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Você pode mudar algo sem nem perceber

Posted in Sem categoria on outubro 29th, 2012 by Bárbara Cruvinel Santiago – 8 Comments

Oi! Esses dias atrás eu descobri mais duas pessoas legais que leem esse blog, eu nem sei se elas sabem que eu tô falando delas, mas: Oi, duas pessoas legais que eu descobri que leem esse blog! Tá, deixa eu ser mais direta: Oi, Lara e Lapinha. 😀

Enfim, o post de hoje tem tempo que eu quero escrever. É sobre como mudar alguma coisa ao seu redor. Parece meio clichê e, hm… pior que é mesmo, mas ah! Deixa isso quieto. Tá, mas por que eu tô falando isso? Porque no dia 21 aconteceu uma coisa engraçada que me fez pensar no que eu estava fazendo pra mudar alguma coisa ao meu redor. Ok, melhor eu explicar… Eu descobri que eu tenho um fã que não é a minha avó hahahahaha. Tá, brincadeiras a parte, o que aconteceu foi o seguinte: pra ir pra OPF, a gente tem que passar com o busão em várias unidades da região antes de ir pra São José dos Campos, pra pegar gente de 3 unidades de Santos, além do pessoal do Guarujá, de São Vicente e Praia Grande. Aí, passando pela última unidade de Santos, uma professora que estava acompanhando a gente veio até mim e falou o seguinte: Bárbara, tem um fã seu lá na parte da frente do ônibus querendo tirar foto com você mas tá com vergonha de pedir. Kkkkkkkk, eu caí na gargalhada, não tava acreditando mesmo.

Era um menino do 8º ano de outra unidade (oi pra ele também :), tá eu sei que ele não tá lendo isso aqui), eu não o conhecia. No fim das contas, era verdade, ele disse que sabia do meu nome desde que ele tava no 6º ano, a gente tirou a foto e a professora completou que a primeira coisa que ele falou quando passou foi: “Sério que eu vou pro mesmo lugar que a Bárbara?”. Hahahahahahaha. Tá, isso é muito, muito, muito engraçado pra mim ainda, mas foi legal por uma coisa: ele me disse que a meta dele é ir pra uma olimpíada internacional agora. Aliás, como ele tá no 8º ano ainda, se estudar pra valer tem como ir até pra mais de uma internacional \o/ (estuda! tô torcendo por você também). Resumindo, isso me fez parar pra pensar: eu posso ser droga nenhuma, um nada perto de várias outras pessoas que eu conheço, mas o pouco que eu consegui com meu esforço talvez tenha feito alguma diferença não só pra mim.

Nunca alguém de Santos tinha ido pra uma internacional, eu arriscaria até dizer que nunca ninguém aqui da região inteira tenha ido pra uma internacional. Olimpíadas aqui é um negócio bem zoado. Até um ano e meio atrás, todo mundo pensava que era um negócio inútil, umas provinhas bestas pras quais meia dúzia de nerd ficava se matando. Tudo bem que a internacional da qual eu participei não é de prova, o IYPT, mas ainda sim, mudou, por menos que seja, um pouco a perspectiva das pessoas por aqui. Agora, por mais materialista que isso possa parecer, é um negócio que no fim das contas mostrou ter resultado prático. Antes viravam pra mim e perguntavam “por que você se mata tanto pra ganhar uma medalha que não serve pra nada?”, hoje viram e me falam “nossa, que baita coisa legal esse negócio de viajar de graça e falar com gente do mundo inteiro”. Yay! Por mais que as pessoas só tenham visto o lado prático da coisa, de viajar de graça e conhecer os lugares que elas queriam (ah! isso é uma das partes mais legais mesmo haha), as olimpíadas ganharam algum respeito por aqui.

Sexta-feira, uma vizinha minha que nunca fala comigo tava esperando ônibus no mesmo ponto que eu pra ir pra escola. Ela virou pra mim e perguntou se eu era a menina que ela viu segurando uma medalha numa foto qualquer aí. Resumo: ela perguntou como era essa coisa toda e, quando eu expliquei que a gente viajava pra outros países, fazia escala, via gente de dezenas de países diferentes, de repente as Olimpíadas pareceram virar algo atraente. Um menino da minha sala, que ficou mega decepcionado quando a gente falou que ir pra OPF não dava direito a internacional an ida pro ITA, confessou que só participou daquela (OPF) porque queria ir pra Alemanha também haha. Por isso mesmo, que esses dias pra trás eu escrevi um post motivacional pro pessoal que tá se matando pra fase de envio de relatórios (acreditem, pessoas sofridas, eu sei como é tá com tudo atrasado por mais que tenha trabalhado muito, igual vocês devem estar agora =\) sobre a parte das viagens do IYPT que pouca gente conhecia: as escalas. Parece que deve ter dado resultado, porque teve bastante acesso e share comparando com os outros posts. Então, deve ter servido pra alguma coisa.

Quando tinha aula de olimpíada nos anos anteriores, se aparecessem 4 alunos na sala, sério, era um recorde. Esse semestre, comecei a dar aula pessoalmente pro pessoal daqui. Eu me surpreendi, começou a aparecer cerca de 10 ou 12 alunos. É muita, muita, muita coisa essa quantidade de alunos. É meio que um sonho se realizando porque, se eu não tive gente do meu lado pra compartilhar o gosto por essas competições na minha época, eu posso ter feito alguma coisa pra que as próximas gerações de alunos sejam mais motivadas. Eu não sei se eu tô falando besteira, mas a sensação é boa. Aquele ar de zoação que eu via do lado de alguns por aqui em relação às Olimpíadas virou, em parte, respeito. Isso é muito mais do que eu queria. De repente, eu vi gente nessa cidade que eu nem sabia quem era descobrindo a existência desse mundo paralelo em que vivem alunos olímpicos, é muito divertido isso. Então, ta aí mais uma situação que eu posso colocar na lista de coisas infinitamente legais que as Olimpíadas me deram (parece que a lista só cresce com o tempo haha): alguma coisa pequenininha que eu fiz mudar perspectiva de outros também :).

Espero que eles continuem agora, pra que tenha mais e mais gente daqui pra frente. :)

Olimpíadas, vocês vão fazer falta

Posted in Sem categoria on outubro 23rd, 2012 by Bárbara Cruvinel Santiago – 5 Comments

Domingo, eu fiz minha última prova de olimpíada de física. Quem sabe é minha última olimpíada at all. Pra ser bem sincera, no início do ano eu estava achando estranho esse negócio de ser meu último ano na escola . Conforme o tempo foi passando, eu comecei a ficar cansada e já estava até querendo sair da escola pra estudar só o que eu gosto na faculdade. Só que, neste fim de semana, eu finalmente arranjei um bom motivo pra sentir muitas saudades do ensino médio: as olimpíadas. Elas vão fazer muita falta. Quando eu me toquei que eu tinha passado pelo meu último IYPT no fim de julho, eu fiquei profundamente triste, bem mais triste na verdade. Agora, é um estranho parecido: adeus, olimpíadas de física. Eu fiquei meio brava quando eu disse no ônibus voltando da OPF no ITA que a coisa que eu mais ia sentir falta do ensino médio eram as olimpíadas científicas, todo mundo disse que pra eles era indiferente. Será que não enxergam como isso pode realmente mudar da água pro vinho a vida de uma pessoa?

Eu dormi pouco na noite anterior (maldito horário de verão! tá, eu gosto do horário de verão, menos quando ele muda na véspera de prova importante), mas acho que fui muito bem na prova, a não ser que eu tenha feito alguma besteira muito grande e não tenha percebido. Anyway, foi muito divertido! Foi a primeira vez que o pessoal da escola me deixou livre pra fazer o que eu quisesse dentro do ITA antes e depois da prova, aí eu encontrei pessoas legais, fiquei conversando com elas no piquenique que fizeram, visitei o lago lá perto. Enfim, foi uma última olimpíada divertida. :)

Além disso, eu me senti meio velha. Tem um jogo meio que de lógica, meio que de percepção, que a gente faz todo ano no busão na volta de qualquer olimpíada. É quase uma iniciação pros que passaram pela primeira vez pra alguma  2ª/3ª fase. Em 2010, um menino que estava no 3º ano fez esse jogo com todo mundo na volta da OPF. Desde então, ele virou tradição. Então, voltando ao porque eu me senti meio velha… Além do fato de eu estar no 3º ano do médio e de que tinha muita gente desde o 6º ano do fundamental dentro do ônibus, eu finalmente me toquei que eu nunca mais ia fazer alguém cair no jogo. Eu sempre era o membro fixo do busão das olimpíadas, então fiquei responsável por conduzir a brincadeira todo ano. Agora, eu me vi passando as regras pra outras pessoas e o pessoalzinho mais novo me prometendo que ia continuar a tradição até eles saírem da escola. Isso foi bem estranho pra mim. Só dessa vez eu realmente percebi que aquele povo que acompanhava a gente todo ano tinha ido embora já e que agora já era a minha vez.

No fim das contas, foi uma mescla de tristeza e missão cumprida.

Olimpíadas, muito obrigada por terem entrado na minha vida, vocês foram o que fizeram meu ensino médio valer alguma coisa e eu devo tudo o que eu sou agora a vocês. Enfim, vocês realmente vão fazer muita, muita, falta…

O maior post da história dos posts

Posted in Sem categoria on agosto 30th, 2012 by Bárbara Cruvinel Santiago – 9 Comments

Eu tirei esse fim de semana pra tentar organizar a minha vida. Muita coisa aconteceu esse ano e tem meses que está tudo bagunçado. Eu resolvi começar arrumando meu quarto, indo desde padronizar os cabides do meu armário e separar tudo em caixas até jogar coisas que eu não uso mais fora. Ok… ainda não consegui finalizar isso. Espero conseguir terminar tudo pelo menos até terça-feira. Enfim, quando eu estava organizando e separando as caixas, percebi como minha vida mudou nos últimos três anos. Aliás, ela esteve em mudança constante tem tempo, mas os últimos três anos foram bem decisivos.

Eu não consegui absolutamente tudo que eu queria, nem ganhei coisas absolutamente fora do comum… mas, vamos aos exemplos. Se me falassem, sei lá, há uns cinco anos atrás, que eu ia parar no Irã (sério, quem vai pro Irã? õ.o) e que eu ia visitar quatro países (2 pra cada IYPT, por causa das escalas hehe, é legal o/) sem pagar nada do meu bolso nem precisar do dinheiro dos meus pais, eu diria que a pessoa estava louca.  Na verdade, quando eu ganhei a bolsa de estudos onde eu estudo agora, a prova estava valendo um intercâmbio também e eu fiquei muito triste porque eu ganhei a viagem mas não pude fazer porque eu era muito nova. Aí me falaram que eu ainda ia ter uma porção de oportunidades como aquela por causa do meu esforço e tudo mais. A minha resposta é que aquilo não aconteceria tão cedo de novo… e veja só que ironia do destino… Eu acreditaria muito menos se me dissessem “você não só vai visitar esses países, como vai trazer uma medalha numa dessas viagens”. O que?! Pois é, pode não ser muito, mas voltamos da Alemanha com a melhor posição percentual do Brasil no IYPT e um bronze na bagagem… poderia ser uma prata, não fosse a parcialidade dos jurados na última rodada. Mas, pensando bem, já é algo bem respeitável. Anyway, eu ganhei algumas medalhas por causa do IYPT e de outras mais olimpíadas, mas definitivamente não foram as medalhas que fizeram o IYPT tão especial na minha vida.

Eu cresci nesses últimos três anos com o torneio, nos mais variados sentidos possíveis. Pode ser o sentido de crescer mentalmente, psicologicamente, intelectualmente, fisicamente (tá, esse não foi muito…. eu ainda continuo bem baixinha), socialmente. Enfim, foi algo que definiu minha vida, meu ensino médio, meu caráter e até minhas aspirações. Por causa do IYPT, até minha escolha de carreira eu mudei. Se hoje eu quero mexer com pesquisa e nem dou muita bola pro ITA mais, é tudo culpa do IYPT (ok, já chego nessa parte, esse post vai ser longo… por enquanto, voltemos ao torneio). Nesses últimos anos, eu me dediquei absurdamente a tudo isso. Tive inúmeros ataques de nervos. Só eu sei as horas a fio que eu passei, os dias inteiros, sentada estudando matéria de graduação. Isso é uma prática comum para alunos olímpicos, mas eu não tinha com quem dividir isso por aqui. Quantas vezes eu não entrei em pânico, pensei que tudo ia dar errado, chorei, me desesperei porque eu não estava com tudo pronto nem ia dar tempo? Conforme ia chegando a fase nacional, acho que eu ia ficando mais sensível, porque as soluções estavam sempre atrasadas e nunca tinha alguém com quem compartilhar isso. Entre os trancos e barrancos, depois de episódios como a minha inscrição não ter sido feita e só descobrir porque mandei um e-mail para a organização depois de ver que a classificação não saia ou de dar um verdadeiro chilique após ficar horas, dias na frente de cubos de gelo e justo nos momentos finais do experimento a bateria da câmera acabar, cheguei até a fase nacional do IYPT em 2010 pela primeira vez. De verdade, eu não sabia coisa alguma, mas por algum milagre eu consegui ser cabeça-de-chave, o 5º lugar e um bronze. O negócio estava tão crítico, que nosso líder de equipe foi me ajudar só às 3 da manhã, na madrugada de sábado para domingo, antes do ultimo fight.

De qualquer forma, eu mudei. No ano seguinte, minhas roupas estavam mais sérias, eu estava bem mais preparada no que diz respeito a estratégias, preparação, física, relatórios, tudo. Nossa, aquela nacional de 2011, pra mim, foi incrível! Foi a recompensa pelo desespero em que eu fiquei durante o ano inteiro. No último dia de envio de relatórios, ainda faltava um, que eu tive que improvisar meia hora antes dos correios fecharem. Ainda cismo que eu não sabia nada e não sei como eu fui parar no Irã naquele ano. Na verdade, eu não sei nada até hoje na minha opinião. Mas, de verdade, eu conversei com muita gente em São Paulo, foi tenso, mas eu me diverti absurdamente. As plaquinhas lá em baixo na plateia e a emoção do meu primeiro PF final foi algo indescritível. Tinha tudo pra dar errado, mas quem ligava? Eu tinha passado pra minha primeira internacional! E teve a discussão se chama é plasma kkkkkk (foi épico). Aquilo tudo estava mais pra sonho do que pra realidade. Nem os inúmeros micos que eu paguei lá em cima do palco me tiravam o sorriso meio que de felicidade, meio que de nervoso do rosto. A alegria com que eu cheguei em casa mesmo discordando de algumas coisas foi surreal. Foi a prata mais comemorada da história! Fui recebida com cornetada, mensagem escrita no meu espelho, cartaz. Foi muito bizarro. Não só planos pro Irã como também pro ano seguinte eu já estava fazendo kkkkkkkk.

É, tive que convencer os meus pais, estudar mais e teve a preparação. Parece que cada edição/preparação que passa do IYPT me faz aprender coisas novas, crescer, tirar lições meio que em uma taxa exponencial. É sério, o que eu carreguei de bagagem daquela preparação, diria que eu aprendi bastante coisa mecânica de fluidos (esse ano o Ibraim e a Liara ficaram com esses fluidos lindos haha, porque ano passado eu tinha ficado com essas coisinhas caóticas, eles são tensos), aprendi a lidar com leitura de artigos com mais fluência, a fazer uma apresentação de power point decente, a fazer animações, a manipular erros, tabelas e gráficos com mais facilidade etc. Mas a maior lição que ficou pra mim de 2011, apesar de tudo, foi a importância do trabalho em equipe, sem brincadeira. Ano passado, nós, da equipe brasileira, não estávamos em sintonia, isso é um fato. Eu falo isso por mim mesma. Isso colaborou muito pra que a gente não conseguisse as posições que queríamos, fora a total parcialidade (que foi muito pior em 2011) dos jurados e a falta de experiência, mas a falta de sintonia da equipe foi crucial.

Whatever, fomos ao Irã. Nossa!! Foi muito legal! Tá, foi bagunçado… a organização do Irã tava um caos, até mesmo por alguns problemas diplomáticos que eles tiveram (alguns países não puderam participar) e com as autoridades locais também, por causa dessa mistura “liberada” (claro, no referencial deles, porque tava bem segregado) entre gêneros e horários de cerimônia. Tinha um banheiro exquisito, é meio que um buraco no chão e a comida era servida com a mão (e era estranha), tinha kebab todo santo dia. Além de que eu tive que usar aquele véu calorento, calça e manga comprida em pleno verão. Mas eu até que gostei de ter sido lá, de outra forma, não teria visto o que é a falta de liberdade, a vontade que eles têm de ter essa democracia que a gente tem sem o perigo de ser preso por usar o facebook (e não só por isso), o que é o Irã por trás da mídia. Não dá pra ter noção do que é tudo isso até ver pessoalmente e ouvir as pessoas de lá te contando essas histórias, só que ir pro Irã sem nenhum compromisso por lá é difícil por causa do visto (a gente teve que tirar um visto de negócios… tipo: oi? que negócios que eu tenho por lá afinal de contas?).

Mas quer saber? O mais importante de tudo isso foram os amigos que eu fiz. Posso não ter trazido uma medalha, mas muitas amizades na bagagem, pode ter certeza que vieram. Ah… meus amigos. Eu sinto tanta, mas tanta falta deles, que eu já devo estar ficando doente disso. Na própria nacional, eu fiz algumas das amizades pelas quais eu mais prezo na vida. A confraternização dos times depois de cada um dos PFs é impagável. Talvez isso faça das pessoas do IYPT seres tão amigáveis, as próprias discussões, que viram grandes conversas depois dos fights sobre como você resolveu o problema que opôs, como é a preparação do seu time, o que representa aquele chaveiro ou pin que seu time distribuiu depois do fight pros outros times, o que a gente vai fazer depois dos passeios, em que dormitório nós estamos, quem quer jogar futebol no fim do dia, quem não gostou de algo, como os jurados estavam loucos etc etc etc. Acho que essa foi a grande diferença do ano passado pra esse ano. Em 2011, principalmente nas últimas sete horas que a gente ficou esperando no aeroporto em Teerã, que a gente ficou conversando, contando piada, trocando ideia, brincando etc com o time da Alemanha, e nas despedidas de outros amigos de vários países também, ficou aquele gostinho, aquela vontade de voltar impressionante, pra passar por tudo aquilo de novo, rever as pessoas, passear por mais lugares incríveis. Eu voltei pra casa muito feliz, porque eu assumo que no fundo, bem lá no fundo, eu tinha a certeza de que entre os 5 primeiros eu estaria e iria pra Alemanha no ano seguinte. Cara, aquilo tudo era incrível sabe? Criei um facebook, mantive contato com a maioria das pessoas e, de fato, foi legal revê-las esse ano, ver que as pessoas realmente lembravam de mim e vinham me cumprimentar logo nos primeiros momentos lá na Alemanha foi muito divertido. Interagir com pessoas de outros times antes do torneio falando de brincadeira “ah, vamos traçar estratégias caso a gente tenha algum PF juntos lá em Bad Saulgau pros dois países ganharem dessa vez” foi muito engraçado. Eu estava assistindo uma palestra da Bel Pesce esses dias e ela falava que um dos grandes sonhos da vida dela era ter amigos espalhados pelo mundo inteiro e, quando falassem um nome de país, ela lembrasse do rosto de um amigo. E, de verdade, isso é muito divertido mesmo.

O problema é que esse ano eles meio que separaram a gente entre dois prédios de dormitórios e, quando a gente foi pra Stuttgart, nos dois últimos dias, entre dois hotéis que ficavam muito longe um do outro, então não pude conversar tanto com algumas pessoas que eu gostava muito ou me despedir delas. Agora vem a diferença: eu não sai de lá como em 2011, animada porque eu ia rever todos eles daí um ano, mas sim pensando em como aquilo tudo foi um sonho, em como eu vou sentir falta deles e talvez nunca mais vê-los. É triste só de pensar no fato de que não dá mais pra participar e apresentar meus problemas em que eu trabalhei por meses (de verdade, é uma das coisas que eu mais gosto na vida), pensar que não dá mais pra rever as pessoas, nem mesmo os lugares da mesma forma (porque com aquele clima de torneio de física, nem Bad Saulgau será a mesma, já que a cidade inteira estava envolvida).

Juntando tudo, o IYPT desse ano foi incrível! Algumas coisas me deixaram bem chateada, mas o saldo final foi bem positivo: uma medalha de bronze; um 10 no terceiro PF (até hoje eu não acredito que aquilo foi real, foram só quatro 10 dentre as milhares de notas, um foi meu e não… não dá pra acreditar); o respeito que as outras equipes ganharam pelo Brasil, principalmente ao subir pra 5º lugar (zona da prata) no terceiro round, ficando a menos de 1 ponto dos 3 primeiros colocados, as pessoas estavam nos respeitando de verdade, sorrindo pra gente, falando o quanto eles não estavam acreditando no Brasil entre os primeiros :O; mais amigos além de rever os antigos (Yay!); passeios pela Alemanha (aquele país é perfeito o/); visita à Suíça, e aos alpes suíços, e também canivetes suíços, e chocolates suíços 😀 (ano passado a escala em Dubai tinha sido bem legal também); elogios do criador do IYPT pra uma das apresentações da Liara; apelido de “Bárbara, the barbarian”, ou “the little girl”, como dois jurados me chamaram; uma equipe unida, muito legal e divertida; um mascote (!) muito popular mesmo antes de a gente chegar na Alemanha e por aí vai…

Enfim, eu fiquei os primeiros dias depois da volta pensando que eu ainda estava num sonho. Agora eu estou tentando voltar à realidade, porque tudo ficou atrasado e bagunçado no segundo bimestre principalmente por causa da preparação, das viagens e tudo mais. Mas a realidade não é legal: nela eu tenho que estudar as coisas que eu não gosto também e não só as que eu amo, fora que ela me diz que o IYPT acabou pra mim e eu não gosto disso.

Quando me disseram que o terceiro ano do ensino médio ia ser uma loucura e que eu ia ter muitos altos e baixos, não pensei que fosse ser tão crítico assim. Eu li um post de um amigo meu (na verdades os comentários dele) que refletia mais ou menos sobre como a vida é como uma mola: às vezes ela é comprimida demais, ficamos muito pra baixo, pra retornar ao equilíbrio com força total e, por outras essa mola é esticada demais, ficamos em êxtase, então ela precisa de uma força restauradora para voltar ao equilíbrio. Achei que isso se aplicava bastante a minha realidade, então fiquei pensando bastante sobre isso…

Ah! o vestibular está me irritando e me deprimindo. Eu nem quero mais estudar engenharia aqui no Brasil, eu quero ir pra fora, de preferência pra estudar física, mexer com pesquisa, O IYPT mudou isso em mim, eu gostava de ficar sentada estudando e pensando no porquê de as coisas serem do jeito que são. Só que desde que eu tenho 12 anos, espalho por aí que eu quero estudar engenharia aeronáutica no ITA. Beleza, é minha primeira opção aqui dentro. Mas não, eu não me preparei o tanto que eu devia esse ano, meu foco foi muito, mas muuuito mais, pra olimpíada, principalmente pro IYPT. Então, não, eu acho que eu não vou passar. Mas também não, não me arrependo, porque o ITA nem é mais minha primeira opção entre todas as possíveis num mundo de opções e o IYPT vale muito mais a pena pro que eu realmente quero. O pior é que eu sei que eu vou passar em alguma universidade concorrida aqui dentro, mas não necessariamente a que eu quero e vem aquela pressão básica das pessoas falando “ah, mas você passa”, “do que que você tá reclamando se sabe que vai passar em X mesmo que não passe em Y?” ou comparando com não sei quem e bla bla bla. Sério, isso irrita. Eu estou pensando seriamente em me fechar numa bolha e não ligar mais pro que as pessoas falam, nem pras comparações que fazem com outras pessoas, porque a vida é minha e ponto. Não dá pra conseguir tudo, então vou focar naquilo que eu quero e chega, porque o que eu quero é muito mais complexo e exige muito mais esforço, fora que eu to exausta já que desde de o primeiro bimestre eu não parei, teve época do ano que eu chegava a estudar quase 20h por dia e isso cansa. Eu to meio sentimentaloide essas últimas semanas, não sei o que acontece… eu não costumo ser assim, sempre fui meio cabeça dura e tudo mais.

Se você teve coragem de chegar até aqui, leu um pouco das muitas coisas que andaram passando pela minha cabeça nos últimos dias. Tem mais coisa, mas sei lá, esse post já tá tendendo ao infinito… Hm… Ah! tem algumas coisas legais acontecendo também! Vou tentar postá-las separadamente nos próximos dias.

Olá, pessoas!

Posted in Sem categoria on junho 18th, 2012 by Bárbara Cruvinel Santiago – Be the first to comment

Eu ia começar esse post dizendo “pra quem não sabe, meu nome é Bárbara”. Mas se você entrou nessa página, provavelmente sabe meu nome… Enfim, acho que talvez caiba uma apresentação neste post e o porquê de eu entrar nesse meio olímpico, apesar de ser um pouco clichê.

Quando eu tinha mais ou menos uns 13 anos, ganhei uma bolsa de estudos e mudei de escola. Eu fiz a prova de bolsa porque estavam oferecendo um intercâmbio de um mês como prêmio pro primeiro lugar. Acabou que eu era muito nova pro intercâmbio, mas, com a bolsa, me perguntei “por que não tentar um colégio novo?”. Foi aí que eu ouvi falar que olimpíadas existiam, apesar de não ser muito divulgado na escola e tal. Não ganhei muita coisa no fundamental de qualquer maneira.

Quando eu entrei no ensino médio foi que eu decidi que ia me informar melhor sobre o assunto e comecei a participar de verdade dessas competições, estudando e preparando por conta. Já participei de um pouco de tudo: física, matemática, astronomia, linguística, robótica, química etc. Não ganhei dezenas e dezenas de medalhas, mas as que eu tenho foram ganhas com bastante esforço.

Pra quem, no início, pensava que conseguir uma medalha regional já seria muito bom, em 2011 consegui minha primeira classificação pra uma internacional (yup!) no IYPT, que foi sediado no Irã. Por esses e outros motivos, sou apaixonada por essa competição, depois eu escrevo mais sobre isso em outro post (é assunto demais haha). Pra quem lê esse blog, com certeza vai ouvir muito sobre o IYPT, porque no momento estou em preparação pra minha segunda internacional (ao contrário de outras pessoas por aqui, tsc tsc, minha capacidade só vai me levar pra duas, fazer o quê? haha), na Alemanha (yup! 2). Aliás, no momento, estou meio que escapando por alguns minutos dos meus relatórios sobre padrões brilhantes formados por refração em ondas, parada numa cama porque eu fiquei beeem doente essa semana.

Que que eu tava fazendo aqui mesmo? Ah! Apresentação. Eu já tenho outro blog (IYPT BR), no qual eu escrevo especificamente sobre aquela competição… tem links no menu pra quem quiser. Mas quis começar a escrever aqui porque eu tenho espaço pra falar sobre qualquer coisa, ao contrário da página principal do OC e do IYPT BR. Tá, não é bem qualqueeer coisa, mas quase isso, então já é um começo.

Esse negócio tá ficando muito longo já… Adeus pessoas! Té mais! Depois eu escrevo coisa melhor e divagações aleatórias \o/.