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Você pode mudar algo sem nem perceber

Posted in Sem categoria on outubro 29th, 2012 by Bárbara Cruvinel Santiago – 8 Comments

Oi! Esses dias atrás eu descobri mais duas pessoas legais que leem esse blog, eu nem sei se elas sabem que eu tô falando delas, mas: Oi, duas pessoas legais que eu descobri que leem esse blog! Tá, deixa eu ser mais direta: Oi, Lara e Lapinha. 😀

Enfim, o post de hoje tem tempo que eu quero escrever. É sobre como mudar alguma coisa ao seu redor. Parece meio clichê e, hm… pior que é mesmo, mas ah! Deixa isso quieto. Tá, mas por que eu tô falando isso? Porque no dia 21 aconteceu uma coisa engraçada que me fez pensar no que eu estava fazendo pra mudar alguma coisa ao meu redor. Ok, melhor eu explicar… Eu descobri que eu tenho um fã que não é a minha avó hahahahaha. Tá, brincadeiras a parte, o que aconteceu foi o seguinte: pra ir pra OPF, a gente tem que passar com o busão em várias unidades da região antes de ir pra São José dos Campos, pra pegar gente de 3 unidades de Santos, além do pessoal do Guarujá, de São Vicente e Praia Grande. Aí, passando pela última unidade de Santos, uma professora que estava acompanhando a gente veio até mim e falou o seguinte: Bárbara, tem um fã seu lá na parte da frente do ônibus querendo tirar foto com você mas tá com vergonha de pedir. Kkkkkkkk, eu caí na gargalhada, não tava acreditando mesmo.

Era um menino do 8º ano de outra unidade (oi pra ele também :), tá eu sei que ele não tá lendo isso aqui), eu não o conhecia. No fim das contas, era verdade, ele disse que sabia do meu nome desde que ele tava no 6º ano, a gente tirou a foto e a professora completou que a primeira coisa que ele falou quando passou foi: “Sério que eu vou pro mesmo lugar que a Bárbara?”. Hahahahahahaha. Tá, isso é muito, muito, muito engraçado pra mim ainda, mas foi legal por uma coisa: ele me disse que a meta dele é ir pra uma olimpíada internacional agora. Aliás, como ele tá no 8º ano ainda, se estudar pra valer tem como ir até pra mais de uma internacional \o/ (estuda! tô torcendo por você também). Resumindo, isso me fez parar pra pensar: eu posso ser droga nenhuma, um nada perto de várias outras pessoas que eu conheço, mas o pouco que eu consegui com meu esforço talvez tenha feito alguma diferença não só pra mim.

Nunca alguém de Santos tinha ido pra uma internacional, eu arriscaria até dizer que nunca ninguém aqui da região inteira tenha ido pra uma internacional. Olimpíadas aqui é um negócio bem zoado. Até um ano e meio atrás, todo mundo pensava que era um negócio inútil, umas provinhas bestas pras quais meia dúzia de nerd ficava se matando. Tudo bem que a internacional da qual eu participei não é de prova, o IYPT, mas ainda sim, mudou, por menos que seja, um pouco a perspectiva das pessoas por aqui. Agora, por mais materialista que isso possa parecer, é um negócio que no fim das contas mostrou ter resultado prático. Antes viravam pra mim e perguntavam “por que você se mata tanto pra ganhar uma medalha que não serve pra nada?”, hoje viram e me falam “nossa, que baita coisa legal esse negócio de viajar de graça e falar com gente do mundo inteiro”. Yay! Por mais que as pessoas só tenham visto o lado prático da coisa, de viajar de graça e conhecer os lugares que elas queriam (ah! isso é uma das partes mais legais mesmo haha), as olimpíadas ganharam algum respeito por aqui.

Sexta-feira, uma vizinha minha que nunca fala comigo tava esperando ônibus no mesmo ponto que eu pra ir pra escola. Ela virou pra mim e perguntou se eu era a menina que ela viu segurando uma medalha numa foto qualquer aí. Resumo: ela perguntou como era essa coisa toda e, quando eu expliquei que a gente viajava pra outros países, fazia escala, via gente de dezenas de países diferentes, de repente as Olimpíadas pareceram virar algo atraente. Um menino da minha sala, que ficou mega decepcionado quando a gente falou que ir pra OPF não dava direito a internacional an ida pro ITA, confessou que só participou daquela (OPF) porque queria ir pra Alemanha também haha. Por isso mesmo, que esses dias pra trás eu escrevi um post motivacional pro pessoal que tá se matando pra fase de envio de relatórios (acreditem, pessoas sofridas, eu sei como é tá com tudo atrasado por mais que tenha trabalhado muito, igual vocês devem estar agora =\) sobre a parte das viagens do IYPT que pouca gente conhecia: as escalas. Parece que deve ter dado resultado, porque teve bastante acesso e share comparando com os outros posts. Então, deve ter servido pra alguma coisa.

Quando tinha aula de olimpíada nos anos anteriores, se aparecessem 4 alunos na sala, sério, era um recorde. Esse semestre, comecei a dar aula pessoalmente pro pessoal daqui. Eu me surpreendi, começou a aparecer cerca de 10 ou 12 alunos. É muita, muita, muita coisa essa quantidade de alunos. É meio que um sonho se realizando porque, se eu não tive gente do meu lado pra compartilhar o gosto por essas competições na minha época, eu posso ter feito alguma coisa pra que as próximas gerações de alunos sejam mais motivadas. Eu não sei se eu tô falando besteira, mas a sensação é boa. Aquele ar de zoação que eu via do lado de alguns por aqui em relação às Olimpíadas virou, em parte, respeito. Isso é muito mais do que eu queria. De repente, eu vi gente nessa cidade que eu nem sabia quem era descobrindo a existência desse mundo paralelo em que vivem alunos olímpicos, é muito divertido isso. Então, ta aí mais uma situação que eu posso colocar na lista de coisas infinitamente legais que as Olimpíadas me deram (parece que a lista só cresce com o tempo haha): alguma coisa pequenininha que eu fiz mudar perspectiva de outros também :).

Espero que eles continuem agora, pra que tenha mais e mais gente daqui pra frente. :)

Olimpíadas, vocês vão fazer falta

Posted in Sem categoria on outubro 23rd, 2012 by Bárbara Cruvinel Santiago – 5 Comments

Domingo, eu fiz minha última prova de olimpíada de física. Quem sabe é minha última olimpíada at all. Pra ser bem sincera, no início do ano eu estava achando estranho esse negócio de ser meu último ano na escola . Conforme o tempo foi passando, eu comecei a ficar cansada e já estava até querendo sair da escola pra estudar só o que eu gosto na faculdade. Só que, neste fim de semana, eu finalmente arranjei um bom motivo pra sentir muitas saudades do ensino médio: as olimpíadas. Elas vão fazer muita falta. Quando eu me toquei que eu tinha passado pelo meu último IYPT no fim de julho, eu fiquei profundamente triste, bem mais triste na verdade. Agora, é um estranho parecido: adeus, olimpíadas de física. Eu fiquei meio brava quando eu disse no ônibus voltando da OPF no ITA que a coisa que eu mais ia sentir falta do ensino médio eram as olimpíadas científicas, todo mundo disse que pra eles era indiferente. Será que não enxergam como isso pode realmente mudar da água pro vinho a vida de uma pessoa?

Eu dormi pouco na noite anterior (maldito horário de verão! tá, eu gosto do horário de verão, menos quando ele muda na véspera de prova importante), mas acho que fui muito bem na prova, a não ser que eu tenha feito alguma besteira muito grande e não tenha percebido. Anyway, foi muito divertido! Foi a primeira vez que o pessoal da escola me deixou livre pra fazer o que eu quisesse dentro do ITA antes e depois da prova, aí eu encontrei pessoas legais, fiquei conversando com elas no piquenique que fizeram, visitei o lago lá perto. Enfim, foi uma última olimpíada divertida. :)

Além disso, eu me senti meio velha. Tem um jogo meio que de lógica, meio que de percepção, que a gente faz todo ano no busão na volta de qualquer olimpíada. É quase uma iniciação pros que passaram pela primeira vez pra alguma  2ª/3ª fase. Em 2010, um menino que estava no 3º ano fez esse jogo com todo mundo na volta da OPF. Desde então, ele virou tradição. Então, voltando ao porque eu me senti meio velha… Além do fato de eu estar no 3º ano do médio e de que tinha muita gente desde o 6º ano do fundamental dentro do ônibus, eu finalmente me toquei que eu nunca mais ia fazer alguém cair no jogo. Eu sempre era o membro fixo do busão das olimpíadas, então fiquei responsável por conduzir a brincadeira todo ano. Agora, eu me vi passando as regras pra outras pessoas e o pessoalzinho mais novo me prometendo que ia continuar a tradição até eles saírem da escola. Isso foi bem estranho pra mim. Só dessa vez eu realmente percebi que aquele povo que acompanhava a gente todo ano tinha ido embora já e que agora já era a minha vez.

No fim das contas, foi uma mescla de tristeza e missão cumprida.

Olimpíadas, muito obrigada por terem entrado na minha vida, vocês foram o que fizeram meu ensino médio valer alguma coisa e eu devo tudo o que eu sou agora a vocês. Enfim, vocês realmente vão fazer muita, muita, falta…