IYPTips #3: Respira fundo… e vai!
Postado em 24 de abril de 2015 por Carla Cristina Bove de Azevedo – Seja o primeiro a comentarIYPTips #3: Respira fundo… e vai!
E começa a olimpíada com o formato mais legal de todos os tempos! O IYPT Brasil bate à porta, e com ele vêm diversos sentimentos, desde a ansiedade de quem está participando pela primeira vez até a sensação de “esperar pra ver” como vai ser essa edição por quem já participou mais vezes. E, para todos os que estão participando, algumas dicas são sempre válidas antes dos Physics Fights começarem efetivamente. Então aproveitem para dar uma conferida se está tudo em ordem e… bora pro Fight!
Detalhes operacionais
Às vezes tem detalhes que você deixa passar despercibidos, mas que merecem muita atenção. Os detalhes básicos são não esquecer as credenciais, saber algumas das informações do booklet, o traje e por aí vai. Mas o ponto operacional importante do Torneio é pouco antes do início do Fight: os notebooks estão carregados ou com a fonte conectada? Os slides foram revisados? Há uma cópia em mais de um computador (ou na nuvem) para prevenir caso o inesperado aconteça? Esses são pequenos detalhes que, se forem deixados de lado, podem dar muito problema. É só fazer aquele checklist antes de sair de casa ou do hotel que pequenos deslizes podem ser evitados.
Aproveite os intervalos para socializar
É essencial rever alguns pontos da sua apresentação e corrigir possíveis erros, mas o tempo de intervalo dado entre cada rodada do Fight é curto e pode ser utilizado para algo mais interessante: a integração (sem referência a cálculo – mesmo!). Afinal, quantas outras vezes na sua vida você esteve diante de tantas pessoas de outros estados do país, de culturas distintas e que estão reunidas com um objetivo em comum? Aproveite para conhecer um pouco mais as equipes adversárias, saber como é a realidade nas escolas delas e, claro, trocar informações sobre o Torneio. Você pode se surpreender com a quantidade de pessoas com gostos comuns a você (e outros absolutamente incomuns) e fazer ótimos amigos!
Saiba abrir mão de um ponto de vista
Uma atitude bastante comum à maior parte das pessoas é a de não se desfazer de uma opinião, mesmo depois de várias pessoas lhe provarem que ela está equivocada. Sim, você estudou aquele(s) problema(s). Sim, você fez diversas e diversas pesquisas sobre aquilo e viu uma porrada de abordagens diferentes pro seu problema escolhido, selecionou a que mais lhe agradava e se preparou para defendê-la e atacar os outros pontos de vista com unhas e dentes. Mas o seu adversário fez o mesmo. E de repente ele fez o mesmo tendo escolhido outra abordagem. É importante lembrar que para os problemas propostos pelo IYPT, assim como para boa parte da ciência em geral, não há uma solução certa e uma errada. Os diferentes modelos podem ser mais ou menos aplicáveis a um sistema, e alguém pode ter encontrado um modelo que se adequa mais ao sistema proposto do que o seu. Sua argumentação pode até ser muito boa, mas se ela estiver embasada em uma proposta incoerente, as pessoas vão perceber. Se você acredita que ninguém de equipe alguma irá perceber, lembre-se de que os jurados notarão. E é deles que vêm as suas notas. Fica mais feio bater o pé em um conceito ruim do que admitir o erro e aceitar opiniões diferentes das suas.
A hora do Fight
Depois de tantos treinamentos para apresentar, opor ou avaliar, depois de tantos experimentos e tanta pesquisa, enfim chega o momento tão esperado: o PF. É nele que não só os seus conhecimentos, como também sua argumentação, são avaliados. É sempre bom lembrar dos seus argumentos, possíveis perguntas que podem ser feitas pelos jurados e pontos importantes da teoria. A parte experimental deve também ser dominada muito bem pelo integrante da equipe que estiver discutindo o problema. Não se esqueça de que as perguntas dos jurados podem ser feitas para qualquer equipe (então não é porque você está como avaliador, que não tem que saber nada sobre aquele problema), a menos que esteja como Observador, claro.
Mas o mais relevante de tudo é: confie no seu trabalho. É bastante comum aparecer uma ansiedade grande (por vezes até um desespero), e dela pode derivar uma falta de confiança no que você fez. “Mas as outras equipes são mais preparadas”, “ah, eu esqueci de algo muito importante!!”, “faltou um slide, faltou dado experimental, faltou analisar um parâmetro!!”… Calma! Só calma. O que foi feito, foi feito. E o que não deu tempo de fazer, pode ser corrigido no mínimo entre um dia e outro da competição (mas o ideal é que não se faça muita coisa nesse período, uma noite de sono minimamente decente é necessária), então se o problema for selecionado no dia, ele tem que ser apresentado como estiver. Acredite em você mesmo e nos meses que usou trabalhando por isso, pois é nesse momento que as pessoas verão de verdade o porquê de você não ter medido esforços em busca de uma solução plausível para o seu problema.
Dito isso, é hora de transformar em ações, argumentos e desempenho toda a energia demandada pelo Torneio! É o momento de respirar fundo, acreditar nos seus argumentos e se jogar na olimpíada de física mais apaixonante do Brasil!