrei dessa historinha essa semana quando eu tava estudando e resolvi compartilhar. Té depois!

Historinha sobre último dia de relatórios e fim de semana

Posted in Sem categoria on novembro 5th, 2012 by Bárbara Cruvinel Santiago – 2 Comments

Eu deveria começar esse post falando sobre a tal historinha em vez de falar sore o fim de semana pela lógica do título. Mas meu objetivo aqui não é ter lógica mesmo. So there we go…

O fim de semana foi bizarro, divertido, constrangedor, corrido, brisante e várias outras coisas. Ele começou com o feriado de sexta. Eu acordei, fiz duas horas de simulado pro SAT, almocei, fui pra São Paulo, recebi uma visita inesperada no hotel (durma com um olho aberto a partir de agora ser, isso é uma ameaça kkkkkk), tive que ouvir minha mãe me trollando de forma razoável (pelo menos ela parece ter parado agora \o/), acordei no sábado, fui fazer o SAT, saí do SAT à 1 da tarde, não deu pra fazer o ENEM (nem se a minha sede fosse em São Paulo daria pra sair correndo do SAT pro ENEM). Saindo do SAT, voltando pra Santos, minha mãe decidiu passar em Santo André pra ir no shopping que tinha sido minha entrevista pro MIT pra ela comprar um negócio que ela tinha visto lá, comemos esfiha, pegamos a Anchieta (e um congestionamento monstro junto com ela), cheguei em casa, dei uma cochilada. No domingo, dormi beeem tarde, fui acordada às 11 da manhã, levei minha irmã pra almoçar no Mc Donald’s pra ela não perder o horário do ENEM, levei ela pra prova, voltei pra casa, fiquei pensando e organizando minhas coisas porque essa semana eu tenho que fazer drafts de algumas dezenas de essays.

O SAT Reasoning Test é corrido pacas, mas eu acho que eu fui melhor dessa vez. Logo, eu fiquei bem feliz com isso. Hm… que mais? Ah! Eu sei que eu vou ter que pegar mais uma carta de recomendação, porque a do meu professor não estava muito boa, hoje eu respondi alguns e-mails, terminei os primeiros drafts de todas as partes escritas do suplemento de Princeton (uhul! 4 less drafts to go! tá, foram só os primeiros drafts, depois tem que ficar arrumando e tem mais essays pra fazer…) e mandei pra minha mentora. Outras coisa bem chata é que tá naquela época de maratona de vestibulares, o que é bem estressante. Aliás, é engraçado, toda vez que eu começo a falar que vai dar tudo errado, minha irmã começa a cantar “did you ever know that you’re my hero”, de um dos episódios de Gilmore Girls (que pode ser visto neste link em 0:20), o que me lembra que eu reagi da mesma forma que a Rory todas as vezes que a minha mãe tentou me trollar desde sexta.

Ok, melhor eu partir pra história de entrega de relatórios. Primeiro, hoje foi o último dia pros times do IYPT Brasil 2013 enviarem seus relatórios pra ainda ganharem bônus na nota depois da data final de envio. Eu tava lembrando dos últimos três anos. A última semana antes do envio de relatório e antes do torneio eram as mais desesperadoras. Mas a semana pré-envio que mais me deixou louca foi a de  2011.

Eis a história: última semana, só dois relatórios prontos. Até ano passado, não tinha data de envio com bônus, então eu precisava de 5 relatórios, porque já era a data final. Enfim, faltava experimento de três e um trecho da parte teórica de um desses. O combinado era: no fim de semana, eu podia ficar responsável por dois experimentos e fechar a parte teórica do último, alguém no time ia ter que fazer, mesmo que meia boca, algum experimento, porque eu não ia dar conta daquela vez de fazer tudo. A escola colocou o laboratório em reforma pra criar uma sala de pintura pro maternal (u.u, sério mesmo), não dava pra usar, meu material todo lá dentro, o negócio tava de pernas pro ar. Trouxe as coisas pra minha casa na sexta, tinha o fim de semana pra fazer as coisas. Pois bem, fiz tudo que eu fiquei responsável por fazer, só que sobrou uma pequena parte da teoria do terceiro que eu não tinha conseguido resolver. Com a parte experimental feita, pelo menos teria como salvar. Ha! segunda-feira do envio de relatórios, 3 da tarde (o correio fecha às 5h), descubro que ninguém tinha feito era nada pro experimento do problema 14 (cilindro em movimento). Pois é, tinha mais 4 pessoas no time, ou era pra ter. E aí? Desespero, pensei em jogar tudo pro alto, eu tava tão nervosa com tudo que não conseguia nem pensar pra calcular as coisas. Ainda faltava imprimir e encadernar os relatórios (porque eu estava esperando esse relatório pra mandar encadernar tudo junto). Eu sei que quando era 4:30, eu ainda tava tentando me controlar. Ahhhh! É, inventei uns experimentos, imprimi correndo, a Isabella correu com eles pra encadernar numa papelaria aqui perto e foi todo mundo aqui de casa correndo no correio. 5 minutos antes do correio fechar, entro eu feito uma louca. Relatórios impressos com versão digital em CD despachados. No caminho pro correio, eu tinha descoberto uns erros muito bestas nos relatórios, aí eu fiquei triste pra caramba, aquele dia foi um dos dias mais críticos de preparação pro IYPT que eu já tive. Quando eu voltei pra casa fiquei lamentando que eu não ia passar, que tava tudo errado.

O bem da verdade é que aquele estava ruim, um estava médio, mas os outros três estavam muito bons e eu não conseguia enxergar isso. Acabou que esses três últimos salvaram minha média e eu consegui ser cabeça de chave. No fim das contas, eu agradeço profundamente que eu não tenha desistido naquele dia, pois foi nesse ano que eu fui pra minha primeira internacional (claro que eu tive que melhorar vááárias coisas até o dia da nacional). Então é o seguinte: se você não conseguiu enviar os relatórios pra bônus hoje ou acha que eles estavam ruins, relaxa, esse foi só o envio de relatório pra bônus, ainda tem a data final e a nacional pra melhorar tudo isso :) . Quer saber qual é a moral da história? Às vezes a gente pensa que vai tudo dar errado e se dá por vencido, mas no fim das contas pode estar tudo bem. É, só escrevendo isso agora que eu percebi que meu último post pode ter sido desesperado, que pode dar tudo certo no fim das contas. Quem sabe?…

Você pode mudar algo sem nem perceber

Posted in Sem categoria on outubro 29th, 2012 by Bárbara Cruvinel Santiago – 8 Comments

Oi! Esses dias atrás eu descobri mais duas pessoas legais que leem esse blog, eu nem sei se elas sabem que eu tô falando delas, mas: Oi, duas pessoas legais que eu descobri que leem esse blog! Tá, deixa eu ser mais direta: Oi, Lara e Lapinha. 😀

Enfim, o post de hoje tem tempo que eu quero escrever. É sobre como mudar alguma coisa ao seu redor. Parece meio clichê e, hm… pior que é mesmo, mas ah! Deixa isso quieto. Tá, mas por que eu tô falando isso? Porque no dia 21 aconteceu uma coisa engraçada que me fez pensar no que eu estava fazendo pra mudar alguma coisa ao meu redor. Ok, melhor eu explicar… Eu descobri que eu tenho um fã que não é a minha avó hahahahaha. Tá, brincadeiras a parte, o que aconteceu foi o seguinte: pra ir pra OPF, a gente tem que passar com o busão em várias unidades da região antes de ir pra São José dos Campos, pra pegar gente de 3 unidades de Santos, além do pessoal do Guarujá, de São Vicente e Praia Grande. Aí, passando pela última unidade de Santos, uma professora que estava acompanhando a gente veio até mim e falou o seguinte: Bárbara, tem um fã seu lá na parte da frente do ônibus querendo tirar foto com você mas tá com vergonha de pedir. Kkkkkkkk, eu caí na gargalhada, não tava acreditando mesmo.

Era um menino do 8º ano de outra unidade (oi pra ele também :), tá eu sei que ele não tá lendo isso aqui), eu não o conhecia. No fim das contas, era verdade, ele disse que sabia do meu nome desde que ele tava no 6º ano, a gente tirou a foto e a professora completou que a primeira coisa que ele falou quando passou foi: “Sério que eu vou pro mesmo lugar que a Bárbara?”. Hahahahahahaha. Tá, isso é muito, muito, muito engraçado pra mim ainda, mas foi legal por uma coisa: ele me disse que a meta dele é ir pra uma olimpíada internacional agora. Aliás, como ele tá no 8º ano ainda, se estudar pra valer tem como ir até pra mais de uma internacional \o/ (estuda! tô torcendo por você também). Resumindo, isso me fez parar pra pensar: eu posso ser droga nenhuma, um nada perto de várias outras pessoas que eu conheço, mas o pouco que eu consegui com meu esforço talvez tenha feito alguma diferença não só pra mim.

Nunca alguém de Santos tinha ido pra uma internacional, eu arriscaria até dizer que nunca ninguém aqui da região inteira tenha ido pra uma internacional. Olimpíadas aqui é um negócio bem zoado. Até um ano e meio atrás, todo mundo pensava que era um negócio inútil, umas provinhas bestas pras quais meia dúzia de nerd ficava se matando. Tudo bem que a internacional da qual eu participei não é de prova, o IYPT, mas ainda sim, mudou, por menos que seja, um pouco a perspectiva das pessoas por aqui. Agora, por mais materialista que isso possa parecer, é um negócio que no fim das contas mostrou ter resultado prático. Antes viravam pra mim e perguntavam “por que você se mata tanto pra ganhar uma medalha que não serve pra nada?”, hoje viram e me falam “nossa, que baita coisa legal esse negócio de viajar de graça e falar com gente do mundo inteiro”. Yay! Por mais que as pessoas só tenham visto o lado prático da coisa, de viajar de graça e conhecer os lugares que elas queriam (ah! isso é uma das partes mais legais mesmo haha), as olimpíadas ganharam algum respeito por aqui.

Sexta-feira, uma vizinha minha que nunca fala comigo tava esperando ônibus no mesmo ponto que eu pra ir pra escola. Ela virou pra mim e perguntou se eu era a menina que ela viu segurando uma medalha numa foto qualquer aí. Resumo: ela perguntou como era essa coisa toda e, quando eu expliquei que a gente viajava pra outros países, fazia escala, via gente de dezenas de países diferentes, de repente as Olimpíadas pareceram virar algo atraente. Um menino da minha sala, que ficou mega decepcionado quando a gente falou que ir pra OPF não dava direito a internacional an ida pro ITA, confessou que só participou daquela (OPF) porque queria ir pra Alemanha também haha. Por isso mesmo, que esses dias pra trás eu escrevi um post motivacional pro pessoal que tá se matando pra fase de envio de relatórios (acreditem, pessoas sofridas, eu sei como é tá com tudo atrasado por mais que tenha trabalhado muito, igual vocês devem estar agora =\) sobre a parte das viagens do IYPT que pouca gente conhecia: as escalas. Parece que deve ter dado resultado, porque teve bastante acesso e share comparando com os outros posts. Então, deve ter servido pra alguma coisa.

Quando tinha aula de olimpíada nos anos anteriores, se aparecessem 4 alunos na sala, sério, era um recorde. Esse semestre, comecei a dar aula pessoalmente pro pessoal daqui. Eu me surpreendi, começou a aparecer cerca de 10 ou 12 alunos. É muita, muita, muita coisa essa quantidade de alunos. É meio que um sonho se realizando porque, se eu não tive gente do meu lado pra compartilhar o gosto por essas competições na minha época, eu posso ter feito alguma coisa pra que as próximas gerações de alunos sejam mais motivadas. Eu não sei se eu tô falando besteira, mas a sensação é boa. Aquele ar de zoação que eu via do lado de alguns por aqui em relação às Olimpíadas virou, em parte, respeito. Isso é muito mais do que eu queria. De repente, eu vi gente nessa cidade que eu nem sabia quem era descobrindo a existência desse mundo paralelo em que vivem alunos olímpicos, é muito divertido isso. Então, ta aí mais uma situação que eu posso colocar na lista de coisas infinitamente legais que as Olimpíadas me deram (parece que a lista só cresce com o tempo haha): alguma coisa pequenininha que eu fiz mudar perspectiva de outros também :).

Espero que eles continuem agora, pra que tenha mais e mais gente daqui pra frente. :)

Olimpíadas, vocês vão fazer falta

Posted in Sem categoria on outubro 23rd, 2012 by Bárbara Cruvinel Santiago – 5 Comments

Domingo, eu fiz minha última prova de olimpíada de física. Quem sabe é minha última olimpíada at all. Pra ser bem sincera, no início do ano eu estava achando estranho esse negócio de ser meu último ano na escola . Conforme o tempo foi passando, eu comecei a ficar cansada e já estava até querendo sair da escola pra estudar só o que eu gosto na faculdade. Só que, neste fim de semana, eu finalmente arranjei um bom motivo pra sentir muitas saudades do ensino médio: as olimpíadas. Elas vão fazer muita falta. Quando eu me toquei que eu tinha passado pelo meu último IYPT no fim de julho, eu fiquei profundamente triste, bem mais triste na verdade. Agora, é um estranho parecido: adeus, olimpíadas de física. Eu fiquei meio brava quando eu disse no ônibus voltando da OPF no ITA que a coisa que eu mais ia sentir falta do ensino médio eram as olimpíadas científicas, todo mundo disse que pra eles era indiferente. Será que não enxergam como isso pode realmente mudar da água pro vinho a vida de uma pessoa?

Eu dormi pouco na noite anterior (maldito horário de verão! tá, eu gosto do horário de verão, menos quando ele muda na véspera de prova importante), mas acho que fui muito bem na prova, a não ser que eu tenha feito alguma besteira muito grande e não tenha percebido. Anyway, foi muito divertido! Foi a primeira vez que o pessoal da escola me deixou livre pra fazer o que eu quisesse dentro do ITA antes e depois da prova, aí eu encontrei pessoas legais, fiquei conversando com elas no piquenique que fizeram, visitei o lago lá perto. Enfim, foi uma última olimpíada divertida. :)

Além disso, eu me senti meio velha. Tem um jogo meio que de lógica, meio que de percepção, que a gente faz todo ano no busão na volta de qualquer olimpíada. É quase uma iniciação pros que passaram pela primeira vez pra alguma  2ª/3ª fase. Em 2010, um menino que estava no 3º ano fez esse jogo com todo mundo na volta da OPF. Desde então, ele virou tradição. Então, voltando ao porque eu me senti meio velha… Além do fato de eu estar no 3º ano do médio e de que tinha muita gente desde o 6º ano do fundamental dentro do ônibus, eu finalmente me toquei que eu nunca mais ia fazer alguém cair no jogo. Eu sempre era o membro fixo do busão das olimpíadas, então fiquei responsável por conduzir a brincadeira todo ano. Agora, eu me vi passando as regras pra outras pessoas e o pessoalzinho mais novo me prometendo que ia continuar a tradição até eles saírem da escola. Isso foi bem estranho pra mim. Só dessa vez eu realmente percebi que aquele povo que acompanhava a gente todo ano tinha ido embora já e que agora já era a minha vez.

No fim das contas, foi uma mescla de tristeza e missão cumprida.

Olimpíadas, muito obrigada por terem entrado na minha vida, vocês foram o que fizeram meu ensino médio valer alguma coisa e eu devo tudo o que eu sou agora a vocês. Enfim, vocês realmente vão fazer muita, muita, falta…

Programas úteis para o IYPT e application

Posted in Sem categoria on outubro 12th, 2012 by Bárbara Cruvinel Santiago – Be the first to comment

Esses dias todos eu passei fazendo essays, no fim das contas eu devo ter feito bem lá mais de 10 rascunhos em dois ou três dias e hoje, adivinha qual vai ser minha atividade do dia? Fazer essays! haha. Depois eu volto pra esse assunto.

Hoje de manhã eu estava meio cansada de escrever sobre a minha vida, daí eu decidi escrever algo que fosse útil pra alguém no IYPT BR. Aí eu escrevi um mini lista com os 4 programas que me foram mais úteis nos últimos três anos participando do IYPT. Se quiserem, podem checar lá o post com esses programas. Espero que ajude quem tiver preparando as resoluções nessas últimas semanas antes do envio dos relatórios preliminares. Aliás, uma coisa que me deixou feliz hoje é que, depois de várias semanas, hoje o IYPT BR alcançou a quantidade de acessos que ele costumava ter anteriormente. É meio periódico, quando vai chegando perto de datas importantes pro torneio, o blog atinge sua média normal, mas, quando vai afastando, ele tem muito pouco acesso.

Ontem, dentre todos os rascunhos que eu estava escrevendo para os applications, estava uma carta para minha futura colega de quarto. Eu achei divertido escrever aquilo, já que, depois de escrever tanto sobre as experiências mais marcantes da minha vida, minhas aspirações, o que eu desejo para o meu futuro etc, eu tive a oportunidade de ser aleatória, escrever sobre coisas bem random na minha vida, minhas manias, os livros que eu gosto, que eu toco violão, que eu gosto de escrever pro IYPT BR, sobre como eu fico pensando pra fazer coisas relacionadas a pesquisa, em quantas cidades eu já morei, que eu amo física e bla bla bla. Tinha muito pouco espeaço, então não coube sobre o que eu gosto de comer, quantos membros tem na minha família, que eu tenho uma penca de primos entre outras coisas, mas ah, não dá pra falar tudo mesmo, são só 2000 caracteres. Não que eu não goste de escrever sobre experiências que mudaram a forma como eu enxergo o mundo, é bem legal escrever tudo aquilo, acho que elas falam muita coisa sobre mim e o que eu sou agora, mas é bom poder escrever sobre coisas aleatórias também :) .

Ah! Eu cadastrei meu currículo na Plataforma Lattes também, mas eles são muito lerdos, então falta muita coisa pra ser atualizada lá. Quer dizer, eu já coloquei várias coisas e alterações que não aparecem por lá e isso me deixa um pouco irritada.

De resto, nada de muito novo.

Até mais! 😀

 

O maior post da história dos posts

Posted in Sem categoria on agosto 30th, 2012 by Bárbara Cruvinel Santiago – 9 Comments

Eu tirei esse fim de semana pra tentar organizar a minha vida. Muita coisa aconteceu esse ano e tem meses que está tudo bagunçado. Eu resolvi começar arrumando meu quarto, indo desde padronizar os cabides do meu armário e separar tudo em caixas até jogar coisas que eu não uso mais fora. Ok… ainda não consegui finalizar isso. Espero conseguir terminar tudo pelo menos até terça-feira. Enfim, quando eu estava organizando e separando as caixas, percebi como minha vida mudou nos últimos três anos. Aliás, ela esteve em mudança constante tem tempo, mas os últimos três anos foram bem decisivos.

Eu não consegui absolutamente tudo que eu queria, nem ganhei coisas absolutamente fora do comum… mas, vamos aos exemplos. Se me falassem, sei lá, há uns cinco anos atrás, que eu ia parar no Irã (sério, quem vai pro Irã? õ.o) e que eu ia visitar quatro países (2 pra cada IYPT, por causa das escalas hehe, é legal o/) sem pagar nada do meu bolso nem precisar do dinheiro dos meus pais, eu diria que a pessoa estava louca.  Na verdade, quando eu ganhei a bolsa de estudos onde eu estudo agora, a prova estava valendo um intercâmbio também e eu fiquei muito triste porque eu ganhei a viagem mas não pude fazer porque eu era muito nova. Aí me falaram que eu ainda ia ter uma porção de oportunidades como aquela por causa do meu esforço e tudo mais. A minha resposta é que aquilo não aconteceria tão cedo de novo… e veja só que ironia do destino… Eu acreditaria muito menos se me dissessem “você não só vai visitar esses países, como vai trazer uma medalha numa dessas viagens”. O que?! Pois é, pode não ser muito, mas voltamos da Alemanha com a melhor posição percentual do Brasil no IYPT e um bronze na bagagem… poderia ser uma prata, não fosse a parcialidade dos jurados na última rodada. Mas, pensando bem, já é algo bem respeitável. Anyway, eu ganhei algumas medalhas por causa do IYPT e de outras mais olimpíadas, mas definitivamente não foram as medalhas que fizeram o IYPT tão especial na minha vida.

Eu cresci nesses últimos três anos com o torneio, nos mais variados sentidos possíveis. Pode ser o sentido de crescer mentalmente, psicologicamente, intelectualmente, fisicamente (tá, esse não foi muito…. eu ainda continuo bem baixinha), socialmente. Enfim, foi algo que definiu minha vida, meu ensino médio, meu caráter e até minhas aspirações. Por causa do IYPT, até minha escolha de carreira eu mudei. Se hoje eu quero mexer com pesquisa e nem dou muita bola pro ITA mais, é tudo culpa do IYPT (ok, já chego nessa parte, esse post vai ser longo… por enquanto, voltemos ao torneio). Nesses últimos anos, eu me dediquei absurdamente a tudo isso. Tive inúmeros ataques de nervos. Só eu sei as horas a fio que eu passei, os dias inteiros, sentada estudando matéria de graduação. Isso é uma prática comum para alunos olímpicos, mas eu não tinha com quem dividir isso por aqui. Quantas vezes eu não entrei em pânico, pensei que tudo ia dar errado, chorei, me desesperei porque eu não estava com tudo pronto nem ia dar tempo? Conforme ia chegando a fase nacional, acho que eu ia ficando mais sensível, porque as soluções estavam sempre atrasadas e nunca tinha alguém com quem compartilhar isso. Entre os trancos e barrancos, depois de episódios como a minha inscrição não ter sido feita e só descobrir porque mandei um e-mail para a organização depois de ver que a classificação não saia ou de dar um verdadeiro chilique após ficar horas, dias na frente de cubos de gelo e justo nos momentos finais do experimento a bateria da câmera acabar, cheguei até a fase nacional do IYPT em 2010 pela primeira vez. De verdade, eu não sabia coisa alguma, mas por algum milagre eu consegui ser cabeça-de-chave, o 5º lugar e um bronze. O negócio estava tão crítico, que nosso líder de equipe foi me ajudar só às 3 da manhã, na madrugada de sábado para domingo, antes do ultimo fight.

De qualquer forma, eu mudei. No ano seguinte, minhas roupas estavam mais sérias, eu estava bem mais preparada no que diz respeito a estratégias, preparação, física, relatórios, tudo. Nossa, aquela nacional de 2011, pra mim, foi incrível! Foi a recompensa pelo desespero em que eu fiquei durante o ano inteiro. No último dia de envio de relatórios, ainda faltava um, que eu tive que improvisar meia hora antes dos correios fecharem. Ainda cismo que eu não sabia nada e não sei como eu fui parar no Irã naquele ano. Na verdade, eu não sei nada até hoje na minha opinião. Mas, de verdade, eu conversei com muita gente em São Paulo, foi tenso, mas eu me diverti absurdamente. As plaquinhas lá em baixo na plateia e a emoção do meu primeiro PF final foi algo indescritível. Tinha tudo pra dar errado, mas quem ligava? Eu tinha passado pra minha primeira internacional! E teve a discussão se chama é plasma kkkkkk (foi épico). Aquilo tudo estava mais pra sonho do que pra realidade. Nem os inúmeros micos que eu paguei lá em cima do palco me tiravam o sorriso meio que de felicidade, meio que de nervoso do rosto. A alegria com que eu cheguei em casa mesmo discordando de algumas coisas foi surreal. Foi a prata mais comemorada da história! Fui recebida com cornetada, mensagem escrita no meu espelho, cartaz. Foi muito bizarro. Não só planos pro Irã como também pro ano seguinte eu já estava fazendo kkkkkkkk.

É, tive que convencer os meus pais, estudar mais e teve a preparação. Parece que cada edição/preparação que passa do IYPT me faz aprender coisas novas, crescer, tirar lições meio que em uma taxa exponencial. É sério, o que eu carreguei de bagagem daquela preparação, diria que eu aprendi bastante coisa mecânica de fluidos (esse ano o Ibraim e a Liara ficaram com esses fluidos lindos haha, porque ano passado eu tinha ficado com essas coisinhas caóticas, eles são tensos), aprendi a lidar com leitura de artigos com mais fluência, a fazer uma apresentação de power point decente, a fazer animações, a manipular erros, tabelas e gráficos com mais facilidade etc. Mas a maior lição que ficou pra mim de 2011, apesar de tudo, foi a importância do trabalho em equipe, sem brincadeira. Ano passado, nós, da equipe brasileira, não estávamos em sintonia, isso é um fato. Eu falo isso por mim mesma. Isso colaborou muito pra que a gente não conseguisse as posições que queríamos, fora a total parcialidade (que foi muito pior em 2011) dos jurados e a falta de experiência, mas a falta de sintonia da equipe foi crucial.

Whatever, fomos ao Irã. Nossa!! Foi muito legal! Tá, foi bagunçado… a organização do Irã tava um caos, até mesmo por alguns problemas diplomáticos que eles tiveram (alguns países não puderam participar) e com as autoridades locais também, por causa dessa mistura “liberada” (claro, no referencial deles, porque tava bem segregado) entre gêneros e horários de cerimônia. Tinha um banheiro exquisito, é meio que um buraco no chão e a comida era servida com a mão (e era estranha), tinha kebab todo santo dia. Além de que eu tive que usar aquele véu calorento, calça e manga comprida em pleno verão. Mas eu até que gostei de ter sido lá, de outra forma, não teria visto o que é a falta de liberdade, a vontade que eles têm de ter essa democracia que a gente tem sem o perigo de ser preso por usar o facebook (e não só por isso), o que é o Irã por trás da mídia. Não dá pra ter noção do que é tudo isso até ver pessoalmente e ouvir as pessoas de lá te contando essas histórias, só que ir pro Irã sem nenhum compromisso por lá é difícil por causa do visto (a gente teve que tirar um visto de negócios… tipo: oi? que negócios que eu tenho por lá afinal de contas?).

Mas quer saber? O mais importante de tudo isso foram os amigos que eu fiz. Posso não ter trazido uma medalha, mas muitas amizades na bagagem, pode ter certeza que vieram. Ah… meus amigos. Eu sinto tanta, mas tanta falta deles, que eu já devo estar ficando doente disso. Na própria nacional, eu fiz algumas das amizades pelas quais eu mais prezo na vida. A confraternização dos times depois de cada um dos PFs é impagável. Talvez isso faça das pessoas do IYPT seres tão amigáveis, as próprias discussões, que viram grandes conversas depois dos fights sobre como você resolveu o problema que opôs, como é a preparação do seu time, o que representa aquele chaveiro ou pin que seu time distribuiu depois do fight pros outros times, o que a gente vai fazer depois dos passeios, em que dormitório nós estamos, quem quer jogar futebol no fim do dia, quem não gostou de algo, como os jurados estavam loucos etc etc etc. Acho que essa foi a grande diferença do ano passado pra esse ano. Em 2011, principalmente nas últimas sete horas que a gente ficou esperando no aeroporto em Teerã, que a gente ficou conversando, contando piada, trocando ideia, brincando etc com o time da Alemanha, e nas despedidas de outros amigos de vários países também, ficou aquele gostinho, aquela vontade de voltar impressionante, pra passar por tudo aquilo de novo, rever as pessoas, passear por mais lugares incríveis. Eu voltei pra casa muito feliz, porque eu assumo que no fundo, bem lá no fundo, eu tinha a certeza de que entre os 5 primeiros eu estaria e iria pra Alemanha no ano seguinte. Cara, aquilo tudo era incrível sabe? Criei um facebook, mantive contato com a maioria das pessoas e, de fato, foi legal revê-las esse ano, ver que as pessoas realmente lembravam de mim e vinham me cumprimentar logo nos primeiros momentos lá na Alemanha foi muito divertido. Interagir com pessoas de outros times antes do torneio falando de brincadeira “ah, vamos traçar estratégias caso a gente tenha algum PF juntos lá em Bad Saulgau pros dois países ganharem dessa vez” foi muito engraçado. Eu estava assistindo uma palestra da Bel Pesce esses dias e ela falava que um dos grandes sonhos da vida dela era ter amigos espalhados pelo mundo inteiro e, quando falassem um nome de país, ela lembrasse do rosto de um amigo. E, de verdade, isso é muito divertido mesmo.

O problema é que esse ano eles meio que separaram a gente entre dois prédios de dormitórios e, quando a gente foi pra Stuttgart, nos dois últimos dias, entre dois hotéis que ficavam muito longe um do outro, então não pude conversar tanto com algumas pessoas que eu gostava muito ou me despedir delas. Agora vem a diferença: eu não sai de lá como em 2011, animada porque eu ia rever todos eles daí um ano, mas sim pensando em como aquilo tudo foi um sonho, em como eu vou sentir falta deles e talvez nunca mais vê-los. É triste só de pensar no fato de que não dá mais pra participar e apresentar meus problemas em que eu trabalhei por meses (de verdade, é uma das coisas que eu mais gosto na vida), pensar que não dá mais pra rever as pessoas, nem mesmo os lugares da mesma forma (porque com aquele clima de torneio de física, nem Bad Saulgau será a mesma, já que a cidade inteira estava envolvida).

Juntando tudo, o IYPT desse ano foi incrível! Algumas coisas me deixaram bem chateada, mas o saldo final foi bem positivo: uma medalha de bronze; um 10 no terceiro PF (até hoje eu não acredito que aquilo foi real, foram só quatro 10 dentre as milhares de notas, um foi meu e não… não dá pra acreditar); o respeito que as outras equipes ganharam pelo Brasil, principalmente ao subir pra 5º lugar (zona da prata) no terceiro round, ficando a menos de 1 ponto dos 3 primeiros colocados, as pessoas estavam nos respeitando de verdade, sorrindo pra gente, falando o quanto eles não estavam acreditando no Brasil entre os primeiros :O; mais amigos além de rever os antigos (Yay!); passeios pela Alemanha (aquele país é perfeito o/); visita à Suíça, e aos alpes suíços, e também canivetes suíços, e chocolates suíços 😀 (ano passado a escala em Dubai tinha sido bem legal também); elogios do criador do IYPT pra uma das apresentações da Liara; apelido de “Bárbara, the barbarian”, ou “the little girl”, como dois jurados me chamaram; uma equipe unida, muito legal e divertida; um mascote (!) muito popular mesmo antes de a gente chegar na Alemanha e por aí vai…

Enfim, eu fiquei os primeiros dias depois da volta pensando que eu ainda estava num sonho. Agora eu estou tentando voltar à realidade, porque tudo ficou atrasado e bagunçado no segundo bimestre principalmente por causa da preparação, das viagens e tudo mais. Mas a realidade não é legal: nela eu tenho que estudar as coisas que eu não gosto também e não só as que eu amo, fora que ela me diz que o IYPT acabou pra mim e eu não gosto disso.

Quando me disseram que o terceiro ano do ensino médio ia ser uma loucura e que eu ia ter muitos altos e baixos, não pensei que fosse ser tão crítico assim. Eu li um post de um amigo meu (na verdades os comentários dele) que refletia mais ou menos sobre como a vida é como uma mola: às vezes ela é comprimida demais, ficamos muito pra baixo, pra retornar ao equilíbrio com força total e, por outras essa mola é esticada demais, ficamos em êxtase, então ela precisa de uma força restauradora para voltar ao equilíbrio. Achei que isso se aplicava bastante a minha realidade, então fiquei pensando bastante sobre isso…

Ah! o vestibular está me irritando e me deprimindo. Eu nem quero mais estudar engenharia aqui no Brasil, eu quero ir pra fora, de preferência pra estudar física, mexer com pesquisa, O IYPT mudou isso em mim, eu gostava de ficar sentada estudando e pensando no porquê de as coisas serem do jeito que são. Só que desde que eu tenho 12 anos, espalho por aí que eu quero estudar engenharia aeronáutica no ITA. Beleza, é minha primeira opção aqui dentro. Mas não, eu não me preparei o tanto que eu devia esse ano, meu foco foi muito, mas muuuito mais, pra olimpíada, principalmente pro IYPT. Então, não, eu acho que eu não vou passar. Mas também não, não me arrependo, porque o ITA nem é mais minha primeira opção entre todas as possíveis num mundo de opções e o IYPT vale muito mais a pena pro que eu realmente quero. O pior é que eu sei que eu vou passar em alguma universidade concorrida aqui dentro, mas não necessariamente a que eu quero e vem aquela pressão básica das pessoas falando “ah, mas você passa”, “do que que você tá reclamando se sabe que vai passar em X mesmo que não passe em Y?” ou comparando com não sei quem e bla bla bla. Sério, isso irrita. Eu estou pensando seriamente em me fechar numa bolha e não ligar mais pro que as pessoas falam, nem pras comparações que fazem com outras pessoas, porque a vida é minha e ponto. Não dá pra conseguir tudo, então vou focar naquilo que eu quero e chega, porque o que eu quero é muito mais complexo e exige muito mais esforço, fora que eu to exausta já que desde de o primeiro bimestre eu não parei, teve época do ano que eu chegava a estudar quase 20h por dia e isso cansa. Eu to meio sentimentaloide essas últimas semanas, não sei o que acontece… eu não costumo ser assim, sempre fui meio cabeça dura e tudo mais.

Se você teve coragem de chegar até aqui, leu um pouco das muitas coisas que andaram passando pela minha cabeça nos últimos dias. Tem mais coisa, mas sei lá, esse post já tá tendendo ao infinito… Hm… Ah! tem algumas coisas legais acontecendo também! Vou tentar postá-las separadamente nos próximos dias.

Relatórios, entrevistas e outras cositas más

Posted in Sem categoria on julho 5th, 2012 by Bárbara Cruvinel Santiago – Be the first to comment

Depois de fechar um relatório para ser decentemente apresentado no IYPT, posso dizer que meu dia valeu alguma coisa….

Aliás, antes de eu continuar: olá, leitores!

Agora eu posso terminar de falar o que eu tava escrevendo antes. Pra nacional, 3 relatórios já não são tarefa fácil. Pra internacional, são só três pra cada um no time, mas parece que nunca vão ficar prontos. Sério, a gente tem que pensar em absolutamente tudo. Cada detalhe é importante lá na hora. Além disso, temos que ter no mínimo 15 problemas feitos, pois só podemos recusar 3 e temos que ter reservas também. Até então, tô dentro do prazo, faltam exatamente 15 dias pra internacional (coloquei um countdown no IYPT BR), mas tudo tem que estar pronto em no máximo 7 dias porque ainda temos mais uma última semana de preparação antes da tão esperada viagem, que só deverá servir para ensaio e treino de PF.

Ah! Hoje aconteceu uma coisa legal comigo. Eu tinha me inscrito pra seleção de um programa de orientação do ILRIO pro processo de candidatura para universidades americanas. Parte do processo é uma entrevista. Como tinha gente que também não tinha recebido o e-mail agendando a tal da entrevista, eu achei que já estava fora do processo ou qualquer coisa do gênero. Mas, hoje à noite, eu recebi uma ligação. Um cara perguntou se eu era a Bárbara e, quando eu confirmei, ele começou a falar em inglês. Inicialmente eu pensei que fosse trote. Eu não costumo receber ligações telefônicas em inglês… quer dizer, eu nunca tinha recebido uma. Eu quase desliguei o telefone na cara da pessoa, mas conforme ele foi se apresentando e tudo mais, eu me dei conta que era uma ligação pra mim mesmo e não um trote qualquer. O bom é: marcaram uma entrevista via Skype! E ela é amanhã (quer dizer, hoje) às 9 da manhã! E eu não me preparei pra ela nem sei o que falar! E eu não sei porque eu to comemorando essa última frase! A única coisa que eu sei é que eu levei um belo dum susto depois dessa, fui pega totalmente de surpresa. Desejem-me sorte!

Eu não sei se eu já escrevi isso aqui, mas comecei a escrever posts sobre como foi o IYPT no Irã a partir da minha própria perspectiva (apesar de eu ter censurado algumas partes) no meu outro blog. Até porque, eu não tinha escrito sobre o assunto ainda e fazer isso depois que a edição da Alemanha já tivesse passado seria meio estranho. Eu não sabia que ainda conseguia lembrar de tudo com tamanha riqueza de detalhes. Conforme vou escrevendo, o que eu percebo é que lembro de cada mísera palavra que as outras pessoas soltaram, de cada gesto, das cores, de cada parte das cenas que eu estava presenciando, até do cheiro dependendo do local. Acho que eu devo ter subestimado minha memória esse tempo todo, porque é muito estranho lembrar de tudo isso um ano inteiro depois do acontecido…

Outra coisa, bem menos interessante, da minha semana: ontem eu pisei numa abelha sem querer quando estava entrando na cozinha pra colocar uma pizza no forno. A porcaria do ferrão dela entrou no meu pé e doeu demais. Abelhas, eu odeio vocês!

Acho que é isso, até o próximo post e ou comentários (é sério, podem comentar, eu deixo haha).